Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia Licenciatura em Biologia 2011/2012. Censos Costeiros

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1 Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia Licenciatura em Biologia 2011/2012 Censos Costeiros O que podem trazer para uma IBA já Definida? 1

2 Resumo A metodologia RAM (Rede de observação de Aves e Mamíferos marinhos) é, desde 2009, uma ferramenta de monitorização utilizada pelos investigadores ibéricos para obter, principalmente, dados relativos a aves marinhas que frequentam as zonas costeiras. Estas aves são bons indicadores ecológicos e, como tal, torna-se necessário perceber o seu estado de conservação. Por se tratar de censos costeiros e espécies maioritariamente pelágicas é importante perceber se a RAM será suficiente para que, após analisados os seus resultados, seja possível promover medidas de conservação ou se, pelo contrário, será necessário um esforço adicional de monitorização (análise do comportamento) para perceber a fenologia das aves marinhas. Os dados RAM e as consequentes análises revelaram as mais-valias desta metodologia que, no entanto, apresenta alguns pontos menos positivos. As análises comportamentais, como era esperado, apresentaram uma grande mais-valia na perceção da real utilização das IBAs (Áreas Importantes para as Aves) por parte das aves marinhas nos Cabos Carvoeiro e Raso. Na comparação destas metodologias detetaram-se importantes diferenças, particularmente no voo de busca e estado de repouso. Existem diferenças no cruzamento de dados de análise comportamental entre o Cabo Carvoeiro e o Cabo Raso. O alcatraz Morus bassanus apresenta, neste último cabo, proporções de voos de busca, voos direcionais, alimentação e repouso superiores. Introdução As aves marinhas são o grupo de aves mais ameaçado a nível mundial e o seu estado deteriorou-se nas últimas décadas. Os fatores ambientais oceanográficos condicionam a distribuição, abundância e movimentos migratórios destas aves, que são consideradas bons indicadores ecológicos dos ecossistemas marinhos pela sua posição na cadeia trófica e características ecológicas (Abad et al. 2011). É de extrema importância assegurar a sobrevivência e melhorar o estado de muitas destas espécies que estão ameaçadas globalmente com risco de extinção (Croxall et al. 2012). Deve prestar-se atenção aos seguintes aspetos: a forma como as aves marinhas se estão a adaptar; a identificação das fontes de pressão que levaram à deterioração do seu estatuto de conservação; a criação de medidas necessárias para abordar as principais ameaças; a análise da informação existente para quantificar as alterações futuras (Croxall et al. 2012). Neste grupo, as aves marinhas pelágicas, que têm maior tendência de declínio populacional, estão mais ameaçadas, especialmente as famílias dos Pinguins, Albatrozes e Pardelas (Croxall et al. 2012). As ameaças registadas para a maior parte das espécies foram, até agora, avaliadas em terra e estão sempre ligadas à perturbação das áreas de nidificação pela atividade humana, pela introdução de espécies 2

3 exóticas invasoras (ratos, coelhos, gatos, cabras, etc.) ou até mesmo pela predação dos ovos por outras aves marinhas, por exemplo gaivotas (Ramírez et al. 2008). Das 334 espécies de aves marinhas existentes no mundo, 20 nidificam em Portugal e muitas outras usufruem de águas que são parte da Zona Económica Exclusiva Portuguesa. As águas continentais são frequentadas por várias espécies, quer seja durante a sua migração ou como local de invernada (Ramírez et al. 2008). A fenologia das espécies não nidificantes é pouco conhecida, pelo que deveria ser fomentada a sua investigação, permitindo a elaboração de medidas de gestão mais adequadas. A BirdLife International estendeu recentemente o programa global das Áreas Importantes para as Aves (IBA) para incluir áreas marinhas, especialmente: extensões marinhas adjacentes às colónias de nidificação; sítios costeiros de congregações de espécies não nidificantes; pontos de migração, e sítios chave para espécies pelágicas. O processo de proteção para aves marinhas é o mais desenvolvido na União Europeia, sob a Diretiva Aves (Croxall et all. 2012). É crucial manter uma avaliação regular do tipo de utilização dado pelas aves nas IBA marinhas em diversas épocas do ano (Ramírez et al. 2008). É também necessário rever o tipo de leis associadas a estas áreas, promover medidas de conservação e criar prioridades de gestão. Consequentemente é fundamental criar uma rede mundial de registos de aves marinhas; desenvolver bases internacionais de monitorização que permitam observações instantâneas do estado e da produtividade dos sítios de proteção; avaliar os dados de aves marinhas de distribuição necessários para o contributo na identificação de sítios candidatos a áreas protegidas (Croxall et al. 2012). A inevitabilidade da degradação destas espécies só poderá ser travada se forem cumpridos estes e outros relevantes compromissos ambientais. A sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) realiza mensalmente, desde 2008, a monitorização de 6 pontos costeiros entre o Cabo Carvoeiro e o Cabo de São Vicente seguindo a metodologia RAM. A SPEA é uma instituição sem fins lucrativos que tem como missão desenvolver o estudo e a conservação das aves e seus habitats, promovendo a viabilidade do património natural para usufruto futuro. Mais informação em O projecto FAME - Future of the Atlantic Marine Environment (proj. nº /089; ), desenvolvido em parte pelo Programa Marinho da SPEA, é um projeto estratégico de cooperação internacional, contando com a parceria entre 5 países, que tem como objetivo promover a conservação do meio marinho Atlântico. Mais informação em Em relação às IBA marinhas, a SPEA defende que é essencial existir uma avaliação contínua da saúde das populações de aves marinhas que estiveram na base da sua designação. 3

4 A realização de censos regulares e estimativas populacionais para cada espécie e, preferencialmente, para cada colónia, ilha ou região facilitará a implementação das medidas de gestão adequadas (Ramírez et al. 2008). A partir de fevereiro de 2011 intensificou-se o esforço de monitorização de dois pontos com o intuito de definir uma metodologia eficaz para a validação e monitorização destas áreas. Este esforço implica uma monitorização quinzenal dos Cabos Raso e Carvoeiro utilizando a metodologia RAM modificada e uma análise comportamental. Posteriormente estarão discriminadas as diferenças da metodologia RAM original (desde 2008) e da RAM modificada (desde fevereiro de 2011). Este trabalho teve os seguintes objetivos: a avaliação/comparação de metodologias de monitorização de aves marinhas (RAM e análise comportamental) para o apoio à delimitação e monitorização de IBA; a identificação de variáveis biológicas, ambientais e antropogénicas que levam à utilização das IBA por parte destas aves; a análise das tendências populacionais recorrendo aos dados RAM; a proposta de uma metodologia uniformizada para a monitorização das IBAs marinhas. Com estes objetivos pretende-se perceber a dinâmica de utilização da área marinha pelas espécies mais comuns. Área de estudo e espécies em análise A costa Continental Portuguesa é um corredor de passagem essencial para algumas aves que, ao longo da sua rota migratória, tiram partido dos recursos disponíveis para alimentação, refúgio, etc. A área de nidificação Continental mais importante para as espécies marinhas é o Arquipélago das Berlengas, onde nidificam casais de cagarra Calonetris diomedea, roque-de-castro Oceanodroma castro, gaivota-de-patas-amarelas Larus michahellis, galheta Phalacrocorax aristotelis, alguns airos Uria aalge e gaivota-d asa-escura Larus fuscus (Ramírez et al. 2008). Sendo também importante para espécies não nidificantes e migratórias, como é o caso da pardela-balear Puffinus mauretanicus, alcatraz Morus bassanus, torda-mergulheira Alca torda, alcaide Stercorarius skua, gaivota-de-cabeça-preta Larus melanocephalus, garajau Sterna sandvicensis e negrola Melanitta nigra, que também ocorrem de forma regular na costa Portuguesa (Ramírez et al. 2008). Fora do Arquipélago das Berlengas, a gaivota-de-patasamarelas e a galheta nidificam, de forma localizada, noutras áreas da costa continental (embora em números reduzidos). Regista-se também a nidificação de chilretas Sterna albifrons, e de gaivota-de-audouin Larus audouinii (Ramírez et al. 2008). Os dados RAM analisados neste trabalho são refentes aos anos de 2009, 2010 e 2011, para os cabos Carvoeiro, Raso, Espichel, Sines e São Vicente (ver figura 1, anexos). Apenas as seguintes espécies foram usadas na análise, por serem as mais abundantes ou com estatuto de conservação mais relevante: torda-mergulheira, cagarra, gaivota-de-cabeça-preta, alcatraz, 4

5 galheta, pardela-balear e garajau. Nos últimos anos os cabos Raso e Carvoeiro mostraram ser zonas de boa produtividade para as aves e, para comprovar e avaliar o uso que estas aves fazem destas zonas, examinados dados de análise de comportamento e RAM quinzenais realizados entre fevereiro de 2011 e Fevereiro de 2012 (apenas nos Cabos Raso e Carvoeiro). Estas monitorizações representam um esforço que, ao invés de ter como única referência as contagens RAM habituais, visa tentar perceber de que modo estas aves utilizam estas áreas. O Cabo Raso apresenta uma área com grande tráfego marítimo de várias tipologias, uma vez que se situa na entrada do porto de Lisboa. Caracteriza-se pelas suas baixas profundidades (inferiores a 100 metros) o que constitui um fator preferencial para a pardelabalear. Salienta-se também a proximidade de um emissário submarino que parece beneficiar a alimentação de algumas aves marinhas - devido ao alimento induzido direta ou indiretamente pelas descargas de águas residuais neste local (Ramírez et al. 2008). O Cabo Carvoeiro tem uma altitude maior em relação ao Cabo Raso. Este Cabo está próximo do Arquipélago das Berlengas - uma área com elevada produtividade por ser uma zona de upwelling, que suporta de forma exclusiva não só a população de cagarras nidificantes no arquipélago, como também o elevado número de aves marinhas em passagem migratória e durante o Inverno. Esta zona coincide com áreas de pesca com grande importância local (Ramírez et al. 2008). As IBAs marinhas apresentam diversas variáveis conducentes com um tipo de utilização destas áreas por parte de aves marinhas. Variáveis antropogénicas (Barcos de Pesca,os barcos de pesca podem alterar os resultados de uma observação pela associação usual de bandos de aves marinhas com barcos de pesca (Paracuellos et al. 2003). A densidade de barcos de pesca, a distância à costa e a posição geográfica são os fatores que mais influem na abundância de aves marinhas (Abad et al. 2011); barcos e boias: o número de boias no mar está diretamente relacionado com artes de pesca, logo, com a presença de peixes na zona; presença de emissário submarinos: pode beneficiar a alimentação de algumas aves marinhas devido ao alimento induzido, direta ou indiretamente, pelas descargas de águas residuais; e distância ao porto de pesca mais próximo). Variáveis Ambientais (Vento: determina a direção, altitude, velocidade e a economia de voo das aves. Tem duas componentes de registo: força e direção. Pode ser uma questão fundamental nas migrações porque há a possibilidade de provocar desvios nas rotas das aves (Abad et al. 2011); posição Geográfica (latitude, longitude e profundidade)). Variáveis Biológicas (Número de exemplares; Tipo de voo; Recursos: produtividade da zona, disponibilidade de alimento, etc; e fenologia das aves). 5

6 Torda-mergulheira Alca torda (ver figura 3, anexos) Pertence à ordem dos Charadriiformes e à família Alcidae. Com distribuição holártica, nidifica em ambos os lados do Atlântico norte. A torda-mergulheira é considerada um migrador invernante e regular, com presença na nossa Península desde outubro até março. Durante o inverno é mais frequente nas costas Cantábricas e Atlânticas, estando o seu limite meridional na costa Atlântica de Marrocos (Mateos 2009). A torda-mergulheira inverna no mar, em sectores pouco profundos da plataforma continental portuguesa, nunca pousando em terra, frequentando também os estuários do Sado e Tejo. Chegando mesmo a entrar em portos de pesca, tais como Peniche e Cascais. Em finais de setembro, outubro, novembro e dezembro, estas aves surgem em migração pósnupcial. No início de janeiro iniciam a sua viagem em direção às áreas de nidificação. Nos finais de março a maioria já deixou as nossas águas, embora algumas permaneçam até meados de abril (Catry et al. 2010). Cagarra Calonectris diomedea (ver figura 4, anexos) Pertence à ordem dos Procellariiformes e à família Procellariidae. Nidifica em Portugal Continental, Madeira, Açores e Canárias (Cabral et al. 2005). No Arquipélago das Berlengas, onde se encontra a única colónia de Portugal Continental, a sua população está estimada em casais (Lecoq et al. 2011). A Cagarra frequenta as nossas águas continentais em grande número desde a primavera ao outono, mas nem todas as espécies são provenientes da população do arquipélago das Berlengas. Possui hábitos pelágicos, encontrando-se em terra apenas durante o período noturno. Durante a primavera são regulares, mas menos abundantes que nos meses de verão. Está classificada para o Continente como Vulnerável (VU) (Cabral et al. 2005). Gaivota-de-cabeça-preta Larus melanocephalus (ver figura 5, anexos) Pertence à ordem dos Charadriiformes e à família Laridae. Ocorre em toda a orla costeira nacional e é invernante. Os locais mais importantes para a sua invernada em Portugal parecem ser o rio Tejo, a costa do Estoril, a foz do rio Sado, a zona do estuário do Mira e alguns sectores do Algarve (Catry et al. 2010). Encontra-se com mais frequência no litoral marinho, ocorrendo também em águas estuarinas. Também se alimenta em saídas de esgoto, por norma junto a emissários submarinos (Poot & Flamant 2006). É provável que uma parte considerável da população invernante em Portugal se alimente a alguma distância da costa durante a noite, tirando partido das rejeições provenientes de embarcações pesqueiras (Poot 2003). Estas gaivotas surgem na costa portuguesa a partir de meados de junho, durante a migração pós-nupcial, com uma maior incidência até agosto. No entanto, surgem com fluxos 6

7 migratórios até novembro, altura em que poderá começar o período exclusivamente invernante. A migração pré-nupcial processa-se ao longo de janeiro, prolongando-se, pelo menos, até ao início de abril. Estas invernantes têm origem na Europa Ocidental, nomeadamente na Bélgica e na França (Catry et al. 2010). Alcatraz Morus bassanus (ver figura 6, anexos) Pertence à ordem dos Pelecaniformes, família Sulidae. É uma espécie distribuída em torno do Atlântico norte. Nidifica nas ilhas Britânicas, noroeste de França, Noruega e Islândia. Os indivíduos das colónias Europeias migram no final do verão e outono em direção ao sul, atingindo o Equador, frente às costas do oeste de África, e regressam no final do inverno. É um migrante comum nas costas ibéricas (Mateos 2009). Em Portugal, o alcatraz está presente na maioria das IBA marinhas, especialmente nas migrações outonais e primaveris, mas frequentam as nossas águas ao longo de todo o ano (Ramírez et al. 2008). Só pousa em terra em casos excecionais como o de indivíduos debilitados. São pouco comuns (mas não raros) de abril ao início de setembro. Em outubro e novembro tornam-se abundantes. A migração prénupcial das aves adultas é muito concentrada em janeiro e fevereiro (Catry et al. 2010). Galheta Phalacrocorax aristotelis (ver figura 7, anexos) Pertence à ordem dos Pelecaniformes e à família Phalacrocoracidae. É uma espécie distribuída no Nordeste Atlântico e Mediterrâneo (Cabral et al. 2005). Em Portugal Continental esta espécie ocorre como residente para sul do arquipélago das Berlengas (deste arquipélago até sul a população nidificante não excede os 200 casais). Existem registos de nidificação nos Cabos da Roca e Espichel, bem como em diversas localidades a sul do Cabo Sardão até ao Cabo de São Vicente (Cabral et al. 2005). De acordo com o número de casais conhecidos em todo o país, na IBA das Berlengas nidificam cerca de 75% da população de galhetas, sendo o mais importante núcleo reprodutor do país com cerca de 100 casais (Ramírez et al. 2008). A galheta nidifica em ilhas e zonas costeiras, mostrando uma clara preferência por zonas escarpadas, com proteção dos ventos dominantes, chuva e do mar. O ninho é construído com troncos, podendo localizar-se no interior de pequenas grutas ou fendas. Alimenta-se nas proximidades dos locais de nidificação, não sendo conhecidos grandes movimentos para áreas de alimentação distantes (Cabral et al. 2005). Está classificada como Vulnerável (VU) devido à sua população reduzida (menos de 400 indivíduos reprodutores). Esta espécie está sujeita a diferentes fatores de ameaça, como poluição por hidrocarbonetos e artes de pesca, visto ser uma ave que captura as presas após mergulhos prolongados, e que tem uma capacidade de voo limitada (Cabral et al. 2005). 7

8 Pardela-balear Puffinus mauretanicus (ver figura 8, anexos) Pertence à ordem dos Procellariiformes e à família Procellariidae e é monotípica. É uma espécie atualmente reconhecida como endémica das ilhas Baleares, único local onde se reproduz com casais. A sua população mundial foi estimada em 8000 indivíduos (Mateos 2009). Parte da população abandona a zona de nidificação no fim da primavera (migração pós-nupcial) depois de uma dispersão pelo Mediterrâneo ocidental, dirigindo-se ao oceano Atlântico (podendo seguir cardumes de sardinhas nas suas migrações). Regressam à zona de nidificação entre setembro e janeiro (Mateos 2009). Dados recentes apontam as águas costeiras de Portugal Continental como a sua principal área de invernada (Guilford et al. 2012). Estas pardelas são observadas com regularidade nas IBA da Figueira da Foz, Berlengas e Cabo Raso (Ramírez et al. 2008). Em Sagres começa a detetar-se a migração para norte a partir de junho. A partir do final do verão e no outono (principalmente entre setembro e novembro) dáse a migração para sul. De inverno são regulares em pequeno número ao longo de todo o litoral (Catry et al. 2010). A pardela-balear está classificada como Criticamente Em Perigo (CR). Garajau Sterna sandvicensis (ver figura 9, anexos) Pertence à ordem dos Charadriiformes, família Sternidae. A sua área de nidificação compreende zonas costeiras da América do Norte e do Sul, Caraíbas e Eurásia. Em Portugal ocorre como invernante, distribuindo-se sobretudo nas Rias de Aveiro, Alvor e Formosa e nos estuários do Tejo e Sado. O garajau prefere habitats estuarinos e zonas húmidas costeiras (Cabral et al. 2005). A migração pré-nupcial em Portugal é visível de março a meados de junho. A migração pós nupcial decorre entre julho e novembro, principalmente entre meados de agosto e outubro. É mais abundante na migração pós nupcial (Catry et al. 2010). Está classificada como Quase Ameaçado (NT, Cabral et al. 2005). Censos Costeiros A RAM tem como objetivo principal contabilizar a passagem de aves marinhas e cetáceos a partir da costa Espanhola e Portuguesa, usando uma metodologia padrão de forma simultânea. Todas as contagens devem ser inseridas numa base de dados comum a todos os colaboradores. Este projeto é uma ideia de um grupo de seawatchers do sul da Europa, que tem como intenção coordenar esforços para o conhecimento e conservação de espécies de aves e mamíferos marinhos que se podem observar na região do oceano Atlântico. A continuidade das contagens RAM é assegurada com base na contribuição de trabalho voluntário. A informação recolhida pela RAM permitirá obter, a médio-longo prazo, informação relativa à abundância e movimentos das aves marinhas e cetáceos ao largo da 8

9 costa da Península Ibérica. Esta metodologia fornece uma melhoria da informação sobre os diferentes aspetos biológicos: fenologia; velocidade de voo; padrões comportamentais; efeitos da meteorologia nos movimentos das aves; seguimento de dormitórios; zonas de repouso e zonas de alimentação (ver figura 2, anexos). Métodos Metodologia RAM A RAM tem duração de três horas (7h-10h de maio até setembro; 8h-11h de outubro até abril) no primeiro sábado de cada mês, a partir de Cabos e promontórios costeiros. Preferencialmente deverá haver dois observadores por ponto. Se apenas um observador se encontrar no ponto é sugerido o recurso a um gravador para facilitar o registo. A folha de registos pode ser consultada no anexo (ver figura 10, anexos). Nas contagens RAM efetuadas em Portugal os observadores são aconselhados a inserir os dados a partir da plataforma online Deve ser seguida uma metodologia uniforme para que os resultados dos diferentes pontos de observação sejam congruentes: 1. Identificação: Determinar o número de indivíduos por espécie. Quando tal não é possível, as aves devem ser identificadas até ao género ou família. É importante não registar ao nível da espécie os animais que suscitam dúvidas de identificação. 2. Material necessário: Telescópio de 20x (mínimo ideal), binóculos de 8-10x, folhas de registos e, se necessário, gravador. 3. Observação: Manter o telescópio fixo, englobando cerca de 30% a 50% de mar imediatamente abaixo do horizonte. Os binóculos cobrirão o resto do mar até à costa (de preferência utilizados por um segundo observador). Em condições climatéricas adversas deve procurar-se abrigo para manter o telescópio estável (exemplo: uma viatura). 4. Contagem: Registar todas as aves que passam pelo campo de visão, contando cada uma e apenas uma só vez. Não servem estimativas do número médio de aves que passam (exceto em caso de bandos de dimensão excecional). Estas contagens são efetuadas ao longo das três horas com durações de cinco minutos. Sempre que ocorrer uma pausa durante o trabalho de campo, deve ser devidamente anotado o tempo em que não se procedeu às contagens. Para além das espécies de aves marinhas habituais são ainda registadas outras espécies migradoras como limícolas, anatídeos, rapinas, passeriformes, e outros grupos como 9

10 mamíferos marinhos, peixe-lua, tubarões, atuns, etc. A presença de barcos de pesca e artes de pesca em uso devem ser registados. O comportamento de cada ave deve ser registado para se ter uma melhor perceção da sua fenologia. É registada a direção de voo (N, S, E, O), voo de busca, alimentação, pousado na água, associação a cetáceos e associação a barcos de pesca. Relativamente às condições ambientais do dia da observação são utilizadas as escalas: Estado do mar (Escala de Douglas); Direção do vento (N, NE, E, SE, S, SO, O, NO); Força do vento (escala de Beaufort); Meteorologia (Sol, Nebuloso, Chuva, Neve); Visibilidade (Muito má, Má, Regular, Boa, Muito boa). RAM e Análise de comportamento Esta metodologia tem como objetivo perceber o uso das áreas em diferentes pontos na costa portuguesa. Para este trabalho, os pontos em questão são os Cabos Raso e Carvoeiro. Os censos realizam-se duas vezes por mês preferencialmente na primeira e segunda quinzena de cada mês, de modo a que entre cada observação haja duas semanas de intervalo. Sempre que possível, devem ser realizados nas quatro primeiras horas de luz. Como na RAM mensal, esta metodologia deve ter no mínimo dois observadores. O censo dura uma hora. 1. RAM: Um dos observadores segue a metodologia RAM, em cima referida, durante os primeiros 15 minutos. O outro observador regista, num campo de visão de 180, espécies e comportamentos associados, bem como a presença de barcos (recreativos/pesca/transporte), redes, Douglas, Beaufort e visibilidade. 2. Análise de comportamento: Nos segundos 15 minutos um ou dois observadores devem seguir um indivíduo de uma das seguintes espécies: Patolas, Cagarras e Pardelas, Sterna sp., e Patos pretos. Registam os comportamentos segundo uma linha de tempo de 15 minutos. No caso de o indivíduo sair do campo de visão segue-se outro, preferencialmente de uma espécie diferente. 3. Alternam-se as duas metodologias a cada 15 minutos até perfazer uma hora. No início de cada gravação diz-se o local, hora de início e qual o tipo de observação (1º ou 2º parte RAM/1º ou 2º parte análise comportamental) (Consultar a tabela 1 dos anexos Códigos de Comportamento) 10

11 Os dados RAM foram armazenados numa base de dados MSAccess ao passo que os dados de análise de comportamento foram armazenados e preparados com recurso ao programa Jwatcher_V1.0. No MSExcel. Foram calculadas as riquezas de cada cabo, o esforço em horas para cada cabo, o número de observadores, e o número de aves por hora para dados RAM, calculado com base na média das contagens feitas em blocos de 30 minutos (ver gráficos do anexo I). As análises de dados foram realizadas em ambiente R , com base em testes de comparação de duas médias (teste-t simples). O teste-t é uma comparação de médias que usamos quando não conhecemos a variância da população ou quando queremos comparar duas amostras. Este teste compara a diferença entre as médias de duas amostras ou de uma amostra e uma população. As diferenças nas médias mensais de cada comportamento entre os resultados RAM e comportamento podem revelar as possíveis diferenças entre os dois Cabos (Carvoeiro e Raso) e o tipo de uso que as aves dão a estas áreas, as proporções de cada tempo de cada comportamento (segunda formula), vão também ser testadas desta forma. No JWatcher_V1.0 foram tratados os dados de comportamento provenientes das gravações de campo. Em suma foram calculadas proporções de tempo de cada comportamento para cada espécie num dado Cabo e médias mensais e anuais do número e tipo de comportamentos. Resultados Riqueza específica dos Cabos Dos cinco Cabos analisados, o de Sines foi onde se encontrou uma riqueza específica total mais elevada em aves marinhas (com 39 espécies diferentes). O Carvoeiro apresentou uma riqueza específica de 25 espécies e o Cabo Raso de 35 aves marinhas diferentes. Esforço e número de observadores O esforço para cada cabo foi muito mais elevado para o ano de em comparação com os anos de 2009 e Os Cabos Espichel, Raso e Sines são aqueles que têm maiores horas de esforço ao longo dos três anos (ver gráfico 1, anexo I). O número mais elevado de observadores (tendo em conta todos os Cabos) foi no ano de 2009, com 27 observadores. O número mais baixo foi no ano de 2011, com 25 observadores (ver gráfico 2, anexo I). Número de aves/h O número em média de aves/hora mais elevado, em todos os Cabos para os três anos, foi registado para o alcatraz, atingindo 289,9 aves/hora em Podemos destacar a presença regular de torda-mergulheira, cagarra, galheta, pardela-balear e garajau em todos os Cabos para os três anos. Apenas a gaivota-de-cabeça-preta fica aquém de apresentar grandes 11

12 registos em todos os Cabos (ver gráfico 3, anexo I). A torda-mergulheira, em novembro de 2009, foi avistada com grande regularidade nos Cabos de Sines, Raso e Carvoeiro, tendo este último sido aquele onde se verificou o maior número, 178,5 aves/h. No ano de 2010 não há praticamente registos desta espécie, com o registo de aves por hora inferior a 15 para o Cabo Raso e Carvoeiro. No ano de 2011 os registos não foram além das 40 aves/h, tendo apenas sido registados no mês de dezembro nos Cabos Raso, de Sines, Carvoeiro, Espichel e São Vicente (ver gráfico 4, anexo I). A cagarra esteve presente em todos os Cabos ao longo dos três anos. No Cabo Carvoeiro, em 2009, apresenta números superiores a 100 e 50 aves/h. Nos meses de março e setembro, em 2010 e 2011 prospectivamente, esta pardela apresenta valores inferiores a 50 aves/h. Nos Cabos Espichel e Raso é avistada com grande regularidade nos três anos, especialmente no ano de 2010 (em outubro os registos para esta espécie são de 183 aves/h no Cabo Carvoeiro e de 346 aves/h no Cabo Raso). No Cabo de Sines é também presença regular desde maio a novembro ao longo dos três anos. No Cabo de São Vicente, em setembro de 2009, há um registo de 180 aves/h. Este é o único registo a destacar ao longo dos três anos, visto todos os registos de cagarra neste Cabo serem inferiores a 28 aves/h (ver gráfico 5, anexo I). A gaivota-de-cabeça-preta apresenta valores até 45 aves/h no Cabo Raso, sendo a maioria destes pertencentes aos meses compreendidos entre setembro e dezembro em 2010, e entre aneiro e março, em 2011 (ver gráfico 6, anexo I). Tal como acima referido, o alcatraz é a ave com maior registo de indivíduos por hora, tendo sido observada em praticamente todas as contagens RAM que foram realizadas ao longo dos três anos para os cinco Cabos. No ano de 2011 em março foram registadas 2374 aves/h no Cabo Espichel. O Cabo com maior frequência de passagem ao longo dos 3 anos foi o Cabo Espichel, onde em apenas 4 meses não se verificou a presença do alcatraz (ver gráfico 7, anexo I). A galheta é avistada todos os meses dos três anos com um número máximo de 18 aves/h. No geral, o Cabo Espichel foi o local com maior frequência de observação de galhetas (ver gráfico 8, anexo I). Nos Cabos Carvoeiro, Espichel e Raso a pardela-balear foi registada, praticamente, durante todo ano. Neste último cabo registaram-se, em 2009, mais de 200 aves/h no mês de setembro. Nos Cabos de São Vicente e Sines não foram registados números tão elevados de pardela-balear, sendo que em junho de 2011 foram apenas registadas 34 pardelas/h no Cabo de São Vicente (ver gráfico 9, anexo I). 12

13 O garajau foi observado com maior frequência no Cabo Raso. No entanto, enquanto nos anos 2009 e 2011 se registou um número máximo de 109 aves/h, no ano de 2010 não se verifica esta tendência, sendo que no mês de maio, o número máximo é de 16 aves/h. No Cabo Carvoeiro esta espécie é também avistada e apresenta em abril de aves/h. No entanto, no ano de 2011, os registos não são superiores a 16 aves/h. No Cabo Espichel os anos com mais presença desta ave são 2009 e 2011 (com valores até 47 aves/h), sendo os valores do ano de 2010 inferiores a 5 aves/h. Geralmente (relacionando o ano de 2010 com os outros) o Garajau apresenta uma diminuição do número de aves por hora (ver gráfico 10, anexo I). Comparação: RAM e Comportamento (ver tabela 2, anexos) A partir dos dados RAM foram extraídos dados relativos ao comportamento das aves. Apenas foram utilizados dados dos Cabos Carvoeiro e Raso para ser possível comparar valores com os da análise comportamental. Ao longo dos três anos, alcatrazes e 4524 cagarras estão registados com comportamentos nos dois cabos, sendo os mais explicativos do tipo de uso que as aves têm nestas áreas: voo de busca, voo direcional (Norte e Sul), em alimentação, ou pousado. No Cabo Carvoeiro, dos 8133 alcatrazes registados, 94,10% foram observados em voo direcional, 1,01% em voo de busca, 0,38% (31 indivíduos) em alimentação e 0,18% pousado; das 937 cagarras 61,37% efetuaram voo direcional, 25,19% voo de busca, 0,11% (1 indivíduo) em alimentação e 6,18% pousado. No Cabo Raso, dos alcatrazes, 81,06% efetuaram voo direcional, 0,84% voo de busca, 17,77% (2802 indivíduos) em alimentação e 0,.18% pousado; das 3587 cagarras 77,33% efetuaram voo direcional, 1,62% voo de busca, 0,03% (1 indivíduo) rem alimentação e 21% pousado. No total dos dois Cabos os 85,5% dos alcatrazes foram registados em voo direcional, 0,9% em voo de busca, 11,85% (2833 indivíduos) em alimentação e 0,18% pousado; das cagarras registadas 74,03% efetuaram voo direcional, 6,5% voo de busca, 0,04% (2 indivíduos) em alimentação e 17,95% pousado. Na análise comportamental foram calculadas as percentagens de cada comportamento para alcatrazes e cagarras usando duas fórmulas: 1) a proporção do número de indivíduos a realizar um comportamento, do número total de indivíduos observados; 2) proporção de tempo de cada comportamento do período total de observação. A fórmula 2) dá-nos uma informação relativa à utilização das aves em cada área. Durante fevereiro de 2011 e fevereiro de 2012 foram seguidos, nos dois cabos, 254 alcatrazes e 69 cagarras, nos quais os comportamentos predominantes registados foram: o voo direcional, voo de busca, em alimentação, mergulho, pousado, e associado com barco. No Cabo Carvoeiro, os 109 alcatrazes 88,99% foram registados, pelo menos uma vez, em voo direcional, 24,77% em voo de busca, 2,75% em alimentação, 11,93% em mergulho, 22,02% pousado e 3,67% associado a barco. Das 13

14 46 cagarras, 91,30% efetuaram, pelo menos uma vez, voo direcional, 43,48% voo de busca, 19,57% pousado, e 2,17% associado a barco. No Cabo Raso, dos 145 alcatrazes registados, 44,14% efetuaram, pelo menos uma vez, voo direcional, 44,14% voo de busca, 0,69% alimentação, 26,21% mergulho, 12,41% pousado, e 0,69% associado a barco. Das 23 cagarras, 47,83% efetuaram voo direcional, 47,83% voo de busca, e 4,35% associado a barco. No total dos dois Cabos os 92,13% dos alcatrazes efetuaram, pelo menos 1 vez, voo direcional, 35,83% voo de busca, 1,57% em alimentação, 14,96% mergulho, 1,97% associado a barco e 16,54% pousado; e 92,75% das cagarras efetuaram voo direcional, 44,93% voo de busca, 13,04% pousado, e 2,9% associado a barco. Nas cagarras não se registaram mergulhos e períodos de alimentação. Estes resultados vão permitir a comparação direta com os dados RAM. Na comparação entre dados RAM e análise comportamental, foram realizados 17 testes-t, para inferir se há diferenças nos valores mensais de cada comportamento. As diferenças foram iguais, tanto no Cabo Carvoeiro como no Raso: ambas se registaram para os dados relativos ao alcatraz, para o voo de busca (t=-2,9961, p=0,00584, Carvoeiro; t=-6,0149 p=4,283e-05, Raso) e pousado (t=-3,869, p=0,0013, Carvoeiro; t=-3,1684, p=0,004465, Raso). Todos os outros comportamentos em cagarras e alcatrazes não apresentaram diferenças entre dados RAM e análise comportamental (alimentação (t=-1,3237, p=0,1059, Carvoeiro; t= 1,7672, p=0,9479, Raso), pousado (t=-1,2293, p=0,1195, Carvoeiro; t=1,0296, p=0,8373, Raso), voo de busca (t=0,1789, p=0,5702, Carvoeiro; t=0,1789, p=0,5702, Raso), voo direcional (t=0,6611, p=0,7423, Carvoeiro; t=1,5976, p =0,9314, Raso) e mergulho (t=-0,2744, p=0,3932)). Na comparação entre os dois Cabos foram realizados 10 testes-t, e em apenas um houve diferença: entre o Cabo Raso e o Cabo Carvoeiro, o tempo voo de busca do alcatraz é diferente (t=-2,9652, p=0,004485), em média o alcatraz despende 23,15% do seu voo em voo de busca no Cabo Raso, e apenas 7,03% no Cabo Raso. Já a cagarra parece despender o mesmo tempo de voo de busca nos dois cabos. Em relação à alimentação, associações com barcos, repouso e voo direcional, para a cagarra e alcatraz, o tempo que gastam nestes comportamentos parece ser muito semelhante para os dois Cabos. Sabendo agora que estes últimos comportamentos são iguais nos dois cabos, os resultados refletem as seguintes proporções de tempo para cada comportamento: a cagarra efetua aproximadamente 80% de voos direcionais e 13% de voos de busca. Está apenas 0,45% das vezes associada a barcos e utiliza o repouso 3,5%; o alcatraz despende em voos direcionais aproximadamente 80% do seu tempo de utilização destes dois cabos, apresenta-se pousado 3,5% nestas áreas. Discussão No gráfico que revela o número de aves por hora para todos os Cabos, a razão pela 14

15 qual a Gaivota-de-cabeça-preta não está tão presente como as outras seis espécies pode estar relacionada com o facto de ser uma espécie muito característica do Cabo Raso (onde a sua presença, ilustrada no gráfico relativo a esta espécie, é bastante regular nos meses de migração). Tendências populacionais (RAM ) Podemos realçar os pequenos picos de fevereiro 2009 (Cabo Carvoeiro), abril 2010 (Cabo Carvoeiro e Raso), e relacioná-los com o facto de as tordas, no início de janeiro, começarem a partir em direção às áreas de nidificação. Sabemos que, por volta de finais de março, a maioria das tordas-mergulheiras já deixou as nossas águas, mas algumas permanecem até meados de abril. Em finais de setembro, outubro, novembro e dezembro, estas aves surgem em migração pós-nupcial (Catry et al. 2010). Em foram observados 718 indivíduos de passagem no Cabo Carvoeiro (Catry et al. 2010). No entanto, há anos de muito pouca ou nenhuma observação. Qual a razão desta diminuição nos anos de 2010 e 2011? Esta pergunta não tem uma resposta exata, porque existem vários fatores que podem estar na origem destes resultados. Estas aves podem não ter invernado por algum motivo (por exemplo, devido a alterações climáticas). Outra hipótese é o simples facto de esta metodologia de observação não ser totalmente abrangente não refletindo um mês inteiro de observações. De facto, só se faz RAM uma vez por mês, cada uma tendo a reduzida duração de três horas. Isto pode demonstrar uma amostra não representativa da população que realmente usou as águas costeiras nas épocas de migração ou invernada. Em 2009, a título de exemplo, a RAM parece ter coincidido com os picos de passagem de torda-mergulheira. No entanto, estes dados não parecem estar afetados por limitações de observação, tais como condições atmosféricas ou a experiência do observador (os observadores destes meses revelam grande sapiência na identificação de aves). Todos estes dias de observação são bastante regulares entre si para os meses e anos em questão. Como podemos constatar nas cagarras, as observações são bastante regulares nos meses de primavera, verão e ainda mais incidentes em setembro e outubro, para os 3 anos. Observações de no Cabo Carvoeiro registaram indivíduos. A foi observada uma jangada junto aos Farilhões com, pelo menos, 5700 cagarras (Catry et al. 2010). O que serve de argumento para teorizar que as cagarras frequentam as nossas costas continentais em grande número desde a primavera ao outono, embora nem todas sejam provenientes da população do arquipélago das Berlengas (Catry et al. 2010). As observações no Cabo Espichel e Cabo de Sines para os 3 anos vão ao encontro das afirmações que relatam maiores concentrações nos meses de setembro e outubro (Catry et al. 2010). Em outubro de 15

16 2010, no Cabo Raso, registaram-se 346,7 aves/h. Uma explicação para este pico elevado pode ser o facto de, nesta altura do ano, as cagarras juvenis saírem do ninho de forma sincronizada, como é característico desta espécie para iniciarem a sua primeira viagem em direção ao hemisfério sul, onde invernam. Nos anos de 2010 e 2011, no Cabo de São Vicente, os registos são inferiores a 28 aves/h. Sabemos que as maiores concentrações de cagarras são observadas nos meses de setembro e outubro - com muitas centenas de aves a passar ao longo do Cabo de São Vicente (Catry et al. 2010). Como forma de explicar esta ausência podem assumir-se as mesmas hipóteses anteriormente apresentadas para a ausência de torda-mergulheira, amostra não representativa do estado da população. Em 2008, a gaivota-de-cabeça-preta foi uma das espécies que ajudou a definir o Cabo Raso como IBA marinha, pelo facto de ser um dos locais mais importantes para a sua invernada (Ramírez et al. 2008). Nos últimos anos têm sido observadas concentrações regulares de vários milhares de aves e a origem destes bandos é atribuída às populações nidificantes na Bélgica, Holanda e França (Poot & Flamant 2006). Por esta razão é que não estranhamos que a maior densidade desta espécie tenha sido ali registada. No entanto, o ano de 2009 e o final do ano de 2011 não apresentam valores muito significativos da presença desta ave. Sabemos que é possível observar esta espécie na nossa costa durante a sua migração pós-nupcial (junho até novembro) e na migração pré-nupcial (janeiro até abril, Catry et al. 2010). Mais uma vez, são atribuídas as hipóteses anteriormente formuladas para a ausência desta espécie no gráfico. O alcatraz é uma ave marinha que utiliza a nossa costa praticamente durante todo o ano e que revela um grande número de registos em censos costeiros. Como podemos verificar, os meses de maiores contagens são de janeiro até abril, mas também com muitos registos ao longo de todo o ano. Esta espécie dá-nos um bom exemplo das amostragens RAM, na medida em que ao contrário da maioria das outras espécies, esta contagem RAM parece fornecer uma ideia da fenologia da população de alcatrazes, podendo relaciona-la com o facto de estar provado que a sua população não está globalmente ameaçada (Mateos 2009). É também visível que os picos de migração coincidem com os dados referidos por outros autores: é particularmente numeroso e observável junto dos Cabos Carvoeiro, Espichel, da Roca, de São Vicente e Sagres, pelo que ao longo do Cabo Raso e do Cabo da Roca, entre outubro e janeiro sendo frequente encontrarem-se concentrações que podem juntar alguns milhares de aves, visíveis a partir de terra (Catry et al. 2010); em outubro e novembro, até ao ano de 2000, chegaram a passar as 500 aves por hora em frente a Sagres/Cabo de São Vicente, o mesmo verificado em 2008 no Cabo Raso e no decorrer da migração pré-nupcial onde podem registar- 16

17 se mais de 1000 indivíduos por hora nos Cabos costeiros (Catry et al. 2010), o que também se verifica com a nossa amostra. Fica então claro que a RAM pode ser utilizada a longo prazo para estimar indicadores do estado da população, como tendências, etc. Estas avaliações tornam a RAM uma poderosa ferramenta de monitorização que a longo prazo tem imensos benefícios para suportar medidas de conservação que a BirdLife sugere para uma IBA: identificar as fontes de pressão, quantificar alterações futuras e declínios populacionais (Croxall et al. 2012). A galheta é avistada todos os meses dos três anos com um número máximo de 18 aves/h. Esta ave ocorre como residente para sul das Berlengas, existindo registos de nidificação no Cabo da Roca, Cabo Espichel e em diversas localidades a sul do Cabo Sardão até ao Cabo de São Vicente (Cabral et al. 2005). No entanto, o maior número ocorre na IBA das Berlengas, onde nidifica cerca de 75% da população desta espécie em Portugal (Ramírez et al. 2008). Por ser residente, esta metodologia torna-se útil na identificação das zonas do país mais importantes para a galheta. Os picos mais elevados podem representar Cabos/habitats com melhores condições para esta espécie, fornecendo mais recursos como grande disponibilidade de alimento, refúgios e proximidade de áreas de reprodução. Uma avaliação a longo prazo permitiria identificar esses hotspots com maior fiabilidade. A pardela-balear inicia a migração para norte no mês de junho e é no Cabo de São Vicente que se começa a detetar a sua presença. A migração para o sul ocorre entre setembro e novembro. Em Portugal é invernante e regular ao longo de toda a costa. Em novembro de 2007 observaram-se, a sul de Cascais, concentrações de 1300 e 2300 indivíduos. De inverno são regulares em pequeno número ao longo de todo o litoral (Catry et al. 2010). As contagens RAM para esta espécie vêm reforçar todas estas afirmações: do mês de maio para junho registou-se um aumento de 227 para 962 pardelas em direção a norte, sendo que os valores de migração para norte mais altos foram atingidos em julho com 1114 pardelas; de agosto para setembro há um aumento muito significativo de 20 para 761 pardelas em direção a sul, marcando assim a sua migração no sentido oposto. Os valores mantiveram-se elevados até meados de dezembro (dados não apresentados). Nas IBA marinhas da Figueira da Foz, das Berlengas e do Cabo Raso foi confirmada a importância ornitológica da pardela-balear, observada em concentrações regulares (Ramírez et al. 2008). Esta pardela não utiliza as nossas águas apenas para migração mas também para invernada. Tal é confirmado com uma época de presença (invernada) e outra de ausência (reprodução), com picos de passagem pouco significativos: principalmente de janeiro a março. Para reforçar esta teoria levemente realçada com estas amostras RAM, seria necessário incrementar o esforço da amostragem para esta espécie em particular, com por exemplo dois dias de contagens mensais (medida que também 17

18 se revelaria uma mais-valia para as outras espécies). Isto poderia por fim ao problema de alguns dados não refletirem tendências populacionais pormenorizadas pois, como falamos de aves migratórias, a sua migração está dependente de vários fatores ambientais. Nos Cabos Raso, Carvoeiro e Espichel, está bem presente a migração pré-nupcial do garajau de março a meados de junho para os anos de 2009, 2010 e A migração prénupcial em Portugal é visível de março a meados de junho. A migração pós nupcial decorre entre julho e novembro. É na migração pós nupcial que esta espécie é mais abundante (Catry et al. 2010). No geral, para o ano de 2010 em relação aos outros anos, o garajau apresenta uma diminuição do número de aves por hora. Como esta diminuição se verifica para mais que um Cabo é pouco provável que em todas estas contagens RAM não revelem a passagem do garajau. No Cabo Carvoeiro, aliás, registaram-se 50 aves/h. Uma explicação possível é o facto de, no ano de 2010, as condições ambientais poderem ter desempenhado um papel fundamental. Estas condições são, provavelmente, responsáveis pela diminuição dos avistamentos desta espécie na nossa costa. No entanto, nos dias em que não se avistaram aves, as condições climatéricas (má visibilidade, vento forte) não estão presentes, podendo haver um facto determinante neste ano que permanece desconhecido. A metodologia RAM revela-se bastante eficaz pois dá-nos a possibilidade de relacionar as contagens de cada Cabo, visto serem todas efetuadas no mesmo dia de cada mês, o que, em suma, pode revelar uma aproximação da fenologia e das tendências populacionais das espécies em análise. No entanto, a RAM pode não estar a representar a passagem destas aves pela nossa costa. É importante lembrar que neste trabalho apenas estão a ser analisados três anos de contagens e, devido às características desta metodologia, talvez seja impossível analisar a fenologia destas espécies. No entanto será seguramente muito útil analisar estes dados a longo prazo, por exemplo numa base de 10 anos, permitindo inferir sobre as tendências das populações que usam as nossas águas, quer como corredor de migração, invernada ou mesmo durante a época de reprodução. Desta forma, não só seria aumentada a eficácia da deteção dos fatores influentes nas migrações, como também se poderiam inferir os anos em que a RAM não coincidiu com a passagem das aves pela nossa costa. Podemos destacar esta metodologia pelos seus aspetos positivos e pelos seus contributos, pois é fácil de manusear e pouco dispendiosa. Para além disso, pode ser realizada em qualquer ponto costeiro de interesse e é uma ótima ferramenta para compreender e analisar a fenologia das aves migratórias, ajudando a estimar as suas populações. Por ser sempre realizada nos primeiros sábados de cada mês torna-se possível a obtenção de dados de toda a Península Ibérica, bem como de outros países que adotem esta metodologia. No entanto é possível 18

19 referir alguns aspetos menos positivos tais como: as condições climatéricas, que podem afetar as observações; o período de amostragem, que é bastante reduzido (apenas três horas por mês); o facto de certas contagens nem sempre coincidirem com dias em que as aves passem com abundância algo que, por falta de registos, pode induzir em erros analíticos. Comparação: RAM e Comportamento O total de cada comportamento nos dados RAM e na análise de comportamento pode ser comparado diretamente. É visível que os dados se relacionam: nas duas espécies (alcatrazes e cagarras) para os dois cabos as percentagens de cada comportamento são equivalentes. Estas espécies efetuam mais voos direcionais que voos de busca e têm aproximadamente uma média de repouso de 15%. Também são pouco registadas em alimentação e associadas com barcos. Contudo, a análise comportamental parece ser mais eficaz na identificação do tipo do uso que estas aves têm nestas áreas, pois as percentagens de voos de busca são superiores do que nos dados RAM nas duas espécies. Nos alcatrazes está presente o comportamento mergulho que está diretamente relacionado com o modo das aves se alimentarem, e que se associa à maior percentagem de voos de busca no Cabo Raso. Estes resultados, com a ajuda da metodologia de análise comportamental, podem sugerir que existem diferenças na forma como o alcatraz utiliza o Cabo Raso e o Cabo Carvoeiro. Estes dois Cabos podem ser diferentes ecologicamente (tipo de habitat, clima, pressões naturais, etc), biologicamente (comportamento, distribuição, reprodução, níveis de biodiversidade e uso do espaço), antropogenicamente (com várias pressões como pesca, transito náutico, poluição, défices de plâncton, etc). O Cabo Carvoeiro apresenta muito mais trânsito náutico que o Cabo Raso, o que leva à diminuição dos voos de busca e mergulhos por parte do alcatraz. No entanto seriam necessárias novas análises para provar esta afirmação. No caso das análises estatísticas não apresentarem diferenças, o esforço de mais uma nova monitorização pode ser ineficaz na revelação de novos dados da utilização destas áreas. No entanto, se os parâmetros em que as diferenças entre RAM e comportamento forem determinantes na compreensão da ocupação destas aves nas IBAs, deve fomentar-se a continuação destes esforços. Os resultados da comparação estatística corroboram a comparação direta realizada previamente, apenas mostrando diferenças nos comportamentos de voos de busca e pousado (que, no tocante ao alcatraz, está relacionado com o mergulho). Isto significa que a análise comportamental revela informações importantes que os dados RAM não contabilizam com tanta precisão. A comparação entre os dois cabos de cada proporção de tempo de comportamento também corrobora a ideia que no Cabo Raso as espécies analisadas despendem mais tempo 19

20 em voos de busca que no Cabo Carvoeiro, realçando a diferença dos dois Cabos e o tipo de recursos que podem determinar a utilização das espécies analisadas. É o caso do Cabo Raso, que apresenta grande disponibilidade de alimento a baixas profundidades, um emissário submarino muito próximo e uma riqueza específica elevada. Mais uma vez, esta informação não sobressai dos dados RAM com tanta facilidade como a que podemos inferir com recurso à análise comportamental. As observações em junho de 2006, no estudo de Martin Poot (2008), são inovadoras, pois mostram que as aves podem alimentar-se intensamente perto da costa durante o dia. Neste estudo foi possível, devido a metodologias semelhantes à aqui sugerida, verificar a direção específica dos voos das aves marinhas e estimar as suas proporções de alimentação em cada área. Estas amostras mostram uma intensa busca de alimento muito perto da nossa costa e, como o autor refere, devem ser tidas em conta como observações notáveis, sendo dados reais que defendem a importância de medidas de conservação nestas áreas. Estas aproximações costeiras podem ser devidas a recursos abundantes relacionados com um elevado número de aves migratórias a tirar partido das concentrações de zooplâncton existentes no mar (Poot 2008). Esta metodologia comportamental também apresenta algumas desvantagens tais como: a pouca quantidade de dados num período de amostragem; o facto de o alcance estar dependente das condições de visibilidade; o facto de envolver um grande esforço por parte dos investigadores (limitando as observações a nível do ponto de vista e fazendo com que seja impossível seguir as aves durante muito tempo). No entanto, apresenta pontos positivos tais como: o modo como permite relacionar a forma como as aves utilizam estas áreas importantes e avaliar a sua reprodutividade; o facto de ser mais económica do que todas as outras metodologias que envolvem GPS e data-loggers; o facto de ser uma metodologia simples e aplicável a várias áreas de estudo. Na minha opinião o ideal seria a continuidade das duas metodologias, visto que ambas revelam dados diferentes e importantes. O comportamento pode não fornecer uma ideia da fenologia das espécies, mas demonstra o uso das IBA pelas aves. A sugestão aqui apresentada reforça as amostragens de três horas mensais para seis horas, aliadas a trinta minutos de análise comportamental. O aumento do esforço aumentará, provavelmente, o grau de confiança das estimativas de abundância do comportamento das aves presentes nas áreas de estudo. O alcatraz procura alimento, maioritariamente, em zonas temporárias de concentrações de alimentos, ocasionalmente com mais de 1500 indivíduos (Poot 2003). Este é um exemplo que demonstra que as duas metodologias podem funcionar em simultâneo 20

21 visando um melhor entendimento do comportamento de espécies pelágicas. Embora a RAM contabilize os indivíduos, podendo registar o tipo de comportamento, só a análise comportamental completa estes dados, conferindo uma proporção do número de vezes que certos indivíduos se alimentaram, mergulharam, etc. Outros autores referem que observações de censos costeiros com distinção entre o tipo de voo e busca de alimento permitiram estimar a população de gaivotas-de-cabeça-preta, ao mesmo tempo que revelaram o do tipo de uso que esta espécie apresentou nos habitats onde foi observada (Flamant & Poot 2006). Estudos deste jaez reforçam a ideia de que a costa portuguesa é um local de invernada muito importante para esta espécie (algo que é indicado pelos resultados registados para as espécies analisadas). É extremamente importante perceber que sem monitorização não é possível fazer conservação. Referências bibliográficas Abad E., Valeiras X, Serrano A., Sánchez F., García S. (2011). Aves marinas en el mar Cantábrico y Galicia: distribución espacial y efecto de descartes pesqueros y factores ambientales. Actas del 6º Congreso del GIAM y el Taller internacional sobre la Ecología de Paiños y Pardelas en el sur de Europa: Almeida J (coord.) Catry P, Encarnação V, Franco C, Granadeiro JP, Lopes R, Moreira F, Oliveira P, Onofre N, Pacheco C, Pinto M, Pitta Groz MJ, Ramos J, Silva L. (2005). Calonectris diomedea Pp , Puffinus mauretanicus Pp , Phalacrocorax aristotelis Pp , Sterna sandvicensis Pp In Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (Cabral MJ, Almeida J, Almeida PR, Dellinger T, Ferrand de Almeida N, Oliveira ME, Palmeirim JM, Queiroz AI, Rogado L & Santos-Reis M (eds.)) Instituto da Conservação de Natureza. Lisboa Catry, P. Costa, H., Elias, G. & Matias, R. (2010). Aves de Portugal. Ornitologia do Território Continental. Assírio & Alvim, Lisboa Croxall J. P., Butchart S. H. M., Lascelles B., Stattrsfield A. J., Sullivan B., Symes A., Taylor P. (2012). Seabird conservation status, threats and priority actions: a global assessment. Bird Conservation International (2012) 22:1 34. BirdLife International Guilford T, Wynn R, McMinn M, Rodríguez A, Fayet A, et al. (2012). Geolocators Reveal Migration and Pre-Breeding Behaviour of the Critically Endangered Balearic Shearwater Puffinus mauretanicus. PLoS ONE 7(3): e33753.doi: /journal.pone Lecoq M.; Ramírez I., Geraldes P., Andrade J. (2011). First complete census of Cory s Shearwaters Calonectris diomedea borealis breeding at Berlengas Islands (Portugal), including the small islets of the archipelago. Airo 21: María Mateos Rodríguez. (2009) Aplicación de la tecnología de radar al estudio de la migración de las aves marinas a través del estrecho de Gibraltar. Tesis Doctoral, Universidad de Cádiz 21

22 Paracuellos M., Jerez D. (2003). A comparison of two seabird communities on opposite coasts of the Alborán Sea ( western Mediterranean). Scientia Marina, SCI. MAR., 67 (suppl. 2): Poot M. (2003). Offshore foraging of Mediterranean gulls Larus melanocephalus in Portugal during winter. Poot M., Flamant R. (2006). Numbers, behavior and origin of Mediterranean gulls Larus melanocephalus wintering along the west coast of southern Portugal. Airo 16:13-22 Poot M. (2008). Nocturnal and diurnal nearshore foraging ofeuropean Storm Petrels Hydrobates sp. along thelisbon coast, Portugal. Airo 18: Ramírez I., P. Geraldes, A. Meirinho, P. Amorim & V. Paiva. (2008). Áreas marinhas importantes para as Aves em Portugal. Projecto LIFE04NAT/PT/ Sociedade Portuguesa Para o Estudo das Aves. Lisboa Valeiras X., García S., Abad E. (2011). Observación de aves marinas desde cabos: la Red de observación de Aves y Mamíferos marinos (RAM). Actas del 6º Congreso del GIAM y el Taller internacional sobre la Ecología de Paiños y Pardelas en el sur de Europa: Agradecimentos À SPEA por que ter acolhido nestes seis meses disponibilizando todo o material necessário. A todos os trabalhadores e investigadores da SPEA que me ajudaram sempre que precisei. A toda a equipa do programa marinho da SPEA, em especial à Ana Meirinho, Joana Andrade, Pedro Geraldes, Nuno Barros e Nuno Oliveira. Um especial agradecimento ao Nuno Oliveira, pela boa disposição no trabalho, esclarecimento das minhas dúvidas e apoio incondicional. Ao meu grande amigo Francisco Espiga que ajudou na revisão do trabalho, e à minha família que tem possibilitado a continuidade dos meus estudos. 22

23 Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia Licenciatura em Biologia 2011/2012 Censos Costeiros O que podem trazer para uma IBA já Definida? Anexos 1

24 Códigos de Comportamento Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia Licenciatura em Biologia 2011/2012 Código Comportamento Descrição DES Descanso/pousado/superfície depois de mergulho VB Voo de busca Considera-se o voo circular com o objetivo de alimentação VD Voo direcional Segue uma direção específica (registar direção) H Hidroplanagem Essencialmente nas cagarras M Mergulho Independentemente dos tipos de mergulho (profundo/superfície) AV Alimentação em voo Quando possui um peixe no bico AP Alimentação pousado Quando está pousado em alimentação Deb Debicar à superfície Comportamento mais associados às sternas VF Voo de fuga Quando a própria espécie em L Limpeza Preening de penas observação está a ser seguida por outra C Corte Comportamentos de reprodução Ass Associado com outra espécie Quando o indivíduo se associa com outro individuo da mesma ou outra espécie AB Associado a barco Quando começa a seguir um barco Tabela 1: Códigos de Comportamento 2

25 Horas de esforço Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia Licenciatura em Biologia 2011/2012 Anexo I - Dados das contagens RAM 2009/2011 Figura 1: Situação geográfica dos Cabos Carvoeiro, Raso, Espichel, Sine e São Vicente analisados nas contagens RAM Esforço para cada Cabo Cabo Carvoeiro Cabo Espichel Cabo Raso Cabo de Sines Cabo de São Vicente Total Gráfico 1: Horas de esforço realizadas ao longo dos três anos em cada Cabo. 3

26 Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia Licenciatura em Biologia 2011/2012 Figura 2: Dia de RAM no Cabo Raso com observadores e voluntários. Fonte: Luís Avilar 27,5 Número de Observadores 27 26, ,5 Nº Observadores 25 24, Gráfico 2: Número de observadores ao longo das contagens RAM. 4

27 6, ,9693,5187 3, ,8406 5,7383, ,7277 1,1465 2,8958 9,3372 2,5350 1, ,4810 1,9825 3, ,7448 4, ,5089 Nº de aves/h 131, ,9203 Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia Licenciatura em Biologia 2011/ Número de Aves/h para todos os cabos Alca torda Calonectris diomedea Larus melanocephalus Morus bassanus Phalacrocorax aristotelis Puffinus mauretanicus Sterna sandvicensis Gráfico 3: Este gráfico tem em conta as sete espécies em análise e apresenta a média total de passagem de aves por hora para os cinco Cabos analisados nas contagens RAM. Os gráficos seguintes (4,5,6,7,8,9 e 10) são específicos para cada espécie e apresentam a média de passagem da ave em análises por hora. O número de aves/hora foi calculado para cada Cabo ao longo dos anos 2009, 2010 e

28 Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro janeiro março maio julho setembro novembro Número de Aves /hora Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia Licenciatura em Biologia 2011/2012 Figura 3: Torda-mergulheira (Alca torda). Fonte: Gonçalo Elias ,5 Alca torda ,3 40,7 24,33 11,3 7,7 15 8,4 11,7 0 6 Cabo Carvoeiro Cabo Espichel Cabo Raso Cabo de São Vicente Cabo Sines Gráfico 4 6

29 Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro janeiro março maio julho setembro novembro Número de Aves /hora Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia Licenciatura em Biologia 2011/2012 Figura 4: Cagarra (Calonectris diomedea). Fonte: Pedro Geraldes Calonectris diomedea Cabo Carvoeiro Cabo Espichel Cabo Raso Cabo de São Vicente Cabo Sines Gráfico 5 7

30 Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro janeiro março maio julho setembro novembro Número de Aves /hora Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia Licenciatura em Biologia 2011/2012 Figura 5: Gaivota-de-cabeça-preta (Larus melanocephalus). Fonte: Pedro Geraldes Larus melanocephalus 23 44,7 40,2 14,3 4, ,3 1,8 1,7 6,7 8,33 4,33 Cabo Carvoeiro Cabo Espichel Cabo Raso Cabo de São Vicente Cabo Sines Gráfico 6 8

31 Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro janeiro março maio julho setembro novembro Número de Aves /hora Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia Licenciatura em Biologia 2011/2012 Figura 6: Alcatraz (Morus bassanus). Fonte: Pedro Geraldes ,3 709,3 339 Morus bassanus 1306, ,3 771,4 710, , ,5 609,3 Cabo Carvoeiro Cabo Espichel Cabo Raso Cabo de São Vicente Cabo Sines Gráfico 7 9

32 Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro janeiro março maio julho setembro novembro Número de Aves /hora Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia Licenciatura em Biologia 2011/2012 Figura 7: (Galheta Phalacrocorax aristotelis) Fonte: Pedro Geraldes Phalacrocorax aristotelis Cabo Carvoeiro Cabo Espichel Cabo Raso Cabo de São Vicente Cabo Sines Gráfico 8 10

33 Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro janeiro março maio julho setembro novembro Número de Aves /hora Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia Licenciatura em Biologia 2011/2012 Figura 8: Pardela-balear (Puffinus mauretanicus). Fonte: Ricardo Guerreiro Puffinus mauretanicus Cabo Carvoeiro Cabo Espichel Cabo Raso Cabo de São Vicente Cabo Sines Gráfico 9 11

34 Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro Janeiro Março Maio Julho Setembro Novembro janeiro março maio julho setembro novembro Número de Aves /hora Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior de Agronomia Licenciatura em Biologia 2011/2012 Figura 9: Garajau (Sterna sandvicensis). Fonte: José Viana Sterna sandvicensis ,1 46,8 40,7 21,3 7,7 50,3 13, ,6 28, ,7 8,2 Cabo Carvoeiro Cabo Espichel Cabo Raso Cabo de São Vicente Cabo Sines Gráfico 10 12

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