UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL CAMPUS DE PATOS PB CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL CAMPUS DE PATOS PB CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS NA POPULAÇÃO HUMANA DO MUNICÍPIO DE SÃO MAMEDE PB, BRASIL ANDREIA CRISTINY CEZARINO DE ARAÚJO PATOS, PB 2015

2 Andreia Cristiny Cezarino de Araújo PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS NA POPULAÇÃO HUMANA DO MUNICÍPIO DE SÃO MAMEDE PB, BRASIL Trabalho de conclusão de curso apresentado à Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos PB, como requisito parcial, para obtenção do grau de Licenciada em Ciências Biológicas, sob a orientação do Prof. Dr. Ednaldo Queiroga de Lima. PATOS, PB 2015

3 Andreia Cristiny Cezarino de Araújo PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS NA POPULAÇÃO HUMANA DO MUNICÍPIO DE SÃO MAMEDE PB, BRASIL Aprovado em: 05/03/15.

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5 DEDICATÓRIA Com muito amor aos meus pais, Sr. Petrônio de Souza Araújo e Sra. Rita Lucena Cezarino de Araújo, pelo carinho, compreensão e contribuição para minha formação acadêmica. Ao meu admirável namorado, Edmilson Pereira Lima Neto, que sempre me incentivou para a realização dos meus ideais, encorajando-me a enfrentar todos os momentos difíceis da vida.

6 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente ao arquiteto supremo do universo, ao poderoso Deus, pelo dom da vida e permitir estar aqui hoje, cessando minha primeira etapa de uma longa jornada. Agradeço a todos os professores que me auxiliaram na graduação, especialmente ao professor Ednaldo Queiroga de Lima pela orientação. Aos meus pais e toda minha família, que me compreenderam nos momentos difíceis e delicados. Aos meus amigos, que desde sempre estiveram ao meu lado me proporcionando momentos fieis de alegria e amor. Ao amado namorado, Edmilson Pereira Lima Neto, por toda paciência nos momentos delicados. A todos que me ajudaram nas Unidades Básicas de Saúde de São Mamede, em especial a enfermeira Luiza, pela ajuda na coleta dos dados.

7 LISTA DE FIGURAS Figura 1- Localização de São Mamede PB...14 Figura 2- Resultado entre amostras parasitadas e não parasitadas...15 Figura 3- Frequência de protozoonoses e helmintoses na população...16 Figura 4- Resultado das amostras em função dos gêneros infectados...17 Figura 5- Resultado entre casos de Monoparasitose e Poliparasitoses...18 Figura 6- Prevalência de casos positivos de acordo com a idade...18 Figura 7- Protozoários que afetaram a população estudada...20 Figura 8- Helmintos que afetaram a população estudada...21

8 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Prevalência de parasitos intestinais em prontuários médicos realizado no município de São Mamede, no período de Janeiro de 2013 a Dezembro de

9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO MATERIAIS E MÉTODOS Coleta dos dados Área de estudo RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 23

10 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS NA POPULAÇÃO HUMANA DO MUNICÍPIO DE SÃO MAMEDE PB, BRASIL ANDREIA CRISTINY CEZARINO DE ARAÚJO ¹, EDNALDO QUEIROGA DE LIMA² 1 Acadêmica de Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos. (andreiacristinyac@gmail.com). 2 Professor da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos. (equeiroga.lima@gmail.com). RESUMO Na natureza são conhecidas inúmeras interações e associações entre os seres para uma melhor comodidade ao ambiente inserido, onde o parasitismo é considerado uma interação desarmônica. Sua ampla distribuição geográfica tem atribuído a essas infecções uma posição considerável entre os principais problemas de saúde. O objetivo desse estudo foi identificar e quantificar os principais parasitos intestinais encontrados no município de São Mamede-PB, atendidos nas Unidades de Saúde da Família do município. Foram analisados prontuários médicos, referentes ao período de Janeiro de 2013 à Dezembro de 2014, os mesmos foram separados em resultados positivos e analisados os parasitas encontrados e sua frequência em resultado positivo. Do total de prontuários analisados, 18,56% são positivos, sendo Giardia lamblia o protozoário mais frequente com 34,31% dos casos e Ascaris lumbricoides com 17,16%, como o helminto mais presente. Dentre os resultados positivos 87,25% apresentaram quadro de monoparasitoses e 12,75% de poliparasitoses. Concluiu-se que quase 20% dos dados analisados foram de casos positivos, fato que expressa um problema de saúde pública afirmando a necessidade de medidas profiláticas de controle das parasitoses intestinais. Palavras-Chave: Parasitoses, Saneamento Básico, Protozoonoses, Helmintoses

11 ABSTRACT In nature are known numerous interactions and associations between beings for better convenience when inserted environment where parasitism is considered a disharmonious interaction. Its broad geographical distribution has assigned to these infections considerable position among the major health problems. The aim of this study was to identify and quantify the main intestinal parasites found in São Mamede-PB, attended in the health units of the municipality's Family. We analyzed 1099 medical records, for the period January 2013 to December 2014, they were separated into positive results and analysis of the nematodes and their frequency in positive outcome. Of the total 1099 records analyzed, 18.56% are positive, with the most frequent Giardia lamblia protozoan with 34.31% of cases and Ascaris lumbricoides with 17.16%, the most this helminth. Among the positive results showed 87.25% monoparasitoses above and 12.75% of poliparasitoses. It was concluded that almost 20% of the data analyzed were positive cases, which expresses a public health problem affirming the need for preventive measures to control intestinal parasites. Keywords: Parasites, Sanitation basic, Protozoonoses, helminthes

12 1 INTRODUÇÃO Na natureza são conhecidas inúmeras interações e associações entre os seres para uma melhor comodidade ao ambiente inserido, onde o parasitismo é considerado uma interação desarmônica, uma vez que apenas um dos participantes da interação é beneficiado, no qual o parasita procura abrigo e alimento causando espoliação do hospedeiro, onde em consequências últimas causa morte (18). As infecções intestinais são acometidas por um amplo grupo de microrganismos, sendo os protozoários e os helmintos os mais simbólicos, onde juntos representam as parasitoses mais conhecidas no globo terrestre. Segundo Martens et al. (15) e Menezes (17), as regiões tropicais detêm condições climáticas oportunas a diversas espécies, nesse contexto as doenças associadas a essas espécies habitantes dessas regiões são consideradas como doenças tropicais, na qual o fator abiótico predomina a endemicidade das parasitoses, onde representam um grave problema de saúde pública, não podendo ser julgado como doença que possui um único determinante epidemiológico, sendo enfermidade de origem multicausal e multifatorial, especialmente em países em desenvolvimento que não alcançaram êxito no seu controle. Elas são responsáveis pela diminuição da qualidade de vida da população, causando diminuição de sua produtividade, dificuldade de aprendizado, prejuízo da função de alguns órgãos vitais, além de contribuir para o aumento da desnutrição (13). Conforme Carvalho et al. (3), no Brasil, a frequência de parasitoses intestinais é notificadamente elevada, apesar de ser bem conhecidas, não são bem estudadas, assim como em demais países em desenvolvimento. Essas enteroparasitoses estão diretamente relacionadas com as condições precárias de saneamento básico bem como os níveis socioeconômicos e de escolaridade da população analisada entre outras variáveis. Em São Paulo foram identificados ovos e cistos de parasitos em cédulas e moedas em circulação (28). Quanto a proliferação das helmintíases na região Nordeste, Alves et al. (1) discute que essa relação está em estreita dependência com a umidade do solo, considera-se que nas regiões semiáridas a longa estação seca é uma das circunstâncias limitantes para a proliferação de parasitos. 10

13 Considerando que nem toda a população tem acesso à água potável, a utilização de medidas alternativas de abastecimento doméstico tais como o consumo procedente de cisternas, poços artesanais, rios e lagos, torna-se necessário a implantação de programas de educação em saúde visando à conscientização das comunidades, na busca de reduzir os possíveis riscos de infecção por enteroparasitas. Marzochi (16) verificou a contaminação de hortas e córregos, com ovos de helmintos e cistos de protozoários, na cidade de Ribeirão Preto. É de importância ainda, citar que a água sirva como criadouro para hospedeiros intermediários de alguns helmintos (23). Chaves (5), afirma que as enteroparasitoses intestinais constituem um grave problema de saúde pública em todo o Brasil, devido à diversidade das diferentes regiões e às condições de saneamento básico, grau de escolaridade, sexo, idade e condições de moradia e os hábitos de higiene dos indivíduos que nelas habitam. De acordo com Malta (13), o primeiro grande levantamento feito no território brasileiro foi realizado pela Fundação Rockfeller (1922) entre os anos de 1916 a 1921 onde foi analisada a prevalência, que variou entre 78,2% e 99,4%. Logo depois vem sendo realizados diversos estudos a respeito das parasitoses intestinais em todo Brasil. Marques et al (14) no levantamento multicêntrico das parasitoses intestinais de ocorrência no Brasil demonstrou que 55,3% de crianças analisadas deram resultado positivo para parasitoses, sendo 51% destas com poliparasitoses. Isso pode ser demonstrado na pesquisa realizada por Sá-Silva et al (24), em que 18,36% das crianças pesquisadas albergavam dois parasitas intestinais e 14,28% apresentavam três parasitas e ainda 4,08% expunham quatro parasitas. Marques et al (14) ainda demonstra que no ano de 2000 os helmintos foram responsáveis por 57,8% das infecções e os protozoários por 42,2%. Um estudo realizado por Marzochi (16) em córregos receptores e não receptores de esgotos, que serviam quase em sua totalidade para irrigação de hortas, foram encontrados tanto ovos de helmintos como cistos de protozoários. Em 2000 foi de 14,5% com maior frequência para Ascaris lumbricoides (21,3%), Strongyloides stercoralis (17,6%) e Giardia lamblia (15,9%); em 2001 foi de 11,6% com taxas de 23,7%, 17% e 15,2%, para A. lumbricoides, S. stercoralis e G. lamblia, respectivamente; no 1º semestre de 2002 mostraram prevalência de 6,7% e índices de infecções mais elevados para S. stercoralis (28,3%) e E. coli (18,3%) (14). 11

14 No trabalho realizado por Marzochi (16), notou-se que a maior frequência de encontro de enteroparasitas se deu nos locais de perímetro urbano, fato esse que pode ser explicado pela presença de drenagem de esgoto, por outro lado, os córregos que atravessavam áreas de menor densidade populacional e, portanto com ausência de drenagem de esgoto, foram menos frequentes nos resultados de amostras positivas para parasitoses, demonstrando assim que as enteroparasitoses evidentemente são encontradas onde há presença de humanos, confirmando sua coevolução com a espécie humana. Segundo Malta (13) em 1988, Campos e Briques, pesquisando a prevalência de enteroparasitos mostraram prevalência de 41,2% de indivíduos parasitados por Trichiuris trichiura, Giardia lamblia, Ascaris lumbricoides, Entamoeba hystolitica e por Ancylostoma duodenalis. Pedrazzani et al (20) em um estudo que englobou três coletas, uma a cada semestre, obteve um total de resultados positivos de: (37,8%) na primeira coleta, (43,2%) na segunda e (21,3%) na terceira, observou-se que a espécie de helminto dominante no total geral foi A. lumbricoides (12,1%) seguido de T.trichiura (4,8%), ancilostomídeo (3,7%) e Hymenolepis nana (3,7%). Posto que a parasitose intestinal não seja um problema individual e sim familiar, constituindo um cenário grave à saúde da população, as investigações parasitológicas populacionais devem ser estimuladas e apresentadas aos gestores, com vistas a prover subsídios para a contínua intervenção do poder público no combate e controle desta endemia, que são as parasitoses (12). Com base no contexto apresentado nota-se que o Brasil ainda se encontra com alta incidência de parasitoses intestinais, comprovando à necessidade de estudos que ofereçam informações a sociedade. No presente trabalho objetivou-se fornecer uma resposta a população de São Mamede, PB, Brasil, sobre os parasitas intestinais prevalentes, buscando traçar um perfil epidemiológico parasitário do município. 12

15 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Coleta de dados O presente estudo foi realizado a partir de resultados registrados em prontuários médicos, das Unidades Básicas de Saúde: USF I Enfermeira Ana Maria de Andrade, USF II Rita Tavares do Nascimento e USF III Dr. Francisco das Chagas. Os dados registrados nos prontuários médicos foram escritos com base na tipologia descritiva, sendo que desde o ano de 2014 vem sendo aplicado o uso do CID para classificação das doenças. Com esses dados coletados foi possível traçar um perfil epidemiológico parasitário do munícipio. Os resultados coletados foram referentes ao período de Janeiro de 2013 a Dezembro de 2014, onde me detive apenas a infecções intestinais, sendo analisados os parasitas encontrados. Essa frequência de casos também foi analisada segundo o gênero e a idade do paciente, sendo observados os índices de monoparasitismo e poliparasitismo. Os dados foram analisados utilizando o Software Excel, versão 2010, onde os resultados foram reportados em tabelas e gráficos, sendo comparado com a literatura específica. 2.2 Área de estudo O estudo foi realizado no município de São Mamede- PB, localizada na mesorregião da Borborema, sertão paraibano, latitude: 6 55' 36'' Sul, longitude: 37 5' 46'' Oeste, podendo ser visto na figura 1 (6). Com aproximadamente habitantes e densidade demográfica de 14,6 habitantes por km² (11). 13

16 Figura 1: Localização, São Mamede, Paraíba. Fonte: IBGE, 2010 O município alberga três Unidades de Saúde da Família do SUS as quais abrangem toda a população são-mamedense, sendo o local onde foram recolhidos todos os dados para à realização deste trabalho. O saneamento básico do município no qual abrange tratamento de água, manejo e limpeza de águas pluviais, é formado pelo sistema de água tratada que abastece especificamente os moradores urbanos, enquanto a população da zona rural é acompanhada por programas de assistência familiar e distribuição de cloro para tratamento da água. Apenas a população urbana é assistida com tratamento na rede de esgotos, facilitando a prevalências de infecções parasitárias. 14

17 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise dos dados foi concretizada no período de outubro de 2014 a janeiro de 2015, feito pela revisão de prontuários médicos com diagnóstico para infecções intestinais, realizadas no período de janeiro de 2013 a dezembro de Neste período foram analisados prontuários médicos, onde 204 (18,56%) apresentaram resultados positivos enquanto 895 (81,44%) expuseram resultados negativos para parasitoses intestinais, como exposto na figura 2. Destes, 139 exibiram positivo para protozoonoses e 65 para helmintoses (Figura 3). Figura 2. Resultado entre amostras parasitadas e não parasitadas (N= 1.099) Positivos Negativos 18,56% 81,44% 15

18 Figura 3. Frequência de protozoonoses e helmintoses na população (N= 204) Helmintoses Protozoonoses 31,86% 68,14% Os resultados obtidos no presente estudo foram semelhantes ao percentual de casos positivos no trabalho realizado em escolares de Itapemirim, onde dos 421 alunos examinados 83 (19,71%) foram positivos para alguma parasitose intestinal (4), como também no levantamento de parasitoses intestinais na população de Sarandi- PR, onde dos 3940 casos analisados, 660 (17%) apresentaram resultados positivos (8). Em alguns estados da região Nordeste nos anos 2010 e 2011 apresentaram uma taxa de prevalência que variou entre 47,1% a 94% (26 e 25). Quanto à predominância de parasitoses intestinais relacionadas ao gênero foi observado um total de 149 (73,04%) amostras para o sexo feminino, enquanto para o sexo masculino foi de 55 (26,96%) dos casos, como ilustra a figura 4. Resultado semelhante foi encontrado no estudo realizado em crianças de Jacarezinho- PR, onde 76,92% dos diagnósticos foram de casos femininos (19). O fato de a alta prevalência estar relacionada ao gênero feminino deve-se a procura efetiva das mulheres por assistência médica, ser mais elevada (10). 16

19 Figura 4. Resultado das amostras em função dos gêneros infectados (N= 204) Masculino Feminino 26,96% 73,04% O hospedeiro humano pode hospedar diferentes espécies de enteroparasitas e o fato de o ambiente externo apresentar graus elevados de contaminação aumenta a probabilidade de infecções com poliparasitismo (19). No presente estudo, verificou-se o predomínio de infecções monoparasitárias em 87,25% dos resultados positivos (Figura 5), apresentando 26 associações de biparasitismo, sendo 10 casos de associação entre A. lumbricoides e E. nana, 13 entre A. lumbricoides e E. coli e 3 entre E. coli e E. nana. Resultado semelhante é encontrado no estudo realizado em escolares de rede pública de três mesorregiões de Minas Gerais, onde o predomínio monoparasitário foi de 82% dos casos (3). 17

20 Figura 5. Resultado entre casos de Monoparasitose e Poliparasitoses (N=204) Monoparasitoses Poliparasitoses 12,75% 87,25% De acordo com a idade, os dados foram separados por faixa etária, uma determinação de 0 90 anos. Demonstrando que indivíduos com idade entre 0 a 15 anos são os mais infectados, seguidos pela faixa etária de 16 a 30 anos (Figura 6). O período de 0 a 15, o mais infectado, é caracterizado pelo amadurecimento do sistema imunológico, e por ser identificado como o período de idade escolar, onde os indivíduos estão mais susceptíveis a aglomerações facilitando assim a disseminação de doenças. As baixas taxas de incidência e prevalência em adultos estariam relacionadas à mudança de hábitos de higiene (2). Figura 6. Prevalência de casos positivos de acordo com a idade (N=204) ,31% 3,92% 1,47% 13,24% 27,94% 44,12% 18

21 Dentre os parasitas encontrados no presente trabalho destacou-se a Giardia lamblia e Entamoeba histolytica como os mais frequentes em protozoários, com 59% total dos casos de infecção e Ascaris lumbricoides como helminto mais prevalente na população, com 25% (Tabela 1). A G. lamblia é o protozoário intestinal patogênico de maior prevalência no mundo inteiro e sua alta prevalência pode explicada pelo modo de transmissão dos protozoários, que de modo geral é feita pela água; ingestão de verduras, legumes e frutas contaminadas por cistos (22). A Ascaridíase é a infecção helmíntica mais comum nos seres humanos, sua prevalência esta relacionada à alta capacidade de a fêmea gerar prole (uma só libera até 27 milhões de ovos durante a trajetória da infecção) e pela alta resistência dos ovos ao meio externo (9). Sua transmissão geralmente ocorre pela ingestão dos ovos infectantes proveniente do solo, água ou alimentos contaminados com fezes humanas (21). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) informam que um bilhão e 450 milhões de indivíduos estão afetados por Ascaris lumbricoides e cerca de 200 milhões de pessoas estão parasitadas por Giardia lamblia (27). TABELA 1. Prevalência de parasitos intestinais em prontuários médicos realizado no município de São Mamede, no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2014 Parasito Indivíduos parasitados Frequência Giardia lamblia 70 34,31% Entamoeba histolytica 50 24,51% Ascaris lumbricoides 35 17,16% Enterobius vermicularis 30 14,71% Endolimax nana 12 5,88% Entamoeba coli 07 3,43% Fazendo similaridade com o trabalho de Costa-Macedo, a G. lamblia e A. lumbricoides apresentaram 25% dos casos (7). Segundo a prevalência de parasitoses já definida por idade como mostra a figura 6, os parasitas que afetaram a faixa etária de 0 a 15 anos foram os seguintes: G. lamblia, E. histolystica e E. nana, para os protozoários, e A. lumbricoides e E. 19

22 vermicularis, entre os helmintos. A Giardia lamblia esteve presente em todas as faixas etárias, e na determinação de 76 a 90 anos que apresentou apenas três casos, esteve presente um caso de G. lamblia e dois casos de E. coli. No Brasil, as enteroparasitoses intestinais representam um problema de saúde pública, assim como em outros países em desenvolvimento, visto que acometem um grande número de indivíduos (19). Na figura 7, podemos observar os principais agentes etiológicos das doenças parasitárias encontradas no presente estudo. Figura 7. Protozoários que afetaram a população estudada a) Forma trofozoítica da G. lamblia b) Forma trofozoítica de E. histolytica c) Forma cística de E. nana d) Forma trofozoíca de E. coli Fonte: Atlas Acadêmico de Parasitologia Humana da USP a) b) c) d) 20

23 Figura 8. Helmintos que afetaram a população estudada a) Ovo larvado de A. lumbricoides b) Ovo de E. vermicularis Fonte: Atlas Acadêmico de Parasitologia Humana da USP a) b) Um possível diagnóstico para a influência destes parasitas citados anteriormente na população se dá pela precária situação de saneamento básico e falhas em práticas de higienização pessoal e de alimentos, como também a escassa procura por exames preventivos, uma vez que a procura por exames parasitológicos se dá quando se há a suspeita certeira das infecções. 21

24 4 CONCLUSÃO A partir dos dados analisados pode-se concluir que o agente etiológico das parasitoses intestinais mais frequentes no município de São Mamede- PB foi a G. lamblia, para os protozoários, e A.lumbricoides para os helmintos, a prevalência maior foi de protozoários, a frequência de mulheres afetadas foi superior e em pacientes de 0 a 15 anos e os índices de monoparasitismo foram evidentemente maiores que os de poliparasitismo. Os dados obtidos neste estudo mostram que ainda há uma prevalência importante de enteroparasitoses intestinais na população de São Mamede - PB, onde aproximadamente 20% dos dados analisados foram de casos positivos, fato que expressa um problema de saúde pública afirmando a necessidade de medidas profiláticas de controle das parasitoses intestinais. Acreditamos que esses dados poderão ser um importante indicador das condições de saneamento em que vive a população saomamedense e que esses índices possam ser alvo de melhorias sanitárias. 22

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