MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Núcleo de Combate à Corrupção Força-Tarefa Lava Jato

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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 7ª VARA FEDERAL Fls 3 CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO Processo cautelar a ser distribuído por dependência aos AUTOS Demais referências: AUTOS nº (Operação Calicute) (buscas e apreensões); nº (quebra de sigilo telemático); nº (quebra de sigilo de registros telefônicos); nº (quebra fiscal e bancária); nº (quebra fiscal e bancária); nº (quebra de sigilo de registros telefônicos); nº (interceptação telefônica) O, pelos procuradores da República signatários, vem, por meio desta, expor e requerer o que segue a respeito dos fatos narrados abaixo. 1 DA CONTEXTUALIZAÇÃO DOS FATOS A presente medida cautelar é desdobramento das Operações Calicute (processo nº ) e Eficiência (processo nº ) e das investigações realizadas após a sua deflagração, tendo como escopo aprofundar o desbaratamento da organização criminosa responsável pela prática dos crimes de corrupção e lavagem de capitais envolvendo contratos para realização de obras públicas pelo Estado do Rio de Janeiro. Com efeito, após exaustiva investigação que contou com medidas cautelares de quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e telemático, as Operações Calicute e Eficiência conseguiram demonstrar como a organização criminosa comandada por SÉRGIO CABRAL atuou para praticar atos de corrupção e lavagem que desviaram imensa quantia ainda não totalmente mensurada da qual mais de USD ,00 (cem milhões de dólares) já foram recuperados aos cofres públicos mediante engenhoso processo de envio de recursos oriundos de propina para o exterior. 1/122

2 Restou claro das investigações que, ao tomar posse como chefe do Fls 4 executivo estadual do Rio de Janeiro, em 01/01/2007, SÉRGIO CABRAL instituiu percentual de propina de 5% de todos os contratos administrativos celebrados com o Estado. Em tal esquema, foram englobadas praticamente todas as grandes obras públicas de construção civil realizadas pelo ente público, algumas delas custeadas com recursos federais, inclusive provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento. Dentre elas, destacam-se a construção do Arco Metropolitano e a urbanização de grandes comunidades carentes na cidade do Rio de Janeiro, ação vulgarmente denominada por PAC Favelas. A organização criminosa, que atuou desviando verbas públicas de origem federal e estadual, e as remetendo para o exterior, vem sendo desarticulada progressivamente, já tendo sido identificados vários de seus núcleos e operadores financeiros, bem como a forma como lavavam os proveitos do crime. Consoante desvendado na Operação Calicute, a ORCRIM, assim como as demais investigadas pela Operação Lava Jato, possuía sua estruturação e divisão de tarefas em quatro núcleos básicos: a) o núcleo econômico, formado por executivos das empreiteiras cartelizadas contratadas para execução de obras pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro; b) o núcleo administrativo, composto por gestores públicos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, os quais solicitaram e administraram o recebimento das vantagens indevidas pagas pelas prestadoras de serviços; c) o núcleo financeiro operacional, formado por responsáveis pelo recebimento e repasse das vantagens indevidas e pela ocultação da origem espúria, inclusive através da utilização de empresas e escritórios de advocacia, algumas delas constituídas exclusivamente com tal finalidade; d) o núcleo político, formado pelo líder da organização criminosa, o ex-governador SÉRGIO CABRAL. 2/122

3 A partir de depoimentos prestados e documentos apreendidos quando Fls 5 da deflagração da Operação e durante a instrução da respectiva ação penal, foi possível reunir indícios de que a Orcrim liderada por SÉRGIO CABRAL também tinha em sua folha de pagamentos e recolhimentos empresas ligadas à área de transporte público no Estado do Rio de Janeiro, conforme narrado adiante. 2 O BRAÇO DA ORCRIM DE CABRAL NO SETOR DE TRANSPORTE. A COLABORAÇÃO DO OPERADOR ÁLVARO NOVIS ÁLVARO JOSÉ GALLIEZ NOVIS, o doleiro e operador financeiro da organização criminosa capitaneada por SÉRGIO CABRAL, e cuja atuação foi revelada pela deflagração da Operação Eficiência, firmou perante o Superior Tribunal de Justiça acordo de colaboração premiada, oportunidade em que revelou ter sido contratado pelo presidente (Conselho de Administração) da e da VIAÇÃO FLORES, JOSÉ CARLOS LAVOURAS, para recolher regularmente dinheiro de algumas empresas de ônibus integrantes dessa Federação, administrar a sua guarda e distribuir a diversos políticos, controlando os aportes e despesas por meio de contabilidade paralela. Consoante os termos do Anexo 1 da sua colaboração, formalizada na Petição DF do STJ, compartilhada com esse Juízo por decisão do Ministro Relator Félix Fischer, ÁLVARO NOVIS revelou: Que o relacionamento com JOSÉ CARLOS LAVOURAS, Presidente da, sócio da empresa Viação Flores, começou em meados da década de 90;... Que após certo tempo, JOSÉ CARLOS LAVOURAS o chamou para ajudá-lo para recolhimento e entrega de valores; Que o dinheiro era recolhido nas garagens de algumas empresas de ônibus vinculadas à pela TRANSEGUR (hoje Prosegur); Que o dinheiro era custodiado na sede da TRANSEGUR; Que o dinheiro custodiado era utilizado para fazer pagamentos a políticos;... Que as ordens para pagamento se davam sempre por meio de JOSÉ CARLOS LAVOURAS; Que as ordens se davam por meio de bilhete em papel...; Que os bilhetes com as ordens de pagamento eram entregues para o colaborador ou para EDMAR, seu funcionário; Que o 3/122

4 contato com JOSÉ CARLOS se dava também através de sua secretária ENI GULINELLI, que trabalha na VIAÇÃO FLORES, cujo telefone é , e ligava para o fixo da HOYA ; Que JOSÉ CARLOS possuía outra secretária, de nome REGINA, que trabalhava com ela na ; Que ela costumava entregar os bilhetes com as solicitações de pagamento feitas por JOSÉ CARLOS...; Que os bilhetes eram escritos com codinomes para evitar a identificação dos beneficiários; Que quando os pagamentos não eram feitos pela transportadora de valores eram feitos por funcionários do Colaborador e até mesmo pelo Colaborador; Que nessas ocasiões a transportadora de valores entregava na Hoya o dinheiro para posterior entrega ao destinatário final; Que o controle dos valores se dava por meio de planilhas; Que os lançamentos eram feitos pelo funcionário do Colaborador chamado EDMAR; Que entrega nessa oportunidade as planilhas de controle dos gastos referentes a., JOSÉ CARLOS LAVOURA, CARLOS MIRANDA..., (expresidente do DETRO)...; Que a primeira coluna refere-se à data em que os recursos foram debitados ou creditados, Que a segunda coluna refere-se ao valor entregue; Que a terceira coluna refere-se ao valor que foi creditado pela ; Que a quarta coluna refere-se ao saldo que possui com o Colaborador; Que a quinta coluna ('D/C') diz respeito ao status do saldo se positivo ('CR') ou negativo ('DB'); Que a sexta coluna ('Histórico') servia para que os operadores colocassem alguma observação a respeito da transação;... Que CARLOS MIRANDA possuía os codinomes 'CM', referente a conta oficial, 'Verde/SMS', 'Super' e 'Abacate', codinomes utilizados para pagamentos excepcionais; Que os recursos pagos a CARLOS MIRANDA eram destinados ao ex-governador SÉRGIO CABRAL; Que possua (sic) o codinome 'Lagoa' e 'Mamaluco'; Que ressalta que HUDSON BRAGA também recebeu recursos da, apesar do Colaborador não possuir controle de pagamentos; Que pelos serviços prestados à recebia o valor de R$ ,00, porém, tinha o custo com a transportadora, que ultrapassava R$ ,00 (transporte e com os seguranças); Que a possuía duas contas, uma sob o codinome F/SABI e a outra F/NETUNO (a primeira para débito e a segunda para crédito); Que as planilhas apresentadas foram produzidas na época em que os pagamentos eram feitos, para registro contábil desses pagamentos; Que essas planilhas foram produzidas em um sistema idealizado para contabilizar essas operações de débito e crédito; Que esse sistema foi destruído com a deflagração da operação Xepa, motivo pelo qual existem poucos registros daquela época; Que os dados localizados, constam de um pen drive com ordem de pagamentos de 2010 a 2016, assim como de algumas planilhas impressas do próprio sistema, relacionados às pessoas ora indicadas.... Fls 6 4/122

5 (destaques nossos) Fls 7 Ouvido pela Procuradoria-Geral da República, ÁLVARO NOVIS ratificou o referido Anexo, tendo acrescentado quanto à :... Que o Colaborador sabia que os pagamentos feitos pela eram realizados para garantir benefícios relacionados a linhas de ônibus, tarifas, etc; Que a é dividida em 6 sindicatos; Que as empresas de ônibus entregavam o dinheiro em espécie em transportadoras de valores; Que a entrega dos valores inicialmente era feita para a TRANSEGUR; Que a TRANSEGUR foi adquirida pela PROSEGUR; Que havia outra transportadora de valores chamada TRANSEXPERT que era utilizada para custódia de valores; Que as empresas de ônibus possuíam 'contas' nas transportadoras de valores para custódia dos recursos arrecadados com passagens; Que o Colaborador abriu 'contas' nas referidas transportadoras também para poder movimentar os valores das empresas de ônibus; Que tais 'contas' eram meramente informais; Que os valores eram transferidos das 'contas' das empresas para a 'conta' do colaborador e a partir daí eram feitos os pagamentos aos beneficiários finais; Que o colaborador possuía contrato formal com ambas as transportadoras; Que as ordens para pagamento a políticos eram dadas única e exclusivamente por JOSÉ CARLOS LAVOURA; Que desde 1990/1991 até 2016 as ordens sempre foram emitidas por LAVOURA; Que os pagamentos pararam de ser realizados em razão da operação Xepa da Força Tarefa Lava Jato; Que as ordens eram transmitidas por meio de bilhetes; Que os bilhetes eram entregues por REGINA, secretária de LAVOURA, para MARCIO ou EDIMAR, funcionários do colaborador; Que MARCIO ou EDIMAR também por vezes iam ao escritório de LAVOURA para obter informações acerca das ordens de pagamentos; Que o controle de pagamentos e recebimentos era feito pelo colaborador por meio de planilha que ora entrega; Que eram utilizados codinomes nas planilhas que eram, geralmente, escolhidos pelos colaboradores; Que destruiu grande parte do material onde eram guardadas as planilhas de pagamentos; Que alguns registros foram guardados; Que LAVOURA era sócio da empresa FLORES; Que LAVOURA era sócio também de outras empresas que não sabe dizer; Que o codinome da empresa FLORES na planilha era F/VERA; Que o dinheiro das empresas era transferido para as 'contas' centralizadoras, cujo codinomes eram F/SABI e F/NETUNO, para posterior pagamentos aos políticos; Que a pessoa responsável pelo 5/122

6 controle de pagamentos era o Colaborador EDIMAR; Que entrega como prova de corroboração das suas alegações planilhas que foram impressas antes da Operação Xepa e que possuía guardados, bem como arquivos digitais contemporâneos aos fatos (2010 a 2016), que estavam armazenados em pen drive criptografado.... (destaques nossos) Fls 8 Ou seja, o doleiro e operador financeiro da Orcrim de SÉRGIO CABRAL detalhou a dinâmica de arrecadação e pagamento de propina por empresários do setor de transporte no Estado do Rio de Janeiro a agentes públicos, incluindo o exgovernador, um ex-presidente do DETRO e políticos não incluídos nesta medida cautelar por gozarem de foro por prerrogativa de função nos tribunais, mas que tinham direta ou indiretamente influência sobre a política de transporte no Estado. A contabilidade paralela cujas planilhas, contemporâneas aos fatos, foram entregues por ÁLVARO NOVIS, revelou que, entre os anos de 2010 e 2016, alguns dos principais donos de empresas de ônibus ligados à, quais sejam JOSÉ CARLOS LAVOURAS, LÉLIS MARCOS TEIXEIRA, JACOB BARATA FILHO, JOÃO AUGUSTO MONTEIRO, movimentaram a espantosa quantia de R$ ,00, conforme detalhado a seguir (alguns beneficiários foram preservados porque gozam de foro por prerrogativa de função): CONTABILIDADE PARALELA DA ENTRE 2010 E 2016 JOSÉ CARLOS LAVOURAS R$ ,00 LELIS MARCOS TEIXEIRA R$ ,00 JACOB BARATA FILHO R$ ,00 JOÃO AUGUSTO MONTEIRO R$ ,00 CARLOS MIRANDA (SÉRGIO CABRAL) R$ ,00 R$ ,00 TOTAL R$ ,00 6/122

7 Como se vê, desse valor, R$ ,00 foram destinados ao ex- Fls 9 presidente do DETRO, e R$ ,00 ao líder da organização criminosa, SÉRGIO CABRAL, recebidos por intermédio do seu operador e braço direito CARLOS MIRANDA. 3 A PROPINA DA PARA SÉRGIO CABRAL POR INTERMÉDIO DE CARLOS MIRANDA Conforme esclareceu o colaborador ÁLVARO NOVIS, os R$ ,00 entregues pela ao braço direito operacional e financeiro de SÉRGIO CABRAL, o operador CARLOS MIRANDA, eram destinados ao pagamento de propina ao ex-governador, sendo certo que NOVIS nominou e controlava quatro contas de valores paralelos da utilizados nessas operações, quais sejam: CM, VERDE/SMS; ABACATE; SUPER: PROPINA A CARLOS MIRANDA (SÉRGIO CABRAL) CONTAS VALORES VERDE/SMS R$ ,00 ABACATE R$ ,00 SUPER R$ ,00 CM R$ ,00 TOTAL R$ ,00 Com efeito, em seu Anexo 8, esclareceu o Colaborador: Que os pagamentos feitos a CARLOS MIRANDA eram destinados ao ex-governador SERGIO CABRAL; Que as entregas feitas a CARLOS MIRANDA se davam da seguinte forma: CARLOS MIRANDA entrava em contato com JOSÉ CARLOS LAVOURAS, indicando o endereço da entrega; Que, então, LAVOURAS indicava ao Colaborador o local onde deveria ser entregue o recurso; Que os pagamentos para SERGIO CABRAL via CARLOS MIRANDA se 7/122

8 iniciaram no período em que SERGIO CABRAL encontrava-se da ALERJ; Que já efetuou pagamentos para SERGIO DE CASTRO OLIVEIRA ('SERJÃO'), mas de forma mais esporádica; Que os valores e datas de pagamentos constam das contas sob os codinomes CM, ABACATE, VERDE/SMS e SUPER saíram da conta sob o codinome F/SABI; Que a conta F/SABI era uma das contas da ; Que a planilha SUPER era o dinheiro para JUCA BALA; Que os pagamentos para a conta CM saíram da conta F/SABI; Que a conta sob o codinome VERDE/SMS, é uma conta em que CARLOS MIRANDA recebia créditos da F/SABI, a mando de JOSÉ CARLOS LAVOURAS; Que a maioria das transações de CARLOS MIRANDA iam para JUCA BALA; Que CARLOS MIRANDA não possuía transações na Hoya; Que CARLOS MIRANDA ligava no telefone fixo da Hoya, filial da Barra da Tijuca , para falar com o Colaborador; Que o Colaborador também se comunicava pelo aplicativo 'Wickr' com CARLOS MIRANDA; Que CARLOS MIRANDA também ia pessoalmente à Hoya da Barra da Tijuca. (destaques nossos) Fls 10 Em suas declarações prestadas para a Procuradoria-Geral da República, ÁLVARO NOVIS ratificou os termos do seu Anexo 8 e acrescentou:...que a Fetranspor realizava pagamentos por meio da conta Fsabi para SERGIO CABRAL/CARLOS MIRANDA; Que a conta Super também já foi utilizada; Que ambas as contas estavam custodiadas nas transportadoras de valores PROSEGUR e TRANSEXPERT; Que ENI e REGINA são secretárias de JOSÉ CARLOS LAVOURA; Que não se recorda qual foi a data exata que começou a realizar pagamentos a SERGIO CABRAL; Que no aplicativo WICKR o colaborador usava o apelido 'vinho', tendo mudado posteriormente para 'alface'; Que não se recorda do apelido utilizado por CARLOS MIRANDA; Que LAVOURA possuía o apelido de 'kluh' no citado aplicativo; Que nunca tratou de acertos financeiros com SERGIO CABRAL. As declarações do Colaborador estão em perfeita harmonia com diversos elementos de investigação apurados desde a fase mais ostensiva da Operação Calicute, porquanto além dos pagamentos feitos pela por intermédio de ÁLVARO NOVIS a CARLOS MIRANDA, braço direito de SÉRGIO CABRAL, indicam o uso da empresa de transporte de valores TRANS EXPERT como ferramenta para lavagem e ocultação do dinheiro da propina, empresa que já é objeto de investigação desde o início, 8/122

9 e onde foram apreendidos em busca e apreensão documentos relacionados a membros da Orcrim (ADRIANA ANCELMO, HUDSON BRAGA e PAULO Fls 11 FERNANDO MAGALHÃES). Os fatos trazidos também auxiliam na montagem do quebra-cabeças revelado na complexa e extensa Orcrim capitaneada pelo ex-governador do Rio de Janeiro, apontado outros recebedores de dinheiro oculto, tais como HUDSON BRAGA e o doleiro revelado na Operação Eficiência, VINÍCIUS CLARET (JUCA BALA), que, segundo NOVIS, era o destinatário de grande parte da propina de CABRAL, o que coaduna com os fatos já objeto de denúncia após a operação Eficiência, que apontam para a ocultação de mais de USD 100 milhões em paraísos fiscais. As planilhas fornecidas por ÁLVARO NOVIS estão acostadas na Petição DF do STJ, sendo os valores todos creditados a partir da conta F/SABI, que 9/122

10 o colaborador mantinha como receita paralela da arrecadada para entrega Fls 12 das propinas distribuídas por essa Federação, podendo-se resumir os codinomes de contas creditadas em favor de CARLOS MIRANDA (SÉRGIO CABRAL), datas e valores da forma seguinte: PROPINA A CARLOS MIRANDA / SÉRGIO CABRAL Conta Período Valores Fls da Pet /STJ VERDE/SMS 03/2013 a 02/2014 R$ ,00 690/691 ABACATE 01/2014 a 05/2015 R$ ,00 691/692 SUPER 11/09 a 30/09/2014 R$ ,00 692/693 CM 08/2015 a 01/2016 R$ , CM 07/2010 a 01/2013 R$ ,00 693/695 TOTAL: R$ ,00 Às planilhas em arquivos digitais da propina entregues por ÁLVARO NOVIS em seu acordo de Colaboração, contemporâneas à época dos registros contábeis, somam-se como prova de corroboração as impressas ante a destruição dos respectivos arquivos digitais (por força da Operação Xepa) e entregues à PGR pelo Colaborador, que as possuía guardadas (volume 1 da Petição STJ). Segundo suas explicações, ratificadas por EDIMAR MOREIRA DANTAS, seu funcionário a quem competia fazer os registros de receitas e pagamentos, a primeira coluna refere-se à data em que os recursos da propina foram debitados ou creditados; a segunda coluna referia-se ao valor entregue; a terceira coluna referia-se ao valor que foi creditado pela ; a quarta coluna referia-se ao saldo que a Federação tinha com o Colaborador; a quinta coluna ('D/C') ao status do saldo se positivo ('CR') ou negativo ('DB'); e, a sexta coluna ('Histórico') servia para que os operadores colocassem alguma observação a respeito da transação. 10/122

11 Vejam-se exemplos da contabilidade da propina paga pela Fls 13 a SÉRGIO CABRAL, lembrando que CARLOS MIRANDA possuía os codinomes CM, referente a conta oficial, e VERDE/SMS, SUPER e ABACATE, estes utilizados para pagamentos excepcionais. Na conta de codinome VERDE/SMS (fls. 158 da Pet ) constatam-se aportes duas vezes por mês em média, da ordem de R$ ,00 e R$ ,00, bem como saques mensais em torno de R$ ,00 a R$ ,00. Como se vê dos extratos abaixo, no dia 29/11/2013 foi creditado o valor de R$ ,00 destinados a CM, os quais provieram de saque no mesmo valor e no mesmo dia da conta F/SABI, da. Nessa mesma conta VERDE/SMS foram sacados em 18/12/2013 R$ ,00, em favor de CM: Não por coincidência e tal circunstância é um importante dado independente de corroboração a quebra judicial dos registros de ligações telefônicas demonstrou que, entre os dias 05 e 24/12/2013, ou seja, nos dias que antecederam e 11/122

12 sucederam o pagamento da propina de R$ ,00, CARLOS MIRANDA manteve contato telefônico com número cadastrado em nome da por 11 vezes: Fls 14 TERMINAL_1_ORIGINADOR LEMBRETE_TERMINAL_1 TERMINAL_2_RECEBEDOR LEMBRETE_TERMINAL_2 DATA_INICIO CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 05/12/ :00:53 05/12/ :01:03 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 06/12/ :24:05 06/12/ :25:01 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 06/12/ :27:26 06/12/ :42:40 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 10/12/ :08:04 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 12/12/ :24:33 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 16/12/ :55:34 24/12/ :36:32 24/12/ :36:33 Por sua vez, a conta de codinome ABACATE (fls. 160 da Pet ) foi aberta com um aporte inicial de R$ ,00 em 29/01/2014, ao qual correspondeu o saque no mesmo valor na conta F/SABI, cujo extrato revela inclusive que esse valor era creditado pela em favor da Orcrim de SÉRGIO CABRAL mensalmente: 12/122

13 Fls 15 Cumpre registrar que os fatos trazidos pelo Colaborador foram confirmados por EDIMAR MOREIRA DANTAS, a quem cabia o controle de planilhas e pagamentos em relação às contas espúrias da :... QUE com relação a CARLOS MIRANDA sabe informar que ele não era cliente da HOYA; Que entrava em contato com ALVARO NOVIS, e que indicava o endereço da entrega era CARLOS MIRANDA, JOSÉ CARLOS LAVOURAS somente autorizava o crédito para CARLOS MIRANDA; QUE as entregas eram feitas pela transportadora; QUE os valores e datas de pagamentos constam nas planilhas das contas de CARLOS MIRANDA, sob os codinomes CM, ABACATE, VERDE/SMS e SUPER; QUE os créditos destas contas eram debitados da conta sob o codinome F/SABI; Que a conta F/SABI era uma das contas da ; QUE os créditos da conta SUPER possuía a senha MARGARIDA: MARGARIDA 1, MARGARIDA2, MARGARIDA 3, MARGARIDA 4, MARGARIDA 5, MARGARIDA 6, MARGARIDA 7 e MARGARIDA 8; Que também houve pagamentos a CARLOS MIRANDA, referente a valores da, nos anos de 2010 a 2016, que os valores constam das planilhas de controle de pagamentos entregues no pen drive; Que também houve pagamentos a CARLOS MIRANDA, referente a valores da, nos anos de 2010 a 2016 realizados por ordem de JOSÉ CARLOS LAVOURAS; Que CARLOS MIRANDA ligava no telefone fixo da Hoya da Barra da Tijuca, , para falar com ALVARO NOVIS; Que o ALVARO NOVIS também se comunicava com CARLOS MIRANDA pelo aplicativo Wickr ; Que CARLOS MIRANDA também ia pessoalmente à Hoya da Barra da Tijuca; QUE CARLOS MIRANDA indicava o local onde os valores deveriam ser entregues pela transportadora, normalmente lá mesmo na transportadora, e o responsável por receber os valores era o doleiro JUCA BALA... (destaques nossos) Também a testemunha RICARDO CAMPOS SANTOS, funcionário da HOYA que fazia as entregas de valores a mando de ÁLVARO NOVIS ou EDIMAR MOREIRA DANTAS, confirmou em depoimento ao Ministério Público Federal essa dinâmica de recolhimentos de valores da pela TRANS EXPERT e 13/122

14 distribuição regular e que se protraiu no tempo a diversas pessoas indicadas pelos Fls 16 primeiros, inclusive a CARLOS MIRANDA e CARLOS BEZERRA, operadores financeiros de SÉRGIO CABRAL:... Que trabalha na HOYA desde 1991, teve apenas um ano de afastamento entre 2001 e 2002; Que exerce a função de liquidante de câmbio turismo; Que fazia entrega de dinheiro em espécie a algumas pessoas a mando de EDIMAR ou de ALVARO NOVIS; Que a transportadora TRANSEXPERT entregava dinheiro na sede da HOYA e depois o declarante entregava parte para algumas pessoas indicadas por NOVIS ou EDIMAR; Que Márcio comentava que o dinheiro entregue era da ; Que entregou valores pessoalmente a CARLOS MIRANDA em uma sala na Avenida Rio Branco, nº 123, em sala que não se recorda o número; Que nesse prédio era necessária a identificação para o acesso; Que já entregou dinheiro para pessoa de nome Dr. Fabricio, na Rua México, nº 164, sala 57; Que já entregou dinheiro a CARLOS BEZERRA, nesse mesmo endereço, na presença de Dr. Fabrício... 4 DOS PAGAMENTOS AO EX-PRESIDENTE DO DETRO/RJ ROGÉRIO ONOFRE DE OLIVEIRA Conforme narrado pelo colaborador ALVARO NOVIS, em seu anexo 9 (fls. 706/715 da PET nº /DF), os recursos oriundos do caixa da também custearam pagamentos de propina para o então Presidente do DETRO/RJ, DE OLIVEIRA, em montante que atingiu a impressionante quantia de R$ ,00, no período de 2010 a Os recursos pagos a eram contabilizados em contas de nomes LAGOA e MAMALUCO. Os colaboradores também utilizavam o codinome MALUCO para se referir a. Conforme narrado pelo colaborador EDIMAR DANTAS (fls. 779/780, da PET nº /DF), as quantias eram entregues a pessoa de nome CLÁUDIO FREITAS, no escritório da corretora de valores PLANNER, por vezes através da transportadora TRANS-EXPERT ou pelos office boys da 14/122

15 HOYA, de nomes RICARDO CAMPOS SANTOS, CARLOS ALBERTO VITAL DA Fls 17 SILVA e ROBSON TEIXEIRA DE CASTRO. Ouvido nesta Procuradoria da República, o office boy da HOYA, RICARDO CAMPOS SANTOS, funcionário dos colaboradores ALVARO NOVIS e EDIMAR DANTAS, confirmou que realizou diversas entregas de dinheiro em espécie a pessoa de nome CLÁUDIO FREITAS, nos mesmos endereços indicados pelos colaboradores (doc. junto):... Que já entregou dinheiro para Cláudio Freitas em sala da Planner, na Avenida Rio Branco nº 123; Que nesse prédio havia necessidade de cadastro do visitante; Que acredita que Claudio Freitas era exfuncionário da Planner, pois usava uma sala para receber dinheiro do declarante; Que antes entregava dinheiro em mãos para Claudio Freitas em sala na Rua Rodrigo Silva, nº 26, 19º andar, onde era exigida identificação; Que Claudio Freitas aguardava no corredor e entrava com o declarante numa sala de reunião... Outro office boy da HOYA, CARLOS ALBERTO VITAL DA SILVA, confirmou que também entregava dinheiro a CLÁUDIO FREITAS (doc. junto): ( ) QUE o depoente já ter feito entregas de dinheiro em espécie para pessoa de nome CLÁUDIO FREITAS na Av. Rio Branco nº 123, 9º Andar; que o depoente também já entregou dinheiro em espécie para CLÁUDIO FREITAS na Rua Rodrigo Silva nº 26 e no Assembleia, nº 10, em uma sala; que essa sala não era na ; que na Rodrigo Silva entregava na CORRETORA PLANNER; que depois a PLANNER se mudou para a Rio Branco nº 123; ( ) Em pesquisas nas fontes abertas e nos bancos de dados disponíveis nesta Procuradoria da República, a pessoa de nome Cláudio Freitas, indicada pelos office boys da HOYA, RICARDO CAMPOS SANTOS e CARLOS ALBERTO VITAL DA SILVA, foi identificada como CLÁUDIO SÁ GARCIA DE FREITAS (CPF 15/122

16 em anexo: ), o qual foi reconhecido por ambos na foto apresentada, conforme termo Fls 18 Ainda, como apontado no Relatório nº 3079/2017, da Assessoria de Pesquisa e Análise desta Procuradoria, CLÁUDIO SÁ GARCIA DE FREITAS possui endereço registrado no Ministério da Fazenda justamente na Avenida Rio Branco nº 123, 9º andar, local onde funciona a corretora de valores Planner, no qual os office boys confirmaram ter realizado diversas entregas de dinheiro em espécie, pessoalmente, sempre a ele. Na mesma linha, foi encontrado nos cadastros do investigado o endereço Rua Rodrigo Silva, 26, 19º Andar, Centro, também apontado pelos entregadores como local onde ele recebia dinheiro em espécie. Em pesquisas nos s de CARLOS MIRANDA, conhecido integrante da organização criminosa e braço direito de SÉRGIO CABRAL, foi localizada mensagem em que CLÁUDIO FREITAS foi um dos interlocutores, por meio do endereço de alcsgf : 16/122

17 Fls 19 Além disso, em oitiva complementar realizada nesta Procuradoria da República, o colaborador EDIMAR DANTAS confirmou a sistemática de entrega de valores para, bem como as contas que contabilizavam esses pagamentos:... Que nunca conheceu, mas pode dizer que soube que a conta LAGOA, posteriormente denominada MALUCO ou MAMALUCO era de ; que soube por ÁLVARO que um dia, muito tempo depois, contou para o depoente que MALUCO era ; que nos últimos tempos, ROGÉRIO ONOFRE recebia apenas por pessoa de nome CLÁUDIO FREITAS; que nunca tratou pessoalmente com CLÁUDIO FREITAS, apenas falando com ele umas poucas vezes pelo telefone; que sabe dizer que CLÁUDIO FREITAS tinha escritório na empresa PLANNER na Rodrigo Silva inicialmente, depois na Rio Branco 123 e, finalmente na Assembleia 10, este último apenas uma sala usada por CLÁUDIO... (destaques nossos) As entregas eram ajustadas por telefone: CLAÚDIO FREITAS fazia ligações do telefone fixo da PLANNER ( ) ou de seu celular (21 ) 17/122

18 para o telefone fixo da HOYA ( ), como narrado às fls. 779/780, da PET nº Fls /DF. No período de 2010 a janeiro de 2013, os valores pagos a ROGÉRIO ONOFRE foram registrados inicialmente sob o codinome LAGOA, conforme planilha a seguir colacionada, cujo arquivo consta em pendrive entregue pelo colaborador ALVARO NOVIS: - CODINOME LAGOA : CONTA ORIGEM PLANILHA DESTINATÁRIO DATA VALOR 20/07/2010 R$ ,00 25/07/2010 R$ ,00 13/08/2010 R$ ,00 15/08/2010 R$ ,00 20/08/2010 R$ ,00 13/09/2010 R$ ,00 15/09/2010 R$ ,00 20/09/2010 R$ ,00 13/10/2010 R$ ,00 15/10/2010 R$ ,00 20/10/2010 R$ ,00 13/11/2010 R$ ,00 15/11/2010 R$ ,00 20/11/2010 R$ ,00 07/12/2010 R$ ,00 09/12/2010 R$ ,00 14/12/2010 R$ ,00 16/12/2010 R$ ,00 21/12/2010 R$ ,00 28/12/2010 R$ ,00 13/01/2011 R$ ,00 20/01/2011 R$ ,00 25/01/2011 R$ ,00 15/02/2011 R$ ,00 23/02/2011 R$ ,00 25/02/2011 R$ ,00 14/03/2011 R$ ,00 14/03/2011 R$ ,00 25/03/2011 R$ ,00 14/04/2011 R$ ,00 DESCRIÇÃO 18/122

19 Fls 21 14/04/2011 R$ ,00 29/07/2011 R$ ,00 OBS: até dez p/ Marcelo 03/08/2011 R$ ,00 OBS: até dez p/ Marcelo ref julho 05/08/2011 R$ ,00 OBS: até dez p/ Marcelo ref julho OBS: até dez p/ Marcelo ref a C 11/08/2011 R$ ,00 agosto OBS: até dez p/ Marcelo ref a 18/08/2011 R$ ,00 agosto OBS: até dez p/ Marcelo ref a 25/08/2011 R$ ,00 agosto 15/09/2011 R$ ,00 20/09/2011 R$ ,00 27/09/2011 R$ ,00 11/10/2011 R$ ,00 20/10/2011 R$ ,00 27/10/2011 R$ ,00 08/11/2011 R$ ,00 15/11/2011 R$ ,00 22/11/2011 R$ ,00 Obs: passou a ser em 15/12/2011 R$ ,00 dezembro 29/12/2011 R$ ,00 05/01/2012 R$ ,00 obs: ref a dezembro 12/01/2012 R$ ,00 obs: ref a dezembro 25/01/2012 R$ ,00 obs: ref a janeiro 01/02/2012 R$ ,00 obs: ref a janeiro 08/02/2012 R$ ,00 obs: ref a janeiro 15/02/2012 R$ ,00 obs: ref a fevereiro, 01 x 10 15/03/2012 R$ ,00 obs: ref a março, 02 x 10 15/04/2012 R$ ,00 obs: ref a abril, 03 x 10 15/05/2012 R$ ,00 obs: ref a maio, 04 x 10 15/06/2012 R$ ,00 obs: ref a maio, 05 x 10 15/07/2012 R$ ,00 obs: ref a junho, 06 x 10 15/08/2012 R$ ,00 obs: ref a junho, 07 x 10 15/09/2012 R$ ,00 Obs: ref a junho, 08 x 10 Obs: ref a junho, 08 x 10 - JC 15/10/2012 R$ ,00 disse a última é 15/11 15/11/2012 R$ ,00 Obs: última 2013 TOTAL R$ ,00 19/122

20 Fls 22 A partir de março de 2013 até 2014, os pagamentos realizados foram registrados sob o codinome MAMALUCO, conforme planilha colacionada a seguir, cujo arquivo consta em pendrive entregue pelo colaborador ALVARO NOVIS: - PRESIDENTE DO DETRO : MAMALUCO CONTA ORIGEM ORDEM CONTA DESTINATÁRIA ROGERIO ONOFRE: DATA VALOR / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 07/03/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 14/03/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 22/03/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 28/03/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 10/04/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 18/04/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 25/04/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 21/05/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 28/05/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 21/06/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 01/07/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 19/07/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 24/07/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 26/08/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 29/08/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 17/09/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 27/09/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 15/10/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 25/10/2013 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO 19/12/2013 R$500.00,00 DESCRIÇÃO dez/13 ref 23/12 20/122

21 Fls 23 ROGERIO ONOFRE: / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 02/01/2014 R$500.00,00 Ref 30/12 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 02/01/2014 R$500.00,00 Ref 27/12/2013 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 08/01/2014 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 08/01/2014 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 17/01/2014 R$500.00,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 27/02/2014 R$ ,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 28/04/2014 R$ ,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 18/03/2014 R$ ,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 02/07/2014 R$500.00,00 Ref 30/05/2014 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 02/07/2014 R$ ,00 Ref 30/04/2014 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 29/07/2014 R$ ,00 Ref 30/06/2014 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 12/08/2014 R$ ,00 Ref 30/07/2014 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 01/09/2014 R$ ,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO ROGERIO ONOFRE: 01/10/2014 R$ ,00 / SABI J.C. LAVOURAS MAMALUCO 26/11/2014 R$ ,00 Total Ref 28/02/2014 Ref 30/09/2014 R$ ,00 Conforme detalhado em capítulo adiante, a partir de 2015 os pagamentos a passaram a ser realizados diretamente por MARCELO TRAÇA GONÇALVES, e eram contabilizados nas suas contas de codinomes RIOMAR e RIOMAR II, com posterior abatimento das contribuições semanais que suas empresas RIO ITA e FAGUNDES deveriam recolher para o caixa da. As datas e valores dos pagamentos feitos no período de outubro de 2015 a fevereiro de 2016 estão detalhados na planilha colacionada a seguir, cujo arquivo consta em pendrive entregue pelo colaborador ALVARO NOVIS: 21/122

22 Fls 24 MARCELO - RIO ITA - RIOMAR E RIOMAR II ACERTO POR CONTA ORIGEM DIFERENÇA DESTINATÁRIO MAMALUCO - ROGÉRIO DATA VALOR DESCRIÇÃO RIOMAR MARCELO ONOFRE MAMALUCO - ROGÉRIO 08/10/2015 R$ ,00 RIOMAR II MARCELO ONOFRE MAMALUCO - ROGÉRIO 09/12/2015 R$ ,00 ref Nov RIOMAR II MARCELO ONOFRE MAMALUCO - ROGÉRIO 09/12/2015 R$ ,00 Ref Out RIOMAR II MARCELO ONOFRE MAMALUCO - ROGÉRIO 04/01/2016 R$ ,00 Ref 30/12 RIOMAR II MARCELO ONOFRE MAMALUCO - ROGÉRIO 29/01/2016 R$ ,00 Ref jan RIOMAR II MARCELO ONOFRE 29/02/2016 R$ ,00 Total R$ ,00 Sobre esses pagamentos realizados diretamente por MARCELO TRAÇA GONÇALVES a, o colaborador EDIMAR DANTAS esclareceu, em oitiva complementar realizada nesta Procuradoria da República, como era feito o registro contábil e a compensação com o caixa da :... QUE em determinado momento MARCELO passou a efetuar os pagamentos devidos pela para ; QUE esses pagamentos eram feitos de forma independente por MARCELO TRAÇA que apenas recolhia à F/NETUNO a diferença; QUE o dinheiro em espécie era pago diretamente por MARCELO a ROGÉRIO; que contabilmente o depoente registrava o somatório dos valores pagos por MARCELO a ROGÉRIO e à (F/NETUNO) como crédito de MARCELO para a F/NETUNO e da F/SABI para a MAMALUCO... A corroborar as informações acima, o relatório de pesquisa nº 3056/2017, da Assessoria de Pesquisa e Análise desta Procuradoria (anexo), confirmou que exerceu o cargo de presidente do DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES RODOVIÁRIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (DETRO/RJ), de 01/01/2007 a 03/04/2014. Além disso, o relatório aponta que foi identificado, na agenda telefônica de HUDSON BRAGA, ex-secretário de Obras do Governo de SÉRGIO 22/122

23 CABRAL, atualmente preso em decorrência da Operação Calicute, o contato de, com a indicação do número de celular (21) Fls 25 5, RIOPAR, RIO ÔNIBUS E O CAIXA 2 DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE PARA PAGAMENTO DE PROPINA A FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE PASSAGEIROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (CNPJ ) é entidade que congrega 10 sindicatos de empresas de ônibus responsáveis por transporte urbano, interurbano e de turismo e fretamento. Esses sindicatos, por sua vez, reúnem mais de 200 empresas de transporte por ônibus, que respondem por 81% do transporte público regular no Estado do Rio de Janeiro 1. Como sabido, a referida federação sindical representa os interesses das empresas de transporte de passageiros do Estado, sendo a entidade de interlocução com a sociedade civil e esferas governamentais a respeito dos serviços púbicos prestados nesse setor da economia. Os responsáveis pela gestão da, bem como por cada um dos sindicatos filiados, estão relacionados no quadro a seguir, disponível no próprio site da Federação 2, em destaque os nomes de alguns dos requeridos na presente medida cautelar, cuja atuação será detalhada a seguir: 1 Fonte: 2 Informação disponível em 23/122

24 Fls 26 24/122

25 Fls 27 Ainda de acordo com informações do site da própria Federação3, desde 1988 JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS exerce a presidência do Conselho de Administração da entidade. A partir de 2006, com a alteração na estrutura da, LÉLIS MARCOS TEIXEIRA assumiu o cargo de presidente-executivo: JACOB BARATA FILHO, por sua vez, é membro suplente do conselho de administração da e delegado da entidade na Confederação Nacional de Transportes, exercendo, ainda, o cargo de vice-presidente de Transporte Rodoviário de Passageiro daquela confederação4. Além disso, MARCELO TRAÇA GONÇALVES exerce a função de vice-presidente do conselho de administração da, colegiado que, como visto acima, é presidido por JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS. Com relação aos sindicatos patronais filiados à, LÉLIS MARCOS TEIXEIRA é, desde 1999, o Presidente Executivo do Sindicato das Fonte: 25/122

26 Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro RIO ÔNIBUS 5, mesma entidade na Fls 28 qual o empresário JOÃO AUGUSTO MORAIS MONTEIRO exerce a função de Presidente do Conselho Superior. Já o Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro SETRERJ é presidido por MARCELO TRAÇA GONÇALVES, que também é administrador da CONCESSIONÁRIA DO VLT CARIOCA S/A e suplente de LÉLIS MARCOS TEIXEIRA no Conselho Diretor da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos NTU, conforme informações consolidadas no Relatório de Pesquisa nº 3044/2017, da Assessoria de Pesquisa e Análise do MPF (em anexo): Além dessas entidades sindicais patronais, os requeridos exercem o controle da sociedade empresária RIOPAR PARTICIPAÇÕES SA (CNPJ ), a qual foi constituída em agosto de 2012 e opera a bilhetagem eletrônica de todos os transportes públicos no Estado do Rio de Janeiro (Bilhete Único e Rio Card) /122

27 Fls 29 Como demonstra a ATA anexa aos autos e a publicação no Diário Oficial do Estado, em 21/10/2014, quando em franca atividade os recolhimentos de propina por ÁLVARO NOVIS e CARLOS BEZERRA no âmbito da Orcrim capitaneada por SÉRGIO CABRAL, foram eleitos para o biênio seguinte para a presidência e para o Conselho de Administração da RIOPAR, respectivamente, JACOB BARATA FILHO, JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS, LÉLIS MARCOS TEIXEIRA e MARCELO TRAÇA GONÇALVES: 27/122

28 Fls 30 A referida ata ainda demonstra que os principais acionistas da RIOPAR PARTICIPAÇÕES S/A são justamente a e a OPUS CONSULTORIA ADMINISTRAÇÕES E PARTICIPAÇÕES LTDA, empresa administrada por LÉLIS MARCOS TEIXEIRA, sócio majoritário com 80% do capital social, sendo o quadro societário integrado por seus filhos e esposa, conforme informações da Receita Federal: 28/122

29 Fls 31 Consta ainda, em ata de Reunião do Conselho de Administração da RIOPAR PARTICIPAÇÕES S/A, realizada em 27/08/2015, publicada no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro em 26/10/2015 e arquivada na JUCERJA em 01/10/2015, a confirmação de que LÉLIS MARCOS TEIXEIRA, JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS e MARCELO TRAÇA GONÇALVES atuam como Conselheiros da Companhia, sob a presidência de JACOB BARATA FILHO, como trechos colacionados a seguir: 29/122

30 Além das funções de Diretor e membro do Conselho de Fls 32 Administração da RIOPAR PARTICIPAÇÕES S/A (CNPJ / ), LÉLIS MARCOS TEIXEIRA integra a diretoria da RIOCARD ADMINISTRADORA DE CARTÕES E BENEFÍCIOS S/A (CNPJ / ), da CONCESSIONÁRIA DO VLT CARIOCA S/A (CNPJ / ), em companhia de JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS e JACOB BARATA FILHO, bem como da RIOTER TERMINAIS RODOVIÁRIOS DE PASSAGEIROS LTDA ( / ), sociedades subsidiárias da primeira. Essa digressão acerca das diversas funções de comando exercidas pelos requeridos nas entidades representativas das empresas de transporte, bem como na administração de sociedades empresárias diretamente atuantes no sistema de bilhetagem eletrônica de todos os transportes públicos do Estado do Rio de Janeiro, permite contextualizar a forte ingerência de cada um deles na gestão do caixa 2 da, tanto em relação às contribuições quanto a respeito da sua distribuição para agentes públicos, como detalhado nos tópicos anteriores. A partir das revelações trazidas pelos colaboradores ÁLVARO NOVIS e EDIMAR DANTAS foi possível concluir que JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS, LÉLIS MARCOS TEIXEIRA, JACOB BARATA FILHO e MARCELO TRAÇA GONÇALVES contrataram os serviços dos colaboradores para fazer operar um gigantesco esquema de contabilidade e movimentação de recursos de forma paralela, à margem dos órgãos de controle, por meio do recolhimento semanal de valores em espécie nas garagens das empresas de ônibus. Esses valores eram custodiados informalmente nas sedes das transportadoras de valores e posteriormente distribuídos a diversos agentes públicos, de acordo com os interesses das empresas filiadas. As planilhas apresentadas pelos colaboradores demonstram, inclusive, que o capital custodiado recebia uma espécie de 30/122

31 remuneração ao longo do tempo, circunstância que denota a sofisticação e estabilidade do esquema, cuja operação se assemelha a uma instituição financeira clandestina. Fls DOS VALORES MOVIMENTADOS POR JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS: Conforme Pesquisa da Assessoria de Pesquisa e Análise desta Procuradoria (ASSPA), a COMPANHIA FLORES trata-se da EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA, CNPJ / , com sede declarada na AVENIDA AUTOMÓVEL CLUBE 990, CENTRO SÃO JOÃO DE MERITI, Telefone: (021) , tendo como um de seus sócios administradores JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS, CPF:, que declara como endereço o mesmo da referida empresa: Ainda consoante as pesquisas da ASSPA, JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS é sócio de mais treze empresas ligadas ao ramo de transporte: 31/122

32 Fls 34 Pois bem, em seu Anexo 1.1, ratificado em suas declarações prestadas à PGR, o Colaborador ÁLVARO NOVIS revela que JOSÉ CARLOS LAVOURAS indicava todos os pagamentos de propina a políticos pela, inclusive pelo telefone fixo da Federação ( ) e o fixo da HOYA ( ), com a ajuda de sua secretária na Federação, REGINA (após identificada como REGINA DE FÁTIMA PINTO ANTONIO). Além disso, também tinha uma conta pessoal administrada pelo referido doleiro, que nas Planilhas da contabilidade paralela recebia o nome de PJCAL, que recebia aportes da conta caixa 2 da já referida, de codinome F/SABI. Esclareceu ainda que a secretária de LAVOURAS na VIAÇÃO FLORES, ENI DA SILVA GULINELI (tel da empresa: eni2001, também tratava de pagamentos pelo caixa da propina com EDIMAR MOREIRA DANTAS, funcionário do Colaborador, pelo telefone da HOYA ( ), para ajuste das contas das planilhas e batimento de débito e crédito. Além da conta paralela PJCAL, JOSÉ CARLOS LAVOURAS movimentava valores recebidos da da conta sob o codinome JC, além de 32/122

33 outra de codinome ENI/REGINA, suas secretárias, totalizando R$ ,00 entre os Fls 35 anos de 2010 e 2015: Então, por exemplo, à planilha a seguir, onde consta um aporte de R$ ,00 em 30/10/2015, corresponde o débito na conta F/SABI na mesma data (fls. 49, Pet STJ): Além dessas contas, JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS tinha outra paralela, da VIAÇÃO FLORES, sob o codinome F/VERA, utilizada para o caixa dois dessa empresa, conforme as planilhas entregues pelo Colaborador ÁLVARO NOVIS, que constam às fls. 112/124 da Petição /STJ). O exemplo a seguir demonstra o aporte de 33/122

34 R$ ,00 em 02/12/2014, ao qual corresponde o respectivo débito no mesmo dia na Fls 36 conta paralela da administrada pelo referido doleiro: Em suas declarações prestadas perante a PGR, ÁLVARO NOVIS confirmou os termos de seu Anexo:... Que a partir de 1990/1991 a, a mando de JOSÉ CARLOS LAVOURA, passou a utilizar os serviços do Colaborador para efetuar custódia e pagamento de vantagens indevidas a políticos; que o Colaborador sabia que os pagamentos feitos pela eram realizados para garantir benefícios relacionados a linhas de ônibus, tarifas, etc; Que a é dividida em 6 sindicatos; Que as empresas de ônibus entregavam o dinheiro em espécie em transportadoras de valores; Que a entrega dos valores inicialmente era feita para a TRANSEGUR; Que a TRANSEGUR foi adquirida pela PROSEGUR; Que havia outra transportadora de valores chamada TRANSEXPERT que era utilizada para custódia de valores; Que as empresas de ônibus possuíam 'contas' nas transportadoras de valores para custódia dos recursos arrecadados com passagens; Que o Colaborador abriu 'contas' nas referidas transportadoras também para poder movimentar os valores das empresas de ônibus; Que tais 'contas' eram meramente informais; Que os valores eram transferidos das 'contas' das empresas para a 'conta' do colaborador e a partir daí eram feitos os pagamentos aos beneficiários finais; Que o colaborador possuía contrato formal com ambas as transportadoras; Que as ordens para pagamento a políticos 34/122

35 eram dadas única e exclusivamente por JOSÉ CARLOS LAVOURA; Que desde 1990/1991 até 2016 as ordens sempre foram emitidas por LAVOURA; Que os pagamentos pararam de ser realizados em razão da operação Xepa da Força Tarefa da Lava Jato; Que as ordens eram transmitidas por meio de bilhetes; Que os bilhetes eram entregues por REGINA, secretária de LAVOURA, para MARCIO ou EDIMAR, funcionários do Colaborador; Que MARCIO ou EDIMAR também, por vezes, iam ao escritório de LAVOURA para obter informações acerca das ordens de pagamentos; Que o controle de pagamentos e recebimentos era feito pelo colaborador por meio de planilha que ora entrega; Que eram utilizados codinomes nas planilhas que eram, geralmente, escolhidos pelos colaboradores; Que destruiu grande parte do material onde eram guardadas as planilhas de pagamentos; Que alguns registros foram guardados; Que LAVOURA era sócio da empresa FLORES; Que LAVOURA era sócio também de outras empresas que não sabe dizer; Que o codinome da empresa FLORES na planilha era F/VERA; Que o dinheiro das empresas era transferido para as 'contas' centralizadoras, cujos codinomes eram F/SABI e F/NETUNO, para posterior pagamento aos políticos; Que a pessoa responsável pelo controle de pagamentos era o Colaborador EDIMAR; Que entrega como prova de corroboração das suas alegações planilhas que foram impressas antes da Operação Xepa e que possuía guardados, bem como arquivos digitais contemporâneos aos fatos (2010 a 2016), que estavam armazenados em pen drive criptografado. (destaques nossos) Fls 37 Por sua vez, EDIMAR MOREIRA DANTAS, funcionário da HOYA a quem cabia o controle de planilhas e pagamentos em relação às contas espúrias da, confirmou os fatos trazidos pelo Colaborador, acrescentando outros dados importantes:... QUE o declarante, além das atividades desenvolvidas na Corretora, também fazia o controle de planilhas e pagamentos em relação às contas que possuía nas transportadoras TRANSEXPERT (Odebrecth / Fetranspor), TRANSNACIONAL (Odebrecht) e PROSSEGUR (Fetranspor); QUE em relação a JOSÉ CARLOS LAVOURAS, o conhece como Presidente da, e sócio da empresa Viação Flores; QUE JOSÉ CARLOS é amigo de ALVARO desde a década de 90, e era cliente de ALVARO na empresa; Que no início, o dinheiro era recolhido nas empresas de ônibus filiadas a pela TRANSEGUR (hoje Prosegur) e custodiado na sede da TRANSEGUR e 35/122

36 depois da TRANSEXPERT; QUE as empresas que efetuavam pagamentos a T eram TINGUA, TRELL, RIO D OURO, FÁBIOS, VERA CRUZ, EVANIL, ACARI, MAUA E ABC, FAGUNDES, RIO ITA, PENDOTIBA, AMÉRICA, RUBANIL, MADUREIRA CANDELARIA, GLÓRIA, PONTES, FLORES, SANTO ANTÔNIO, REAL, MASTER, SALUNSTRANS, PONTE COBERTA, REDENTOR, FUTURO; Que a participação dessas empresas não era uniforme, que o período exatamente pode ser verificado nas planilhas entregue no pen drive; Que o dinheiro custodiado era utilizado para fazer pagamentos às pessoas, nos valores, dias e nos endereços indicados por JOSÉ CARLOS LAVOURAS; Que os pagamentos eram feitos pela transportadora TRANS EXPERT e PROSEGUR e os offices boys do declarante RICARDO CAMPOS SANTOS e CARLOS ALBERTO VITAL DA SILVA, que ainda trabalham com o declarante, além de ROBSON TEIXEIRA DE CASTRO, que não mais trabalha na HOYA; Que JOSE CARLOS LAVOURAS era quem dava as ordens para os pagamentos diretamente para o ALVARO NOVIS, depois para o MARCIO JOSÉ FREIRE DO AMARAL, e, com a saída deste (ficou doente), para o declarante, através de bilhete em papel, ou pessoalmente; QUE as ordens de pagamento eram passadas também por um cronograma repassado por JOSE CARLOS mensalmente, em reunião que ocorria na ; Que JOSÉ CARLOS tinha uma secretaria na VIAÇÃO FLORES, ENI GULINELLI, telefone é , que recebia valores, mas não sabe o destinatário final; QUE EDIMAR se encontrava com ENI para fazer controle de planilhas; Que ENI possuía um relatório retirado do sistema, para ser confrontado com a planilha do depoente; QUE se falavam do fixo da VIAÇÃO FLORES para o fixo da HOYA ; Que JOSÉ CARLOS possuía uma secretária na, a dona REGINA, que REGINA também recebia valores para JOSÉ CARLOS; Que REGINA costumava entregar os bilhetes para MÁRCIO AMARAL; QUE não havia controle de planilha com REGINA; Que JOSÉ CARLOS também ligava do telefone fixo da, , para o telefone fixo da HOYA ; Que após receber as ordens de JOSÉ CARLOS, o colaborador passava os valores com datas e endereços para a transportadora TRANSEXPERT de valores, que efetuava os pagamentos;... Que o controle dos valores se dava por meio de planilhas, de acordo com a entrada e saída de valores da conta beneficiária; Que os lançamentos eram feitos pelo colaborador EDIMAR; Que a primeira coluna refere-se à data em que os recursos foram debitados ou creditados; Que a segunda coluna refere-se ao valor debitado; Que a terceira coluna refere-se ao valor que foi creditado pela ; Que a quarta coluna refere-se ao saldo que possui com o Colaborador; Que a quinta coluna ( D/C ) diz respeito ao status do Fls 38 36/122

37 saldo se positivo ( CR ) ou negativo ( DB ); Que a sexta coluna ( Histórico ) servia para que os operadores colocassem alguma observação a respeito da transação; Que JOSÉ CARLOS LAVOURAS possuía valores constante na planilha sob o codinome PJCAL;... Que a possuía duas contas, uma sob o codinome F/SABI e a outra F/NETUNO (a primeira para débito e a segunda para crédito); Que alguns endereços de entrega constam nas planilhas de controle de entregas de valores do ano de 2010 a 2016, outros não porque foram feitos pelo esquema dos bilhetes antes citado; Que as planilhas apresentadas foram produzidas na época em que os pagamentos eram feitos, para registro contábil desses pagamentos; Que essas planilhas foram produzidas em um sistema idealizado para contabilizar essas operações de débito e crédito; que esse sistema foi destruído após a operação Xepa; que os dados localizados constam de um pen drive que foi preservado, com ordem e ok de pagamentos realizados de 2010 a 2016; Que a planilha F/VERA é referente à VIAÇÃO FLORES, empresa de Viação da qual JOSÉ CARLOS é sócio. (destaques nossos) Fls 39 Ouvido perante a Procuradoria da República no Rio de Janeiro, EDIMAR MOREIRA DANTAS explicou detalhadamente como era feito o recolhimento semanal das empresas de ônibus que formavam o grupo da que abastecia a conta NETUNO com o dinheiro de caixa dois, cujo saldo, após o pagamento de despesas operacionais, era transportado para a conta F/SABI, de onde eram feitas as retiradas para pagamentos de propina a vários agentes públicos:... que as transportadoras recolhiam semanalmente nas empresas de ônibus;... que a planilha era mensal, mas os recolhimentos eram semanais; que o dinheiro em espécie ficava custodiado nas transportadoras sob a gerência de ÁLVARO NOVIS; QUE ÁLVARO tinha um conta ou controle F/NETUNO que contabilizava os valores recolhidos nas garagens das empresas; que no final do mês, havendo saldo na conta F/NETUNO, após os pagamentos regulares que saiam dela, os valores eram transferidos para a conta F/SABI; que ambas as contas eram geridas por ÁLVARO NOVIS; que NOVIS mantinha os valores contabilizados nessas contas ou controles nas transportadoras... Então, por exemplo, no arquivo EMPRESAS JANEIRO 2016, feito por EDIMAR para controle da contabilidade paralela administrada por ÁLVARO NOVIS, 37/122

38 consta a planilha a seguir, de onde se constatam as empresas que participavam do esquema Fls 40 da de recolhimento de dinheiro de caixa dois para pagamento de propinas, sendo certo que dos R$ ,00 arrecadados no mês de janeiro de 2016, contabilizados na conta NETUNO, foram debitadas despesas operacionais cujo saldo de R$ ,00 foram transferidos para a conta F/SABI: Em depoimento prestado à Procuradoria da República no Rio de Janeiro (anexo), a testemunha RICARDO CAMPOS SANTOS confirmou as informações dadas por ÁLVARO NOVIS e EDIMAR MOREIRA DANTAS, admitindo que entregava o dinheiro administrado pelo doleiro a pessoas indicadas pelos primeiros, e também para os próprios empresários de ônibus que contribuíam para a caixinha semanal. Com efeito, disse que entregava dinheiro tanto na, para a secretária de LAVOURAS de nome REGINA, como na VIAÇÃO FLORES, para a secretária do mesmo empresário, de nome ENI. Disse ainda que entregava valores na e na RIO ÔNIBUS, cujas sedes passaram a ser no mesmo endereço (Rua da Assembléia, 10), para CARLOS ALVES, ENEAS e OTACÍLIO:... Que a transportadora TRANSEXPERT entregava dinheiro na sede da HOYA e depois o declarante entregava parte para algumas pessoas indicadas por NOVIS ou EDIMAR; Que Márcio 38/122

39 comentava que o dinheiro entregue era da ; Que sabia que LAVOURAS, LÉLIS, ENEAS, MONTEIRO, OTACÍLIO, MARCELO eram relacionados à ; Que entregava o dinheiro para LAVOURAS à secretária Regina, na sede da, na Rua da Assembleia 10; Que também já entregou dinheiro na sede da Viação Flores, para a pessoa de nome Eni, que reconhece na foto abaixo; Que já entregou e recolheu dinheiro de CARLOS ALVES, da, de quem também já recolheu documentos; Que já entregou dinheiro para ENEAS e OTACÍLIO, na sede da, na Rua da Assembleia, nº 10, e também na Rua 7 de setembro, nº 55, prédio que exigia identificação dos visitantes para acesso; que o depoente se lembra de ter entregue dinheiro em espécie na Rio Branco 156/Sala 1804 uma ou duas vezes, mas o depoente não se lembra do nome da pessoa; que o depoente - há muito tempo atrás - entregou dinheiro na Mal Câmara, nº 271 ou 350, onde era o sindicato das empresas de ônibus; que nesse endereço o depoente deve ter entregue dinheiro umas duas vezes; que, posteriormente o sindicato das empresas, já com o nome de Rio Ônibus se mudou para a Rua da Assembleia 10, onde então o depoente entregou dinheiro várias vezes, talvez uma vez por mês durante mais de cinco anos, até cerca de dois anos atrás; que, na verdade, as últimas vezes, chegou a entregar na Sete de Setembro nº 55 para o ÉNEAS e OTACÍLIO; que ENÉAS e OTACÍLIO sempre estavam juntos para receber o dinheiro; Que reconhece todas as pessoas nas fotos em anexo, com os nomes indicados... Fls 41 Pesquisas em fontes abertas e no sistema RADAR identificaram: REGINA como sendo REGINA DE FATIMA PINTO ANTONIO e ENI como sendo ENI DA SILVA GULINELI (CPF ), secretárias de JOSÉ CARLOS LAVOURAS respectivamente na e na VIAÇÃO FLORES: 39/122

40 (CPF ENEAS como sendo ENEAS DA SILVA BUENO ), diretor financeiro do RIO ÔNIBUS: Fls 42 MONTEIRO (CPF OTACILIO como sendo OCTACÍLIO DE ALMEIDA ), vice-presidente do RIO ÔNIBUS: (CPF CARLOS ALVES como sendo CARLOS ROBERTO ALVES ), gerente financeiro da : Todos foram reconhecidos por fotografias durante o depoimento de RICARDO CAMPOS SANTOS e de CARLOS ALBERTO VITAL DA SILVA. 5.2 DOS VALORES MOVIMENTADOS POR JACOB BARATA FILHO JACOB BARATA FILHO, filho de Jacob Barata, é conhecido na praça do Rio de Janeiro como o Rei do Ônibus, epígrafe que herdou de seu pai. Essa alcunha deriva do fato de JACOB BARATA FILHO ser um dos maiores empresários de ônibus do Rio e do Brasil, integrando o quadro societário de mais 40/122

41 de 25 empresas do ramo dos transportes em um universo de mais de sessenta empresas de Fls 43 que integra o quadro societário, como se infere do Relatório ASSPA nº 2935/2017 em anexo. Da mesma forma, outra não é a epígrafe a mídia empresta a JACOB BARATA FILHO, como se vê, por exemplo, na matéria do jornal O Globo de 12/02/2016 e extraído do sítio da internet em 12/06/2017: Na verdade, sua fama deriva do poder e influência que exerce no setor de transportes do Rio, sobretudo através da, entidade sindical que domina, juntamente a seus comparsas JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS e LÉLIS MARCOS 41/122

42 TEIXEIRA, conforme já detalhado no item 4 acima. O domínio exercido por JACOB Fls 44 BARATA FILHO também foi expressamente afirmado no depoimento do colaborador Jonas Lopes, ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio Janeiro. Essa ligação de JACOB BARATA FILHO com a é corroborada de forma independente por outro colaborador, no caso ÁLVARO NOVIS, que expressamente declara ter prestado serviços ao empresário, que se utilizou da FETRANPOR para pagar propinas a políticos. Vejamos o Termo de Colaboração nº 10 de Novis:... QUE, no tocante ao ANEXO 10 JACOB BARATA FILHO, declarou: Que confirma o teor das declarações constantes do anexo; Que os valores pagos por JACOB BARATA à eram destinados ao pagamento de vantagens indevidas a políticos; Que gostaria de retificar o termo constante no seu anexo para que conste JACOB BARATA FILHO em vez de CARLOS MIRANDA quando é mencionado o valor total de R$ ,00 destinado; Que gostaria de retificar o termo constante no seu anexo para que conste JOÃO MONTEIRO em vez de CARLOS MIRANDA quando é mencionado o valor total de R$ ,00 destinado; Que DONA FRANCISCA trabalha com JACOB BARATA FILHO há bastante tempo, pelo menos desde os anos 1990; Que DONA FRANCISCA repassava os valores internamente pela PROSEGUR ao colaborador internamente; Que JACOB BARATA FILHO utilizava a PROSEGUR para custódia e repasse de valores; Que MARCIO MIRANDA era funcionário da PROSEGUR, tendo atuado anteriormente na TRANSEGUR; Que MARCIO MIRANDA é investigado em inquérito que tramita na Polícia Federal. Esse controle institucional é também exercido por meio da expressiva contribuição com que JACOB BARATA FILHO alimenta o caixa 2 da. Assim é que, como se vê da planilha abaixo, fornecida pelo colaborador ÁLVARO NOVIS, em um período de pouco mais de um ano, entre 14/02/2013 e 19/05/2014, BARATA contribuiu com mais de DEZESSETE MILHÕES DE REAIS para esse caixa 2. Esse dinheiro serviu para irrigar as relações entre os donos do transporte coletivo no Rio de Janeiro nomeie-se JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS, JACOB BARATA 42/122

43 FILHO e LÉLIS MARCOS TEIXEIRA e o poder concedente do transporte público Fls 45 no Estado. A menção à pessoa de nome Chica na planilha em anexo, refere-se a FRANCISCA DA SILVA MEDEIROS, secretária de JACOB BARATA FILHO em sua empresa GUANABARA DIESEL, como reconheceu em depoimento em anexo, RICARDO CAMPOS SANTOS, empregado da Hoya (doc. Anexo): ( ) Que já entregou dinheiro no prédio da Guanabara Diesel, para a Francisca;( ) Que reconhece todas as pessoas nas fotos em anexo, com os nomes indicados ( ) 43/122

44 Fls 46 FRANCISCA, por sua vez, trabalha em empresas de JACOB BARATA FILHO desde, pelo menos, o ano de 2000, como se infere do seu arquivo da RAIS em anexo: FRANCISCA, como secretária de JACOB BARATA FILHO, era responsável pela gerência do seu caixa 2 junto ao grupo de ÁLVARO NOVIS. Nesse sentido as declarações do colaborador EDIMAR MOREIRA DANTAS, além do já citado depoimento do office boy RICARDO (doc. Anexo): ( ) QUE o depoente acredita que as empresas de JACOB BARATA FILHO também tinham valores custodiados na PROSEGUR; que assim acredita porque, muitas vezes, efetuava pagamentos para FRANCISCA através da compensação de valores que estavam custodiados na PROSEGUR; que essa compensação ou aporte de valores de uma conta para a outra se dava através de contato com MÁRCIO MIRANDA da PROSEGUR; QUE diversas vezes o depoente recebia uma ordem de JOSÉ CARLOS LAVOURAS para transferir um dinheiro para a FRANCISCA; que então o depoente dava uma ordem a MARCIO MIRANDA da PROSEGUR nesse 44/122

45 sentido; que, então MÁRCIO MIRANDA entregava o valor pedido para Francisca na GUANABARA DIESEL em espécie; que, reversamente, quando era para FRANCISCA remeter valores para a conta da, esta dava a ordem para MARCIO MIRANDA, que simplesmente creditava o valor à disposição da ; que FRANCISCA trabalhava na empresa GUANABARA DIESEL; (...) Fls 47 Os aportes para o caixa 2 da também vinham dos recolhimentos semanais promovidos pelos operadores na sede da viação PENDOTIBA, empresa da qual JACOB BARATA FILHO é diretor, conforme relatório anexo, elaborador pela Assessoria de Pesquisa e Análise do MPF. Além disso, os recursos aportados por JACOB BARATA FILHO também eram contabilizados em conta de codinome F/MONT, por meio da qual recebia retorno de créditos das contas do caixa da, em valores que totalizaram o montante de R$ ,00, no período de 2010 a Segundo narrado pelos colaboradores, esses recursos contabilizados na conta F/MONT eram entregues em espécie a JOÃO AUGUSTO MORAIS MONTEIRO, na sede da RODOVIÁRIA MATIAS, empresa da qual é sócio, junto com JACOB BARATA FILHO, como apontado no Relatório nº 3063/2017, elaborado pela assessoria de pesquisa e análise desta Procuradoria: 45/122

46 Fls 48 Além disso, como já consignado acima, JOÃO AUGUSTO MORAIS MONTEIRO é Presidente do Conselho Superior do RIO ÔNIBUS (Sindicato das empresas de ônibus da cidade do Rio de Janeiro), entidade da qual LÉLIS MARCOS TEIXEIRA é Presidente7. Conforme sintetizado nas tabelas de fls. 726/727, da PET nº /DF, constam nas planilhas entregues em pendrive pelos colaboradores as datas e valores de cada entrega a JOÃO AUGUSTO MORAIS MONTEIRO, com a referência às contas de origem vinculadas à, F/NETUNO e F/SABI : PLANILHA JOÃO MONTEIRO : CONTA ORIGEM PLANILHA DESTINATÁRIO DATA VALOR DESCRIÇÃO NETUNO/ JOÃO MONTEIRO 22/07/2010 NETUNO/ JOÃO MONTEIRO 22/07/2010 R$ ,00 03 X 08 R$ ,00 02 X 07 NETUNO/ JOÃO MONTEIRO 24/08/2010 R$ ,00 04 X /122

47 NETUNO/ JOÃO MONTEIRO 24/08/2010 R$ ,00 03 X 07 NETUNO/ JOÃO MONTEIRO 24/09/2010 R$ ,00 05 X 08 NETUNO/ JOÃO MONTEIRO 24/09/2010 R$ ,00 04 X 07 NETUNO/ JOÃO MONTEIRO 27/10/2010 NETUNO/ JOÃO MONTEIRO 27/10/2010 R$ ,00 NETUNO/ JOÃO MONTEIRO 27/11/2010 R$ ,00 NETUNO/ JOÃO MONTEIRO 27/11/2010 NETUNO/ JOÃO MONTEIRO 21/12/2010 R$ ,00 última NETUNO/ JOÃO MONTEIRO 21/12/2010 R$ ,00 última TOTAL Fls 49 R$ ,00 R$ ,00 R$ ,00 JOÃO MONTEIRO : F/MONT CONTA CONTA ORIGEM ORDEM DESTINATÁRIA JOÃO MONTEIRO: DATA VALOR DESCRIÇÃO Ref fechamento Jan / SABI J.C. LAVOURAS F/MONT JOÃO MONTEIRO: 06/02/2015 R$ ,00 / SABI J.C. LAVOURAS F/MONT JOÃO MONTEIRO: 11/03/2015 R$ ,00 / SABI J.C. LAVOURAS F/MONT JOÃO MONTEIRO: 14/04/2015 R$ ,00 / SABI J.C. LAVOURAS F/MONT JOÃO MONTEIRO: 19/05/2015 R$ ,00 / SABI J.C. LAVOURAS F/MONT JOÃO MONTEIRO: 03/07/2015 R$ ,00 / SABI J.C. LAVOURAS F/MONT JOÃO MONTEIRO: 16/07/2015 R$ ,00 / SABI J.C. LAVOURAS F/MONT JOÃO MONTEIRO: 11/09/2015 R$ ,00 Ref junho / SABI J.C. LAVOURAS F/MONT JOÃO MONTEIRO: 11/09/2015 R$ ,00 Ref agosto / SABI J.C. LAVOURAS F/MONT JOÃO MONTEIRO: 09/12/2015 R$ ,00 Ref setembro / SABI J.C. LAVOURAS F/MONT 09/12/2015 R$ ,00 Ref outubro Total R$ ,00 Maia Conforme narrado pelo colaborador EDIMAR DANTAS (fls. 774, da PET nº /DF): Que também houve pagamentos a JACOB BARATA FILHO, no nome de FRANCISCA, referente a valores da, nos anos de 2010 a janeiro de 2016, sob o codinome MONTEIRO; QUE MONTEIRO era JOÃO AUGUSTO MONTEIRO, e possuía uma conta sob o codinome F/MONT, referente a retorno de créditos da 47/122

48 conta, F/SABI; Que JOÃO MONTEIRO é sócio da empresa RODOVIÁRIA MATIAS, que utilizava o celular e o telefone da empresa, (Rodoviária Matias - Rua Dr. Bulhões, 766, Engenho de Dentro, Rio de Janeiro/RJ), e (RIO ÔNIBUS); Fls 50 Em oitiva complementar realizada nesta Procuradoria da República, o colaborador EDIMAR DANTAS confirmou as declarações anteriormente prestadas, bem como reconheceu a pessoa de JOÃO AUGUSTO MORAIS MONTEIRO na foto que lhe foi apresentada:... QUE o depoente, neste ato reconhece a pessoa de JOÃO AUGUSTO MORAES MONTEIRO em foto que consta do anexo; que o depoente diversas vezes recebia ordem de JOSÉ CARLOS para remeter valores para JOÃO MONTEIRO; QUE então o depoente passava contabilmente os valores da conta F/SABI para a conta F/MONTEIRO; que então ia repassando os valores em espécie paulatinamente para JOÃO MONTEIRO; que JOÃO MONTEIRO recebia na empresa RODOVIÁRIA MATHIAS e, posteriormente, na Rio Branco 156 ou na Rua Sete Setembro em número que acha ser o 55; que na RODOVIÁRIA MATHIAS o depoente geralmente entregava para JOÃO MONTEIRO pessoalmente ou eventualmente para pessoa de nome LEONEL; que nos dois outros endereços, o depoente entregava para OTACÍLIO e ENÉAS; que neste ato reconhece a pessoa de ENÉAS DA SILVA BUENO na foto em anexo; que nunca viu pessoalmente OTACÍLIO, apenas mandando um portador entregar os valores a ele; que o depoente esclarece que a ordem de pagamento era dado por JOSÉ CARLOS LAVOURAS ao depoente que apenas a cumpria após receber o de acordo de ÁLVARO NOVIS; QUE os valores da conta F/MONTEIRO eram sempre recebidos por ÉNEAS; OTACÍLIO ou o próprio JOÃO MONTEIRO; QUE o depoente esclarece ainda que sempre entregava os valores por portador, mas conheceu ENÉAS em ocasião na onde a ele foi apresentado por REGINA; QUE o depoente esclarece que quando dava a ordem para a PROSEGUR pagar a JOÃO MONTEIRO na Rodoviária Mathias, o depoente pessoalmente se deslocava para essa empresa para assinar o recebimento do valor porque JOÃO MONTEIRO não gostava de assinar a guia de entrega enquanto JOÃO MONTEIRO pegava os valores; que quando eram valores menores enviados pelos portadores do depoente, isso não acontecia... (destaques nossos) 48/122

49 O office boy da HOYA, RICARDO CAMPOS SANTOS, funcionário dos colaboradores ALVARO NOVIS e EDIMAR DANTAS, também confirmou que realizou diversas entregas de dinheiro em espécie, na sede da Rodoviária Matias, a JOÃO AUGUSTO MORAIS MONTEIRO, pessoa que reconheceu na foto que lhe foi apresentada: Que já entregou dinheiro em espécie na Rodoviária Matias, em mãos do MONTEIRO, pessoa que reconhece na foto abaixo.... Fls 51 Os colaboradores ainda detalharam os telefones e utilizados para contato com JOÃO AUGUSTO MORAIS MONTEIRO e ajuste das entregas dos valores em espécie 8. Parte dos recursos contabilizados na conta F/MONT também foram entregues para as pessoas indicadas pelos colaboradores como Dr. Eneas e Dr. Otacílio, os quais foram identificados, após pesquisas em fontes abertas e sistemas de dados desta Procuradoria, como sendo ENEAS DA SILVA BUENO 9 (CPF ), diretor financeiro do RIO ÔNIBUS e OCTACÍLIO DE ALMEIDA MONTEIRO 10 (CPF ), vice-presidente do RIO ÔNIBUS, cujas fotos foram reconhecidas pelos office boys da HOYA, Ricardo e Carlos, como já especificado em tópico acima. Segundo narrado pelos colaboradores, ENEAS DA SILVA BUENO e OCTACÍLIO DE ALMEIDA MONTEIRO receberam valores em três lugares distintos: numa sala na Avenida Rio Branco, 156, sala 1804, cujas entregas eram ajustadas pelo número , que estaria instalado na própria sala; numa sala na Rua Sete de 8 De acordo com os cadastros dos colaboradores, o utilizado por JOÃO AUGUSTO MORAIS MONTEIRO era jamonteiro@globo.com, o telefone celular era e o telefone da empresa Rodoviária Matias era Os colaboradores também utilizavam o telefone da /RIO ÔNIBUS para ajustar as entregas relativas à conta do empresário. 9 Relatório de Pesquisa nº 3081/2017, elaborado pela Assessoria de Pesquisa e Análise desta Procuradoria. 10 Relatório de Pesquisa nº 3082/2017, elaborado pela Assessoria de Pesquisa e Análise desta Procuradoria. 49/122

50 Setembro, nº ; bem como na sede da RIO ÔNIBUS, na Rua da Assembleia, nº 10, 39º andar. Fls 52 Corroborando as informações apresentadas, os dados cadastrais solicitados diretamente à operadora de telefonia, com base no art. 15, da Lei nº /2013, indicaram que o telefone , está registrado em nome de OCTACÍLIO DE ALMEIDA MONTEIRO (CPF ) e, de fato, consta como instalado na Avenida Rio Branco, 156, sala 1804, além de também já ter sido instalado na Rua Sete de Setembro, 55, outro endereço citado pelos entregadores de dinheiro: Diante desse contexto, conclui-se que JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS, LÉLIS MARCOS TEIXEIRA e JACOB BARATA FILHO através do seu braço institucional da controlam o setor de transportes do Rio de Janeiro, exercendo sua influência para além dos trâmites legais e legítimos, em negócios ilícitos em prejuízo do povo do Estado do Rio de Janeiro maior usuário dos serviços de transportes de suas empresas. Não bastassem esses elementos, há que se registrar que não só um, mas dois colaboradores, de forma independente e autônomas entre si em processos distintos apontaram a ligação de JACOB BARATA FILHO com a e 11 Conforme declarações do office boy, RICARDO CAMPOS SANTOS, já transcritas acima: Que já entregou dinheiro para ENEAS e OTACÍLIO, na sede da, na Rua da Assembleia, nº 10, e também na Rua 7 de setembro, nº 55, prédio que exigia identificação dos visitantes para acesso; 50/122

51 com o pagamento de propinas. São eles JONAS LOPES, ex-presidente do Tribunal de Fls 53 Contas do Estado do Rio de Janeiro, e ÁLVARO NOVIS, doleiro, dono da corretora HOYA e que, por muito tempo, prestou esse serviço de produção de dinheiro em espécie para a e promoveu as entregas que lhe comandavam. Isso demonstra o grau de influência ilícita que JACOB BARATA FILHO e seus comparsas braço da ORCRIM de SÉRGIO CABRAL nos transportes públicos exercem no setor, ainda atualmente, eis que as estruturas aqui narradas em nada foram modificadas desde o ano de 2016 permanecendo eles a frente da. 5.3 DOS VALORES MOVIMENTADOS POR LÉLIS MARCOS TEIXEIRA: Conforme detalhado acima, as importantes funções exercidas por LÉLIS MARCOS TEIXEIRA na cúpula das mais relevantes sociedades empresárias e entidades sindicais no ramo de transportes públicos no Estado do Rio de Janeiro, denotam a sua influência e poder político institucional no setor. Essa estreita relação de confiança existente entre o investigado, JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS e JACOB BARATA FILHO, bem como o seu poder de comando sobre a entidade sindical patronal, também se reflete nas negociações espúrias para o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos com poder de influência nos interesses das empresas de transportes, mediante custeio do grande caixa 2 da. O papel decisivo de LÉLIS MARCOS TEIXEIRA nas decisões quanto ao pagamento das vantagens indevidas restou nitidamente descrito na colaboração do ex-presidente do TCE/RJ, JONAS LOPES, o qual relatou que os pagamentos somente começaram a ser realizados após o aval do Presidente Executivo da, que entregava as quantias em espécie ao filho do colaborador, JONAS NETO, conforme trecho do termo de colaboração nº 5, detalhado abaixo, no item /122

52 Além disso, segundo esclarecido pelo colaborador EDIMAR Fls 54 DANTAS, nas ausências de JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS, LÉLIS MARCOS TEIXEIRA era avisado dos pagamentos realizados com recursos do caixa da. A evidenciar essa ingerência, consta no arquivo de nome PAGAMENTOS JC.xlsx, disponível no pendrive entregue pelo colaborador ÁLVARO NOVIS, a seguinte menção a LÉLIS MARCOS TEIXEIRA, com relação ao pagamento de R$ ,00, recebido por Fabricio, no dia 30/07/2015, em sala localizada em edifício da rua México (fls. 567 da pet , v.03): 30/jul fabricio ,00 net ok mexico 164 sala 57 /falar com lelis pago 200 dia 30/07 e 250 dia 31/07 Conforme elucidado pelo colaborador EDIMAR DANTAS a expressão falar com Lelis indica que o pagamento fora comunicado a LÉLIS MARCOS TEIXEIRA, na ausência de JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS, provavelmente porque viajando (fls. 767, da PET 11962, v.04): Os colaboradores ALVARO NOVIS e EDIMAR DANTAS também revelaram que LÉLIS MARCOS TEIXEIRA mantinha recursos em uma conta própria, de codinome ARARAS, sob a mesma sistemática de custódia e contabilidade paralela administrada pelos colaboradores, conforme planilha entregue fisicamente, acostada às fls. 376 da PET 11962: 52/122

53 Fls 55 Como destacado na referida planilha, no dia 10/06/2014, LÉLIS MARCOS TEIXEIRA repassou R$ ,00 (um milhão de reais) de sua conta ARARAS para a conta em nome da, F/SABI, a qual contabilizava os recursos a serem distribuídos a título de pagamentos de propina. De fato, na planilha referente à contabilidade paralela da conta F/SABI também consta o registro do crédito no valor de R$ ,00 em 10/06/2014, advindo da conta Araras (fls. 41 da PET 11962): 53/122

54 Fls 56 LÉLIS MARCOS TEIXEIRA também recebeu pagamentos em espécie advindos da conta da F/NETUNO, da, no período de 2011 a 2012, totalizando o montante de R$ ,00, consoante planilha abaixo, cujo arquivo conta em pendrive entregue pelo colaborador ALVARO NOVIS: PLANILHA LELIS : CONTA ORIGEM PLANILHA DESTINATÁRIO DATA VALOR NETUNO/ LELIS 25/01/2011 R$ ,00 NETUNO/ LELIS 26/01/2011 R$ ,00 NETUNO/ LELIS 24/02/2011 R$ ,00 LELIS 10/01/2012 R$ ,00 TOTAL R$ ,00 NETUNO/ DESCRIÇÃO JC/LELIS 54/122

55 Na planilha referente a JACOB BARATA FILHO, apresentada no Fls 57 anexo 10 do colaborador ÁLVARO NOVIS, também constam os seguintes pagamentos a LÉLIS MARCOS TEIXEIRA (fls. 720 e 721, da PET 11962, v.04): Tais pagamentos também estão registrados no arquivo de nome PAGAMENTOS JC.xlsx, disponível no pendrive entregue pelo colaborador, no qual constam pagamentos de R$ ,00 realizados a mando de JOSÉ CARLOS LAVOURAS para LÉLIS MARCOS TEIXEIRA, nos dias 29 de julho de 2010, 30 de agosto de 2010, para pessoa de nome Francisca, conforme planilha abaixo: 29 francisca ,00 ref. Lelis ok 30 francisca ,00 ref. Lelis ok Em oitiva complementar realizada nesta Procuradoria da República, o colaborador EDIMAR DANTAS confirmou as declarações anteriormente prestadas, bem como reconheceu que LÉLIS MARCOS TEIXEIRA possuía a conta de nome ARARAS, que abasteceu o caixa da e também tinha ingerência sobre as ordens de pagamentos a serem realizados, nas ausências de JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS: 55/122

56 Fls Que o depoente não conhece LÉLIS TEIXEIRA, mas sabe dizer que LÉLIS tinha uma conta na PROSEGUR de nome ARARAS; QUE o depoente não se recorda como as ordens para movimentar a conta de LÉLIS eram dadas, mas o depoente nunca tratou diretamente com LÉLIS; que o depoente pode dizer, contudo, que o funcionário RICARDO já entregou valores para LÉLIS e, acredita, mas não pode afirmar, que a ordem tenha vindo de ÁLVARO; QUE sobre a transferência de um milhão no dia 10/06/2014 da conta ARARAS para a conta SABI, pode dizer que recebeu a ordem de ÁLVARO, acreditando que quem tenha LÉLIS tenha dado essa ordem a ÁLVARO, através de MÁRCIO JOSÉ FREIRE DO AMARAL, ex-funcionário da HOYA que frequentava assiduamente a ; que MÁRCIO AMARAL está gravemente enfermo com câncer; que o declarante confirma que o pagamento feito a doutor FABRÍCIO em 30/07/2015 no valor de R$ ,00 na Rua México nº 164/Sala 57 foi comunicado a LÉLIS conforme observação na planilha de nome Pagamentos JC provavelmente porque LAVOURAS estava viajando; que os créditos vindos da conta NETUNO tendo LÉLIS como destinatário foram transferidos para a conta ARARAS conforme saldo constante no dia 1º/02/2013; O office boy da HOYA, RICARDO CAMPOS SANTOS, funcionário dos colaboradores ALVARO NOVIS e EDIMAR DANTAS, também confirmou que realizou diversas entregas de dinheiro em espécie na sede da RIO ÔNIBUS pessoalmente a LÉLIS MARCOS TEIXEIRA, quem reconheceu na foto que lhe foi apresentada:... Que sabia que LAVOURAS, LÉLIS, ENEAS, MONTEIRO, OTACÍLIO, MARCELO eram relacionados à ; ( ) Que já entregou dinheiro em espécie pessoalmente para LELIS MARCOS TEIXEIRA, na sala da Rio Ônibus, na Assembleia 10, por muitas vezes, em valores variados; ( ) que o depoente se lembra de ter entregue dinheiro em espécie na Rio Branco 156/Sala 1804 uma ou duas vezes, mas o depoente não se lembra do nome da pessoa; que o depoente - há muito tempo atrás - entregou dinheiro na Mal Câmara, nº 271 ou 350, onde era o sindicato das empresas de ônibus; que nesse endereço o depoente deve ter entregue dinheiro umas duas vezes; que, posteriormente o sindicato das empresas, já com o nome de Rio Ônibus se mudou para a Rua da Assembleia 10, onde então o depoente entregou dinheiro várias vezes, talvez uma vez por mês durante mais de cinco anos, até cerca de dois anos atrás; que, na verdade, as últimas vezes, 56/122

57 chegou a entregar na Sete de Setembro nº 55 para o ÉNEAS e OTACÍLIO; que para LÉLIS sempre entregou na Assembleia 10; Fls 59 Do mesmo modo, outro office boy da HOYA, CARLOS ALBERTO VITAL DA SILVA, funcionário dos colaboradores ALVARO NOVIS e EDIMAR DANTAS, confirmou que realizou algumas entregas de dinheiro em espécie na sede da RIO ÔNIBUS pessoalmente a LÉLIS MARCOS TEIXEIRA, quem reconheceu na foto que lhe foi apresentada:... QUE apresentada foto que consta do anexo, o depoente pode dizer que já entregou dinheiro para LÉLIS MARCOS TEIXEIRA na Rua da Assembleia 10, 39º Andar Rio Ônibus; que entregou poucas vezes dinheiro em espécie a LÉLIS; Por fim, a movimentação de grandes quantidades de dinheiro em espécie por meio do Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro RIO ÔNIBUS, entidade presidida por LÉLIS MARCOS TEIXEIRA, também foi apontada pelo COAF, conforme relatório de inteligência financeira nº , em anexo, a indicar que, em período de apenas 5 meses, entre outubro de 2014 e março de 2015, o sindicato realizou diversos saques em espécie, que totalizaram mais de R$ 3milhões, conforme detalhado a seguir: Banco Agência Conta Data Valor Itaú /10/14 R$ ,00 Itaú /10/14 R$ ,00 Itaú /10/14 R$ ,00 Itaú /11/14 R$ ,00 Itaú /11/14 R$ ,00 Itaú /12/14 R$ ,00 Itaú /12/14 R$ ,00 Itaú /01/15 R$ ,00 Itaú /01/15 R$ ,00 Itaú /02/15 R$ ,00 Itaú /02/15 R$ ,00 Itaú /02/15 R$ ,00 57/122

58 Itaú /03/15 R$ ,00 Itaú /03/15 R$ ,00 Total R$ ,00 Fls DOS VALORES MOVIMENTADOS POR MARCELO TRAÇA GONÇALVES: Outro empresário do setor de transportes públicos citado pelos colaboradores e diretamente relacionado com os investigados JOSÉ CARLOS LAVOURAS, LÉLIS MARCOS TEIXEIRA e JACOB BARATA FILHO é MARCELO TRAÇA GONÇALVES, dono de diversas empresas de ônibus, dentre elas, as viações RIO ITA LTDA (CNPJ ) e AUTO ÔNIBUS FAGUNDES LTDA (CNPJ ), as quais contribuíam para o caixa da com recolhimentos semanais, consoante registros nas planilhas entregues pelos colaboradores. Conforme especificado pelo colaborador ALVARO NOVIS, em seu anexo 9 (fls. 706/707, da PET nº /DF), MARCELO TRAÇA GONÇALVES possuía contas de codinomes RIOMAR e RIOMAR II, por meio das quais realizava os recolhimentos para o caixa da e também ordenava diretamente o pagamento de valores a título de propina. De acordo com os cadastros dos colaboradores (fls. 780 da PET nº /DF), MARCELO TRAÇA GONÇALVES possuía o número de celular e o número da empresa , por meio dos quais ligava para o telefone fixo da HOYA ( ) e para o celular do EDIMAR DANTAS ( ). Ouvido nesta Procuradoria da República, o office boy da HOYA, RICARDO CAMPOS SANTOS, funcionário dos colaboradores ALVARO NOVIS e EDIMAR DANTAS, confirmou que realizou diversas entregas de dinheiro em espécie a 58/122

59 MARCELO TRAÇA GONÇALVES, pessoa que reconheceu na foto que lhe foi apresentada: Que sabia que LAVOURAS, LÉLIS, ENEAS, MONTEIRO, OTACÍLIO, MARCELO eram relacionados à ; ( ) Que já recolheu e entregou dinheiro pessoalmente a MARCELO TRAÇA, na sede da, na Rua da Assembleia, nº 10; Fls 61 Da mesma forma, outro office boy da HOYA, CARLOS ALBERTO VITAL DA SILVA, confirmou que recolhia dinheiro em espécie semanalmente na sede da empresa de ônibus RIO ITA, em Niterói: ( ) que o depoente também recolhia dinheiro na empresa RIO ITA; que na Rio Ita tratava com CLÁUDIA; que acredita que CLÁUDIA trabalhava no financeiro da RIO ITA; que acha que CLÁUDIA era a chefe do financeiro porque o contato era sempre ela; que o depoente também recolhia dinheiro na COESA em Niteroi; que reconhece em foto, fruto de pesquisa no Google, que a empresa RIO ITA é situada na Rua Joaquim Campos nº 226; que mostrada a foto que consta do anexo, o depoente reconhece MARCELO TRAÇA GONÇALVES; que já viu MARCELO TRAÇA na HOYA e também na ; (...) Em pesquisas consolidadas no Relatório nº 3077/2017, da Assessoria de Pesquisa e Análise desta Procuradoria, a pessoa de nome Cláudia, indicada pelos office boys da HOYA, RICARDO CAMPOS SANTOS e CARLOS ALBERTO VITAL DA SILVA, foi identificada como CLAUDIA DA SILVA SOUZA FERREIRA 12 (CPF ), a qual foi reconhecida por ambos na foto apresentada, conforme termo em anexo: 12 Relatório nº 3077/2017, elaborado pela Assessoria de Pesquisa e Análise desta Procuradoria. 59/122

60 Fls 62 Por outro lado, em oitiva complementar realizada nesta Procuradoria da República, o colaborador EDIMAR DANTAS confirmou que MARCELO TRAÇA GONÇALVES contribuía para o caixa da com recolhimentos semanais nas viações RIO ITA e FAGUNDES, reconhecendo o empresário pela foto que lhe foi apresentada. Esclareceu, ainda, que a conta RIOMAR era mantida pelo empresário para contabilizar recursos para seus gastos pessoais e posteriormente determinou a criação da conta RIOMAR II, para contabilizar os pagamentos de propina ao ex-presidente do DETRO/RJ, DE OLIVEIRA: QUE o depoente reconhece a pessoa de MARCELO TRAÇA GONÇALVES na foto que consta do anexo; que MARCELO TRAÇA é dono das empresas RIO ITA e FAGUNDES; que MARCELO TRAÇA mantinha uma conta com ÁLVARO de nome RIOMAR e RIOMAR II; que essa conta era para os pagamentos pessoais de MARCELO TRAÇA; QUE em determinado momento MARCELO passou a efetuar os pagamentos devidos pela para ; QUE esses pagamentos eram feitos de forma independente por MARCELO TRAÇA que apenas recolhia à F/NETUNO a diferença; QUE o dinheiro em espécie era pago diretamente por MARCELO a ROGÉRIO; que contabilmente o depoente registrava o somatório dos valores pagos por MARCELO a ROGÉRIO e à (F/NETUNO) como crédito de MARCELO para a F/NETUNO e da F/SABI para a MAMALUCO; 6 DA ATUAÇÃO DAS TRANSPORTADORAS DE VALORES EM CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO E CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL O colaborador ÁLVARO NOVIS revelou em seu anexo 8 que no esquema estruturado de distribuição de propina da, o dinheiro espúrio era recolhido nas garagens de algumas empresas de ônibus vinculadas à pela TRANSEGUR (hoje Prosegur); Que o dinheiro era custodiado na sede da 60/122

61 TRANSEGUR; Que o dinheiro custodiado era utilizado para fazer pagamentos a Fls 63 políticos;... Que ressalta que HUDSON BRAGA também recebeu recursos da. Ouvido pela Procuradoria-Geral da República, NOVIS ratificou referido anexo, tendo acrescentado:... Que a Fetranspor realizava pagamentos por meio da conta Fsabi para SERGIO CABRAL/CARLOS MIRANDA; Que a conta Super também já foi utilizada; Que ambas as contas estavam custodiadas nas transportadoras de valores PROSEGUR e TRANSEXPERT.... Ainda, esclareceu:... Que as empresas de ônibus entregavam o dinheiro em espécie em transportadoras de valores; Que a entrega dos valores inicialmente era feita para a TRANSEGUR; Que a TRANSEGUR foi adquirida pela PROSEGUR; Que havia outra transportadora de valores chamada TRANS EXPERT que era utilizada para custódia de valores; Que as empresas de ônibus possuíam 'contas' nas transportadoras de valores para custódia dos recursos arrecadados com passagens; Que o Colaborador abriu 'contas' nas referidas transportadoras também para poder movimentar os valores das empresas de ônibus; Que tais 'contas' eram meramente informais; Que os valores eram transferidos das 'contas' das empresas para a 'conta' do colaborador e a partir daí eram feitos os pagamentos aos beneficiários finais; Que o colaborador possuía contrato formal com ambas as transportadoras... Do anexo Relatório 3074/2017 da Assessoria de Pesquisa e Análise do MPF constata-se que a empresa TRANSEGUR S.A. TRANSPORTADORA DE VALORES, CNPJ: / , com sede na Rua Primeiro de Março, 23/1306, Centro/RJ, foi baixada em 31/12/2008, constando como massa falida em De outro lado, do também anexo Relatório 3075 conclui-se que não houve de direito uma sucessão societária entre a TRANSEGUR e a PROSEGUR (PROSEGUR BRASIL S/A TRANSPORTADORA DE VAL E SEGURANCA - CNPJ / ), sendo esta uma empresa regularmente constituída e em atividade. 61/122

62 Mas as declarações do Colaborador corroboram diversos elementos de Fls 64 investigação apurados desde a fase mais ostensiva da Operação Calicute, porquanto além dos pagamentos feitos pela por intermédio de ÁLVARO NOVIS a CARLOS MIRANDA, braço direito de SÉRGIO CABRAL, indicam o uso da empresa de transporte de valores TRANS EXPERT como ferramenta para lavagem e ocultação do dinheiro da propina, empresa que já é objeto de investigação desde o início, e onde foram apreendidos em busca e apreensão documentos relacionados a membros da Orcrim (ADRIANA ANCELMO, HUDSON BRAGA e PAULO FERNANDO MAGALHÃES). Com efeito, segundo o colaborador ÁLVARO NOVIS, a TRANS EXPERT tinha como dono de fato e responsável pela sua gerência um policial de nome DAVI, conforme o Anexo 12.2, junto as fls. 737 da PET STJ, devidamente ratificado em declarações formais: DAVI vem a ser o policial civil DAVID AUGUSTO DA CAMARA SAMPAIO, conduzido coercitivamente por esse Juízo quando da deflagração da fase mais ostensiva da Operação Calicute, oportunidade em que, ouvido em sede policial, admitiu a sua relação com a corretora HOYA de ALVARO NOVIS, e não conseguiu afastar os indícios da sua ingerência de fato sobre a TRANS EXPERT, tampouco explicar a documentação de HUDSON BRAGA, ADRIANA ANCELMO e PAULO FERNANDO 62/122

63 MAGALHÃES (todos elementos importantes da Orcrim de SERGIO CABRAL), Fls 65 encontrados em busca em sua sala na empresa:... QUE em relação a empresa TRANS EXPERT tem a dizer que a mãe do declarante figura no quadro societário com 33% das cotas; QUE, em relação a essa empresa atua na área de relação comercial; QUE, não toma quaisquer decisões gerenciais; QUE, essa empresa consiste numa S/A, possuindo presidente, um conselho administrativo e demais órgãos característicos; QUE, a função do declarante era basicamente o contato com o cliente no que tange a captação; QUE, trabalha na captação de clientes há aproximadamente 10 anos; QUE, teve relação comercial com a equipe de SÉRGIO CABRAL, por meio da empresa sendo esta a responsável pela segurança de uma das campanhas dele a governador, sendo a segurança física do comitê central de campanha; QUE, não possui qualquer amizade com SÉRGIO CABRAL. QUE, sabe que ADRIANA ANSELMO é esposa de SÉRGIO CABRAL, no entanto não possui com esta nenhuma relação; QUE, não se recorda do porquê de uma cópia do imposto de renda de ADRIANA ANSELMO ter sido encontrada na sala do declarante na empresa TRANS EXPERT; QUE, o declarante ratifica que não tem nenhuma relação com ADRIANA ANSELMO; QUE, sabe dizer que PAULO FERNANDO MAGALHÃES PINTO era assessor de SÉRGIO CABRAL, contudo não tem nenhuma relação com ele; QUE, acredita que PAULO FERNANDO em algum momento da campanha tenha oferecido um cartão de visitas ao declarante; QUE, SÉRGIO CABRAL nunca custodiou dinheiro na TRANS EXPERT; QUE, deseja esclarecer que SÉRGIO CABRAL jamais deixou valores na TRANS EXPERT; QUE, não sabe dizer quem seja CARLOS MIRANDA ou CARLOS BEZERRA; QUE, HUDSON BRAGA era chefe de gabinete do governador PEZÃO, tendo convidado o declarante para fazer a segurança física do comitê de campanha do governador PEZÃO; QUE, acredita que os serviços do declarante tenham sido indicados por assessores de CABRAL, em face do trabalho realizado na campanha deste; QUE, acredita que JOSÉ ORLANDO RABELO seja assessor de HUDSON BRAGA; QUE, ORLANDO era quem autorizava o pagamento das faturas de serviço ao declarante; QUE, as relações comerciais eram resguardadas por contratos, de forma a perseguir a legalidade; QUE, não conhece WAGNER JORDÃO GARCIA; QUE, HUDSON BRAGA jamais custodiou dinheiro em espécie ou quaisquer outros valores na empresa TRANS EXPERT; QUE, as anotações de contabilidade de recursos que foram apreendidas nas dependências da TRANS EXPERT estavam relacionadas a uma dívida de HUDSON com a empresa TRANS EXPERT, em relação aos serviços de segurança; QUE, com relação ao valor de R$ ,00 (seiscentos 63/122

64 mil reais) acredita que seja referente ao envelopamento; QUE, esse envelopamento consiste em colocar o dinheiro no envelope com o nome da pessoa que irá receber, referente a campanha; QUE, o sinistro a que se referem, em 07/03/2015, às 13h40min, em ligação entre JOSÉ ORLANDO e HUDSON, provavelmente ao sinistro relacionado ao incêndio da empresa; QUE, HUDSON BRAGA jamais depositou dinheiro na transportadora; QUE, FERANDO CAVENDISH depositou dinheiro em espécie na empresa; QUE, este valor girava em torno de R$ ,00 (quatro milhões de reais); QUE, somente aceitou guardar este dinheiro, pois sabia que era referente a venda de um imóvel, declarado no imposto de rendas de CAVENDISH; QUE, jamais aceitaria custodiar qualquer dinheiro de origem ilícita;... QUE, ratifica que não gerenciava a empresa TRANS EXPERT; QUE, a sala apontada como a do declarante, na verdade era acessada por qualquer pessoa, podendo ser considerada como um sala de uso comum; QUE, os valores que em espécie que havia na empresa eram referentes as coletas diárias dos clientes e bancos, tudo homologado pelo Banco Central e pela própria Polícia Federal, eis que era tudo formalizado conforme as normativas legais e constantemente fiscalizado pelas auditorias de banco; QUE, no incêndio ocorrido na empresa TRANS EXPERT havia dinheiro do Banco do Brasil e Caixa Econômica e que haverá restituição pela seguradora, com as devidas correções, tudo devidamente informado no inquérito policial que apura o fato; QUE, a HOYA CORRETORA era cliente da TRANS EXPERT; QUE, jamais atuou como um banco para esta empresa ou para qualquer outra... (destaques nossos) Fls 66 Além de dono de fato da TRANS EXPERT, DAVID SAMPAIO demonstra estar bem relacionado com o Poder Legislativo fluminense, eis que, conforme pesquisa no DOE, vinha sendo requisitado para ocupar cargos de assessor parlamentar alguns anos até pelo menos meados do ano passado: 64/122

65 Fls 67 Ainda sobre a TRANS EXPERT, a testemunha RICARDO CAMPOS SANTOS, funcionário da HOYA que fazia as entregas de valores a mando de ÁLVARO NOVIS ou EDIMAR MOREIRA DANTAS, confirmou em depoimento ao Ministério Público Federal essa dinâmica de recolhimentos de valores da pela TRANS EXPERT e distribuição regular e que se protraiu no tempo a diversas pessoas indicadas pelos primeiros, inclusive a CARLOS MIRANDA e CARLOS BEZERRA, operadores financeiros de SÉRGIO CABRAL. Em relação à PROSEGUR, relevantes as declarações do colaborador EDIMAR MOREIRA DANTAS sobre o verdadeiro esquema bancário paralelo de ocultação, guarda e transporte ilegal dos valores ilícitos por essas transportadoras, bem como seu contato com MÁRCIO MIRANDA: ( ) que essa compensação ou aporte de valores de uma conta para a outra se dava através de contato com MÁRCIO MIRANDA da PROSEGUR; QUE diversas vezes o depoente recebia uma ordem de JOSÉ CARLOS LAVOURAS para transferir um dinheiro para a FRANCISCA; que então o depoente dava uma ordem a MARCIO MIRANDA da PROSEGUR nesse sentido; que, então MÁRCIO MIRANDA entregava o valor pedido para Francisca na GUANABARA DIESEL em espécie; que, reversamente, quando era para FRANCISCA remeter valores para a conta da, esta dava a ordem para MARCIO MIRANDA, que simplesmente creditava o valor à disposição da ; que FRANCISCA trabalhava na empresa GUANABARA DIESEL; (...) Em outras declarações prestadas perante a Procuradoria Geral da República, EDIMAR esclareceu que: Que após 19/05/2014 não houve mais envio de valores, pois foi o dia que o funcionário da PROSEGUR, o SR. MARCIO MARQUES PEREIRA DE MIRANDA sumiu com o dinheiro da Transportadora; Que há na Polícia Federal o IPL n.º 0080/ DELECOR/PF/RJ, sob a condução do Delegado Federal Robson Papini Mota; QUE acredita que a não tenha reclamado esse dinheiro perdido, e não sabe qual o montante. 65/122

66 Vale destacar as suspeitas de crime contra o sistema financeiro nacional identificadas no Relatório de Inteligência Financeira RIF nº , do Conselho de Atividades Financeiras, em anexo, envolvendo as empresas do grupo GUANABARA de JACOB BARATA e a HOYA, que inclusive assevera o desaparecimento do funcionário da PROSEGUR MARCIO MIRANDA: Fls 68 66/122

67 Fls 69 Ou seja, entre os anos de 2013 e 2014 mais de R$ 150 milhões em espécie foram custodiados irregularmente, com a dissimulação de seus verdadeiros donos, para burlar os controles financeiros, em dinâmica que vem a corroborar no todo aquela declinada por ÁLVARO NOVIS em sua colaboração. Mas é fato que, como se viu, os valores recolhidos das empresas de ônibus e que formaram a contabilidade paralela administrada pelo doleiro ÁLVARO NOVIS chegaram a mais de R$ 260 milhões somente quanto aos requeridos na presente medida cautelar, os quais eram custodiados informalmente e ilegalmente nas sedes das referidas transportadoras de valores e posteriormente distribuídos a diversos agentes públicos, de acordo com os interesses das empresas filiadas ao esquema. As planilhas apresentadas pelos colaboradores demonstram, inclusive, que o capital custodiado recebia uma espécie de remuneração ao longo do tempo, 67/122

68 circunstância que denota a sofisticação e estabilidade do esquema, cuja operação se Fls 70 assemelha a uma instituição financeira clandestina. Há indícios, portanto, de que, além dessas pessoas integrarem a Orcrim de SÉRGIO CABRAL, também praticaram crimes contra o sistema financeiro nacional (artigos 11 e 16 da Lei nº 7492/86). A Lei nº 7492/86 assim define instituição financeira em seu art. 1º: Art. 1º Considera-se instituição financeira, para efeito desta lei, a pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros (Vetado) de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores mobiliários. Por sua vez, o mesmo diploma tipifica o crime de operação ilegal de instituição financeira no seu art. 16: Art. 16. Fazer operar, sem a devida autorização, ou com autorização obtida mediante declaração (Vetado) falsa, instituição financeira, inclusive de distribuição de valores mobiliários ou de câmbio: Temos, então, a captação e aplicação de recursos de terceiros como o núcleo essencial do funcionamento e da definição de instituição financeira. Essa é exatamente a atividade regulada pela Lei nº 7492/86, cuja prática ilegal é coibida pela norma do art. 16 desse diploma. Nesse sentido nossa jurisprudência: Penal Crime contra o Sistema Financeiro Lei 7.492/86, art Provado que o recorrente de forma consciente e voluntária, praticava atividade privativa de instituição financeira, captando recursos de terceiro sem a devida autorização do Banco Central do Brasil, impõe-se a manutenção da sentença. 2. Recurso improvido (trf 2ª Reg. - Ap Processo Rel. Paulo Barata j ). (in, Franco, Alberto Silva, Leis Penais 68/122

69 Especiais e sua Interpretação Jurisprudencial, Vol. 1., São Paulo, Editora RT, 7ª ed., 2002, p. 850) Fls 71 Assim, invocando tudo que já narrado acima, em especial neste capítulo referentes às transportadoras de valores, há que se lembrar que parte essencial do esquema de ocultação de dinheiro montado pelos investigados consistiu na manutenção de dinheiro em espécie nas transportadoras de valores TRANSEGUR por MÁRCIO MARQUES PEREIRA MIRANDA e TRANS EXPERT por DAVID AUGUSTO DA CÂMARA SAMPAIO onde os diversos clientes tinham contas e onde funcionava até uma câmara de compensação entre as contas que esses mesmos clientes mantinham ilegalmente no local. Vejamos a descrição da operação do sistema, como narrada pelo colaborador EDIMAR MOREIRA DANTAS, que consta da Petição nº DF (2017/ ) em anexo: ( ) que essa compensação ou aporte de valores de uma conta para a outra se dava através de contato com MÁRCIO MIRANDA da PROSEGUR; QUE diversas vezes o depoente recebia uma ordem de JOSÉ CARLOS LAVOURAS para transferir um dinheiro para a FRANCISCA; que então o depoente dava uma ordem a MARCIO MIRANDA da PROSEGUR nesse sentido; que, então MÁRCIO MIRANDA entregava o valor pedido para Francisca na GUANABARA DIESEL em espécie; que, reversamente, quando era para FRANCISCA remeter valores para a conta da, esta dava a ordem para MARCIO MIRANDA, que simplesmente creditava o valor à disposição da ; que FRANCISCA trabalhava na empresa GUANABARA DIESEL; (...) Essa prática se estendia a diversos clientes das transportadas, dentre eles, várias empresas de ônibus e pessoas físicas, a caracterizar forte atuação de captação de recursos de terceiros. Desta forma, como amplamente narrado acima, não faltam elementos a indicar a necessidade de se investigar, pelo menos, as condutas de JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS, ÁLVARO NOVIS, DAVID AUGUSTO DA CÂMARA SAMPAIO 69/122

70 e MÁRCIO MARQUES PEREIRA MIRANDA (além de diversos outros que podem ter Fls 72 contribuído para o desfecho criminoso, na forma do art. 29 do Código Penal), que, transcendendo totalmente a autorização para custódia que qualquer empresa transportadora de valores possui, passaram a operar francamente instituição financeira, inclusive com a manutenção de contas em nome de empresas e de pessoas físicas, fazendo intensas operações de compensação entre elas e até mesmo aplicando espécie de remuneração mensal no saldo custodiado. Também o crime do art. 11 da Lei nº 7492/86 merece ser investigado eis que, ao menos a HOYA CORRETORA DE VALORES E CAMBIO LTDA esta sim, instituição financeira com autorização para tanto manteve, como se verifica de tudo que narrado acima, ampla contabilidade paralela dos valores de terceiros que as transportadoras mantinham ilegalmente. Nesse sentido, ainda, a doutrina pátria: O crime em questão é o denominado caixa dois que, embora passível de ocorrer em outras situações, no caso em comento, por estar contido na Lei dos Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, a figura típica está restrita às instituições financeiras próprias bem como àquelas a elas equiparadas, conforme art. 1º (in, Franco, Alberto Silva, Leis Penais Especiais e sua Interpretação Jurisprudencial, Vol. 1., São Paulo, Editora RT, 7ª ed., 2002, p. 845) Desta forma, necessárias as medidas pleiteadas para apurar, além de crimes de corrupção passiva e ativa e pertinência a organização criminosa, os mencionados crimes tipificados nos artigos 11 e 16 da lei nº 7492/86. 7 DAS PROVAS DE CORROBORAÇÃO INDEPENDENTES ÀS APRESENTADAS POR ÁLVARO NOVIS. 70/122

71 7.1 DO COMPARTILHAMENTO DE PROVAS PELO STJ NA OPERAÇÃO Fls 73 QUINTO DO OURO. A COLABORAÇÃO DO EX-PRESIDENTE DO TCE/RJ JONAS LOPES. Dentre os fatos investigados no âmbito do INQ 1133, que tramita perante o Superior Tribunal de Justiça, está o pagamento de vantagens indevidas a conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro relacionada a interesses da, conforme revelado por JONAS LOPES DE CARVALHO JÚNIOR, expresidente daquela corte de contas, em sede de acordo de colaboração premiada homologado naquele tribunal superior e compartilhado com esta instância, por meio da decisão que consta no anexo Caderno de Documentos. Segundo relatado pelo colaborador, no exercício de 2015, a destinou cerca de R$ 60mil por mês para cada conselheiro participante do esquema, para que os processos relacionados aos serviços públicos de transporte tivessem análise mais favorável às empresas associadas. Dentre os empresários responsáveis por oferecer e pagar vultosas quantias em nome da aos agentes públicos com prerrogativa de foro estão JOSÉ CARLOS LAVOURAS e LÉLIS MARCOS TEIXEIRA, os quais presidem a referida entidade sindical, bem como JACOB BARATA FILHO, um dos empresários com maior poder econômico do setor. Os relatos do ex-presidente do TCE descrevem os detalhes quanto ao ajuste para o pagamento das vantagens indevidas pelos empresários, conforme trechos transcritos a seguir, extraídos de seu Termo de Colaboração nº 513: ( ) Que tinha conhecimento, desde sua gestão como Secretário de Estado, que havia muitas irregularidades relacionadas às empresas de 13 A transcrição se limita aos trechos que não mencionam autoridades com foro por prerrogativa de função. 71/122

72 ônibus; Que, em razão disso, ao assumir a Presidência do TCE/RJ determinou fosse feito levantamento na área de transporte público e identificou que nunca havia tido feito qualquer trabalho de auditoria quanto ao tema; Que, em razão disso, resolveu determinar uma auditoria nos cinco modais do transporte público do Estado do Rio de Janeiro concedido, a saber: ônibus, metrô, barcas, trens e teleférico; Que tal se deu por volta de 2013; Que, como imaginava, encontrou diversos problemas em todos os modais; Que, em certa ocasião, alguns Conselheiros se reuniram com o Colaborador e sugeriram que procurasse a com o propósito de auferir vantagens ilícitas; ( ) ; Que era voz corrente que alguns deputados estaduais da ALERJ recebiam valores encaminhados pela para atendimento de seus interesses no Poder Legislativo; ( ) Que JOSE CARLOS LAVOURA e JACOB BARATA seriam os controladores da por serem os maiores empresários desse setor; Que, então, procurou um conhecido de nome AMAURY ANDRADE, marido de uma das herdeiras da Autoviação 1001; Que AMAURY informou ao Colaborador que a possuía um Presidente Executivo de nome LELIS TEIXEIRA e que seria marcada uma reunião no escritório de AMAURY com a presença do Colaborador e de LELIS, o que de fato ocorreu; Que ao chegar na reunião o Colaborador encontrou AMAURY ANDRADE, LELIS TEIXEIRA e JOSE CARLOS LAVOURA, a quem não conhecia pessoalmente; ( ) ; Que durante a reunião o Colaborador foi indagado pelo Sr. LELIS TEIXEIRA sobre qual a relação que o trabalho no TCE/RJ pudesse atingir a ; Que o Colaborador entendeu como que LELIS estaria desdenhando da competência do Tribunal para fiscalização dos atos da ; Que o Colaborador solicitou uma quantia em nome dos Conselheiros, quantia essa cujo valor não se recorda nessa oportunidade, ( ); Que LELIS TEIXEIRA reportou o fato de que as empresas filiadas à eram sociedades empresárias privadas e as fiscalizações do TCE/RJ não lhes alcançariam; Que houve pedido de pagamento de vantagem indevida, mas não houve acerto de qualquer espécie de pagamento e a reunião foi encerrada; Que o trabalho de auditoria continuou a ocorrer normalmente; Que, então, foi comunicado pela área de auditoria do TCE/RJ que haveria irregularidades na gestão do 'BILHETE ÚNICO'; Que o 'BILHETE ÚNICO' é gerenciado por uma subsidiária da, de nome RIOCARD; Que esse 'BILHETE ÚNICO' garante ao passageiro a utilização de dois ou três ônibus, num período específico, mediante o pagamento de uma única tarifa; Que os custos desse benefício são subsidiados pelo Estado do Rio de Janeiro; Que a dinâmica desse repasse ocorre da seguinte forma: as empresas de ônibus ao Governo a quantidade de passageiros que serão transportados na semana seguinte e recebe adiantado do Governo a Fls 74 72/122

73 quantia correspondente ao subsídio; Que esse valor, à época, girava em torno de R$ ,00; Que a gestão desse 'BILHETE ÚNICO' pela RIOCARD era feita mediante convênio com o Governo do Estado do Rio de Janeiro, por sua Secretaria de Transporte; Que tal instrumento burlava a lei de licitações, que foi detectada pelo corpo técnico do Tribunal; Que determinou a realização de auditoria na gestão do 'BILHETE ÚNICO'; Que, entretanto, antes procurou exgovernador SÉRGIO CABRAL para informá-lo da decisão que tomara porque sabia da forte relação que ele e (...) tinham com as empresas de transporte no Estado do Rio de Janeiro; Que CABRAL ponderou que estavam em plena campanha política para as eleições de 2014, solicitando que se fizesse a auditoria após a eleição; ( ) ; Que a auditoria constatou inúmeras irregularidades na gestão e utilização do 'BILHETE ÚNICO', tais como: cadastro de falecidos, menores de idade que não pagavam passagem (abaixo de 5 anos), etc; Que uma das irregularidades mais graves constatadas pela auditoria foi a retenção dos créditos expirados do 'BILHETE ÚNICO' por parte das empresas operadoras do sistema, valores que pertenceriam aos usuários; Que para executar o levantamento preciso da quantidade desses valores o Colaborador expediu ofício ao Secretário de Transportes solicitando informações; (...) Que o ofício da Secretaria foi respondido anexando documento da, que informava que os recursos seriam privados; Que o Colaborador interpretou a resposta do ofício como uma afronta ao TCE/RJ e à própria população usuária do serviço, haja vista que, apesar de oriunda da Secretaria, vinha com documento da anexado, como se fosse essa última que tivesse respondido; Que, à vista disso, o Colaborador proferiu decisão cautelar, submetida e referendada pelo plenário do TCE/RJ, que continha determinação de suspensão dos repasses dos recursos do 'BILHETE ÚNICO', até que as informações dos créditos fossem encaminhadas ao Tribunal; (...) Que, então, com o cumprimento da ordem judicial e análise da informação prestada pela foi constatado que havia R$ ,00 de créditos expirados, que estavam sendo indevidamente apropriados pelas empresas de ônibus; Que o Tribunal encerrou a sua atuação especificamente a esse tema dos créditos, mas deu continuidade às auditorias no sistema de transporte; Que passado não muito tempo o Colaborador recebeu ligação (...), solicitando que fosse em reunião em sua residência que contaria com a presença do empresário JOSE CARLOS LAVOURA; Que (...) sugeriu que o Colaborador aceitasse uma contribuição mensal aos Conselheiros do TCE/RJ para que o Tribunal tivesse boa vontade com os temas do setor na Corte de Contas; Que o Colaborador informou a (...) e a JOSE CARLOS LAVOURA que esse acerto não iria interferir na decisão tomada pelo Tribunal relacionada aos créditos apropriados pelas empresas de ônibus e que iria colher junto aos Conselheiros do TCE/RJ a Fls 75 73/122

74 aquiescência do recebimento desses valores; Que registra que essa reunião foi feita entre meados e final de 2015; Que a quantia proposta era no valor de R$ ,00 mensais para cada Conselheiro; (...) Que na reunião (...) o Colaborador informou que, a partir da concordância dos Conselheiros, LELIS TEIXEIRA da (presidente executivo) iria procurar JONAS NETO para o ajuste da entrega dos valores; Que isso de fato foi implementado entre seis e nove meses; Que os pagamentos não corresponderam, no entanto, ao total de meses; Que a alegação de LELIS foi de que o doleiro que trabalhava para estava em procedimento de colaboração com as autoridades públicas e, por isso, todos os repasses feitos pela estariam suspensos naquela oportunidade; Que o Colaborador, posteriormente, veio a saber que o referido doleiro seria ALVARO NOVIS; Que LELIS TEIXEIRA teria informado a JONAS NETO que os pagamentos estariam suspensos em razão de um incêndio na transportadora de valores TRANS-EXPERT; ( ) Fls 76 (destaques nossos) No mesmo sentido das declarações de JONAS LOPES em sua colaboração, pesquisas em fontes abertas permitiram localizar a seguinte notícia, publicada no site do TCE/RJ em 08/01/ , a respeito da auditoria no sistema de bilhetagem eletrônica da RIOCARD, serviço que foi concedido pelo Estado do Rio de Janeiro à sociedade empresária por meio de convênio e não por licitação, além de contar com dados fornecidos pela própria para o repasse de subsídios pelo Poder Público estadual: Sistema de informática da RioCard será alvo de auditoria O presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Jonas Lopes de Carvalho Junior, afirmou, nesta quintafeira (8/1), que o Tribunal iniciará auditoria no sistema de informática da RioCard na próxima segunda-feira. A fiscalização, anunciada durante a solenidade de posse do conselheiro na presidência para o biênio 2015/2016, marca o início da segunda fase da auditoria que a Corte de Contas realiza, desde outubro passado, no Bilhete Único intermunicipal, que conta com subsídios do erário estadual da ordem /122

75 de R$ 600 milhões por ano. A fiscalização verificou indícios de irregularidades "sérias e graves" e Jonas Lopes não descartou a possibilidade de o TCE-RJ questionar o governo do estado sobre os problemas encontrados, já que contratos foram assinados por seus representantes. ( ) De acordo com o presidente Jonas Lopes, a fiscalização na RioCard é fundamental para a conclusão da auditoria. Ele destacou que a RioCard, empresa que gerencia o Bilhete Único em nome da Fetranspor, negou informações aos técnicos do Tribunal, o que configura crime, e que o fato será levado ao Ministério Público. "Também vamos comunicar à Assembleia Legislativa o descumprimento do convênio por parte da RioCard". O conselheiro acrescentou que o TCE-RJ poderá determinar que o estado faça licitação para a gestão do Bilhete Único. "Estamos avaliando a razão de um convênio, e não de uma licitação, para uma empresa gerir esse programa, que é de grande alcance social. Um convênio administrativo pressupõe uma comunhão de interesses e que seja feito sem fins lucrativos, o que me parece não ser o caso da RioCard". Fls 77 O relatório da primeira fase da auditoria do TCE-RJ será votado em plenário nos próximos dias. Entre os problemas apontados pela fiscalização estão a falta de transparência, cadastros de CPFs que não são checados, falta de fiscalização por parte do governo e falta de informação para o usuário, por exemplo. "Tem a questão absurda dos créditos expirarem em um ano e ninguém dizer para onde vai o dinheiro que não foi gasto", ressaltou Jonas Lopes. De acordo com ele, a auditoria vai permitir também o entendimento do aumento dos gastos com o subsídio das passagens. "Começou, salvo engano, em R$ 220 milhões. E hoje está na casa dos R$ 600 milhões. Os operadores do sistema fazem uma estimativa do número de pessoas transportadas e cobram do estado o subsídio, que é pago semanalmente e antecipadamente. Para isso, fazem a estimativa do número de passageiros transportados. E são eles que informam ao estado o número de passageiros transportados ao final da semana, para haver a compensação. Se foi menos, tem dinheiro a devolver. Ao contrário, a receber. Mas é a própria Fetranspor que informa o número de passageiros transportados. E o estado, no entender do TCE-RJ, não conta com fiscalização correspondente ao vulto do programa", observou. (destaques nossos) 75/122

76 Acrescente-se que, em cumprimento dos mandados de busca e Fls 78 apreensão determinados pelo Ministro Relator Felix Fischer no bojo da medida cautelar inominada nº 05/DF, vinculada ao Inquérito nº 1133/DF, foram apreendidos, dentre outros, cerca de R$42 mil em espécie, dinheiro encontrado em cofre localizado na sala do gerente financeiro da CARLOS ROBERTO ALVES, circunstância que também vem ao encontro das declarações dos colaboradores ÁLVARO NOVIS e EDIMAR DANTAS: Cumpre ressaltar que os fatos envolvendo pagamento de vantagens indevidas a conselheiros do TCE/RJ estão sob investigação no âmbito do STJ, porém os elementos de prova compartilhados com essa instância corroboram as demais provas produzidas de forma independente, uma vez que confirmam a posição de comando exercida por JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS, LÉLIS MARCOS TEIXEIRA e JACOB BARATA FILHO no âmbito da, especialmente quanto à participação destes empresários na interlocução com agentes públicos e autoridades do Estado do Rio de Janeiro para o pagamento de vantagens indevidas em troca de benefícios econômicos às empresas do setor de transporte. Corrobora, ainda, a informação de que cabia ao doleiro ÁLVARO NOVIS o controle dessa contabilidade paralela. 76/122

77 Fls DO MATERIAL APREENDIDO EM BUSCA E APREENSÃO COM O OPERADOR FINANCEIRO CARLOS BEZERRA No cumprimento de mandado de busca e apreensão (processo nº ) expedido no bojo da Operação Calicute, foram apreendidas anotações na residência de CARLOS BEZERRA, um dos operadores financeiros da organização criminosa comandada por SÉRGIO CABRAL, informando valores, datas e codinomes. Durante o cumprimento da diligência, em , foram identificadas centenas de anotações. Essas anotações são registros de contabilidade paralela da organização criminosa, onde constam as entradas de recursos ilícitos em espécie e a correspondente saída. Ainda que sem uma padronização rígida, são identificáveis os apontamentos de crédito e débito do caixa de recursos em espécie administrado por CARLOS BEZERRA. O Relatório de Análise de Material Apreendido REL 09/2017 da Polícia Federal, em complemento ao Relatório n 08/2017 Operação Calicute, dando continuidade a análise das agendas da contabilidade apreendidas na residência de CARLOS BEZERRA, identificou a movimentação registrada por este operador, tendo sido produzida a PLANILHA 01, constando o total de entrada e saída do montante em espécie, a data da movimentação e quem foi o beneficiado na distribuição entre o grupo criminoso. A partir desses escritos de controle de contabilidade paralela da propina apreendidos com CARLOS BEZERRA apurou-se que, somente em recolhimentos de vantagens indevidas de pessoas e empresas mais próximas, a ORCRIM liderada por SÉRGIO CABRAL arrecadou, entre 10/2013 a 11/2016, pelo menos, a quantia de R$ ,00. Entre os manuscritos foram identificados pela Assessoria de Pesquisa e Análise do MPF, pelo Relatório nº 2813/2017, por várias vezes os codinomes 77/122

78 JARDIM, FLOWERS e GARDEN, com anotações de pelo menos 06 aportes em favor Fls 80 da Orcrim, num total de R$ ,00: 78/122

79 Fls 81 79/122

80 Fls DO INTERROGATÓRIO JUDICIAL DE CARLOS BEZERRA Interrogado por esse Juízo na ação penal nº , CARLOS BEZERRA, reconheceu a contabilidade paralela da Orcrim que foi apreendida em sua residência, esclarecendo que procedia dessa forma para prestar contas a CARLOS MIRANDA, que vem a ser operador e braço direito de SÉRGIO CABRAL: JF MARCELO BRETAS: O senhor tinha o controle do pagamento desse dinheiro? SR. LUIZ CARLOS BEZERRA: Eu tinha anotações. Perfeitamente. Porque eu prestava contas ao Carlos. JF MARCELO BRETAS: Quem controlava, na verdade, era o Carlos Miranda? SR. LUIZ CARLOS BEZERRA: Era. JF MARCELO BRETAS: Você fazia um controle seu para prestar conta a ele? SR. LUIZ CARLOS BEZERRA: Para prestar conta a ele. JF MARCELO BRETAS: Mas ele é que fazia o controle geral de tudo? SR. LUIZ CARLOS BEZERRA: Acredito que sim. Não posso confirmar. JF MARCELO BRETAS: O senhor atendia às ordens dele? SR. LUIZ CARLOS BEZERRA: Isso. JF MARCELO BRETAS: Pega aqui, leva lá. SR. LUIZ CARLOS BEZERRA: Perfeitamente. Ainda esclareceu que os codinomes JARDIM, FLOWERS e GARDEN : DR. SÉRGIO LUIZ PINEL DIAS (MPF): Borges, Jardim, Garden ou Flowers é a mesma coisa? SR. LUIZ CARLOS BEZERRA: É. DR. SÉRGIO LUIZ PINEL DIAS (MPF): É tudo a mesma coisa? SR. LUIZ CARLOS BEZERRA: Não. Como está aí? DR. SÉRGIO LUIZ PINEL DIAS (MPF): Tem anotações onde está escrito Borges, 80/122

81 tem anotações onde está escrito Jardim, tem anotações onde está escrito Garden, tem Fls 83 anotações onde está escrito Flowers. SR. LUIZ CARLOS BEZERRA: Não. São coisas diferentes. DR. SÉRGIO LUIZ PINEL DIAS (MPF): São coisas diferentes. O que é Borges, o que é Jardim? SR. LUIZ CARLOS BEZERRA: Borges eu não sei. Realmente, não sei se foi Carlos Borges. Agora, Jardim, Flowers é outra coisa. DR. SÉRGIO LUIZ PINEL DIAS (MPF): É o quê? SR. LUIZ CARLOS BEZERRA: É a Companhia Viação Flores. DR. SÉRGIO LUIZ PINEL DIAS (MPF): Jardim, Garden ou Flowers é a Companhia... SR. LUIZ CARLOS BEZERRA: Flores. Viação Flores. DR. SÉRGIO LUIZ PINEL DIAS (MPF): É a Companhia Flores. SR. LUIZ CARLOS BEZERRA: Exatamente. DR. SÉRGIO LUIZ PINEL DIAS (MPF): O senhor pegava dinheiro lá. SR. LUIZ CARLOS BEZERRA: Exatamente. Portanto, corroborando os fatos trazidos à tona pelo Colaborador ÁLVARO NOVIS, está claro que, a mando de SÉRGIO CABRAL e CARLOS MIRANDA, o operador CARLOS BEZERRA recolhia regularmente valores de propina junto ao responsável pela empresa COMPANHIA FLORES, nas palavras do referido acusado, que pesquisa pela ASSPA do MPF revelou tratar-se da EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA. (VIAÇÃO FLORES15). 7.4 DAS INFORMAÇÕES PRODUZIDAS COM AS QUEBRAS TELEFÔNICAS E TELEMÁTICAS JÁ ANALISADAS Para além da colaboração de ÁLVARO NOVIS, das anotações identificadas na sua contabilidade informal e do operador CARLOS BEZERRA, e seu próprio interrogatório judicial, existem diversas outras evidências que apontam para a /122

82 estreita e espúria ligação entre os empresários do setor de transportes que controlam a com a organização criminosa liderada pelo ex-governador SÉRGIO CABRAL. Fls 84 A quebra dos dados de registro telefônico de CARLOS BEZERRA revelou que, no período de 2011 a 2016, houve interlocução entre esse operador financeiro da Orcrim e a VIAÇÃO FLORES por 34 vezes: TERMINAL_1_ORIGINADOR LEMBRETE_TERMINAL_1 TERMINAL_2_RECEBEDOR LEMBRETE_TERMINAL_2 DATA_INICIO 1 LUIZ CARLOS BEZERRA 2 LUIZ CARLOS BEZERRA 3 LUIZ CARLOS BEZERRA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA 25/10/11 14:08 11/11/11 11:29 28/11/11 15: EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA LUIZ CARLOS BEZERRA 01/12/11 08:53 LUIZ CARLOS BEZERRA 01/12/11 08:54 LUIZ CARLOS BEZERRA 01/12/11 08:54 LUIZ CARLOS BEZERRA 01/12/11 08:56 LUIZ CARLOS BEZERRA 01/12/11 08:56 LUIZ CARLOS BEZERRA 01/12/11 08:56 LUIZ CARLOS BEZERRA 01/12/11 08:56 LUIZ CARLOS BEZERRA 01/12/11 08:56 LUIZ CARLOS BEZERRA 01/12/11 08:56 13 LUIZ CARLOS BEZERRA 14 LUIZ CARLOS BEZERRA 15 LUIZ CARLOS BEZERRA 16 LUIZ CARLOS BEZERRA 17 LUIZ CARLOS BEZERRA 18 LUIZ CARLOS BEZERRA 19 LUIZ CARLOS BEZERRA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA 16/12/11 14:40 16/12/11 15:02 16/12/11 16:06 31/10/12 08:11 29/11/12 08:58 23/10/13 16:33 28/10/13 11:04 82/122

83 20 LUIZ CARLOS BEZERRA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA 14/11/13 13:03 Fls LUIZ CARLOS BEZERRA 1 22 LUIZ CARLOS BEZERRA 23 LUIZ CARLOS BEZERRA 24 LUIZ CARLOS BEZERRA 25 LUIZ CARLOS BEZERRA 26 LUIZ CARLOS BEZERRA 27 LUIZ CARLOS BEZERRA 28 LUIZ CARLOS BEZERRA 29 LUIZ CARLOS BEZERRA 30 LUIZ CARLOS BEZERRA 31 LUIZ CARLOS BEZERRA 32 LUIZ CARLOS BEZERRA 33 LUIZ CARLOS BEZERRA 34 LUIZ CARLOS BEZERRA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA 19/11/13 10:11 25/11/13 10:06 09/12/13 08:51 06/05/14 12:24 06/05/14 12:34 14/05/14 10:01 02/10/14 10:17 02/10/14 10:18 14/10/14 10:53 14/10/14 11:42 14/10/14 15:42 03/12/14 14:10 10/06/16 12:14 10/06/16 12:16 Ademais, a corroborar os indícios de que está-se diante do braço da organização criminosa de SÉRGIO CABRAL no âmbito dos transportes públicos, a partir de novo levantamento nos dados obtidos por meio do afastamento do sigilo dos registros telefônicos autorizado no processo nº , foi constatado que, no período de 01/01/2007 a 02/08/2016, CARLOS MIRANDA, HUDSON BRAGA e WILSON CARLOS, conhecidos integrantes da organização criminosa que se instalou no Estado do Rio de Janeiro, comunicaram-se por diversas vezes com terminais cadastrados no CNPJ da, como demonstram o gráfico e a tabela abaixo: 83/122

84 Fls 86 TERMINAL_1_ORIGINADOR LEMBRETE_TERMINAL_1 TERMINAL_2_RECEBEDOR LEMBRETE_TERMINAL_2 DATA_INICIO CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 16/07/ :54:45 16/07/ :54:45 16/07/ :54:45 16/07/ :54:45 17/07/ :09:30 17/07/ :09:30 17/07/ :09:30 17/07/ :09:30 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 06/08/ :27:01 06/08/ :27:01 06/08/ :27:04 06/08/ :27:04 07/08/ :10:35 07/08/ :10:35 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 07/08/ :23:55 07/08/ :23:55 07/08/ :23:55 07/08/ :23:55 07/08/ :19:52 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO 07/08/ :19:52 84/122

85 MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 07/08/ :19:52 Fls 87 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 07/08/ :19:52 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 14/11/ :19:15 16/11/ :22:32 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 16/11/ :59:02 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 16/11/ :07:59 21/11/ :49:16 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 21/11/ :18:15 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 21/11/ :21:58 24/12/ :05:24 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 24/12/ :55:02 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 31/03/ :29:04 31/03/ :29:05 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 05/12/ :00:53 05/12/ :01:03 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 06/12/ :24:05 06/12/ :25:01 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 06/12/ :27:26 06/12/ :42:40 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 10/12/ :08:04 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 12/12/ :24:33 CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA CARLOS EMANUEL DE CARVALHO MIRANDA 16/12/ :55:34 24/12/ :36:32 24/12/ :36:33 25/02/ :29:40 WILSON CARLOS 06/05/ :22:07 WILSON CARLOS 06/05/ :22:07 85/122

86 HUDSON BRAGA 26/05/ :09:28 Fls 88 HUDSON BRAGA 26/05/ :09:31 HUDSON BRAGA 26/05/ :36:04 HUDSON BRAGA 26/05/ :36:04 HUDSON BRAGA 17/07/ :08:13 HUDSON BRAGA 17/07/ :08:13 HUDSON BRAGA 17/07/ :09:45 HUDSON BRAGA 17/07/ :09:45 HUDSON BRAGA 17/07/ :38:58 HUDSON BRAGA 17/07/ :39:02 HUDSON BRAGA 14/08/ :15:32 HUDSON BRAGA 14/08/ :44:38 HUDSON BRAGA 14/08/ :02:48 HUDSON BRAGA 14/08/ :03:36 HUDSON BRAGA 14/08/ :03:43 HUDSON BRAGA 19/08/ :58:36 HUDSON BRAGA 19/08/ :45:15 HUDSON BRAGA 19/08/ :46:06 HUDSON BRAGA 19/08/ :20:11 HUDSON BRAGA 20/08/ :17:49 HUDSON BRAGA 21/08/ :41:15 HUDSON BRAGA 22/09/ :52:35 HUDSON BRAGA 22/09/ :52:41 HUDSON BRAGA 22/09/ :01:02 HUDSON BRAGA 01/10/ :35:15 HUDSON BRAGA 01/10/ :37:09 HUDSON BRAGA 07/10/ :42:33 HUDSON BRAGA 16/10/ :32:37 HUDSON BRAGA 16/10/ :32:41 HUDSON BRAGA 05/01/ :06:56 WILSON CARLOS e HUDSON BRAGA também realizaram diversas chamadas para o terminal cadastrado em nome de LÉLIS MARCOS TEIXEIRA e vinculado ao CNPJ da : TERMINAL_1_ORIGINADOR LEMBRETE_TERMINAL_1 TERMINAL_2_RECEBEDOR LEMBRETE_TERMINAL_2 DATA_INICIO WILSON CARLOS LELIS MARCOS TEIXEIRA 06/05/ :22:07 86/122

87 WILSON CARLOS LELIS MARCOS TEIXEIRA 06/05/ :22:07 Fls 89 HUDSON BRAGA LELIS MARCOS TEIXEIRA 17/07/ :08:13 HUDSON BRAGA LELIS MARCOS TEIXEIRA 17/07/ :08:13 HUDSON BRAGA LELIS MARCOS TEIXEIRA 19/08/ :58:36 HUDSON BRAGA LELIS MARCOS TEIXEIRA 16/10/ :32:37 HUDSON BRAGA LELIS MARCOS TEIXEIRA 16/10/ :32:41 Os contatos telefônicos dos empresários ora investigados também foram encontrados nas agendas de diversos conhecidos integrantes da organização criminosa. Na agenda de SÉRGIO CORTES, ex-secretário estadual de saúde, constam os contatos de LÉLIS MARCOS TEIXEIRA e JACOB BARATA FILHO: Já na agenda de CARLOS MIRANDA, operador e braço direito de SÉRGIO CABRAL, consta o contato de JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS: 87/122

88 O mesmo número de telefone consta também na agenda de HUDSON BRAGA, ex-secretário estadual de obras, desta feita, com o nome de JOSÉ CARLOS, com indicação da como endereço comercial: Fls 90 O colaborador ÁLVARO NOVIS também realizou diversas ligações para a Viação Flores e também para a. Um levantamento realizado quanto às ligações efetuadas pelo terminal utilizado por ÁLVARO NOVIS, cuja quebra foi autorizada nos autos nº , apontou que o operador se comunicou por diversas vezes com números cadastrados no CNPJ da e da Viação Flores. Confira-se o gráfico abaixo: Há constantes ligações entre NOVIS e a entre janeiro de 2012 a março de 2016, conforme a tabela a seguir: TERMINAL_1_ORIGINADOR LEMBRETE_TERMINAL_1 TERMINAL_2_RECEBEDOR LEMBRETE_TERMINAL_2 DATA_INICIO ALVARO NOVIS 10/01/ :52:59 ALVARO NOVIS 10/01/ :53:08 88/122

89 ALVARO NOVIS 10/01/ :53:13 Fls 91 ALVARO NOVIS 10/01/ :46:49 ALVARO NOVIS 10/01/ :31:28 ALVARO NOVIS 11/01/ :22:44 ALVARO NOVIS 11/01/ :23:28 ALVARO NOVIS 11/01/ :23:42 ALVARO NOVIS 27/01/ :30:25 ALVARO NOVIS 04/02/ :18:15 ALVARO NOVIS 04/02/ :18:21 ALVARO NOVIS 27/02/ :40:59 ALVARO NOVIS 13/03/ :20:57 ALVARO NOVIS 13/03/ :58:16 ALVARO NOVIS 13/03/ :01:53 ALVARO NOVIS 04/04/ :35:18 ALVARO NOVIS 06/04/ :15:08 ALVARO NOVIS 07/04/ :22:53 ALVARO NOVIS 17/09/ :06:53 ALVARO NOVIS 17/09/ :07:18 ALVARO NOVIS 17/09/ :08:18 ALVARO NOVIS 02/10/ :33:10 ALVARO NOVIS 10/11/ :15:57 ALVARO NOVIS 10/11/ :41:26 ALVARO NOVIS 10/11/ :37:39 ALVARO NOVIS 10/11/ :29:55 ALVARO NOVIS 07/12/ :12:54 ALVARO NOVIS 17/12/ :35:54 ALVARO NOVIS 24/12/ :00:06 ALVARO NOVIS 24/12/ :06:45 ALVARO NOVIS 25/12/ :47:03 ALVARO NOVIS 01/01/ :57:06 ALVARO NOVIS 04/01/ :38:07 ALVARO NOVIS 05/01/ :20:38 ALVARO NOVIS 05/01/ :51:02 ALVARO NOVIS 06/01/ :27:40 1 ALVARO NOVIS 06/01/ :37:26 ALVARO NOVIS 06/01/ :42:23 ALVARO NOVIS 12/01/ :47:56 ALVARO NOVIS 12/01/ :48:30 ALVARO NOVIS 12/01/ :52:45 ALVARO NOVIS 12/01/ :53:12 ALVARO NOVIS 13/01/ :16:34 89/122

90 ALVARO NOVIS 13/01/ :20:26 Fls 92 ALVARO NOVIS 13/01/ :20:37 ALVARO NOVIS 13/01/ :20:54 ALVARO NOVIS 18/01/ :15:09 ALVARO NOVIS 18/01/ :16:27 ALVARO NOVIS 21/01/ :29:27 ALVARO NOVIS 25/01/ :59:21 ALVARO NOVIS 26/01/ :42:21 ALVARO NOVIS 26/01/ :42:36 ALVARO NOVIS 26/01/ :46:30 ALVARO NOVIS 27/01/ :52:51 ALVARO NOVIS 27/01/ :57:42 ALVARO NOVIS 27/01/ :52:38 ALVARO NOVIS 29/01/ :02:10 ALVARO NOVIS 29/01/ :09:21 ALVARO NOVIS 29/01/ :09:25 ALVARO NOVIS 29/01/ :15:39 ALVARO NOVIS 15/02/ :32:27 ALVARO NOVIS 15/02/ :35:47 ALVARO NOVIS 19/03/ :23:21 ALVARO NOVIS 19/03/ :23:47 ALVARO NOVIS 19/03/ :40:15 ALVARO NOVIS 31/03/ :09:59 ALVARO NOVIS 31/03/ :42:04 ALVARO NOVIS 31/03/ :26:41 ALVARO NOVIS 31/03/ :26:42 ALVARO NOVIS 31/03/ :06:51 ALVARO NOVIS 11/04/ :16:31 ALVARO NOVIS 11/04/ :20:36 ALVARO NOVIS 11/04/ :29:06 ALVARO NOVIS 11/04/ :29:09 ALVARO NOVIS 11/04/ :33:10 ALVARO NOVIS 11/04/ :36:24 ALVARO NOVIS 12/04/ :37:05 ALVARO NOVIS 14/04/ :10:23 ALVARO NOVIS 14/04/ :12:00 ALVARO NOVIS 12/05/ :02:42 ALVARO NOVIS 12/05/ :10:36 ALVARO NOVIS 18/06/ :22:40 ALVARO NOVIS 18/06/ :33:01 ALVARO NOVIS 18/06/ :52:53 90/122

91 ALVARO NOVIS 07/07/ :04:48 Fls 93 ALVARO NOVIS 07/07/ :04:50 ALVARO NOVIS 07/07/ :04:53 ALVARO NOVIS 13/10/ :27:23 ALVARO NOVIS 13/10/ :27:25 ALVARO NOVIS 13/10/ :27:28 ALVARO NOVIS 09/11/ :32:19 ALVARO NOVIS 09/11/ :47:08 ALVARO NOVIS 15/11/ :49:44 ALVARO NOVIS 15/11/ :22:54 ALVARO NOVIS 15/11/ :23:20 ALVARO NOVIS 15/11/ :38:03 ALVARO NOVIS 16/11/ :52:26 ALVARO NOVIS 16/11/ :56:05 ALVARO NOVIS 06/12/ :56:27 ALVARO NOVIS 06/12/ :57:07 ALVARO NOVIS 24/12/ :27:01 ALVARO NOVIS 24/12/ :27:02 ALVARO NOVIS 22/01/ :00:36 ALVARO NOVIS 22/01/ :17:46 ALVARO NOVIS 23/01/ :54:37 ALVARO NOVIS 24/01/ :28:38 ALVARO NOVIS 24/01/ :29:07 ALVARO NOVIS 17/02/ :13:03 ALVARO NOVIS 27/02/ :32:32 ALVARO NOVIS 27/02/ :13:28 ALVARO NOVIS 28/02/ :32:35 ALVARO NOVIS 28/02/ :04:05 ALVARO NOVIS 05/03/ :51:11 ALVARO NOVIS 06/03/ :21:31 ALVARO NOVIS 11/05/ :15:42 ALVARO NOVIS 11/05/ :59:53 ALVARO NOVIS 09/08/ :15:12 ALVARO NOVIS 09/08/ :30:31 ALVARO NOVIS 14/08/ :43:16 ALVARO NOVIS 14/08/ :44:32 ALVARO NOVIS 14/08/ :05:08 ALVARO NOVIS 19/08/ :15:36 ALVARO NOVIS 19/08/ :51:59 ALVARO NOVIS 21/08/ :56:20 ALVARO NOVIS 21/08/ :56:41 91/122

92 ALVARO NOVIS 21/08/ :50:37 Fls 94 ALVARO NOVIS 21/08/ :44:58 ALVARO NOVIS 21/08/ :45:28 ALVARO NOVIS 21/08/ :45:32 ALVARO NOVIS 21/08/ :45:47 ALVARO NOVIS 21/08/ :46:06 ALVARO NOVIS 21/08/ :46:45 ALVARO NOVIS 23/08/ :04:41 ALVARO NOVIS 23/08/ :05:04 ALVARO NOVIS 23/08/ :05:35 ALVARO NOVIS 23/08/ :43:40 ALVARO NOVIS 23/08/ :23:54 ALVARO NOVIS 26/08/ :51:48 ALVARO NOVIS 26/08/ :52:13 ALVARO NOVIS 26/08/ :53:09 ALVARO NOVIS 28/08/ :24:33 ALVARO NOVIS 28/08/ :24:51 ALVARO NOVIS 28/08/ :25:05 ALVARO NOVIS 28/08/ :25:29 ALVARO NOVIS 28/08/ :26:01 ALVARO NOVIS 28/08/ :26:03 ALVARO NOVIS 28/08/ :26:05 ALVARO NOVIS 28/08/ :26:06 ALVARO NOVIS 28/08/ :26:18 ALVARO NOVIS 28/08/ :26:48 ALVARO NOVIS 28/08/ :26:53 ALVARO NOVIS 28/08/ :26:54 ALVARO NOVIS 02/09/ :22:34 ALVARO NOVIS 02/09/ :22:57 ALVARO NOVIS 02/09/ :23:17 ALVARO NOVIS 02/09/ :29:41 ALVARO NOVIS 11/09/ :02:36 ALVARO NOVIS 11/09/ :03:26 ALVARO NOVIS 11/09/ :03:35 ALVARO NOVIS 16/10/ :56:01 ALVARO NOVIS 21/10/ :11:24 ALVARO NOVIS 21/10/ :12:22 ALVARO NOVIS 06/11/ :19:42 ALVARO NOVIS 06/11/ :20:30 ALVARO NOVIS 06/11/ :21:27 ALVARO NOVIS 06/11/ :22:19 92/122

93 ALVARO NOVIS 06/11/ :25:31 Fls 95 ALVARO NOVIS 06/11/ :29:38 ALVARO NOVIS 06/11/ :42:52 ALVARO NOVIS 07/11/ :24:57 ALVARO NOVIS 12/11/ :22:16 ALVARO NOVIS 12/11/ :47:56 ALVARO NOVIS 20/11/ :23:59 ALVARO NOVIS 20/11/ :52:32 ALVARO NOVIS 20/11/ :53:23 ALVARO NOVIS 20/11/ :53:45 ALVARO NOVIS 13/06/ :19:22 ALVARO NOVIS 13/06/ :19:45 ALVARO NOVIS 27/10/ :05:45 ALVARO NOVIS 08/11/ :25:39 ALVARO NOVIS 01/01/ :11:49 ALVARO NOVIS 01/01/ :51:02 ALVARO NOVIS 04/02/ :30:33 ALVARO NOVIS 07/03/ :44:00 ALVARO NOVIS 07/03/ :44:23 Por meio do mesmo terminal utilizado por ÁLVARO NOVIS, também foram realizadas diversas ligações para número cadastrado no CNPJ da empresa GUANABARA DIESEL S/A COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES, controlada por JACOB BARATA FILHO: TERMINAL_1_ORIGINADOR LEMBRETE_TERMINAL_1 TERMINAL_2_RECEBEDOR LEMBRETE_TERMINAL_2 DATA_INICIO ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES 20/05/ :51:54 20/05/ :15:17 20/05/ :28:47 20/05/ :07:42 20/05/ :28:53 20/05/ :30:49 20/05/ :06:43 20/05/ :07:31 ALVARO NOVIS GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E 21/05/ :37:10 93/122

94 ALVARO NOVIS REPRESENTACOES GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES 26/05/ :45:45 Fls 96 GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES ALVARO NOVIS 26/05/ :51:00 ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES 26/05/ :56:44 18/06/ :19:08 26/06/ :06:59 Por meio de outro terminal fixo, cadastrado em nome de ÁLVARO NOVIS, também foram realizadas diversas ligações para número cadastrado em nome de DAVID AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO, da Transportadora TRANS EXPERT: TERMINAL_1_ORIGINADOR LEMBRETE_TERMINAL_1 TERMINAL_2_RECEBEDOR LEMBRETE_TERMINAL_2 DATA_INICIO ALVARO NOVIS DAVID AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 01/12/ :36:33 ALVARO NOVIS DAVID AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 01/12/ :36:34 ALVARO NOVIS DAVID AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 01/12/ :37:15 ALVARO NOVIS DAVID AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 01/12/ :37:30 ALVARO NOVIS DAVID AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 01/12/ :52:46 ALVARO NOVIS DAVID AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 03/02/ :58:35 ALVARO NOVIS DAVID AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 03/02/ :58:57 Também constam diversas ligações entre outro terminal fixo, cadastrado em nome de ÁLVARO NOVIS, e número cadastrado em nome da própria Transportadora TRANS EXPERT: TERMINAL_1_ORIGINADOR LEMBRETE_TERMINAL_1 TERMINAL_2_RECEBEDOR LEMBRETE_TERMINAL_2 DATA_INICIO ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS TRANSEXPERT VIGIILANCIA E TRANSPORTE DE VALORES SA TRANSEXPERT VIGIILANCIA E TRANSPORTE DE VALORES SA TRANSEXPERT VIGIILANCIA E TRANSPORTE DE VALORES SA TRANSEXPERT VIGIILANCIA E TRANSPORTE DE VALORES SA TRANSEXPERT VIGIILANCIA E TRANSPORTE DE VALORES SA TRANSEXPERT VIGIILANCIA E TRANSPORTE DE VALORES SA TRANSEXPERT VIGIILANCIA E TRANSPORTE DE VALORES SA 18/12/ :50:01 18/12/ :50:41 18/12/ :51:15 18/12/ :54:04 24/11/ :31:01 24/11/ :34:30 01/12/ :55:21 ALVARO NOVIS TRANSEXPERT VIGIILANCIA E 01/12/ :57:18 94/122

95 ALVARO NOVIS TRANSPORTE DE VALORES SA TRANSEXPERT VIGIILANCIA E TRANSPORTE DE VALORES SA 01/12/ :59:36 Fls 97 ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS ALVARO NOVIS TRANSEXPERT VIGIILANCIA E TRANSPORTE DE VALORES SA TRANSEXPERT VIGIILANCIA E TRANSPORTE DE VALORES SA TRANSEXPERT VIGIILANCIA E TRANSPORTE DE VALORES SA TRANSEXPERT VIGIILANCIA E TRANSPORTE DE VALORES SA 03/02/ :32:40 03/02/ :13:35 18/02/ :02:35 19/02/ :02:41 Além disso, foram identificadas diversas ligações entre o terminal cadastrado em nome de DAVID AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO, da Transportadora TRANSEXPERT, e JOSÉ ORLANDO RABELO e HUDSON BRAGA, conhecidos integrantes da ORCRIM de SÉRGIO CABRAL: TERMINAL_1_ORIGINADOR LEMBRETE_TERMINAL_1 TERMINAL_2_RECEBEDOR LEMBRETE_TERMINAL_2 DATA_INICIO JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 31/10/ :26:41 DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO JOSÉ ORLANDO RABELO 31/10/ :35:05 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 13/11/ :59:49 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 13/11/ :50:14 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 14/11/ :34:14 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 14/11/ :35:08 DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO JOSÉ ORLANDO RABELO 14/11/ :37:02 DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO JOSÉ ORLANDO RABELO 14/11/ :12:14 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 18/11/ :16:43 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 28/11/ :52:04 DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO HUDSON BRAGA 29/01/ :13:27 DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO HUDSON BRAGA 29/01/ :13:04 HUDSON BRAGA DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 29/03/ :09:28 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 31/03/ :17:35 DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO JOSÉ ORLANDO RABELO 31/03/ :24:17 DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO JOSÉ ORLANDO RABELO 31/03/ :35:40 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 31/03/ :15:57 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 31/03/ :50:46 HUDSON BRAGA DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 28/04/ :50:31 HUDSON BRAGA DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 28/04/ :50:59 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 28/04/ :38:38 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 28/04/ :42:28 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 28/04/ :43:41 95/122

96 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 28/04/ :22:11 Fls 98 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 29/04/ :27:27 HUDSON BRAGA DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 04/05/ :30:22 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 07/05/ :10:14 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 11/05/ :26:04 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 21/05/ :42:23 DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO JOSÉ ORLANDO RABELO 21/05/ :25:57 DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO JOSÉ ORLANDO RABELO 21/05/ :34:05 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 21/05/ :54:49 HUDSON BRAGA DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 29/05/ :52:00 HUDSON BRAGA DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 02/06/ :51:44 HUDSON BRAGA DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 10/06/ :09:53 DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO HUDSON BRAGA 10/06/ :24:23 HUDSON BRAGA DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 10/06/ :42:04 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 03/07/ :04:58 HUDSON BRAGA DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 21/07/ :38:56 DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO HUDSON BRAGA 21/07/ :35:54 HUDSON BRAGA DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 21/07/ :48:07 DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO HUDSON BRAGA 21/07/ :48:53 HUDSON BRAGA DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 10/11/ :31:08 JOSÉ ORLANDO RABELO DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 13/11/ :36:23 DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO HUDSON BRAGA 05/01/ :39:05 HUDSON BRAGA DAVI AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO 02/03/ :31:31 Pode ser acrescentado ainda que, após a quebra telemática obtida judicialmente no bojo do processo nº , dessa 7 a. Vara Federal Criminal, foi encontrada mensagem do dia 14/02/2012 entre SERGIO CABRAL e SERGIO CORTES (também já denunciado pela corrupção na Secretaria de Saúde), que revelam a intimidade e promiscuidade entre o ex-governador e o empresário JACOB BARATA: Dê um abraço no Barata!!, exclamou o então chefe do executivo estadual: 96/122

97 Fls 99 O próprio ex-governador SÉRGIO CABRAL utilizou seu terminal para realizar algumas ligações para a empresa GUANABARA DIESEL S/A COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES, controlada por JACOB BARATA FILHO, o que corrobora o relacionamento estreito entre ambos: TERMINAL_1_ORIGINADOR LEMBRETE_TERMINAL_1 TERMINAL_2_RECEBEDOR LEMBRETE_TERMINAL_2 DATA_INICIO GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES SERGIO CABRAL 20/02/ :51:17 SERGIO CABRAL SERGIO CABRAL GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES 20/02/ :53:12 20/02/ :19:13 GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES GUANABARA DIESEL SA COMERCIO E REPRESENTACOES SERGIO CABRAL 20/02/ :22:42 SERGIO CABRAL 20/02/ :22:45 SERGIO CABRAL 26/03/ :29:25 Mesmo após o encerramento do seu mandato como governador do Estado do Rio de Janeiro, SÉRGIO CABRAL manteve relações estreitas com a 97/122

98 , como demonstra o abaixo, enviado por LÉLIS MARCOS TEIXEIRA ao ex-governador, em novembro de 2015: Fls 100 Outro localizado na caixa de SÉRGIO CABRAL deixa claro o relacionamento espúrio do ex-governador com JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS, uma vez que faz referência ao apelido Kluh utilizado pelo empresário no aplicativo de mensagens criptografado e autodestrutivo Wickr, como já havia sido relatado pelo colaborador ÁLVARO NOVIS 16 : 16 De acordo com o termo de colaboração nº 8, de ÁLVARO NOVIS (fls. 688, da PET /DF): ( ) Que no aplicativo WICKR o colaborador usava o apelido "vinho", tendo mudado posteriormente para "alface"; Que não se recorda do apelido utilizado por CARLOS MIRANDA; Que LAVOURA possuía o apelido de "kluh" no citado aplicativo; ( ) (grifou-se) 98/122

99 Fls 101 E as provas de corroboração não param por aí. A análise do relatório de extração dos dados do Iphone apreendido por ordem desse Juízo com CARLOS BEZERRA trouxe informações concludentes sobre a relação desse importante operador financeiro de SÉRGIO CABRAL com as empresas de ônibus, em especial a VIAÇÃO FLORES, cujo dono JOSÉ CARLOS LAVOURAS era, como presidente do Conselho Administrativo da, o responsável por administrar o recolhimento dos valores que regularmente eram repassados pelas empresas de ônibus para a caixinha da propina destinada a agentes públicos, principalmente ao exgovernador. As anotações de BEZERRA em seu Iphone demonstram que, no ano de 2016, ele recolhia pessoalmente a propina não só na VIAÇÃO FLORES mas também de outras empresas, em dinâmica operacional diferente da implantada por ÁLVARO NOVIS provavelmente em virtude da sua prisão em 22/03/2016 na Operação Xepa da Força Tarefa Lava Jato de Curitiba17. Com efeito, em 08/09/2016, 06/10/2016 e 21/05/2016 houve anotações de prováveis recolhimentos de dinheiro com a utilização dos codinomes utilizados por BEZERRA para ocultar a identificação de JOSÉ CARLO LAVOURAS, por exemplo: garden 13/10 Madureira duque e meia 20/10 penha mesma coisa, anotação 17https://oglobo.globo.com/brasil/doleiro-preso-era-um-dos-maiores-proprietarios-de-cavalos-do-jockey-club-do-brasil /122

100 que indica dois recolhimentos de R$ 250 mil cada. Ou, ainda: 24/5 flowers pipoca 3 Fls 102 legs. CARLOS BEZERRA comparecia pessoalmente na VIAÇÃO FLORES, na Av. Automóvel Clube, 990, em São João de Meriti 18, conforme o extrato do Iphone abaixo, obtido a partir do uso do aplicativo Waze por parte desse operador, que demonstra a sua visita à empresa no dia 02/05/2016: Lá certamente se encontrava com a secretária de JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS, ENI DA SILVA GULINELI, cujo nome em sua agenda telefônica era ENI FLORISTA, para quem inclusive BEZERRA telefonou de seu celular, em 15/09/2016, para o número fixo , que, como já informado pelos colaboradores 18Conforme Pesquisa da ASSPA, a COMPANHIA FLORES trata-se da EMPRESA DE TRANSPORTES FLORES LTDA., CNPJ / , com sede declarada na AVENIDA AUTOMÓVEL CLUBE 990, CENTRO SÃO JOÃO DE MERITI, Telefone: (021) /122

101 ÁLVARO NOVIS e EDIMAR MOREIRA DANTAS, era o número de contado com ENI na Fls 103 VIAÇÃO FLORES, e pelo qual eram feitos os ajustes das contas das planilhas e batimento de débito e crédito da contabilidade paralela da propina. Outra anotação de CARLOS BEZERRA indicou mais um encontro com a secretária de LAVOURAS no dia 02/04/2016, entre 11 e 12 horas: Finalmente, outra importante prova de corroboração foi obtida com base no afastamento de sigilo telemático autorizado por esse Juízo no recente processo nº Trata-se de enviado por ENI DA SILVA GULINELI para EDIMAR, da corretora HOYA, em 26/06/2014, justamente para tratar da diferença de R$4.500,00 entre a quantia contabilizada pelo colaborador e o valor em espécie realmente entregue na sede da transportadora Flores Ltda (a íntegra do está em anexo): 101/122

102 Fls 104 Em suma, o material probatório que dá suporte à presente medida cautelar é amplo e provém de fontes totalmente independentes, a saber: 1. Colaboração premiada dos operadores financeiros ÁLVARO JOSÉ GALLIEZ NOVIS e de EDIMAR MOREIRA DANTAS; 2. Colaboração premiada do ex-presidente do TCE/RJ, JONAS LOPES DE CARVALHO JÚNIOR; 3. Termos de declaração de RICARDO CAMPOS SANTOS e CARLOS ALBERTO VITAL DA SILVA; 4. Planilhas físicas e arquivos eletrônicos entregues em pendrive pelos colaboradores ÁLVARO JOSÉ GALLIEZ NOVIS e de EDIMAR MOREIRA DANTAS, constantes da PET nº /DF; 5. Buscas e apreensões realizadas no bojo da cautelar inominada nº 05/DF, vinculada ao inquérito 1133/DF, em trâmite no STJ; 6. Anotações encontradas após medida de busca e apreensão na residência de LUIZ CARLOS BEZERRA; 102/122

103 7. Interrogatório judicial de LUIZ CARLOS BEZERRA; Fls Registros de ligações telefônicas entre LUIZ CARLOS BEZERRA e a Viação Flores; 9. Registros de ligações telefônicas entre CARLOS MIRANDA, HUDSON BRAGA, WILSON CARLOS e terminais da ; 10. Registros de ligações telefônicas entre WILSON CARLOS, HUDSON BRAGA e LELIS MARCOS TEIXEIRA; 11. Contatos de LELIS MARCOS TEIXEIRA e de JACOB BARATA FILHO constantes na agenda de SÉRGIO CÔRTES; 12. Contato de DE OLIVEIRA constante na agenda de HUDSON BRAGA; 13. Contato de JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS constante na agenda de CARLOS MIRANDA e de HUDSON BRAGA; 14. Registros de ligações telefônicas entre ÁLVARO NOVIS,, VIAÇÃO FLORES, GUANABARA DIESEL, DAVID AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO, TRANSPORTADORA TRANS EXPERT; 15. Registros de ligações entre DAVID AUGUSTO CÂMARA SAMPAIO, JOSÉ ORLANDO RABELO e HUDSON BRAGA; 16. Mensagens eletrônicas encontradas após a quebra telemática de SÉRGIO CABRAL; 17. Mensagens eletrônicas encontradas após a quebra telemática de CARLOS MIRANDA; 18. Registros de ligações telefônicas entre SÉRGIO CABRAL e terminal em nome da GUANABARA DIESEL S/A; 19. Anotações, dados de localização e registros de ligações extraídos do aparelho celular de LUIZ CARLOS BEZERRA; 20. Mensagem eletrônica encontrada após a quebra telemática de ENI DA SILVA GULINELI; 21. Relatório de Inteligência Financeira do COAF; 103/122

104 Fls 106 Com base nessas provas colhidas até o momento, o esquema de pagamento de vantagens indevidas no setor de transportes no governo do Estado do Rio de Janeiro pode ser assim ilustrado: 104/122

105 8 DOS ATOS DE OFICIO E O CORRESPONDENTE PAGAMENTO DE Fls 107 PROPINA É de se depreender, por óbvio, que os repasses de propina à Orcrim tinham como contraprestação a prática de atos de ofício pelos gestores do Estado do Rio de Janeiro, porquanto o conjunto de funções exercidas pelos agentes públicos que integram o núcleo administrativo e político da organização está relacionado com os interesses privados dos particulares como exploradores do transporte público urbano, isto é, pode-se aferir extreme de dúvidas a relação de mercancia que tem por objeto a função pública exercida pela então maior autoridade do Poder Executivo estadual. E os indícios dessa relação espúria são evidentes, como fartamente demonstrado acima. Nesse contexto, impende salientar que, desde 2014, foi noticiada investigação em andamento no âmbito do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro acerca da gestão dos créditos de cartões da RioCard, especialmente quanto ao saldo residual desses cartões, que alcançou o montante de R$90 milhões, do período de 2009 a Os repasses do Governo do Estado do Rio de Janeiro por meio de subsídios para as empresas de transporte atingem cifras bilionárias, constando a informação de que, apenas no período de fevereiro de 2010 a junho de 2015, foram repassados cerca de R$2,3 bilhões em subsídios, dos quais as empresas de ônibus receberam R$1,8 bilhão, o que corresponde a 78,2% do total19. É fato notório, portanto, que o mercado de transportes públicos movimenta cifras milionárias anualmente e recebe substanciosos incentivos fiscais do Governo estadual, havendo expressivas fatias sob domínio de empresas dos grupos familiares dos investigados, que também integram a cúpula da federação que congrega 10 sindicatos de empresas de ônibus, os quais, por sua vez, reúnem mais de 200 empresas de /122

106 transporte por ônibus, que respondem por 81% do transporte público regular no Estado do Fls 108 Rio de Janeiro20. É também notório o fato de que as concessionárias de ônibus intermunicipais operam no Estado do Rio de Janeiro sem prévia licitação. Conforme pesquisas em fontes abertas21, a licitação para a concessão das linhas de transporte intermunicipal de passageiros, prevista para ocorrer em 2015, de modo inédito no Estado do Rio de Janeiro, não foi realizada até o momento, dependendo, justamente, da conclusão de estudos pelo DETRO. Não bastasse, durante a sua gestão à frente do DETRO/RJ, praticou atos que trouxeram benefícios econômicos diretos às empresas de ônibus. No ano de 2009, o então presidente da autarquia estadual autorizou o aumento de tarifa das passagens de ônibus no patamar de 7%, sem considerar os benefícios fiscais concedidos e outras benesses que justificavam o aumento no percentual de apenas 2%, conforme apurado no processo TCE-RJ n.º /13, que resultou na condenação do gestor perante o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (doc. em anexo). Além disso, conforme revelado por reportagem da Folha de São Paulo22, no ano de 2014 o então Governador SÉRGIO CABRAL concedeu, por meio do decreto de 17 de janeiro de 2014, desconto de 50% no IPVA para as empresas de ônibus do Estado do Rio de Janeiro, apenas um dia após o recebimento do ofício com a solicitação encaminhado pelo Presidente Executivo da, LÉLIS MARCOS p_p_id=exibeconteudo_instance_2wxq&p_p_lifecycle=0&refererplid=11702&_exibeconteudo_instance_2wx Q_struts_action=%2Fext%2Fexibeconteudo %2Frss&_exibeconteudo_INSTANCE_2wXQ_groupId=132942&_exibeconteudo_INSTANCE_2wXQ_articleId= /122

107 TEIXEIRA. O processo administrativo que embasou o decreto, de apenas 15 páginas, Fls 109 consta no anexo desta representação. Como se vê, os indícios até agora coligidos apontam para a urgente necessidade de as investigações aprofundarem e elucidarem o motivo de empresários da área de transporte urbano que dominam entidades como a, a RIO ÔNIBUS e a RIOPAR, e que têm sabidos interesses na política de transporte e nos contratos públicos, concessões e tarifas que são celebrados e determinados pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, estarem relacionados à contabilidade paralela e aos conhecidos integrantes da organização criminosa capitaneada por SÉRGIO CABRAL. 9 FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA E PEDIDOS Por todo o exposto, evidencia-se a necessidade da tomada de medidas cautelares mais invasivas, em esquema de operação sigilosa a ser deflagrada de imediato, no momento mais oportuno, com a finalidade de impedir a eventual obstrução da investigação no momento em que ela se tornar pública, como através da destruição de provas, além de obstar a manutenção da ação da organização criminosa, inclusive mediante permanentes ações de ocultação do proveito ilicitamente obtido. Nestes termos, para o prosseguimento das investigações, tornam-se necessárias e plenamente justificáveis ao caso concreto as medidas cautelares abaixo listadas em face dos investigados, porquanto os direitos constitucionais à liberdade individual e à inviolabilidade do domicílio devem ceder frente ao interesse público aqui consubstanciado na investigação de gravíssimos crimes consumados e em andamento. Sobre a imprescindibilidade das medidas ao caso, trata-se de investigação sobre crimes praticados com elevado grau de sofisticação e ocultação, o que demonstra serem estritamente necessárias para sua plena elucidação. Ademais, tais 107/122

108 medidas serão implementadas em complemento às demais diligências já realizadas, entre elas oitivas de colaboradores e testemunhas, levantamento de dados e outras já deferidas por esse Juízo. Fls Prisão Preventiva O MPF requer a decretação da prisão preventiva de: 1. JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS ( ) 2. JACOB BARATA FILHO ( 3. LÉLIS MARCOS TEIXEIRA (CPF ) 4. MARCELO TRAÇA GONÇALVES ( ) 5. DE OLIVEIRA (CPF ) 6. CLÁUDIO SÁ GARCIA DE FREITAS (CPF 7. MÁRCIO MARQUES PEREIRA MIRANDA (CPF 8. DAVID AUGUSTO DA CÂMARA SAMPAIO (CPF Conforme fartamente descrito acima, JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS, LÉLIS MARCOS TEIXEIRA, JACOB BARATA FILHO e MARCELO TRAÇA GONÇALVES são os principais empresários e membros do braço do setor de transporte público da complexa e sofisticada organização criminosa capitaneada pelo ex-governador SÉRGIO CABRAL, tendo movimentado mais de R$ 260 milhões de Reais entre 2010 e 2016 em caixa dois, computada somente a contabilidade paralela controlada pelo colaborador ÁLVARO NOVIS em relação aos requeridos, dinheiro esse em sua maior parte destinado ao pagamento de propina ao ex-governador, por intermédio de CARLOS MIRANDA. 108/122

109 Também foi revelada a participação de mais um integrante da Fls 111 organização criminosa que agia dentro do poder executivo estadual, qual seja, o expresidente do DETRO/RJ, DE OLIVEIRA, o qual foi nomeado para o cargo por SÉRGIO CABRAL logo no início de sua gestão, em 01/01/2007, sendo pessoa de absoluta confiança do ex-governador e o agente público diretamente responsável pela fiscalização dos transportes de passageiros intermunicipais, razão pela qual valeu-se do cargo para receber quantias milionárias dos empresários do setor, com o auxílio determinante de CLÁUDIO SÁ GARCIA DE FREITAS. Acrescente-se que há veementes indícios no sentido de que DAVID AUGUSTO DA CÂMARA SAMPAIO e MÁRCIO MARQUES PEREIRA MIRANDA, respectivamente das transportadoras TRANS EXPERT e PROSEGUR, ocultaram milionária quantia arrecadada para a caixinha da propina da pelo menos entre os anos de 2010 e 2016, em valores de cerca de R$ 260 milhões de Reais, operando como agentes financeiros para a guarda e distribuição segura das vantagens indevidas distribuídas a mando dos empresários de transporte público, sem qualquer comunicação dessas operações suspeitas ao COAF. Há notícias, ainda, de que MÁRCIO MARQUES PEREIRA MIRANDA, teria desaparecido com cerca de R$40 milhões do caixa da transportadora PROSEGUR, fatos em apuração no IPL nº 80/ , circunstância que corrobora a necessidade de decretação da sua prisão preventiva, tendo em vista a conveniência da instrução criminal e a necessidade de assegurar a aplicação da lei penal. As provas apresentadas demonstram que o dinheiro semanalmente recolhido de forma espúria das empresas filiadas à que aderiram à caixinha da propina continuou sendo arrecadado até o final do ano passado, mesmo após a prisão do doleiro ÁLVARO NOVIS, bem como, pelo vulto milionário das operações, que esse dinheiro sujo continua oculto e sendo objeto de lavagem. 109/122

110 Vale mencionar, a propósito, a força do poder econômico e político Fls 112 dos requeridos em relação aos quais se requer a medida cautelar extrema, uma vez que são responsáveis há anos pelas principais entidades sindicais patronais que representam os interesses dos empresários do setor de transporte público no Rio de Janeiro, tais como a e o RIO ÔNIBUS, avançando, ainda, para sociedade empresária que passou a controlar a bilhetagem eletrônica dos transportes públicos no estado a partir de 2012, a RIOPAR PARTICIPAÇÕES S/A. Os investigados vêm valendo-se desse poder para corromper a máquina pública em prejuízo da sociedade fluminense, obtendo favores dos gestores públicos para aumentar os seus lucros, não obstante a notoriedade do precário serviço público que exploram. O conjunto de provas analisadas ao longo da investigação e descritas nos tópicos anteriores revela que os requeridos mantém há muitos anos estreita ligação com os operadores político, administrativos e financeiros da organização criminosa capitaneada por SÉRGIO CABRAL, potencializando ainda mais o saque aos cofres públicos que auxiliou em boa medida o atual estado de insolvência do Estado do Rio de Janeiro. Está-se, portanto, diante de fatos e indícios que levam ao panorama indisfarçável de uma organização liderada por ex-governador de Estado, respeitado e influente no seu partido (PMDB) e no meio político nacional, que fixou as regras do jogo, fomentando no Rio de Janeiro um quadro de corrupção sistêmica que se protraiu nos anos. Nesse contexto, não se vislumbram medidas cautelares que façam cessar os graves crimes que vitimizaram e ainda vitimizam, nos dias atuais com dimensão e efeitos evidentes, toda a sociedade fluminense. Como bem ponderou o juiz Sérgio Moro sobre análogo contexto em sentença proferida nos Autos /PR, quando a corrupção é 110/122

111 sistêmica, as propinas passam a ser pagas como rotina e encaradas pelos participantes Fls 113 como a regra do jogo, algo natural e não anormal, o que reduz igualmente os custos morais do crime. O magistrado identificou o mesmo fenômeno na Itália a partir das investigações da operação Mãos Limpas, com a corrupção nos contratos públicos tratada como uma regra 'geral, penetrante e automática' (Barbacetto, Gianni e outros. Mani Pulite: La vera storia, 20 anni dopo. Milão: Chiarelettere editore. 2012, p ). Para justificar medidas cautelares extremas e interromper o ciclo delitivo, Moro pontuou com precisão que impor a prisão preventiva em um quadro de corrupção e lavagem sistêmica é aplicação ortodoxa da lei processual penal (art. 312 do CPP). Excepcional no presente caso não é a prisão cautelar, mas o grau de deterioração da coisa pública revelada pelo processo. Com efeito, a análise meticulosa da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal leva ao entendimento de que para a decretação da prisão preventiva com fundamento na garantia da ordem pública, é importante restar demonstrada a periculosidade do agente, o seu papel de destaque na organização criminosa, a gravidade dos fatos e o risco de reiteração delitiva, o que se revela nas práticas delituosas mesmo depois de iniciada a investigação, comum em atividades ilícitas em desenvolvimento por longo período e das quais se inferem ilícitos contra a administração pública e corrupção sistêmica. Não há como desconsiderar a gravidade em concreto dos crimes em investigação, que tratam de corrupção e lavagem de dinheiro num contexto de exploração de serviço público essencial, que é o transporte. A contabilidade paralela administrada pelo doleiro ÁLVARO NOVIS e pelo operador financeiro de CABRAL, CARLOS BEZERRA, revelam a prática habitual, sistemática e profissional de ilícitos que tais, revelando um inconcebível desprezo pela coisa pública, num Estado hoje literalmente falido em boa medida pela atuação desenfreada dessa insidiosa organização. 111/122

112 No famigerado esquema criminoso de maxipropina e Fls 114 maxilavagem de dinheiro descortinado pela Operação Lava Jato inciada em Curitiba, e cujos fatos aqui se repetem mas não no âmbito de empresa de sociedade mista e sim da própria Administração direta estadual, o STF, sob relatoria do saudoso Ministro Teori Zavascki, vinha fixando limites para as prisões cautelares, os quais no todo se aplicam ao presente caso: 4. A prisão preventiva supõe prova da existência do crime (materialidade) e indício suficiente de autoria; todavia, por mais grave que seja o ilícito apurado e por mais robusta que seja a prova de autoria, esses pressupostos, por si sós, são insuficientes para justificar o encarceramento preventivo. A eles deverá vir agregado, necessariamente, pelo menos mais um dos seguintes fundamentos, indicativos da razão determinante da medida cautelar: (a) a garantia da ordem pública, (b) a garantia da ordem econômica, (c) a conveniência da instrução criminal ou (d) a segurança da aplicação da lei penal. (...) 7. Quanto à necessidade de garantia da ordem pública, os fundamentos utilizados revelam-se idôneos para manter a segregação cautelar do paciente, na linha de precedentes desta Corte. É que a decisão lastreou-se em circunstâncias do caso relevantes, ante a gravidade dos crimes imputados e no fundado receio de reiteração delitiva por parte do paciente, uma vez que as práticas delituosas do esquema criminoso estariam em plena atividade e ocorrendo por longo período. Fundamentos dessa natureza, uma vez comprovados, têm sido admitidos como legitimadores da prisão cautelar pelo Supremo Tribunal Federal. 8. No caso, o decreto prisional destacou a necessidade de custódia do agente, evidenciada pelo papel de destaque ocupado no suposto esquema criminoso voltado para prática, em tese, de crimes de corrupção ativa/passiva e de lavagem de dinheiro. Apontou-se, de maneira concreta, que o paciente seria, dentro da engrenagem criminosa, o responsável pela operacionalização do desvio de verbas dentro da diretoria internacional da Petrobras, efetuando transações de envio de valores para o exterior a fim de dissimular e ocultar a sua origem, assim como seria responsável pelo pagamento de propinas aos agentes públicos e políticos, em tese, envolvidos. 9. Os fatos expostos nas decisões proferidas pelo magistrado de primeiro grau e na denúncia oferecida indicam a existência de sofisticada organização criminosa, com profunda especialização na suposta prática de crimes contra a administração pública e de lavagem de capitais, na qual o paciente presumidamente ocupava um papel que, mais do que destacado, era chave para seu funcionamento, o que não é infirmado pelo só decurso de alguns meses, demonstrando-se ainda necessária a custódia para acautelar 112/122

113 a ordem pública. (...) 13. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que a primariedade, a residência fixa e a ocupação lícita não possuem o condão de impedir a prisão cautelar, quando presentes os requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal. 14. Habeas corpus conhecido, porém denegada a ordem. (HC / PR - Julgamento: 18/08/ Segunda Turma)23. Fls 115 Essa doutrina, construída jurisprudencialmente na Suprema Corte a propósito da ordem pública como circunstância a ser resguardada pela prisão preventiva, está bem delineada na ementa a seguir transcrita: 1. O conceito jurídico de ordem pública não se confunde com incolumidade das pessoas e do patrimônio (art. 144 da CF/88). Sem embargo, ordem pública se constitui em bem jurídico que pode resultar mais ou menos fragilizado pelo modo personalizado com que se dá a concreta violação da integridade das pessoas ou do patrimônio de terceiros, tanto quanto da saúde pública (nas hipóteses de tráfico de entorpecentes e drogas afins). Daí sua categorização jurídico-positiva, não como descrição do delito nem da cominação de pena, porém como pressuposto de prisão cautelar; ou seja, como imperiosa necessidade de acautelar o meio social contra fatores de perturbação que já se localizam na gravidade incomum da execução de certos crimes. Não da incomum gravidade abstrata desse ou daquele crime, mas da incomum gravidade na perpetração em si do crime, levando à consistente ilação de que, solto, o agente reincidirá no delito. Donde o vínculo operacional entre necessidade de preservação da ordem pública e acautelamento do meio social. Logo, conceito de ordem pública que se desvincula do conceito de incolumidade das pessoas e do patrimônio alheio (assim como da violação à saúde pública), mas que se enlaça umbilicalmente à noção de acautelamento do meio social. (omissis). Contexto revelador da incomum gravidade da conduta protagonizada pelo paciente, caracterizada pela exacerbação de meios e a partir de motivo fútil. A evidenciar, portanto, periculosidade envolta em atmosfera de concreta probabilidade de sua reiteração. Precedentes: HCs , da relatoria do ministro Cezar Peluso; , da relatoria do ministro Ricardo Lewandowski; e , da relatoria da ministra Ellen Gracie; bem como , e AgR, da minha relatoria. 5. Em suma, sempre que a maneira da perpetração do delito revelar de pronto a extrema periculosidade do agente, abre-se ao decreto prisional a possibilidade de estabelecer um 23 No mesmo sentido HC /SP, Min ROSA WEBER, Primeira Turma, 09/12/2014; HC /PR, Min GILMAR MENDES, Segunda Turma, 26/04/2016; HC /PI, Min LUIZ FUX, 13/03/ /122

114 vínculo funcional entre o modus operandi do suposto crime e a garantia da ordem pública. Precedentes: HCs e , da relatoria dos Ministros Menezes Direito e Ricardo Lewandowski, respectivamente. (omissis). HC 96212/RJ Órgão Julgador: Primeira Turma Órgão Julgador: Primeira Turma Relator: Min. AYRES BRITTO Julgamento: 16/06/2010. Fls 116 O Superior Tribunal de Justiça não destoa desse entendimento sobre o conceito de garantia da ordem pública: 02. Ao princípio constitucional que garante o direito à liberdade de locomoção (CR, art. 5º, LXI) se contrapõe o princípio que assegura a todos direito à segurança (art. 5º, caput), do qual decorre, como corolário lógico, a obrigação do Estado com a 'preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio ' (CR, art. 144). Presentes os requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, a prisão preventiva não viola o princípio da presunção de inocência. Poderá ser decretada para garantia da ordem pública que é a 'hipótese de interpretação mais ampla e flexível na avaliação da necessidade da prisão preventiva. Entende-se pela expressão a indispensabilidade de se manter a ordem na sociedade, que, como regra, é abalada pela prática de um delito. Se este for grave, de particular repercussão, com reflexos negativos e traumáticos na vida de muitos, propiciando àqueles que tomam conhecimento da sua realização um forte sentimento de impunidade e de insegurança, cabe ao Judiciário determinar o recolhimento do agente ' (Guilherme de Souza Nucci). Conforme Frederico Marques, 'desde que a permanência do réu, livre ou solto, possa dar motivo a novos crimes, ou cause repercussão danosa e prejudicial ao meio social, cabe ao juiz decretar a prisão preventiva como garantia da ordem pública '. Nessa linha, o Superior Tribunal de Justiça (RHC n , Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe de 10/11/14) e o Supremo Tribunal Federal têm proclamado que 'a necessidade de se interromper ou diminuir a atuação de integrantes de organização criminosa, enquadra-se no conceito de garantia da ordem pública, constituindo fundamentação cautelar idônea e suficiente para a prisão preventiva' (STF, HC n , Min. Cármen Lúcia; Primeira Turma, DJe de ). 03. Havendo fortes indícios da participação do investigado em 'organização criminosa' (Lei n /2013), em crimes de 'lavagem de capitais' (Lei n /1998) e 'contra o sistema financeiro nacional (Lei n /1986), todos relacionados a fraudes em processos licitatórios das quais resultaram vultosos prejuízos a sociedade de economia mista e, na mesma proporção, em seu enriquecimento ilícito 114/122

115 e de terceiros, justifica-se a decretação da prisão preventiva como garantia da ordem pública. Não há como substituir a prisão preventiva por outras medidas cautelares (CPP, art. 319) 'quando a segregação encontra-se justificada na periculosidade social do denunciado, dada a probabilidade efetiva de continuidade no cometimento da grave infração denunciada ' (RHC n /SP, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe de 23/10/2014). 04. Habeas corpus não conhecido.' (HC /PR Rel. Min. Newton Trisotto 5.ª Turma do STJ un. - 25/11/2014). Fls 117 Sobejam nos autos, ainda nesta fase não ostensiva das investigações, práticas insistentes e sistemáticas de corrupção e lavagem de dinheiro a partir do mais alto gestor público de um dos mais importantes Estados da nação, palco da Copa do Mundo e das Olimpíadas, valendo-se de seus asseclas de escalões superiores dentro da estrutura do Governo e certamente de toda a cadeia de servidores de hierarquia imediatamente inferior, para negociar acordos espúrios com empresários do setor de transporte público, em prejuízo de toda a população fluminense. É um contexto de lesividade social ímpar, para usar as palavras do Desembargador Federal Abel Gomes em Voto proferido em HC referente a operação conexa à presente e já deflagrada, numa sangria desenfreada de valores que iriam alimentar empresas particulares e agentes públicos corruptos, executivos e ordenadores de altas alçadas do setor público. Ainda prossegue o magistrado, em voto que se enquadraria com ainda mais contundência na presente hipótese: Os fatos imputados aos pacientes são, como fundamentado pelo Magistrado a quo, concretamente graves, e não só porque se encontram classificados em figuras típicas das leis penais que cominam penas elevadas, mas porque ostentam lesividade social ímpar. Aponta-se que eles desviaram verbas públicas de finalidades sociais que poderiam ser atendidas em campos como os da saúde, educação, segurança pública, saneamento, dentre outros, e cuja carência é perceptível a olhos nus em vários pontos da cidade, do Estado e do país. 115/122

116 E não há dúvida de que a corrupção, o peculato, a lavagem de dinheiro, os crimes por meio de licitações e as associações criminosas são, hoje, em determinadas circunstâncias com que são praticados, crimes até muito mais graves do que os de tráfico de drogas e crimes violentos contra o patrimônio individual de uns e outros ( ) "24 Fls 118 Não é demais destacar que os atos de ocultação do dinheiro ilícito produzido pela corrupção sistêmica por parte dos representados perduram até hoje. Há, inclusive indícios claros da prática do crime federal previsto no artigo 11 da Lei 7492/86, que define os crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (Art. 11. Manter ou movimentar recurso ou valor paralelamente à contabilidade exigida pela legislação), com repercussões tributárias graves. A única forma de se interromper os crimes de movimentação paralela de dinheiro e lavagem, e debelar, de uma vez por todas, o braço no transporte público da sofisticada e poderosa organização criminosa em comento, é a prisão dos investigados supralistados, não satisfazendo qualquer das outras medidas cautelares previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal. Assim sendo, havendo demonstração cabal de ilícitos gravíssimos (fumus comissi delicti) e até mesmo alguns em estado de flagrância, à vista de sua natureza permanente (lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional), e que a liberdade dos referidos alvos implicaria perigo concreto (periculum libertatis) à ordem pública e econômica, além da aplicação da lei penal, requer o MPF sejam deferidas prisões preventivas em desfavor dos mesmos, com fulcro no artigo 312 do Código de Processo Penal. Caso entenda-se incabível o pleito, requer-se, alternativamente, como medida cautelar menos gravosa, a decretação de prisão temporária Prisão temporária 24 HC (Operação Pripyat). 116/122

117 O MPF requer a decretação da prisão temporária de: Fls CARLOS ROBERTO ALVES (CPF 2. ENEAS DA SILVA BUENO (CPF 3. OCTACÍLIO DE ALMEIDA MONTEIRO (CPF 4. JOÃO AUGUSTO MORAIS MONTEIRO (CPF 5. REGINA DE FATIMA PINTO ANTONIO (CPF 6. ENI DA SILVA GULINELI (CPF 7. FRANCISCA DA SILVA MEDEIROS (CPF 8. CLAUDIA DA SILVA SOUZA FERREIRA (CPF Conforme descrito, há fortes indícios de que esses requeridos tiveram participação direta nos atos de recolhimento e entregas de valores em espécie movimentados pela contabilidade paralela dos colaboradores ÁLVARO NOVIS e EDIMAR DANTAS, sendo responsáveis por operacionalizar o gigantesco esquema de pagamentos ilícitos, de forma estável e permanente, ao menos, por quase sete anos (2010 até final de 2016). Com efeito, CARLOS ROBERTO ALVES, gerente financeiro da, participava como importante engrenagem desse esquema, entregando mensalmente as planilhas com a relação das empresas para recolhimento de dinheiro, além de também ter recebido e entregue recurso em espécie oriundo do caixa da, na sede da própria entidade. JOÃO AUGUSTO MORAIS MONTEIRO, empresário e sócio da Rodoviária Matias junto com JACOB BARATA FILHO, foi o responsável por receber mais de R$23 milhões de retorno de créditos do caixa da, sendo a medida de segregação temporária imprescindível para elucidar os motivos do recebimento 117/122

118 de créditos tão expressivos, bem como o destino desse dinheiro. Na mesma linha, ENEAS Fls 120 DA SILVA BUENO e OCTACÍLIO DE ALMEIDA MONTEIRO, respectivamente diretor financeiro e vice-presidente da RIO ÔNIBUS, recebiam regularmente valores do caixa dois em diferentes endereços, sendo o principal na Avenida Rio Branco, 156, sala 1804, local mantido por este último apenas para o recebimento de valores ilícitos. Já as secretárias ENI DA SILVA GULINELI, REGINA DE FATIMA PINTO ANTONIO e FRANCISCA DA SILVA MEDEIROS, bem como a tesoureira CLAUDIA DA SILVA SOUZA FERREIRA, eram as responsáveis por operacionalizar a entrega e o recebimento de vultosas quantias em espécie, intermediar o contato com os operadores financeiros da corretora de valores HOYA, bem como por realizar a conferência de toda a contabilidade paralela dos seus chefes, atuando nessas funções por longo período de tempo. Consoante as provas detalhadas acima, ENI DA SILVA GULINELI e REGINA DE FATIMA PINTO ANTONIO, tiveram participação direta nas movimentações ilícitas de recursos comandadas por JOSÉ CARLOS REIS LAVOURAS, atuando como suas secretárias na Viação Flores e na, respectivamente. Já FRANCISCA DA SILVA MEDEIROS, executou os atos relativos às movimentações ilícitas ordenadas por JACOB BARATA FILHO, atuando como sua secretária na empresa GUANABARA DIESEL S/A. CLAUDIA DA SILVA SOUZA FERREIRA, por sua vez, atuou diretamente nos recolhimentos ilícitos comandados por MARCELO TRAÇA GONÇALVES, exercendo a função de tesoureira na viação RIO ITA LTDA. Diante dos fatos e indícios supramencionados, tem-se como presentes os requisitos autorizadores para a decretação da prisão temporária, pois imprescindível às investigações, bem como por existirem fundadas razões autoria e materialidade da prática do delito de organização criminosa, nos termos do artigo 1º, incisos I e III, alínea l, da Lei nº 7.960/ /122

119 Fls 121 Embora o crime de organização criminosa não esteja previsto no rol do artigo 1º, inciso III, da Lei da Prisão Temporária, deve-se lembrar que este crime somente passou a ser previsto a partir da edição da Lei /2013. De toda forma, estando previsto naquela lei o crime de quadrilha ou bando (atual associação criminosa), não há razão para não se considerar aí incluído o delito de organização criminosa, que nada mais é senão uma espécie ou tipo daquele. Não haveria razoabilidade, ademais, na interpretação de excluir a organização criminosa (delito mais grave) das hipóteses autorizativas da prisão temporária, restringindo-a somente à associação criminosa (crime menos grave). No caso presente, faz-se cabível a realização de diligências investigatórias complementares para a obtenção de mais provas acerca da materialidade dos delitos em tela, mormente tendo em vista a complexidade das operações de propina e lavagem perpetradas pelos integrantes da organização criminosa, que envolvem a utilização de diversas pessoas interpostas e a realização de pagamentos milionários com uso de caixa dois das empresas de ônibus. Ademais, a imprescindibilidade da medida para a investigação é evidente, assegurando, dentre outros efeitos, que todos os envolvidos sejam ouvidos pela autoridade policial e estejam à disposição para prestar esclarecimentos que se mostrem necessários após a análise do material colhido na deflagração, sem possibilidade de prévio acerto de versões entre si ou mediante pressão por parte das pessoas mais influentes do grupo. Como se sabe, os requisitos legais para a prisão temporária são menos severos do que os da prisão preventiva, mas no caso concreto até mesmo os elementos para esta última modalidade de constrição física estariam presentes em relação aos quatro requeridos, mercê da provável posição de cada um desses investigados na organização 119/122

120 criminosa. No entanto, neste momento de deflagração da fase ostensiva das investigações, Fls 122 pode-se prestigiar uma medida menos gravosa em prol do nosso sistema de garantias constitucionais do direito de liberdade sem prejudicar a necessidade de debelação da organização criminosa, no entanto mantendo a higidez da colheita das provas necessárias à plena elucidação dos fatos. Sem prejuízo, por óbvio, da eventual necessidade de ser requerida a convolação dessa espécie prisional em custódia cautelar, a partir do resultado das diligências a serem empreendidas e das provas que daí serão produzidas. Assim, havendo suficientes indícios de materialidade e autoria delitiva, presentes os requisitos legais, absolutamente cabível a decretação das prisões temporárias postuladas. Caso se entenda incabível o deferimento do pleito, postula-se, alternativamente, como medida cautelar menos gravosa, a decretação de condução coercitiva. 10. OUTROS REQUERIMENTOS Por fim, requer o MPF: a) seja autorizado que as diligências possam ser efetuadas simultaneamente, permitindo-se o auxílio de autoridades policiais de outros Estados, peritos ou ainda de outros agentes públicos, incluindo agentes da Receita Federal e membros do próprio MPF. b) seja mantido o sigilo sobre a decisão a ser proferida e sobre os autos dos processos relacionados tão somente até a efetivação das prisões. Efetivadas as medidas, não sendo mais a reserva de publicidade necessária para preservar as investigações, protesta-se pelo seu levantamento. Considerando a natureza e magnitude dos crimes aqui investigados, o interesse público e a previsão constitucional de publicidade dos processos (artigo 5º, LX, 120/122

121 CF) impedem a imposição da continuidade de sigilo sobre autos. O levantamento Fls 123 propiciaria assim não só o exercício da ampla defesa pelos investigados, mas também o necessário escrutínio público sobre a atuação da Administração Pública e da própria Justiça criminal. c) tendo em vista que o termo de colaboração de JONAS LOPES DE CARVALHO JÚNIOR, ainda se encontra sob sigilo perante o STJ, requer a autuação em apenso sigiloso dos documentos referentes à cautelar inominada criminal nº 05/DF, vinculada ao Inq nº 1133/DF, permanecendo o acesso restrito apenas às partes na presente medida cautelar, mesmo após a publicidade determinada conforme item b acima; d) Por derradeiro, protesta no sentido de que, após a apreciação dos pedidos ora formulados, abra-se vista dos autos à Polícia Federal, de forma sigilosa, a fim de que, antes do cumprimento dos mandados de busca e apreensão, de condução coercitiva, de prisões temporária e preventiva, sejam efetuadas as diligências policiais cabíveis inclusive levantamentos de campo complementares para a ratificação ou retificação dos endereços mencionados na presente peça. Rio de Janeiro, 28 de junho de EDUARDO RIBEIRO GOMES EL HAGE PROCURADOR DA REPÚBLICA FABIANA KEYLLA SCHNEIDER PROCURADORA DA REPÚBLICA JOSÉ AUGUSTO SIMÕES VAGOS PROCURADOR REGIONAL DA REPÚBLICA LEONARDO CARDOSO DE FREITAS PROCURADOR REGIONAL DA REPÚBLICA MARISA VAROTTO FERRARI PROCURADORA DA REPÚBLICA RAFAEL A. BARRETTO DOS SANTOS PROCURADOR DA REPÚBLICA RODRIGO TIMÓTEO DA COSTA E SILVA PROCURADOR DA REPÚBLICA SERGIO LUIZ PINEL DIAS PROCURADOR DA REPÚBLICA 121/122

122 Fls 124 Documento eletrônico assinado digitalmente. Data/Hora: 28/06/ :33:55 Signatário(a): MARISA VAROTTO FERRARI Código de Autenticação: 7B556E1B6A3BC344E684BD70AC238C44 Verificação de autenticidade: 122/122

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