Afeganistãao: Uma encruzilhada para o imperialismo

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Afeganistãao: Uma encruzilhada para o imperialismo"

Transcrição

1 ~ Afeganistãao: Uma encruzilhada para o imperialismo Bernardo Cerdeira Editor de Marxismo Vivo 2001: ocupação do Afeganistão pelos EUA A atual situação do Afeganistão está marcada por três problemas fundamentais. O primeiro é, obviamente, a guerra, que já dura oito anos, entre os mais de cem mil soldados das forças de ocupação imperialista e a guerrilha do Talibã. O segundo é a crise do governo e do regime político colonial, montados e sustentados pelos EUA, afundados em corrupção, tráfico de drogas e fraudes eleitorais. O terceiro é o dilema da política global do imperialismo, que deve decidir entre aumentar a escalada militar de envio de tropas e armamentos ou se arriscar a que o Talibã tome outra vez o poder. Partindo da análise destes três aspectos, queremos chegar às questões mais importantes que estão em jogo na guerra do Afeganistão. A guerra No Correio Internacional de setembro deste ano, a LIT resumia assim a atual situação militar dos Estados Unidos neste conflito: Tropas dos Estados Unidos ocupam o Afeganistão há oito anos, um período quase 50% mais longo que o envolvimento do país nas duas Guerras Mundiais. No entanto, depois de todo este tempo, o Talibã, que foi deposto do governo no momento da ocupação em 2001, mantém uma atividade guerrilheira permanente em quase todo o país. Segundo o centro de estudos britânico International Council on Security and Development (citado pelo Estado de São Paulo de 11/09/2009) o Talibã age em 97% do território afegão. Em 80% do país a presença de insurgentes seria permanente. Esta porcentagem vem crescendo 64

2 rapidamente, já que em novembro de 2007 era de 54% e em 2008, 72%, segundo o mesmo estudo. Um mapa produzido pelo instituto mostra que quase metade do país está sob controle dos Talibãs ou sob risco de ataque. Nos últimos meses, os insurgentes aumentaram seus ataques no norte do país, uma região que até então era considerada pacífica. As baixas americanas e dos outros países da OTAN vêm crescendo constantemente e atingiram seu número mais alto este ano. As tropas de ocupação controlam apenas a região da capital Cabul, mas mesmo assim não conseguem evitar os ataques do Talibã, inclusive um atentado a bomba em frente ao quartel-general da OTAN que matou 7 pessoas. 1 A situação descrita acima não só se confirmou como se agravou sensivelmente nos últimos dois meses. Em outubro morreram 55 soldados americanos, o maior número de baixas em um único mês desde o início da guerra. Por outro lado, o Talibã intensificou os ataques aos caminhões que abastecem regularmente as tropas imperialistas com combustíveis, alimentos e suprimentos. Vários comboios que vêm do Paquistão, atravessando as montanhas pela rota do Passo Khyber, têm sido atacados e destruídos. O aumento de ações do Talibã prossegue apesar do governo Obama ter procurado fortalecer sua posição militar este ano: enviou mais 30 mil soldados ao país e deslocou quatro mil deles para a província de Helmand, para combater a presença dos insurgentes na região, uma das mais conflagradas do Afeganistão. Atualmente, 68 mil soldados dos Estados Unidos e 32 mil de outros países da OTAN ocupam o país, totalizando 100 mil militares, o maior número desde o começo da guerra. As forças da OTAN, além dos EUA, são compostas principalmente por soldados de países imperialistas europeus: a Inglaterra com 8300 homens; a Alemanha tem 3600; França, 3300; Espanha, 2400; Itália Mesmo assim, o general Stanley McChrystal, comandante das forças de ocupação no Afeganistão, pediu ao governo o envio de mais 40 mil soldados, sem os quais, segundo ele, os EUA estariam sob risco de sair derrotados desta guerra. Não é necessária tal declaração para se concluir que os Estados Unidos e a OTAN estão com graves problemas do ponto de vista militar. A maior evidência é o próprio pedido de aumentar as tropas americanas em 60%, o que significa um esforço de guerra extraordinário, com o equivalente em armas e suprimentos. Com as Forças Armadas dos EUA esgotadas depois de combater durante oito anos em duas guerras simultâneas, é fácil entender que não se apelaria para tal medida se esta não fosse decisiva. O imperialismo não pode se dar ao luxo de sofrer outra derrota militar, desta vez no Afeganistão. A derrota no Vietnã custou anos de crise até que os Estados Unidos pudessem retomar sua ofensiva contra os povos explorados do mundo. A derrota no Iraque, ainda que o governo dos EUA tente atenuar seus efeitos e busque uma retirada honrosa, significou o fim do projeto de um novo século americano e da ofensiva bonapartista que o acompanhava. Uma derrota no Afeganistão pode abrir uma nova crise de grandes proporções. Dossiê 1 Correio Internacional, n. 152, setembro

3 O Talibã e a extensão da guerra ao Paquistão Outro aspecto fundamental da situação militar é a facilidade geográfica que o Talibã encontra para desenvolver sua atividade guerrilheira. Como todos os movimentos de guerrilha bem-sucedidos, o Talibã se fortalece porque tem um país vizinho, neste caso o Paquistão, que pode utilizar como refúgio para seus militantes. Os insurgentes do Talibã atravessam a fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão, porosa e com muito pouca vigilância, e se abrigam no país vizinho. Aproveitam-se dos laços étnicos, culturais e até familiares, já que sua principal base de apoio encontra-se entre o mesmo povo, os pashtun, que vive dos dois lados da fronteira. O povo pashtun, que constitui a maior etnia do Afeganistão com 40% da população, também está presente em grande número no Paquistão, principalmente na chamada Província da Fronteira Noroeste, nas Áreas Tribais e no norte da Província do Baluquistão. Além disso, no Paquistão existem mais de cinco milhões de refugiados afegãos, a maioria de pashtuns, uma grande parte concentrada ao redor da cidade de Peshawar. No total, 26 milhões de pashtuns vivem no Paquistão. O Talibã chegou a dominar uma região, o Vale do Swat na Província da Fronteira Noroeste, onde implantaram a Lei muçulmana da sharia 2, com o acordo implícito do governo paquistanês. Recentemente, o governo rompeu o acordo e atacou o Talibã, expulsando-o do Vale. No entanto, a ofensiva do exército paquistanês gerou mais de dois milhões de refugiados paquistaneses em seu próprio país. Nos últimos dias de outubro, o exército paquistanês começou outra ofensiva, desta vez para tentar desalojar o Talibã do Waziristão do Sul, uma região das chamadas Áreas Tribais do Paquistão. Para se ter uma idéia do que significa a presença do Talibã nesta área, é interessante ver o depoimento do jornalista David Rohde do New York Times. Rohde foi sequestrado no Afeganistão e mantido como refém durante sete meses pelos Haqqani, uma das facções do Talibã. Depois foi levado para o Waziristão do Sul e mais tarde para o Waziristão do Norte. Ali, o Talibã criou um mini-estado, um emirado islâmico no feitio do que havia no Afeganistão antes da invasão das tropas dos EUA. O jornalista afirma: A perda de milhares de vidas afegãs, paquistanesas e americanas e bilhões de dólares em ajuda americana apenas deslocaram o Estado alguns quilômetros para o leste, não o eliminaram. 3 O que fica evidente com as campanhas do exército paquistanês no Vale do Swat e no Waziristão é que a guerra estendeu-se ao Paquistão. As razões são políticas e sociais, facilitadas pela geografia. Os dois países compartilham 2400 quilômetros de fronteira, mas esta linha existe somente nos mapas. Ou seja, como pano de fundo da extensão do conflito ao Paquistão está uma questão nacional muito presente nesta região: a divisão artificial do povo pashtun promovida pelo imperialismo britânico em 1893, quando estabeleceu a Linha Durand, uma fronteira traçada entre a Índia Britânica e o território afegão. Durante décadas, nacionalistas pashtuns defenderam a criação do Pashtunistão como um país independente, constituído pelas áreas sob domínio desta etnia no Afeganistão e Paquistão. 2 Corpo de Direito islâmico, adotado pela maioria dos mussulmanos. Constitui um código detalhado de conduta, na qual se incluem também as normas relativas aos modos do culto, os critérios da moral e da vida, as coisas permitidas ou proibidas, as regras separadoras entre o bem e o mal. 3 The New York Times, artigo reproduzido pela Folha de S. Paulo (02/11/2009) 66

4 Esse processo, portanto, deve ser entendido no seu contexto regional e mundial. A guerra do Afeganistão é uma guerra de libertação nacional contra a ocupação militar imperialista. Por isso une diferentes etnias de países da região, que também lutam contra a opressão do imperialismo e seus agentes nacionais e a divisão promovida pelo imperialismo. A guerra não só já está desestabilizando o Paquistão como pode chegar a desestabilizar toda a região, porque, além disso, o Afeganistão tem uma posição estratégica no Oriente Médio: está localizado entre o Irã, a Ásia Central e o subcontinente indiano e tem laços étnicos com os povos iranianos, turcos e indianos de vários países da região. Porém, o mais importante é que esta guerra de libertação nacional se insere no contexto geral da luta dos povos islâmicos contra o imperialismo. Por isso, assistimos ao fenômeno de combatentes de diferentes nacionalidades islâmicas apoiando a insurgência. Por fim, ao golpear e enfraquecer diretamente o imperialismo, a guerra de libertação nacional do povo afegão transforma-se em um fato de repercussão mundial para os trabalhadores e os povos de todo o mundo. Antes, porém, de abordar a situação política da ocupação militar e a política de Obama, parece-nos útil aportar alguns dados que permitam compreender melhor o Afeganistão e alguns elementos de sua história recente. O que é o Afeganistão? O Afeganistão é um país com 85% do seu território formado por montanhas, numa área de 647,5 mil km². Sua população estava estimada em cerca de 32 milhões de habitantes em É um dos países mais pobres do mundo. A taxa de mortalidade infantil é de 160,23 mortes a cada 1000 nascimentos. A expectativa de vida é de 43 anos. A instabilidade política e os conflitos internos arruinaram a já débil economia e infra-estrutura. Hoje, cerca de 1/3 da população afegã já abandonou o país. No Afeganistão convivem diferentes grupos étnicos que em sua maioria são povos iranianos, ou seja, falam idiomas indo-europeus do subgrupo das línguas iranianas (os pashtuns, os tadjiques e os balúchis, por exemplo). Outras etnias falam línguas do grupo turco (como os uzbeques e turcomanos). O idioma dari, também chamado de persa oriental ou farsi oriental, é falado em 50% do país e utilizado como língua franca de comunicação entre os diferentes povos iranianos. Como não há um censo sistemático no país, não existem estatísticas exatas do tamanho e da composição dos variados grupos étnicos. Segundo o CIA World FactBook 4, uma distribuição aproximada é a seguinte: pashtuns, 42%, tadjiques 27%, hazaras 9%, uzbeques 9%, aimaks 4%, turcomanos 3% e balúchis 2%. 5 Estes grupos étnicos vivem também em vários dos países com os quais o Afeganistão faz fronteira. Por exemplo, existem cerca de 26 milhões de pashtuns no Paquistão, segundo o último censo. A maioria vive na Província da Fronteira Noroeste, cuja capital é Peshawar, mas também existem 3,5 milhões de pashtuns em Karachi, a maior cidade do Paquistão e que abriga a maior concentração da etnia pashtun em uma única cidade. Outras etnias Dossiê 4 Espécie de anuário da CIA onde analisam dados geográficos, econômicos e sociais de todos os países do mundo. 5 CIA World Fact- Book,

5 são majoritárias em países vizinhos, como Tadjiquistão, Uzbequistão e Turcomenistão. As bases históricas da guerra atual Os elementos da história recente do Afeganistão que explicam as raízes da guerra atual começaram a ser gerados há três décadas: a Revolução iraniana e a invasão soviética do Afeganistão. Em 1979, uma revolução operária e popular no Irã derrubou a ditadura do Xá Reza Pahlevi. Este acontecimento teve um tremendo impacto sobre os povos islâmicos oprimidos pelo imperialismo. Também teve repercussão entre as então Repúblicas de maioria islâmica da fronteira sul da ex-união Soviética (Uzbequistão, Cazaquistão, Turcomenistão, Tadjiquistão, Quirquistão) 6, assim como entre as etnias islâmicas dentro da Rússia (como os chechenos), todas oprimidas pelo chauvinismo grão russo, incentivado pela burocracia stalinista. O Afeganistão tinha um governo próximo ao da União Soviética, mas ameaçado por uma crescente oposição islâmica e problemas internos. Temendo a constituição de uma república islâmica na sua fronteira e a possível extensão da revolução islâmica a suas repúblicas da Ásia Central, a União Soviética invadiu o Afeganistão. A invasão soviética desencadeou uma luta guerrilheira de resistência. Os Estados Unidos aproveitaram-se da insatisfação gerada pela invasão para combater a influência soviética nessa parte do mundo e desgastar a burocracia comunista. Para isso, apoiaram e armaram uma guerrilha muçulmana, os mujaheddin, à qual se uniram combatentes islâmicos de vários países, entre os quais Osama Bin Laden e boa parte das organizações islâmicas fundamentalistas atuais. Alguns dos principais atores da guerrilha foram os senhores da guerra, oligarcas que hoje dirigem as principais nacionalidades do país. Depois de dez anos, a guerrilha islâmica expulsou os soviéticos em 1989 e tomou o poder, mas, em seguida, os grupos se dividiram, passaram a se enfrentar e o país mergulhou na guerra civil. Diante desta situação, os Estados Unidos, agindo por meio de seu aliado, a ditadura militar que governava o Paquistão, buscaram criar um instrumento para estabilizar o país. O ISI (organismo de segurança do governo paquistanês) incentivou a formação de uma organização de estudantes das Madrassas (escolas islâmicas) da região onde predomina a etnia pashtun. Seus membros ficaram conhecidos como Talibãs, palavra emprestada do árabe talib (estudante ou quem estuda o livro, isto é, o Corão) e utilizada no plural Talibã (em farsi e em pashtun). O Talibã entrou na guerra civil e, depois de uma campanha militar vitoriosa, conseguiu tomar o poder e governar o país de 1996 a No princípio, o Talibã foi visto com muita simpatia porque trazia ordem a um país mergulhado no caos e na destruição devido aos confrontos entre os senhores da guerra. Depois, no entanto, foi se desgastando, à medida que foi instituindo uma república islâmica das mais reacionárias e repressivas do mundo, especialmente em relação às mulheres. No entanto, por mais reacionário que fosse, o governo do Talibã não gozava da confiança dos Estados Unidos, pois não estava sob seu controle. O 6 O nome desses países é formado pela adição do sufixo ostan (que quer dizer lugar em farsi ou persa) e o nome da etnia principal do país. Assim, Uzbequistão significa lugar ou terra dos uzbeques, Tadjiquistão, lugar ou terra dos tadjiques etc. Afeganistão significa lugar, terra ou país dos afegãos, que é o nome pelo qual eram conhecidos os pashtuns. 68

6 atentado de 11 de setembro de 2001 e o objetivo declarado de capturar Osama Bin Laden, aliado do governo Talibã, foi o pretexto para Bush invadir o país. Mas as verdadeiras razões da guerra eram econômicas e geopolíticas. Um dos objetivos centrais do imperialismo é o escoamento da produção das principais empresas petrolíferas dos países da Ásia Central (Cazaquistão, Uzbequistão) por um oleoduto que atravessaria todo o Afeganistão até um porto no Paquistão. Desta maneira, aquele teria o controle total sobre os oleodutos e gasodutos, ou seja, o transporte do petróleo que atualmente está nas mãos da Rússia. Além disso, o Afeganistão tem uma posição geográfica estratégica para a estabilidade da região. Está localizado entre o Oriente Médio, região detentora das maiores reservas de petróleo do mundo, a Ásia Central, que também tem importantes reservas, e o subcontinente indiano. Um dos objetivos da ocupação era manter bases militares permanentes dos EUA no Afeganistão. Expulso do governo, o Talibã voltou a se organizar e desencadeou uma guerra de guerrilha contra as tropas de ocupação. O imperialismo, mais uma vez, atuou como aprendiz de feiticeiro, criando um instrumento que mais tarde voltou-se contra ele. Contraditoriamente, um movimento reacionário atualmente luta de armas na mão contra o imperialismo. Dossiê A crise política da dominação colonial Com a ocupação militar por tropas do imperialismo norte-americano e seus aliados, o Afeganistão transformou-se numa verdadeira colônia, sem independência política ou econômica. Como na maioria das colônias, a metrópole procura transferir para um regime político e um governo local algumas tarefas da administração da máquina estatal civil e, inclusive, uma parte da repressão interna (embora, no caso do Afeganistão, a guerra de libertação nacional force a que a maior parte da repressão seja assumida pelas forças de ocupação). Os Estados Unidos nomearam diretamente o governo de Hamid Karzai para cumprir este papel no Afeganistão. É um governo colonial fantoche que depende totalmente das tropas de ocupação. E se baseia em um regime de democracia colonial farsesco, em que todas as instituições se apoiam nas tropas de ocupação ou em organismos internacionais para poder existir. Mas, apesar disso, o imperialismo tenta conferir ao regime uma aparência democrática e ao governo um reconhecimento internacional que justifique a ocupação militar. No entanto, os Estados Unidos enfrentam uma dificuldade enorme não só para montar este regime e governo coloniais locais como para organizar o próprio Estado. O aparato estatal e a própria infraestrutura do país são muito débeis devido ao atraso, às dificuldades geográficas e aos quase trinta anos de guerras permanentes desde a invasão pela União Soviética. O próprio exército afegão, a mais importante instituição de qualquer Estado, não passa de uma junção dos exércitos dos senhores da guerra, que controlam as principais etnias do país (tadjiques, uzbeques e hazaras). A polícia afunda-se em incompetência e corrupção e o tráfico de ópio e heroína atinge os principais escalões do governo. 69

7 A produção de drogas é um dos elementos não só de corrupção, mas também de fragilização do Estado. E não é um problema qualquer: no Afeganistão, o ópio, proveniente das plantações de papoula, é o principal produto de exportação, com um valor estimado em US$ 5 bilhões anuais. O país produz 93% da matéria-prima mundial necessária para a fabricação da heroína. O imperialismo utiliza frequentemente as drogas como uma arma política. Mas, neste caso, existe um grande risco, nos dois sentidos. Por um lado, não há como controlar as plantações de papoula, principalmente nas regiões mais conflagradas. Por isso, o dinheiro da droga é uma das principais fontes de financiamento do Talibã. A província de Helmand, com forte presença do Talibã, produz 70% do ópio afegão. Por outro lado, o narcotráfico infiltra-se diretamente no aparato do Estado fantoche. Um dos principais traficantes do país é Walid Karzai, irmão do atual presidente e denunciado como sendo um agente pago pela CIA desde Neste aspecto, a situação no Afeganistão se parece cada vez mais com o Vietnã, onde os principais traficantes do país chegaram a ser Nguyen Van Thieu e Cao Ky, respectivamente presidente e vice-presidente do governo fantoche do Vietnã do Sul. O perigo para Karzai é terminar como Cao Ky ou Ngo Dinh Diem, alijados do poder por disputas internas entre os grupos de traficantes do governo. Esses problemas estruturais do regime colonial, que têm a ver com uma produção econômica e uma burguesia local extremamente frágeis e com o apoio maciço à insurgência guerrilheira, constituem o pano de fundo da atual crise política do processo eleitoral e do governo de Karzai. Em setembro, o Correio Internacional já assinalava a crise do processo eleitoral e os problemas que isso trazia para o objetivo do imperialismo de tentar dar uma aparência de legitimidade à ocupação militar e à guerra. Esta conclusão tornou-se evidente com as últimas eleições presidenciais no país, realizadas em 21 de agosto. O processo eleitoral custou 300 milhões de dólares e muito esforço para seus organizadores, mas o desfecho é de crise. Calcula-se que somente compareceram às urnas cerca de 40% a 50% dos 15,6 milhões de eleitores em condições de votar. O resultado é bem inferior à eleição anterior, realizada em 2004, quando a participação, segundo os organizadores, chegou a 70% dos eleitores. A abstenção eleitoral mostrou a fragilidade do governo afegão e das instituições criadas pelo imperialismo. Um só dado mostra bem esta situação: em Kandahar, província e cidade do mesmo nome, localizada no sul do país e santuário do Talibã, a abstenção pode ter chegado à incrível porcentagem de 95% de um milhão de eleitores registrados, segundo observadores internacionais independentes. O processo de votação esteve marcado pelas denúncias de fraude que favoreceram o presidente Karzai, que tenta ganhar no primeiro turno para evitar o prolongamento da campanha eleitoral até 1º de outubro, quando se daria o segundo turno. 7 Das eleições para cá, a crise e o desmascaramento da farsa só aumentaram. As denúncias de fraude nas eleições foram tão grandes que obrigaram os organismos internacionais a pedirem a anulação de mais de um milhão de votos. 7 Correio Internacional, 152, setembro de

8 A pressão obrigou a Comissão Eleitoral Independente (sic), ligada a Karzai, a anular estes votos. Com a anulação, Karzai não atingiu a maioria para ser eleito no primeiro turno, o que obrigaria a realização de um segundo turno. O imperialismo, que antes das eleições já percebia a ineficiência do governo de Karzai para cumprir seu papel de fantoche com um mínimo de credibilidade, pressionava para um acordo para a participação de Abdullah Abdullah e outros candidatos no novo governo. O segundo turno chegou a ser anunciado, mas o candidato de oposição Abdullah Abdullah, que deveria enfrentar Karzai, renunciou da segunda, denunciando que não havia garantias mínimas para uma eleição democrática. Com isso, Karzai foi declarado finalmente vencedor (sic), depois de dois meses de crise que só confirmaram a fraude do sistema eleitoral e do regime. Ou seja, um verdadeiro desastre político. A conclusão a que chegava o Correio Internacional há dois meses é mais válida que nunca: (...) as eleições serviram muito pouco ao propósito do imperialismo de criar a imagem de um regime democrático e de uma situação mais estável, apesar da guerra 8. Esta crise política do regime colonial de dominação faz recair mais ainda sobre as tropas de ocupação o peso do combate à insurgência guerrilheira. A política de Obama A estratégia e as táticas do atual governo dos Estados Unidos para a guerra do Afeganistão só podem ser consideradas no marco da política geral do imperialismo contra os trabalhadores e os povos explorados de todo o mundo. Esta política é analisada por Alejandro Iturbe em outro artigo deste número da Marxismo Vivo, que explica a mudança de tática do imperialismo para continuar enfrentando a luta dos trabalhadores e povos do mundo no novo cenário criado pela derrota da ofensiva militar do governo Bush. A nova política do imperialismo está marcada por duas orientações gerais. Por um lado, continua sendo imperialismo e, por isso, mesmo com um presidente negro que utiliza um discurso conciliador, democrático, que prega a união de povos e classes, continua tendo como objetivo principal explorar a classe operária de todo o mundo e saquear as riquezas dos países explorados. Para isso, continua disposto a utilizar todos os recursos e a violência necessária e possível na atual situação mundial. Mas, por outro lado, a derrota do projeto de Bush enfraqueceu o imperialismo e obrigou-o a adotar uma tática preferencial de negociações, planos de paz e manobras democráticas para desviar e derrotar revoluções e processos de insurgência armada. Isso não significa que o imperialismo abandone as guerras e as ações armadas, mas que prioriza a tática das negociações, utilizando a força para pressionar os inimigos e obrigá-los a claudicar, capitular e a colaborar em troca de concessões democráticas. Mas, quando passamos da análise da tática mundial do imperialismo para abordar a situação concreta do Afeganistão, parece haver uma contradição: o novo governo de Barack Obama vem intensificando a intervenção militar neste país. Desde a campanha eleitoral, Obama vem defendendo que é no Afeganistão que se trava a principal batalha contra o terrorismo e que agora, 8 Idem Dossiê 71

9 ao contrário da guerra do Iraque, as tropas americanas podem sair vitoriosas. Depois da posse, Obama mandou mais 30 mil soldados ao país e prometeu transformar o Afeganistão no centro da guerra contra o terrorismo. Utiliza os mesmos argumentos de Bush, de que esta seria uma guerra justa porque é contra o terrorismo, e prometeu destruir, desmantelar e derrotar a Al-Qaeda e seus aliados extremistas, inclusive os talibãs. Este discurso e estas iniciativas poderiam indicar que o presidente dos EUA estaria preparando uma volta à ofensiva guerreira de Bush, senão em todo o planeta, pelo menos no Afeganistão? Em nossa opinião é o contrário: este é um dos países onde o governo Obama mais busca aplicar sua nova tática. O problema é que também é o lugar onde o imperialismo está em piores condições de aplicar qualquer política. Obama sabe que o curso desta guerra não pode ser mudado com o envio de mais tropas, a não ser em uma escala que não seria aceita pela opinião pública norte-americana. Um ex-agente da CIA chegou a afirmar que seriam necessários um milhão de soldados para derrotar o Talibã e estabilizar o país. Por quê? Porque é evidente que a insurgência guerrilheira tem apoio de massas entre a população. Se não, não seria possível para o Talibã desenvolver uma ação permanente em 80% do país. E por que os insurgentes têm apoio? Porque a ocupação militar piorou muito a situação do país. Produziu bombardeios constantes que atingem indiscriminadamente a população e já mataram dezenas de milhares de civis. Só em 2008, os EUA realizaram 3572 ataques aéreos, boa parte por meio de drones, aviões sem piloto. O regime político, agora supostamente democrático, governa baseado na corrupção, na fraude eleitoral, na violência e, principalmente, nas tropas estrangeiras. A situação de atraso do país, que gera a violência contra a mulher, não mudou, mantendo-se inclusive o amplo uso da burka. Em resumo, o Talibã recebe apoio simplesmente porque as massas não aceitam mais a presença das tropas de ocupação. Uma das ironias desta guerra é que o reacionário Talibã encabece a luta armada contra o imperialismo. Esta contradição não é casual. A política sistemática de recolonização dos países periféricos e o ataque militar brutal protagonizado pelo governo Bush acabaram levando a que uma força aliada do imperialismo até pouco tempo atrás terminasse se enfrentando com ele. Diante desta situação extremamente difícil, o governo Obama e a burguesia norte-americana estão discutindo possíveis saídas. E existem divergências, como seria previsível face à delicada posição dos Estados Unidos na guerra. Há setores do imperialismo - inclusive conservadores como o conhecido colunista reacionário do Washington Post, George Will, que escreveu um artigo com o sugestivo título É preciso saber quando se deve parar que começam a se declarar contra a continuidade da intervenção no Afeganistão. Entre os setores que defendem a continuidade da ocupação e da guerra e no próprio governo Obama existe uma divergência interna, ou pelo menos duas tendências, sobre a estratégia a seguir. Segundo a informação vazada por integrantes do governo para a imprensa americana 9, haveria dois grandes esquemas em discussão e em disputa. Um, encabeçado pelo comandante americano no Afeganistão, Stanley McChrystal, prevê manter a tática atual e um 9 Noticiado por Sérgio Dávila, correspondente em Washington da Folha de S. Paulo (11/10/2009). 72

10 acréscimo de 40 ou até 60 mil homens na força militar. O outro, defendido pelo vice-presidente Joe Biden, manteria o atual contingente, mas substituiria uma parte dos soldados por oficiais treinadores que teriam o objetivo de formar uma força de segurança afegã. Mas, segundo a mesma notícia, a discussão mais importante seria sobre uma nova estratégia para a guerra. O foco, ou seja, os alvos da ação militar norte-americana dividir-se-iam em dois. A prioridade passaria a ser eliminar os líderes do Al Qaeda, vistos por Washington como uma rede global jihadista que procura atacar os EUA. Esta é, evidentemente, uma declaração pró-forma, porque o Al Qaeda não tem nenhuma influência no movimento de resistência. Quanto ao Talibã, que constitui a organização central do movimento de resistência e tem apoio de massas, continuaria a sofrer ataques do imperialismo e do exército paquistanês, mas não estaria descartada a negociação com o baixo clero da organização e até a possibilidade de se negociar uma trégua 10. Analisando essas diferentes posições e variantes, fica claro que nenhuma tem como estratégia conseguir uma vitória militar nesta guerra, isto é, que as tropas de ocupação esmaguem a resistência e destruam o Talibã. Isso porque, obviamente, a situação da luta de classes em todos os seus aspectos a insatisfação das massas com a guerra e a ocupação, o repúdio às tropas invasoras, o apoio ou neutralidade em relação ao Talibã, a debilidade do governo fantoche torna impossível a vitória. A própria posição do general McChrystal assemelha-se à política do Surge 11 no Iraque, da qual ele foi o principal executor militar. Esta política consistiu num aumento de tropas, mas com o objetivo de pressionar a resistência sunita a um acordo baseado em concessões políticas e econômicas. O aumento de tropas explica por que o imperialismo americano não pode aceitar, pelo menos num primeiro momento, a posição do setor burguês que propõe uma retirada imediata. Uma decisão desse tipo provavelmente teria como conseqüência uma vitória rápida da resistência e a volta do Talibã ao poder. Um fato desta dimensão significaria, sem dúvida, um golpe no imperialismo e abriria uma crise no governo Obama. Esse dilema do governo Obama reflete a própria situação da guerra e do imperialismo. Mas, justamente por isso, reafirmamos o que dissemos anteriormente: o imperialismo não só tenta aplicar no Afeganistão sua tática de negociações como esta é a melhor tática de que dispõe para tentar derrotar a insurgência. E será neste país que esta política será submetida ao seu mais duro teste. Neste contexto, pode ser até que o governo Obama envie ainda mais tropas, mas sempre com o objetivo de negociar um acordo com o Talibã para estabilizar o país e permitir uma saída negociada das tropas imperialistas. A ofensiva militar subordina-se ao aspecto principal da política, isto é, a ação militar busca pressionar o Talibã a negociar, obter uma posição mais vantajosa para o imperialismo e, se possível, a capitulação da resistência. Na verdade, tudo indica que esta política de negociação já está em curso. Segundo a Red IslamOnline.net, um alto funcionário do governo afegão informou a este órgão, sob a condição de permanecer anônimo, que o governo dos EUA já teria feito uma primeira proposta ao Talibã, por meio dos governos da Arábia Saudita e Turquia. A proposta consistiria em ceder a este movimento 10 Idem. Dossiê 11 Surge: Política de Bush en 2007 para aumentar as tropas no Iraque. 73

11 o governo de seis províncias (Kandahar, Zabul, Helmand, Orazgan, no sul, e Nuristán e Kunar, no nordeste do país). Em troca, o Talibã aceitaria a presença das forças da OTAN e a existência permanente de oito grandes bases militares imperialistas no país. 12 É certo que, aparentemente, o Talibã rechaçou a proposta, mas o mais importante é constatar qual é a verdadeira política do imperialismo. Outras notícias informam que Hillary Clinton, em sua recente viagem ao Paquistão, teria acertado com os militares deste país que seriam eles os interlocutores das negociações com o Talibã. Se non è vero... Os revolucionários não são neutros nesta guerra: lutamos pela vitória da resistência e pela derrota do imperialismo A guerra do Afeganistão estará cada vez mais no centro dos acontecimentos mundiais e, portanto, exigirá dos revolucionários, das organizações de esquerda e de todos os ativistas dos movimentos sociais tomar uma posição. Isso é ainda mais importante porque grande parte da esquerda, inclusive uma parte da que se reivindica trotsquista, tomou uma posição de neutralidade quando os Estados Unidos invadiram o Afeganistão há oito anos. Na época, a Liga Internacional dos Trabalhadores (LIT-QI) posicionou-se na trincheira militar do reacionário Talibã contra os Estados Unidos democráticos. Acreditamos que o balanço desses oito anos de guerra nos deu razão. Mas agora a situação é ainda mais evidente: trata-se de uma guerra de libertação nacional contra um exército imperialista de ocupação formado por mais de 100 mil homens. Nenhum ativista anti-imperialista do mundo pode vacilar quanto ao lado da trincheira em que deve estar. Neste sentido, a posição recente da LIT resume o que está em jogo nesta luta. O destino da guerra do Afeganistão interessa a todos os trabalhadores e povos explorados do mundo. Uma derrota do imperialismo americano nesta guerra pode significar um golpe tremendo contra o opressor. É preciso lutar para que esta guerra termine sendo o Vietnã de Barack Obama. Por isso, a LIT chama todas as organizações populares e democráticas do mundo a denunciar a ocupação militar do Afeganistão e exigir a retirada das tropas invasoras. Chamamos especialmente os trabalhadores de países imperialistas que mantêm tropas de ocupação no país, como é o caso da Inglaterra, Alemanha e Espanha, entre outros, a mobilizarem-se para exigir de seus governos a retirada imediata de seus soldados. Nós não somos neutros na guerra que está sendo travada nas montanhas daquele país. Estamos do lado dos oprimidos e agredidos pela invasão e ocupação imperialista. A luta do povo afegão é para expulsar as tropas imperialistas de ocupação e conseguir a verdadeira independência nacional do Afeganistão. Por isso, sem que signifique qualquer tipo de apoio político às posições do Talibã, a LIT declara seu apoio às ações militares da resistência. A luta guerrilheira que enfrenta o imperialismo, ainda que dirigida por uma organização burguesa reacionária, é um dos fatores fundamentais para as baixas e o desgaste das tropas, para a crescente queda de popularidade do governo Obama e para a crise da ocupação militar. É esta luta militar de resistência, junto às mobilizações e à pressão da opinião pública principalmente dos países imperialistas, que pode infligir uma derrota ao imperialismo LATIFF, Aamir. Los talibanes rechazan la oferta de EE.UU. de 6 provincias por 8 bases. 05/11/2009, reproduzido por Rebelión.org. 13 Correio Internacional, n. 152, setembro de

Aula 8 - Síria, Iraque, EI/ISIS e questão curda

Aula 8 - Síria, Iraque, EI/ISIS e questão curda Aula 8 - Síria, Iraque, EI/ISIS e questão curda Síria - quadro geral Ditador: Bashar Al Assad (islâmico alauíta). Governo laico. Diversidade étnica e religiosa torna a crise complexa. Etnias principais:

Leia mais

ATUALIDADES. Atualidades Conflito s do Mundo Contemporâneo Ásia. Prof. Marcelo Saraiva

ATUALIDADES. Atualidades Conflito s do Mundo Contemporâneo Ásia. Prof. Marcelo Saraiva ATUALIDADES Atualidades 2017 Conflito s do Mundo Contemporâneo Ásia Prof. Marcelo Saraiva Ásia Afeganistão A invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos ocorreu após os ataques de 11 de setembro no final

Leia mais

CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO

CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO OBJETIVO 2016 1º ANO E. M. MÓDULO 28 CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO O Oriente Médio, mais especificamente a área do GOLFO PÉRSICO, é uma região estratégica no cenário mundial. Encontram-se no seu subsolo as

Leia mais

Afeganistão 01. Aspectos Geográficos terra dos afegãos km² de área República Islâmica do Afeganistão vegetação xerófita .

Afeganistão 01. Aspectos Geográficos terra dos afegãos km² de área República Islâmica do Afeganistão vegetação xerófita . Afeganistão 01. Aspectos Geográficos Afeganistão significa "terra dos afegãos". É um país de 652.864 km² de área, seu nome oficial é República Islâmica do Afeganistão. Situado no sudoeste da Ásia, sem

Leia mais

AFEGANISTÃO Contexto:

AFEGANISTÃO Contexto: AFEGANISTÃO Contexto: O Afeganistão, por sua posição geopolítica, marca-se na história como um centro intermediário de relações comerciais e migrações da humanidade ao longo da história. Os fluxos migratórios

Leia mais

Oriente Médio. Do surgimento as tensões atuais

Oriente Médio. Do surgimento as tensões atuais Oriente Médio Do surgimento as tensões atuais A Região A região do Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do mundo. Diversos fatores contribuem para isso, entre eles: a sua própria história; origem

Leia mais

Como os EUA estão inundando o Oriente Médio de armas

Como os EUA estão inundando o Oriente Médio de armas Como os EUA estão inundando o Oriente Médio de armas AFP GETTY IMAGES- Acordo entre os EUA e a Arábia Saudita prevê um pacote de defesa de US$ 110 bilhões Não foi à toa que o presidente americano, Donald

Leia mais

Síria. Iraque. Arábia Saudita

Síria. Iraque. Arábia Saudita Dossiê Oriente Médio Um novo e imenso ~ Vietna para o Turquia imperialismo Líbano Jordânia Síria Iraque Azerbaijão Uzbequistão Turcomenistão Afeganistão Irã Israel Paquistão bernardo cerdeira Arábia Saudita

Leia mais

Prof. Carlos Alberto Regalo

Prof. Carlos Alberto Regalo Prof. Carlos Alberto Regalo IRA Exército Republicano Irlandês Desejo: independência da Irlanda do Norte (Inglaterra), e a sua união com a Irlanda do Sul uma única Irlanda Posição da Inglaterra: é contra

Leia mais

GEOGRAFIA ENSINO MÉDIO PROF. JEFFERSON OLIVEIRA 3 ANO PROF.ª LUDMILA DUTRA

GEOGRAFIA ENSINO MÉDIO PROF. JEFFERSON OLIVEIRA 3 ANO PROF.ª LUDMILA DUTRA GEOGRAFIA 3 ANO PROF.ª LUDMILA DUTRA ENSINO MÉDIO PROF. JEFFERSON OLIVEIRA CONTEÚDOS E HABILIDADES Unidade III Geopolítica e Poder 2 CONTEÚDOS E HABILIDADES Aula 12.2 Conteúdo Americanos no Iraque e Afeganistão

Leia mais

02. ORDEM OU DESORDEM MUNDIAL?

02. ORDEM OU DESORDEM MUNDIAL? 02. ORDEM OU DESORDEM MUNDIAL? O que foi a Guerra Fria Disputa pelo poder em escala global Estados Unidos (capitalista) x União Soviética (socialista) Sem conflito armado direto guerra econômica, diplomática

Leia mais

GOLFO PÉRSICO GEOGRAFIA E GEOPOLÍTICA

GOLFO PÉRSICO GEOGRAFIA E GEOPOLÍTICA GOLFO PÉRSICO GEOGRAFIA E GEOPOLÍTICA ANTECEDENTES Pressão Internacional sobre o Irã = proibição ao PROJETO NUCLEAR Teerã ameaça criar obstáculos para a travessia de navios petroleiros pelo Estreito de

Leia mais

História. Guerra Fria. Professor Cássio Albernaz.

História. Guerra Fria. Professor Cássio Albernaz. História Guerra Fria Professor Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br História GUERRA FRIA Introdução - o que foi e definição A Guerra Fria tem início logo após a Segunda Guerra Mundial, pois os

Leia mais

ATUALIDADES. AL ASSAD, PUTIN E A GUERRA NA SÍRIA Parte 1. Profª Eulália Ferreira

ATUALIDADES. AL ASSAD, PUTIN E A GUERRA NA SÍRIA Parte 1. Profª Eulália Ferreira ATUALIDADES AL ASSAD, PUTIN E A GUERRA NA SÍRIA Parte 1 Profª Eulália Ferreira Al Assad, Putin e a Guerra na Síria De como uma guerra civil se torna uma questão internacional Parte 1 Distribuição de

Leia mais

Síria vive uma "miniguerra mundial": quem são os protagonistas desse conflito?

Síria vive uma miniguerra mundial: quem são os protagonistas desse conflito? Síria vive uma "miniguerra mundial": quem são os protagonistas desse conflito? COMENTE Família síria deixa área de al-muasalat após bombardeio em Aleppo, na Síria Pontos-chave A guerra civil da Síria começou

Leia mais

A Revolução de Professor: Eustáquio

A Revolução de Professor: Eustáquio A Revolução de 1930 Professor: Eustáquio www.centroestrategia.com.br O governo Artur Bernardes (1922-1926) Morte do Paulista Rodrigues Alves Realização de novas eleições São Paulo e Minas não entraram

Leia mais

Cópia autorizada. II

Cópia autorizada. II II Sugestões de avaliação Geografia 9 o ano Unidade 1 5 Unidade 1 Nome: Data: 1. Marque V nas alternativas verdadeiras e F nas falsas. a) O Estado é a forma como a sociedade se organiza politicamente;

Leia mais

Seu objetivo era enfraquecer o movimento fundamentalista que varria o Irã

Seu objetivo era enfraquecer o movimento fundamentalista que varria o Irã Guerra Irã e Iraque Conflito que por cerca de 8 anos, mais precisamente de 1980 a 1988, envolveu as duas nações do Oriente Médio. Irã e Iraque possuem diferenças históricas. Apesar de ambos seguirem a

Leia mais

ATUALIDADES. Atualidades Conflito s do Mundo Contemporâneo Oriente Médio. Prof. Marcelo Saraiva

ATUALIDADES. Atualidades Conflito s do Mundo Contemporâneo Oriente Médio. Prof. Marcelo Saraiva ATUALIDADES Atualidades 2017 Conflito s do Mundo Contemporâneo Oriente Médio Prof. Marcelo Saraiva Oriente Médio Conflitos do Mundo Contemporâneo Oriente Médio Porque o Oriente Médio é a zona de maior

Leia mais

OS CONFLITOS MUNDIAIS NA ATUALIDADE

OS CONFLITOS MUNDIAIS NA ATUALIDADE OS CONFLITOS MUNDIAIS NA ATUALIDADE Hoje existem cerca de 30 regiões no mundo onde ocorrem conflitos armados. - Os principais motivos dos conflitos são: Étnicos ETNIA grupo de identidade unido por fatores

Leia mais

O CURDISTÃO a) Localização/territórios ocupados: O Curdistão é b) Quem são os curdos? Autonomia e identidade autonomia no norte do Iraque

O CURDISTÃO a) Localização/territórios ocupados: O Curdistão é b) Quem são os curdos? Autonomia e identidade autonomia no norte do Iraque O CURDISTÃO a) Localização/territórios ocupados: O Curdistão é uma região cultural e geográfica majoritariamente composta pelos curdos. Com cerca de 500.000 km² concentra-se, em sua maior parte, na Turquia,

Leia mais

CONFLITOS E TENSÕES ATUAIS

CONFLITOS E TENSÕES ATUAIS CONFLITOS E TENSÕES ATUAIS GUERRA DA COREIA 1950/53 ANTECEDENTES DO CONFLITO Coreia do Norte Novo sócio do clube atômico Em 2002, o presidente do Estados Unidos, George W Bush, afirmou que a Coreia

Leia mais

FARCs: Origem e ação na Colômbia Com extensão territorial de 1.141.748 quilômetros quadrados, a Colômbia é habitada por aproximadamente 45,7 milhões de pessoas. Esse grande país sul-americano é marcado

Leia mais

Professor João Paulo Bandeira

Professor João Paulo Bandeira Professor João Paulo Bandeira A Guerra Fria tem início logo após a Segunda Guerra Mundial, pois os Estados Unidos e a União Soviética vão disputar a hegemonia política, econômica e militar no mundo. A

Leia mais

Aula 7 - Primavera Árabe

Aula 7 - Primavera Árabe Aula 7 - Primavera Árabe Árabe ou muçulmano? Árabe: Etnia majoritária na península arábica e norte da África. Podem ou não ser muçulmanos. Há importantes minorias cristãs entre os árabes, podendo chegar

Leia mais

Prof. Esp. Franciane Borges

Prof. Esp. Franciane Borges Prof. Esp. Franciane Borges ... religiosos, políticos e econômicos. Autoridade passada por descendência. Seguem o alcorão e a sharia. Fiéis são independentes. Hoje: São os mais radicais, guiados por

Leia mais

História B aula 15 História da URSS e a Revolução Mexicana.

História B aula 15 História da URSS e a Revolução Mexicana. História B aula 15 História da URSS e a Revolução Mexicana. Para sair da crise: NEP Nova Política Econômica (1921) recuar nas propostas socialistas e adotar algumas medidas capitalistas (estimular novamente

Leia mais

Esse grupo étnico é formado por aproximadamente 25 milhões de pessoas, possuem uma organização social alicerçada no sistema de clãs.

Esse grupo étnico é formado por aproximadamente 25 milhões de pessoas, possuem uma organização social alicerçada no sistema de clãs. CURDOS O povo curdo é um grupo étnico que se julga nativo de uma região do Oriente Médio chamada de Curdistão, que abrange parte dos territórios do Irã, Iraque, Síria e Turquia. Esse grupo étnico é formado

Leia mais

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL ( ) PROF. RICARDO SCHMITZ

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL ( ) PROF. RICARDO SCHMITZ PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL ( 1914 1918 ) PROF. RICARDO SCHMITZ CAUSAS DO CONFLITO CONFLITOS IMPERIALISTAS ESPÍRITO REVANCHISTA ( FRANÇA ) NACIONALISMO ( PAN-GERMANISMO, PAN-ESLAVISMO ) CORRIDA ARMAMENTISTA

Leia mais

GUERRA FRIA. Professor Daniel Fonseca

GUERRA FRIA. Professor Daniel Fonseca GUERRA FRIA Professor Daniel Fonseca O que é, afinal, a Guerra Fria O conceito de Guerra Fria vem de algo sem conflito direto, o que seria uma guerra quente como foi a II Guerra. Sendo assim, a Guerra

Leia mais

Correio Braziliense - DF 26/01/2011 Opinião 17

Correio Braziliense - DF 26/01/2011 Opinião 17 Correio Braziliense - DF 26/01/2011 Opinião 17 Intelog - RS 26/01/2011 Artigos / Entrevistas Online O grande jogo de Barack Obama (José Luís Fiori) Nos últimos dois meses de 2010, o presidente Barack

Leia mais

II GUERRA MUNDIAL

II GUERRA MUNDIAL II GUERRA MUNDIAL 1939-1945 ASCENSÃO DOS REGIMES TOTALITÁRIOS EUROPA NO PÓS GUERRA Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Europa teve de enfrentar uma de suas piores crises econômicas. O uso do território

Leia mais

CADERNO DE EXERCÍCIOS 3D

CADERNO DE EXERCÍCIOS 3D CADERNO DE EXERCÍCIOS 3D Ensino Fundamental Ciências Humanas Questão Conteúdo Habilidade da Matriz da EJA/FB 1 Oceania H8 2 Oriente Médio H8 3 Campanha das Diretas Já H33 4 FHC Neoliberalismo e Privatizações

Leia mais

Movimentos Nacionalistas

Movimentos Nacionalistas Movimentos Nacionalistas Questão da Ucrânia Questão do Cáucaso Questão dos Bálcãs Esfacelamento da Iugoslávia Questão Irlandesa Questão Basca A Criméia é uma península ucraniana, e a Ucrânia por sua vez,

Leia mais

Prof. Franco Augusto

Prof. Franco Augusto Prof. Franco Augusto Moeda: Dólar Australiano População: 23.330.000 habitantes Área Total: 7.692.024./ km² Densidade: 2,96 hab./km² Renda per capta: US$ 40.234 IDH: 0,92 (2º IDH mais elevado do mundo).

Leia mais

RÚSSIA: POTÊNCIA GEOPOLÍTICA

RÚSSIA: POTÊNCIA GEOPOLÍTICA RÚSSIA: POTÊNCIA GEOPOLÍTICA CARACTERÍSTICAS GERAIS A Rússia é o maior país do mundo (+17 milhões km²) Grande parte do território predomina o clima temperado continental (estações bem definidas e invernos

Leia mais

AS CONSEQUÊNCIAS DO 11 DE SETEMBRO O MAIOR ATENTADO DA HISTÓRIA

AS CONSEQUÊNCIAS DO 11 DE SETEMBRO O MAIOR ATENTADO DA HISTÓRIA AS CONSEQUÊNCIAS DO 11 DE SETEMBRO O MAIOR ATENTADO DA HISTÓRIA Renan Rodrigues O QUE FOI O 11 DE SETEMBRO? O maior atentado da História Mais de 3000 mortos e mais de 6000 feridos Mais de U$ 5 milhões

Leia mais

Colégio Ser! Sorocaba História 8º ano Profª Marilia C Camillo Coltri

Colégio Ser! Sorocaba História 8º ano Profª Marilia C Camillo Coltri Colégio Ser! Sorocaba História 8º ano Profª Marilia C Camillo Coltri Primeira Fase Campanhas sob o Diretório (1796-1799) Enquanto a França organizava-se sob o regime do Diretório (3ª fase da Revolução

Leia mais

O cenário das revoltas no Norte da África e no Oriente Médio

O cenário das revoltas no Norte da África e no Oriente Médio O cenário das revoltas no Norte da África e no Oriente Médio O mundo árabe é formado por um conjunto de países localizados no norte da África e no Oriente Médio. A maneira mais usual de identificar as

Leia mais

Fronteiras políticas e soberania Parte II

Fronteiras políticas e soberania Parte II Fronteiras políticas e soberania Parte II CANADÁ Quebec 80% da população do Quebec é descendente de franceses e católica Em 1969 ocorreu a oficialização da língua francesa no Quebec. Onze anos depois ocorreu

Leia mais

Ciências Humanas e Suas Tecnologias - Geografia Ensino Médio, 2º Ano Conflitos Armados Prof. Claudimar Fontinele

Ciências Humanas e Suas Tecnologias - Geografia Ensino Médio, 2º Ano Conflitos Armados Prof. Claudimar Fontinele Ciências Humanas e Suas Tecnologias - Geografia Ensino Médio, 2º Ano Conflitos Armados Prof. Claudimar Fontinele PRINCIPAIS MOTIVOS DOS CONFLITOS Étnicos Políticos Ideológicos Territoriais Econômicos Recursos

Leia mais

Informativo Mensal nº 3. Novembro/2013

Informativo Mensal nº 3. Novembro/2013 Informativo Mensal nº 3 Novembro/2013 ÁSIA/LESTE EUROPEU PAQUISTÃO: DESORDEM DENTRO DO TALIBÃ PAQUISTANÊS Desde o mês de outubro, quando o líder do grupo Talibã paquistanês, Mehsud Hakimullah, foi morto

Leia mais

Oriente Médio. Palco de instabilidade da política mundial

Oriente Médio. Palco de instabilidade da política mundial Oriente Médio Palco de instabilidade da política mundial Conhecido como Oriente Próximo Está limitado pelo Oceano Índico e pelos mares Mediterrâneo, Negro, Vermelho e Cáspio. Paisagem marcado por áreas

Leia mais

Menos frequentes no norte. Países mais homogêneos em termos religiosos, culturais e ambientais. Heranças do colonialismo/fronteiras

Menos frequentes no norte. Países mais homogêneos em termos religiosos, culturais e ambientais. Heranças do colonialismo/fronteiras Aula 13 - África África Principais temas e relações Menos frequentes no norte Países mais homogêneos em termos religiosos, culturais e ambientais. Problemas Economia Meio ambiente Perseguição religiosa

Leia mais

Conflitos mundiais PROF. MELK SOUZA

Conflitos mundiais PROF. MELK SOUZA Conflitos mundiais PROF. MELK SOUZA ÍNDIA x PAQUISTÃO A tensa relação entre Índia e Paquistão, pela disputa da região da Caxemira, teve início a partir da independência da Índia do imperialismo britânico,

Leia mais

Hillary Diane Rodham Clinton 26/out/ anos Illinois

Hillary Diane Rodham Clinton 26/out/ anos Illinois Hillary Diane Rodham Clinton 26/out/1947 67 anos Illinois Filha de pai conservador com ideais mais próximos ao partido Republicano 1969 Direito em Yale. Conhece Bill Clinton 1992 Primeira Dama dos EUA

Leia mais

Fatores da Segunda Guerra

Fatores da Segunda Guerra EUROPA 1942 Fatores da Segunda Guerra O império Austro-Húngaro desintegrou-se dando origem a Áustria, Hungria e Tchecoslováquia O império Turco- Otomano desapareceu dando origem a Turquia. Tratado de Versalhes

Leia mais

5 Conclusão A intenção da pesquisa realizada nessa dissertação foi encontrar algumas respostas para a pergunta sobre como dois dos principais jornais

5 Conclusão A intenção da pesquisa realizada nessa dissertação foi encontrar algumas respostas para a pergunta sobre como dois dos principais jornais 5 Conclusão A intenção da pesquisa realizada nessa dissertação foi encontrar algumas respostas para a pergunta sobre como dois dos principais jornais americanos usaram o conceito de terrorismo, nas semanas

Leia mais

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS RAFAEL GIOVANAZ GARCIA

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS RAFAEL GIOVANAZ GARCIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS RAFAEL GIOVANAZ GARCIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade. Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento

Leia mais

Atualidades. Terrorismo - Atualização. Prof. BOTELHO

Atualidades. Terrorismo - Atualização. Prof. BOTELHO Atualidades Terrorismo - Atualização Estado Islâmico EI queimou vivo o piloto jordaniano em represália, Jordânia enforcou dois jihadistas iraquianos, incluindo a mulher-bomba Jordânia fez ataque aéreo

Leia mais

1.(Unicamp 2014) O cartaz abaixo foi usado pela propaganda soviética contra o capitalismo ocidental, durante o período da Guerra Fria.

1.(Unicamp 2014) O cartaz abaixo foi usado pela propaganda soviética contra o capitalismo ocidental, durante o período da Guerra Fria. 1.(Unicamp 2014) O cartaz abaixo foi usado pela propaganda soviética contra o capitalismo ocidental, durante o período da Guerra Fria. O texto diz: Duas infâncias. Na URSS (parte superior) crianças são

Leia mais

A HEGEMONIA NORTE-AMERICANA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

A HEGEMONIA NORTE-AMERICANA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO 2008/12/19 A HEGEMONIA NORTE-AMERICANA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO (Brasil) Após o colapso da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) nos anos 90 do século passado, os Estados Unidos transformaram-se

Leia mais

FIM DA URSS E A DEMOCRATIZAÇÃO DO LESTE EUROPEU

FIM DA URSS E A DEMOCRATIZAÇÃO DO LESTE EUROPEU FIM DA URSS E A DEMOCRATIZAÇÃO DO LESTE EUROPEU A CRISE ECONÔMICA DA URSS Aumento de gastos com produção de armas, espionagem, repressão; Diminuição do investimento interno, provocando escassez de habitações,

Leia mais

HISTÓRIA. aula Mundo Contemporâneo I

HISTÓRIA. aula Mundo Contemporâneo I HISTÓRIA aula Mundo Contemporâneo I Revolução Chinesa (1949) Após a Segunda Guerra, disputas políticas e militares na China entre: Partido Nacionalista Liderança de Chiang Kai-shek (apoio dos EUA) X Mao

Leia mais

Professor: Eustáquio.

Professor: Eustáquio. Professor: Eustáquio www.centroestrategia.com.br O Imperialismo Texto As indústrias... Em lugar das antigas necessidades, satisfeitas pela produção do país,... encontram-se novas necessidades, exigindo-se

Leia mais

Aula 9 - Irã, Arábia Saudita e Iêmen

Aula 9 - Irã, Arábia Saudita e Iêmen Aula 9 - Irã, Arábia Saudita e Iêmen A disputa regional entre Irã e Arábia Saudita Irã e Arábia, de muitas formas, representam de forma extremada as divisões que existem no mundo islâmico. O Irã é um

Leia mais

Hoje dia 25 de Abril de 2014, comemoram-se 40 anos da instauração da Democracia e das Liberdades em Portugal.

Hoje dia 25 de Abril de 2014, comemoram-se 40 anos da instauração da Democracia e das Liberdades em Portugal. Moita Hoje dia 25 de Abril de 2014, comemoram-se 40 anos da instauração da Democracia e das Liberdades em Portugal. O regime anterior caracterizou-se por uma forte repressão sobre o povo e em especial

Leia mais

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 13 - Independência das 13 colônias inglesas

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 13 - Independência das 13 colônias inglesas Preparatório EsPCEx História Geral Aula 13 - Independência das 13 colônias inglesas A formação dos EUA (I) Inglaterra nos séculos XV e XVI Fortalecimento Absolutismo Implantação política mercantilista

Leia mais

Irã e Estados Unidos Competição geopolítica no Oriente Médio, por João Fábio Bertonha

Irã e Estados Unidos Competição geopolítica no Oriente Médio, por João Fábio Bertonha Irã e Estados Unidos Competição geopolítica no Oriente Médio, por João Fábio Bertonha Neste último mês, os Estados Unidos anunciaram o envio, para o Oriente Médio, de um novo grupo de batalha de porta-aviões,

Leia mais

ATUALIDADES. Atualidades do Ano de Conflitos do Mundo Contemporâneo África. Prof. Marcelo Saraiva

ATUALIDADES. Atualidades do Ano de Conflitos do Mundo Contemporâneo África. Prof. Marcelo Saraiva ATUALIDADES Atualidades do Ano de 2017 Conflitos do Mundo Contemporâneo África Prof. Marcelo Saraiva África A maior parte do continente africano tem sua identidade construída através do sofrimento e das

Leia mais

AMÉRICA DO SUL Características Gerais da América do Sul

AMÉRICA DO SUL Características Gerais da América do Sul AMÉRICA DO SUL Características Gerais da América do Sul Extensão: 17.850.568 km²; Situa-se a oeste do Meridiano de Greenwich e em sua maior parte no hemisfério Sul; É formada politicamente por 12 países

Leia mais

CAPÍTULO 03 Poder Paralelo.

CAPÍTULO 03 Poder Paralelo. 01/03/2016 8º Ano B CAPÍTULO 03 Poder Paralelo. Profº Delsomar de Sousa Barbosa Páginas: 32 a 36 Item 01. Estrutura Temática Organizações Terroristas e Radicalismo Islâmico. Al Qaeda ORGANIZACÕES RELIGIOSAS

Leia mais

Da Modernidade à Modernização. Prof. Benedito Silva Neto Teorias e experiências comparadas de desenvolvimento PPGDPP/UFFS

Da Modernidade à Modernização. Prof. Benedito Silva Neto Teorias e experiências comparadas de desenvolvimento PPGDPP/UFFS Da Modernidade à Modernização Prof. Benedito Silva Neto Teorias e experiências comparadas de desenvolvimento PPGDPP/UFFS Introdução Da Modernidade à Modernização: As transformações ideológicas das sociedades

Leia mais

HISTÓRIA. aula Era Napoleônica, Congresso de Viena e Revoluções Liberais

HISTÓRIA. aula Era Napoleônica, Congresso de Viena e Revoluções Liberais HISTÓRIA aula Era Napoleônica, Congresso de Viena e Revoluções Liberais Era Napoleônica Do Golpe do 18 Brumário (nov/1799) até a Queda de Napoleão (jun/1815) Três fases: Consulado (1799-1804) Império (1804-1815)

Leia mais

Vence a indiferença e conquista a paz

Vence a indiferença e conquista a paz Vence a indiferença e conquista a paz 49º Dia Mundial da Paz (1 de Janeiro de 2016) Mar Mediterrâneo um cemitério de refugiados* De acordo com a Organização Mundial para a Migrações, até 18 de Dezembro

Leia mais

EUA: A CONQUISTA DA HEGEMONIA POLITICA E ECONOMICA PROF. NENO

EUA: A CONQUISTA DA HEGEMONIA POLITICA E ECONOMICA PROF. NENO EUA: A CONQUISTA DA HEGEMONIA POLITICA E ECONOMICA PROF. NENO - 2011 Os primeiros colonizadores chegaram à costa atlântica da América do Norte no século XVI. No nordeste, foi introduzida a policultura

Leia mais

Povos do Oriente Médio

Povos do Oriente Médio Oriente Médio Povos do Oriente Médio Árabes Os árabes são o maior grupo étnico do Oriente Médio. São maioria no Egito, Jordânia, Síria, Líbano, Iraque, nos países da península Arábica e nos territórios

Leia mais

Prof. Esp. Franciane Borges

Prof. Esp. Franciane Borges Prof. Esp. Franciane Borges ... religiosos, políticos e econômicos. Autoridade passada por descendência. Seguem o alcorão e a sharia. Fiéis são independentes. Hoje: São os mais radicais, guiados por

Leia mais

O Imperialismo O ATRASO ALEMÃO: Grande crescimento industrial Ampliação de mercados; Lorena: ¾ do fornecimento de matéria-prima para a indústria de aço; 1880 amplo programa de expansão naval: Lei Naval

Leia mais

Dividir para dominar

Dividir para dominar ÁFRICA Contexto histórico África século XV: -Grandes navegações -Estabelecimento de feitorias na África A partir do século XIX: -Colonialismo europeu -Partilha da África (Conferência de Berlim, em 1885)

Leia mais

PROFESSORA: KEURELENE CAMPELO DISCIPLINA: HISTÓRIA GERAL CONTEÚDO: REVISANDO

PROFESSORA: KEURELENE CAMPELO DISCIPLINA: HISTÓRIA GERAL CONTEÚDO: REVISANDO PROFESSORA: KEURELENE CAMPELO DISCIPLINA: HISTÓRIA GERAL CONTEÚDO: REVISANDO 2 A descolonização da África ocorreu durante no século XX quando as populações dos territórios africanos ocupados conseguiram

Leia mais

IDADE CONTEMPORÂNEA A ERA NAPOLEÔNICA

IDADE CONTEMPORÂNEA A ERA NAPOLEÔNICA ERA NAPOLEÔNICA (1799 1815) Prof. João Gabriel da Fonseca joaogabriel_fonseca@hotmail.com 1 - O CONSULADO (1799 1804): Pacificação interna e externa. Acordos de paz com países vizinhos. Acordo com a Igreja

Leia mais

1ª GUERRA MUNDIAL.

1ª GUERRA MUNDIAL. 1ª GUERRA MUNDIAL http://historiaonline.com.br ANTECEDENTES 2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NEOCOLONIALISMO/IMPERIALISMO CORRIDA ARMAMENTISTA POLÍTICA DE ALIANÇAS PAZ ARMADA http://historiaonline.com.br ALIANÇAS

Leia mais

GUERRA FRIA: INTRODUÇÃO E CONTEXTO

GUERRA FRIA: INTRODUÇÃO E CONTEXTO GUERRA FRIA GUERRA FRIA: INTRODUÇÃO E CONTEXTO Com o final da Segunda Guerra Mundial a Europa estava destruída pelos conflitos da guerra, todos os países estavam com a economia fragilizada, e isso facilitou

Leia mais

Aula 6 - Rússia e Ucrânia

Aula 6 - Rússia e Ucrânia Aula 6 - Rússia e Ucrânia Rússia Histórico de expansão e conquista sobre diversos outros povos. Governos autoritários. Século XX: colapso do Império Russo, formação da URSS (União das Repúblicas Socialistas

Leia mais

Antecedentes ao Embargo Marítimo

Antecedentes ao Embargo Marítimo Flotilha Humanitária à Faixa de Gaza 31.05.2010 Antecedentes ao Embargo Marítimo Israel retirou suas forças militares e população da Faixa de Gaza em 2005. O Fatah, então, assumiu o controle da região.

Leia mais

Direitos Humanos na Constituição Brasileira: Avanços e Desafios

Direitos Humanos na Constituição Brasileira: Avanços e Desafios Direitos Humanos na Constituição Brasileira: Avanços e Desafios Cátedra UNESCO de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância Faculdade de Saúde Pública (USP), Auditório Paula Souza.

Leia mais

ATIVIDADES 9º ANO. Do texto, depreende-se que a Rússia

ATIVIDADES 9º ANO. Do texto, depreende-se que a Rússia ATIVIDADES 9º ANO 1) (FUVEST-2008) Há oitenta anos, a Rússia era forte por causa do dinamismo revolucionário do comunismo, incluindo o poder de atração da sua ideologia. Há quarenta anos, a Rússia Soviética

Leia mais

IDADE CONTEMPORÂNEA II GUERRA MUNDIAL

IDADE CONTEMPORÂNEA II GUERRA MUNDIAL Os custos de um guerra são muito altos, não só econômicos,, mas humanos e psicológicos. O poder de destruição do homem é muito maior que o de construção. Primeira Guerra Mundial Quando: de 1914 a 1918

Leia mais

HISTÓRIA. aula Imperialismo e Neocolonialismo no século XIX

HISTÓRIA. aula Imperialismo e Neocolonialismo no século XIX HISTÓRIA aula Imperialismo e Neocolonialismo no século XIX Origens do imperialismo Resultado da 2ª Revolução Industrial na Europa e nos EUA Características gerais: Novidades tecnológicas Aumento da produção

Leia mais

Mundo árabe: países localizados no norte da África e no Oriente Médio Liga árabe: 22 países membros, formada em 1945 Fatores que ajudam a determinar

Mundo árabe: países localizados no norte da África e no Oriente Médio Liga árabe: 22 países membros, formada em 1945 Fatores que ajudam a determinar A primavera árabe Mundo árabe: países localizados no norte da África e no Oriente Médio Liga árabe: 22 países membros, formada em 1945 Fatores que ajudam a determinar se um indivíduos é árabe ou não Político:

Leia mais

Entre 1871 e 1914 a sociedade européia - liberal e capitalista, passou por uma das fases de maior prosperidade devido ao desenvolvimento industrial

Entre 1871 e 1914 a sociedade européia - liberal e capitalista, passou por uma das fases de maior prosperidade devido ao desenvolvimento industrial 1914-1918 Entre 1871 e 1914 a sociedade européia - liberal e capitalista, passou por uma das fases de maior prosperidade devido ao desenvolvimento industrial que trouxe conforto e a ciência e a técnica

Leia mais

França Napoleônica. Periodização. Consulado Cem Dias Império

França Napoleônica. Periodização. Consulado Cem Dias Império França Napoleônica Revolução Francesa Diretório Napoleão - Cônsul 18 Brumário - 1799 Segunda Coligação - 1799 Conservadora Áustria, Prússia e Rússia Nascimento Campanha da Itália -1797 Ilha francesa Córsega

Leia mais

EGIPTO. O QUE ESTÁ À VISTA? MUDANÇA DE LIDERANÇA OU DE REGIME? (ACTUALIZAÇÃO 1)

EGIPTO. O QUE ESTÁ À VISTA? MUDANÇA DE LIDERANÇA OU DE REGIME? (ACTUALIZAÇÃO 1) 2011/02/01 EGIPTO. O QUE ESTÁ À VISTA? MUDANÇA DE LIDERANÇA OU DE REGIME? (ACTUALIZAÇÃO 1) Até há nove dias atrás - ainda não tinham começado as manifestações de protesto - a grande prioridade da comunidade

Leia mais

EUROPA CONFLITOS ÉTNICOS RELIGIOSOS

EUROPA CONFLITOS ÉTNICOS RELIGIOSOS EUROPA CONFLITOS ÉTNICOS RELIGIOSOS A Questão do País Basco Espaço: A etnia separatista basca habita o noroeste da Espanha e sudoeste da França. Os Fatores do Conflito A singularidade do povo basco que

Leia mais

Primeira Guerra Mundial. Guerra das Guerras

Primeira Guerra Mundial. Guerra das Guerras Grande Guerra Guerra das Guerras Conflito armado ocorrido no início do século XX, no território europeu. Envolveu grande parte dos países do mundo e marcou o início de um período de avanços tecnológicos.

Leia mais

Mapa do Médio Oriente e Ásia Central e Sul (SCAMENA ou Grande Médio Oriente).

Mapa do Médio Oriente e Ásia Central e Sul (SCAMENA ou Grande Médio Oriente). Mapa do Médio Oriente e Ásia Central e Sul (SCAMENA ou Grande Médio Oriente). Mapa do Irão. ONU Maps Associated Press Reza Pahlavi foi o fundador do Irão moderno, ocupando o seu cargo entre 1925 e 1941.

Leia mais

Ataques recentes contra trabalhadores que prestam assistência médica no Paquistão

Ataques recentes contra trabalhadores que prestam assistência médica no Paquistão P7_TA-PROV(2013)0060 Ataques recentes contra trabalhadores que prestam assistência médica no Paquistão Resolução do Parlamento Europeu, de 7 de fevereiro de 2013, sobre os ataques recentes contra trabalhadores

Leia mais

História. Conflitos na antiga Europa do leste Parte 9. Profª. Eulália Ferreira

História. Conflitos na antiga Europa do leste Parte 9. Profª. Eulália Ferreira História Conflitos na antiga Europa do leste Parte 9 Profª. Eulália Ferreira - Final da guerra da Bósnia não significa o final dos conflitos na região da antiga Iugoslávia - 1998 Conflito em Kosovo (província

Leia mais

PROCESSO SELETIVO NOVO CURSO 2014/2

PROCESSO SELETIVO NOVO CURSO 2014/2 ª Questão Analise o mapa a seguir. Escreva um texto dissertativo-argumentativo, produzido de forma coerente e coesa, no qual sejam destacados os seguintes aspectos: o nome do período histórico retratado

Leia mais

. a d iza r to u a ia p ó C II

. a d iza r to u a ia p ó C II II Sugestões de avaliação Geografia 9 o ano Unidade 5 5 Unidade 5 Nome: Data: 1. Sobre a regionalização do continente asiático, associe os países às respectivas regiões. (A) Ásia Setentrional (B) Ásia

Leia mais

Atividades de Recuperação Paralela de Geografia

Atividades de Recuperação Paralela de Geografia Atividades de Recuperação Paralela de Geografia 8º ano Ensino Fundamental II Leia as orientações de estudos antes de responder as questões Comece revisando a aula através dos apontamentos relembrando,

Leia mais

HISTÓRIA. aula Primeira Guerra Mundial ( )

HISTÓRIA. aula Primeira Guerra Mundial ( ) HISTÓRIA aula Primeira Guerra Mundial (1914 1918) Antecedentes do conflito Segunda Revolução Industrial Disputas imperialistas (África e Ásia) Política de Alianças "Paz Armada" Antecedentes do conflito

Leia mais

História B aula 17 As Revoluções Russas.

História B aula 17 As Revoluções Russas. História B aula 17 As Revoluções Russas. Primeira revolução vitoriosa inspirada no socialismo Antecedentes do processo revolucionário... Características da Rússia na virada do século XIX: -Governada pelo

Leia mais

ÍNDIA: POTÊNCIA EMERGENTE

ÍNDIA: POTÊNCIA EMERGENTE ÍNDIA: POTÊNCIA EMERGENTE A República da Índia Desde o século XVI a Índia atrai a atenção dos países europeus, principalmente em razão das especiarias, acirrando as disputas comerciais pela região. A Inglaterra

Leia mais

CONSTITUIÇÃO DE 1934

CONSTITUIÇÃO DE 1934 Vargas INTRODUÇÃO Neste livro você vai ler sobre a Era Vargas. Solicitado pela professora Valéria, da disciplina de História, escrito por Manuela Rottava, com caráter avaliativo. Tem destaque nas seguintes

Leia mais

Macri abre Argentina para duas bases estratégicas dos EUA: Cone Sul em perigo?

Macri abre Argentina para duas bases estratégicas dos EUA: Cone Sul em perigo? Macri abre Argentina para duas bases estratégicas dos EUA: Cone Sul em perigo? A visita do presidente Barack Obama a Buenos Aires selou um acordo com o chefe de Estado argentino Mauricio Macri para a instalação

Leia mais

- Antecedentes/causas (década de 1930):. Novas discussões sobre o IMPERIALISMO. Fortalecimento de regimes totalitários nazifascistas.

- Antecedentes/causas (década de 1930):. Novas discussões sobre o IMPERIALISMO. Fortalecimento de regimes totalitários nazifascistas. A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL ( 1939-1945) - Antecedentes/causas (década de 1930):. Novas discussões sobre o IMPERIALISMO. Fortalecimento de regimes totalitários nazifascistas. Invasão da CHINA (1931 - Manchúria)

Leia mais

prefeitos das capitais, Os futuros governadores seriam submetidos à aprovação das Os futuros prefeitos seriam indicados pelos governadores.

prefeitos das capitais, Os futuros governadores seriam submetidos à aprovação das Os futuros prefeitos seriam indicados pelos governadores. A ditadura militar Prof.:Márcio Gurgel O regime militar Duração ( 1964 1985 ), Presidentes generais do exército brasileiro, i Apoiaram o golpe: (políticos vindos da UDN e do PSD), Governo Castello Branco

Leia mais

CENTRO DE ESTUDOS PSICOPEDAGÓGICOS DE MACEIÓ PROFA. MÔNICA GUIMARÃES GEOGRAFIA - 9º ANO

CENTRO DE ESTUDOS PSICOPEDAGÓGICOS DE MACEIÓ PROFA. MÔNICA GUIMARÃES GEOGRAFIA - 9º ANO CENTRO DE ESTUDOS PSICOPEDAGÓGICOS DE MACEIÓ PROFA. MÔNICA GUIMARÃES GEOGRAFIA - 9º ANO DIVISÃO REGIONAL (REGIONALIZAÇÃO) *Europa Ocidental *Europa Centro Oriental *Europa Setentrional *Europa Mediterrânea

Leia mais