O Tempo que Conta o Desvio de Nossos Primeiros Pais : Referências bíblicas e a construção da imagem das mulheres na Legenda áurea
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- Ana Beatriz Barbosa Fernandes
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1 Fazendo Gênero e rompendo fronteiras: gênero, idade média e interdisciplinaridade ST 50 Igor Salomão Teixeira UFRGS Palavras-chave: Hagiografia Legenda áurea Mulheres 1 O Tempo que Conta o Desvio de Nossos Primeiros Pais : Referências bíblicas e a construção da imagem das mulheres na Legenda áurea de Jacopo de Varazze Introdução: O objetivo desta proposta é apontar os traços gerais sobre as mulheres na Legenda áurea. O foco da apresentação é nas legendas do tempo do desvio e a relação com o livro do Gênesis (a passagem bíblica sugerida no Prólogo da obra para as festas que o compreendem). i Pretende-se analisar como Jacopo de Varazze trabalhou a relação entre referências bíblicas e a vida das santas; de que forma as mulheres foram caracterizadas e quais epítetos femininos aparecem nesses textos; além das relações entre homens e mulheres. Esta proposta surgiu da leitura do texto de Pauline Schmitt-Pantel A criação da mulher: um ardil para a história das mulheres? ii, que, por sua vez, remeteu a um tema já trabalhado entre 2003 e 2004 quando desenvolvemos uma pesquisa de comparação entre a Legenda áurea e a Suma Teológica. iii Atualmente, no mestrado, as partes comparadas entre as duas obras foram expandidas e está sendo possível notar não somente uma aproximação entre elas e a inserção da Legenda áurea numa linha de pensamento e produção intelectual dominicana, como também uma aproximação estrutural no que tange o encadeamento dos argumentos teológicos de Jacopo de Varazze em capítulos dos quatro tempos litúrgicos e não somente do tempo do Desvio. iv A segunda metade do século XIII pode ser caracterizada ainda como um período de transições nas relações dos homens com as instituições, dos homens entre si e dos homens com as mulheres. O discurso misógino dos homens da Igreja que havia predominado quase exclusivamente durante os séculos anteriores, estava dando lugar, desde o ano mil, a um processo de aproximação das mulheres e de reabilitação da figura feminina na política de salvação empreendida, principalmente, pelas ordens mendicantes. v No âmbito da literatura, o romance cortês não caracterizava as mulheres como instrumentos do diabo, mas, segundo Georges Duby, não era uma promoção exclusiva do feminino, e sim, do indivíduo. vi Entretanto, na literatura doutrinária, ou melhor, na produção intelectual dos homens da Igreja, a representação sobre as mulheres ainda oscilava entre a demonização de seus corpos e de sua natureza pecadora e a salvação e, mais ainda, a importância delas como epítetos possíveis de inclusão e caracterização das mulheres nos âmbitos da intercessão dos santos em favor dos fiéis. Assim, da relação de inversão entre Eva e Maria, outros elementos entraram em foco, como as prostitutas e viúvas, expandindo as caracterizações do
2 2 universo feminino sob os olhares dos clérigos. vii Sem dúvida que a herança bíblica do Gênesis ainda era muito presente nas formas de se entender as relações entre homens e mulheres naquele período. Na Suma Teológica de São Tomás de Aquino, por exemplo, em várias passagens há referências às sujeições naturais impostas às mulheres tanto pela finalidade de sua criação (auxiliar o homem) quanto por sua responsabilidade no Pecado Original. viii É esta presença que se nota em algumas passagens da Legenda áurea, porém, outros aspectos amenizam as condenações sobre as mulheres, mesmo porque o relato hagiográfico versa sobre os santos que, por natureza, são imitáveis, admiráveis, porém, quase inalcançáveis. ix As Mulheres na Legenda áurea: A vasta tradição do culto (do modelo martirológico às vitae) e as finalidades do texto evangelizador situadas nos domínios tanto da instrução quanto da pregação diversificam o olhar sobre as mulheres no texto de Jacopo de Varazze. É importante observar, então, as formas nas quais as mulheres são apresentadas na obra: além das legendas do ciclo mariano (Natividade, Purificação e Assunção de Maria), existem vinte e três legendas de santas (o perfil varia entre virgens a maioria, casadas que não concluem as núpcias e permanecem virgens e prostitutas); a legenda da virgem de Antioquia e a das onze mil virgens. Existem ainda as mulheres nas vidas dos santos e as que aparecem nas vidas das santas. Néri de Almeida Souza defendeu que, no geral, na Legenda áurea predomina uma postura de reabilitação da mulher e do modelo monástico de repúdio ao sexo. Esta tradição monástica, entretanto, teve uma preocupação maior com os efeitos da materialidade feminina sobre a salvação individual do homem do que com a remissão em si da mulher x, o que é indicador de uma contradição. Na obra de Jacopo de Varazze a proximidade entre a mulher e o mundo natural está mais associada às forças demoníaco-destrutivas do que às criadoras. Segundo Néri Souza, a ligação delas com o demônio é passiva. Incorporando e simbolizando o demoníaco têm as imagens confundidas como sinônimos e, para a autora, pensar nas mulheres é conhecer um pouco melhor a importância do demônio na Legenda áurea. xi A contradição se revela no perfil das santas. Quase todas são virgens, mas, segundo a autora, as mulheres casadas ocupam posição de destaque no pensamento e percepção da pastoral dominicana por Jacopo de Varazze. xii Para não demonizar por completo as mulheres há uma insistência no tema da maternidade da Virgem, reabilitando o estado corruptível dos corpos femininos. xiii Neste processo de reabilitação, porém, algumas características da tradição bíblica permanecem e a principal delas é a relação das mulheres com a palavra. Néri Souza tratou da tagarelice feminina na Legenda áurea como um indício de promoção e reconhecimento do poder da palavra feminina, que ganhou força a partir do século XIII.
3 Mas, no geral, a fala desregrada ainda estaria carregada das pechas bíblicas investidas às mulheres a desde Eva. xiv 3 As Virtudes das Mulheres no Tempo do Desvio: Ágata, Juliana e Maria Das festas situadas no tempo do Desvio três são dedicadas a mulheres: Santas Ágata e Juliana e a Purificação da Virgem, além da Anunciação do Senhor, que inclui referências à Mãe. A história de Santa Ágata encerra dois tipos de mulheres: a virtuosa e a pecadora. xv Cortejada por Quintiniano, ambicioso e avarento, Ágata foi mandada a uma casa de prostituição para ter suas opiniões a respeito dos bens materiais e carnais modificadas. Nas prostitutas que tentam fazer a santa se entregar aos prazeres mundanos, pode-se afirmar que estão representadas questões como a fraqueza feminina diante dos prazeres, bem como do poder da mulher em persuadir a espécie humana para o pecado. No lado oposto, Ágata representa a virtude, na medida em que, mesmo presa e torturada, não descrê nos ensinamentos cristãos de renúncia àqueles prazeres. No embate entre a sólida crença de Ágata e a persuasão das prostitutas, óbvio que a vitória foi da primeira. Nas conversas com seu algoz, o principal traço também é a confusão provocada pelas palavras da santa. A confusão causada pelas palavras de Ágata é exposta na legenda não somente pelo crescente horror das torturas a que foi submetida, mas também por um ancião que apareceu no calabouço em que ela estava presa. Segundo o ancião as palavras dela atormentavam seu algoz muito mais do que as torturas às quais ela era submetida. O que fica como característica das mulheres é o trato com as palavras: as confusões provocadas pela santa em seu algoz e as belas propostas que lhe faziam suas corruptoras. xvi Na legenda de Santa Juliana é mais evidente ainda a demarcação da personalidade feminina autônoma apresentada por Jacopo de Varazze. Trata-se de uma mulher que lutou por sua fé em Cristo até ser decapitada e que tinha na persistência da recusa ao sexo até a conversão do marido sua principal característica. Além disso, há o embate entre o bem e o mal demonstrado na força com a qual agarrou, amarrou, arrastou e bateu no diabo disfarçado de anjo que tentou corrompê-la. Diferentemente da postura de Ágata, a postura de Juliana foi incisiva, a ponto de ouvir do próprio diabo pedidos de misericórdia e piedade. Não cedendo, amedrontou-o, despertando nele o desejo de vingança, expresso nas últimas palavras que ouviu antes de ser executada. xvii Enquanto na primeira legenda temos uma mulher que defende suas virtudes por uma via não bélica, e sim, pela palavra, na legenda de Santa Juliana temos uma resistência física diante das torturas, o que transmite uma imagem de força não somente espiritual do bem sobre o mal. xviii A terceira festa é a da Purificação da Virgem. Trata do processo de restabelecimento da condição de pureza do corpo feminino após o parto. A purificação da Virgem ocorreu quarenta dias após o nascimento de Cristo, e a festa também é chamada de Hipopante e Candelária. O relato sobre
4 4 esta festa engloba um aspecto paradoxal: a explicação do pecado original a partir da idéia da remissão, representada por Cristo. Neste relato o capítulo 12 do Levítico é citado. Este trecho trata da relação entre a purificação da mulher e o sexo de seus filhos: sendo homem, o período de impureza era de sete dias para encontros com homens e mais trinta e três para entrar no templo; sendo mulher, os dias de proibição duplicavam. As razões para a duplicação das proibições no nascimento de meninas, segundo o texto, estão relacionadas a várias razões naturais, como o fato de Cristo ser homem e por isso o fato da purificação mais rápida; a mulher pecou mais que o homem então devia ser mais castigada, pois, assim, ficava evidente que ela desagradou mais a Deus que o homem. Jacopo de Varazze valeu-se da tradição bíblica para diferenciar Eva e demais mulheres das condições em que Maria concebeu seu filho: a ausência do sexo e do sêmen na concepção que fizeram permanecer a virgindade, mesmo com a gravidez. Neste sentido, Maria não estava, então, submetida às proibições impostas pela lei da purificação. A mensagem encontra-se no fato dela ter recusado esta isenção e se submetido à lei. Segundo o texto, uma das razões para tal foi a prova da sua humildade e do seu desejo de assemelhar-se às outras mulheres; fez isso também submetendo seu filho à circuncisão. Cristo e Maria receberam os cinco remédios contra o Pecado Original. Destes, três foram estabelecidos pelo Antigo Testamento (oferta, dízimo e imolação). A circuncisão e o batismo, segundo o texto, surgiram pela necessidade de remissão do pecado. Mas a circuncisão é um ritual restrito aos homens e, por isso, então, o surgimento do quinto remédio o batismo para que as mulheres também pudessem ser salvas. Este remédio, pela natividade de Cristo e com a aceitação das Leis por aqueles que não estavam submetidos a ela (Maria e Cristo), desonerou um pouco as mulheres por sua culpa natural pelo pecado e encerrou algumas práticas, como a circuncisão, universalizando a salvação sacramental pelo batismo. Estas são as razões pelas quais a festa é chamada de Purificação. Entretanto, há ainda as duas outras formas de denominação da festa: a Hipotante e a Candelária. A primeira está relacionada ao fato da Virgem ir ao encontro do templo para apresentar seu filho. A segunda, porque, nesta festa carrega-se uma vela acesa. É importante ressaltar que apesar de indicar que é uma festa para Maria, Jacopo de Varazze argumenta e justifica a existência deste costume a partir da vida e dos atos de Jesus. Este é um aspecto presente em todos os três momentos: Purificação, Hipotante e Candelária. Na festa Hipotante, como está relacionada ao encontro ou apresentação de Cristo ao templo, é legado a Maria apenas o ato de levar o filho, como cumprimento de sua obediência à lei. Todo o relato é dedicado à figura do filho, que não é nosso objeto de estudo. Na Candelária, porém, Jacopo de Varazze expôs os porquês da vela acesa. Uma das razões, segundo o texto, é para mostrar a pureza da Virgem, como se o fogo ao mesmo tempo evidenciasse a sua clareza e protegesse os que se aproximavam dela, repelindo o pecado. xix
5 5 Na festa da Anunciação do Senhor, Jacopo de Varazze complementou as virtudes de Maria: pudor virginal, prudência e discrição, além da alma forte. Esta legenda completa o ciclo dos quarenta gerações desde o afastamento de Adão. Nela, Varazze conta a história do casamento de José e Maria e justifica algumas questões relacionadas à gravidez, ao matrimônio e a conservação da virgindade. Baseado em São Bernardo, o autor apresentou três razões pelas quais o Senhor quis o casamento de sua Mãe: a) ocultar o mistério aos demônios; b) comprovada a virgindade pelo esposo, c) ela não seria repudiada. Além dessas, defendeu que o casamento de Maria foi para provar o bem da instituição do matrimônio e também para salvar as mulheres da desonra (tanto virgens, casadas ou viúvas). xx Outras Mulheres: virgens, devotas e pecadoras nas Vidas dos Santos Após a leitura do tópico anterior, uma pergunta é inevitável: como as mulheres são apresentadas nos relatos em que não são as personagens principais? O objetivo é ampliar o que foi desenvolvido anteriormente, discutindo a conjugação de elementos da tradição monástica da alta idade média com elementos característicos das ordens mendicantes do século XIII e o início de uma valorização do feminino. Dos outros relatos que compõem as festas do tempo do Desvio, as mulheres aparecem nos textos sobre Santo Inácio, São Brás, São Matias, São Gregório e São Bento. Destes, na legenda de Santo Inácio a referência feminina também é Maria. Representada como portadora e humilde escrava de Cristo, a principal característica é a servidão e a crença de que, de fato, não somente esteve familiarmente unida a ele, como também nas verdades sobre ele. xxi Na legenda de São Brás aparece uma viúva pobre, que lamenta o roubo de seu único porco e pede a Brás que o encontre e devolva-o a ela; outra, que pede a cura do filho; sete mulheres que seguiram o santo durante seu martírio e morreram enforcadas, antes dele. Sobre essas sete mulheres, Varazze delineou que elas enganaram seu algoz ao simular uma adoração aos deuses, quando na verdade, elas premeditaram um golpe, jogando os deuses do algoz no lago, para provar que somente o Deus delas era, de fato, aquele que deveria ser adorado. Por terem enganado aquele que as tinha prendido, tiveram suas cabeças cortadas. xxii Na legenda de São Matias, antes de escrever sobre o santo, Jacopo de Varazze escreveu sobre Judas, que precedeu Matias junto aos apóstolos.somente na parte da história de Judas que há referência a figuras femininas. No geral, essa história é marcada pela rejeição dos pais e pela adoção ao ter sido acolhido por uma rainha que não conseguia engravidar. Esta forjou sua gravidez e enganou os súditos e o marido. Tempos depois ela engravidou e deu a luz a um herdeiro legítimo, o qual foi maltratado por Judas. As atitudes de Judas em relação ao seu irmão obrigavam a rainha a puni-lo. Os castigos fizeram com que Judas matasse seu irmão e fugisse com cobradores de impostos, indo até o reino governado por Pilatos. Aproximando-se de Judas, o governador solicitou-lhe umas furtas que ficavam num pomar próximo
6 6 ao palácio. Este pomar pertencia a Rubens pai biológico de Judas que, ao ver seu pomar sendo furtado, foi em direção ao ladrão e os dois discutiram. Nesta discussão Judas matou o próprio pai com uma pedrada na nuca. Por ordem de Pilatos, ele recebeu todos os bens de Rubens, inclusive sua esposa mãe de Judas, Ciboréia. Desposando a mãe Judas descobriu que era o filho abandonado. Assim, matando o pai e desposando a mãe, foi atrás de Jesus para ter a remissão de seus pecados. Os acontecimentos decorrentes da relação de Judas com Cristo revelam, no primeiro, traços de personalidade já indicado em suas duas mães: o egoísmo relacionado à primeira, por ter abandonado o filho, temerosa por causa de um sonho e a mentira relacionada à segunda, por ter enganado o marido e os súditos forjando a gravidez. xxiii Na legenda de São Gregório, há uma passagem cujo epíteto feminino utilizado é o da mulher incrédula. Nesta passagem, Jacopo de Varazze relatou um fato ocorrido durante uma missa, quando, na hora da comunhão, uma mulher que todos os dias levava pão para Gregório sorriu de forma indecente. Interrompendo o gesto sacramental, o padre questionou o porquê daquela atitude e obteve como resposta: Porque você chama de corpo do Senhor o pão que faço com minhas próprias mãos. A reação de Gregório não foi repudiar ou punir. A ausência de uma severidade talvez esteja relacionada ao fato de ter ocorrido numa solenidade sagrada. Entretanto, o riso indecente foi questionado diante de todos, o que sugere uma demonstração, não de coação àquela mulher que sorriu, mas aos que assistiam à cena. Para fazer com que a incrédula recuperasse a fé, o padre ajoelhou-se e rezou, transformando o pão em carne e convertendo-o em pão novamente. A metáfora da transformação do pão em carne e o retorno à forma do alimento sagrado, para a demonstração da recuperação da fé da mulher incrédula, associa dois elementos ligados ao pecado: a carne (a putrefação sugere inconstância) e a mulher. xxiv Por fim, a última representação da mulher é na vida de São Bento. Nela, há quatro passagens em que as mulheres foram referenciadas. Na primeira, sobre a ação milagrosa do santo que, orando, juntou duas partes em que se quebrou sua peneira, após ter sido deixada descuidadamente por sua aia. Um relato breve que indica a mulher como um não-lugar do cuidado, da prudência. Na segunda aparece a mulher portão do Diabo para seduzir o santo para o mundo dos vícios. Na terceira aparecem duas religiosas nobres que não controlavam a língua. A última passagem narra uma visita do santo à sua irmã. Ouvindo a recusa do irmão a pernoitar em sua casa, a mulher rezou a Deus, pedindo que seu irmão permanecesse. Assim que acabou a oração formou-se uma tempestade e São Bento condenou a irmã por isso. Somente alguns dias depois que São Bento entendeu o porquê daquele acontecimento, pois, em seu mosteiro avistou a alma de sua irmã ascender aos céus em forma de pomba. xxv Considerações Finais
7 7 A partir do que foi apresentado sobre as características gerais das mulheres nas legendas do Tempo do Desvio pode-se perceber que a persistência, a persuasão e a resistência (nos casos das Santas Ágata e Juliana), bem como retidão e pureza inigualáveis (Maria), revelam um padrão feminino que deveria ser buscado, mas dificilmente atingido. Além disso, nas legendas em que as mulheres aparecem como personagens secundários o que se percebe é a forte influência das características bíblicas e teológicas imputadas a Eva. A utilização e o domínio da mulher com a palavra. Infere-se que estas características femininas, mesmo não produzindo vitórias físicas das mulheres sobre os homens (Ágata e Juliana) ou não sendo alcançáveis pelas mulheres (Maria) denotam uma possibilidade não de reversão da gravidade do pecado de Eva em relação ao de Adão, e sim, exemplos de como utilizar para o bem, os elementos que estiveram presentes no momento em que Adão se afastou de Deus, para utilizar as palavras de Jacopo de Varazze. i JACQUES DE VORAGINE. Prologue. La Légende Dorée. Paris: Gallimard, 2004, p.3. As próximas citações de textos desta obra serão indicados apenas pelo título do capítulo (em itálico) e a página. Ex.: L avent du seigneur, p.5. ii SCHMITT-PANTELL, Pauline. A criação da mulher : um ardil para a história das mulheres? In: MATOS, Maria Izila S. de. & SOIHET, Rachel. (orgs.). O Corpo Feminino em Debate. São Paulo: UNESP, pp iii TEIXEIRA, Igor S. O tempo que conta o desvio de nossos primeiros pais : São Tomás de Aquino, Jacopo de Varazze e a função social das mulheres na segunda metade do século XIII. Universidade Federal de Viçosa, MG: Centro de Ciências Humanas, Legras e Artes. Monografia de Bacharelado, f. Orientado pelo Prof. Dr. Márcio R. C.Muniz (Universidade Estadual de Feira de Santana, BA). iv Pecados e Virtudes das Mulheres na Suma Teológica e na Legenda áurea. Em andamento sob a orientação do Prof. Dr. José Rivair Macedo no Programa de Pós-Graduação da UFRGS. Previsão de defesa: março de v BLOCH, R. Howard. Misoginia Medieval e ainvenção do Amor Romântico Ocidental. Trad. Claudia Moraes. Rio de Janeiro: Ed. 34, vi DUBY, Georges. A propos de l amour qui l on dit courtois. In. Mâle Moyen Âge: De l Amour et autres essais. Paris: Flammarion, pp [1ªed. Francesa 1988] vii DUBY, Georges & PERROT, Michelle (dirs.). Storia delle Donne: Il Medioevo. A cura di Christiane Klapisch- Zuber. Roma: Laterza & Figli, viii S. THOMÆ AQUINATIS. Summa Theologiæ. Cura et studio Sac Petri Caramello. Cum texto ex recenscione leonina. Roma/Torino: Casa Editrice Marietti, II-II, q. 163 a 165, por exemplo. ix VAUCHEZ, André. Saints Admirables et saints imitables: les fonctions de l hagiographie ont-elles changes aux derniers siècles du Moyen Age?. Les Fonctions des saints dans le monde occidental (IIIe-XIIIe siècle). Actes du colloque organize par L École Française de Rome avec le concours de l Université de Rome La Sapienza. (Rome, octobre, 1988). Rome: École Française de Rome, pp x SOUZA, Néri de Almeida. A Cristianização dos mortos: a mensagem evangelizadora da Legenda aurea de Jacopo de Varazze. 1998, 2v., 517f. Tese (Doutorado em História) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, p. 426, v.2. xi Idem. p xii Idem. p.424. xiii Idem. p xiv Idem. pp ver: DELUMEAU, Jean (dir.). La religion de ma mère: le rôle des femmes dans la transmission de la foi. Paris: Cerf, xv Sainte Agathe. pp xvi Idem. p xvii Sainte Julienne, p.215. xviii FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Outra Face dos Santos: Os Milagres Punitivos na Legenda áurea. In: A Eva Barbada: ensaios de mitologia medieval. São Paulo: EDUSP, pp xix La Purification de la saint Vierge. pp xx L Annonciation. pp xxi Saint Ignace. pp xxii Saint Blaise. pp xxiii Saint Mathias. pp xxiv Saint Grégoire. pp xxv Saint Benoît. pp
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