Eficiência Energética e Edificações Sustentáveis. 48º Café com Sustentabilidade
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- Luiza Cabreira Braga
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1 Eficiência Energética e Edificações Sustentáveis 48º Café com Sustentabilidade
2 Motivação para o estudo As mudanças do clima compõem um dos maiores desafios globais atuais, em particular em limitar o aquecimento a 1,5 C 0 Brasil ratificou o Acordo de Paris. Além de metas para florestas, a NDC brasileira inclui metas para aumentar a participação de fontes renováveis na matriz energética e aumentar a eficiência energética As cidades respondem por 2/3 da demanda por energia primária e por 70% das emissões de GEE relacionados à energia (PNUMA, 2010) Cidades mais sustentáveis podem contribuir para que o Brasil avance no cumprimento de sua NDC. Para tanto, a construção civil pode contribuir com: Novas edificações mais sustentáveis Reduzir o consumo de energia elétrica e recursos naturais em edificações existentes Oportunidade para o Setor Financeiro 2
3 Objetivos e método do estudo Objetivos do Estudo Identificar soluções para financiamento de projetos de retrofit em edificações existentes, em novas edificações sustentáveis e para a aquisição de painéis solares Sugerir melhorias em mecanismos financeiros existentes ou desenvolvimento de novos mecanismos que viabilizem o desenvolvimento do mercado Método Análise de documentos públicos (relatórios, websites e notícias) Entrevistas com organizações envolvidas com o tema Co-construção com GT FEBRABAN 3
4 Organizações entrevistadas Associações 1. ABESCO - Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia 2. ABSOLAR - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica 3. Green Building Council 4. Secovi: Sindicato da Habitação 5. CREA: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia 6. CAU: Conselho de Arquitetura e Urbanismo no Brasil 7. Sinduscon: Sindicato da Construção Instituições Financeiras 8. CAIXA 9. Santander 10. Votorantim 11. Itaú Unibanco 12. BID/EEGM 13. BNDES 14. IFC Empresas do Setor 15. Cyrela 16. Gafisa 17. Tecnisa 18. Cushman & Wakefield 19. ECOGEN Governo 20. Procel Edifica 21. MMA- 3E Consultorias 22. Mitsidi 23. EkobeSolar 24. Solatio 25. Inovatech 26. Sustentech Especialistas 27. City of London: Urban Development Funds 28. One NYC: Green Buildings and Energy Efficiency 29. C40 Cities Climate Leadership Group 30. WRI 31. CEBDS e SITAWI 4
5 Escopo do estudo Retrofit em Edificações existentes Novas Edificações Implantação de projeto de energia solar fotovoltaica Redução de consumo de energia com iluminação, refrigeração e água Redução de geração de resíduos Aquisição de painel solar 5
6 Contexto institucional: regulamentação Novas Edificações Retrofit Estatuto da Cidade (2001): propõe avanços para cidades mais sustentáveis Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf- MME): meta de redução de 10% do consumo de energia elétrica no Brasil - inclui EE em edificações Plano Diretor Energia (MME): obrigatoriedade de instalação de placas solares para aquecimento de água ABNT NBR (2014): estabelece desempenho mínimo para edificações habitacionais: possui critérios ambientais, conforto, segurança estrutural, acessibilidade, entre outros 6
7 Contexto institucional: incentivos fiscais Novas Edificações Retrofit IPTU Verde: desconto no imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) para construções sustentáveis certificadas (novas e retrofit). Exemplos de Pilotos: Guarulhos: desconto de 20% no valor anual do IPTU de edificações São Paulo: desconto de 4%, 8% e 12% no IPTU se houver certificação LEED ou AQUA* *LEED: Leadership in Energy and Environmental Design AQUA: Alta Qualidade Ambiental - High Environmental Quality 7
8 Contexto institucional: normas e certificações Novas Edificações Retrofit Procel EDIFICA (2003): Certificação com foco em eficiência energética, com indicadores mensuráveis e comparáveis LEED (Leardship for Energy and Environment Design) Brasil é o quinto país do mundo em número de certificações LEED com 991 projetos certificados em 2015, atrás de Estados Unidos, Canadá, China e Índia 8
9 Contexto Institucional: regulamentação Novas Edificações Retrofit Aquisição Painel Solar Resolução ANEEL nº. 687/2015: Solar Fotovoltaica Geração compartilhada: prevê a possibilidade de criação de um consórcio para compartilhamento dos ganhos dentro da mesma área de concessão Autoconsumo remoto: prevê a possibilidade de instalação de painéis fora da localização onde a conta de luz é gerada desde que dentro da mesma área de concessão Normas e Certificações INMETRO - IEC 61215: etiquetagem de painéis solares, alinhada com práticas internacionais Incentivos Fiscais ICMS 16/2015: autoriza estados a isentarem o ICMS sobre a energia da REN 482/2012 (20 estados já aderiram) 9
10 Eficiência Energética e Edificações Sustentáveis Novas Edificações Contexto: Benefícios Desafios Recomendações 10
11 Contexto: benefícios de implementação para o mercado Novas Edificações Ganhos de valor de mercado de edificações sustentáveis em relação a edificações tradicionais (Green Building Council Brasil, 2016) Edificações sustentáveis possuem taxa de vacância é, em média, 7% menor no RJ e 9,5% menor em SP (Green Building Council Brasil, 2016) Valor de mercado na locação, em média 24% maior no RJ em prédios certificados e 10% maior em SP (Green Building Council Brasil, 2016) Pessoa Jurídica - Segmento Comercial: grandes e médias incorporadoras e/ou construtoras (Entrevistas com especialistas no tema) 11
12 Desafios Novas Edificações Síntese das entrevistas com especialistas no tema Custo do empreendimento sustentável (ES) é em média 5% a 15% maior que os custos de empreendimentos tradicionais e consumidor reticente em absorver este valor. o O projeto de uma edificação sustentável requer materiais, processos e capacitação específicos e curva de aprendizagem Existem ocasiões em que o empreendimento sustentável não obtém melhoria de custos de manutenção e operação por falta de expertise de quem administra esta manutenção 12
13 Desafios Novas Edificações Síntese das entrevistas com especialistas no tema Os empreendedores de ES gostariam de acessar financiamento imobiliário com taxas inferiores a de empreendimentos tradicionais o Os atuais modelos de financiamento imobiliário não refletem os ganhos potenciais do ES: Mercado imobiliário atual ainda não precifica ganhos das ES Setor financeiro tem dificuldade de analisar riscos de projetos de ES por falta de dados Escassez de garantias disponíveis no mercado para diminuir o risco do financiamento 13
14 Recomendações: instrumentos financeiros Novas Edificações Contribuir para que as taxas de juros de ES tornem-se mais atrativas o Fomentar a criação de base de dados para possibilitar análise de risco mais precisa para ES por parte da instituição financeira o Fomentar a oferta de garantias por instituições multilaterais, de fomento e os fundos institucionais Apoiar a emissão de títulos verdes para financiar ES: Green Bonds para construção de prédios sustentáveis com garantia e/ou investimento âncora de uma instituição multilateral ou de fomento 14
15 Eficiência Energética e Edificações Sustentáveis RETROFIT Contexto: Benefícios e Potencial de Mercado Desafios Recomendações 15
16 Contexto: benefícios de implementação para o mercado Retrofit Segmento comercial é um nicho promissor Edificações que fizeram Retrofit tiveram ganhos em economia de energia em torno R$ 500mil a R$2 mm por ano Tipo de Empreendimento Economia de Energia (%) Economia de Energia (R$ mm/ano) Prédios Antigos 21% 0,499 Hotéis 30% 1,71 Hospitais 31% 1,41 Shopping 18% 1,11 Centro de Distribuição 39% (* Fonte: Sustentech) 16
17 Contexto: potencial de mercado Retrofit Síntese das entrevistas com especialistas no tema Mercado Potencial Mais Favorável: Segmento Comercial, Porte de Projetos entre R$200 mil e R$3 milhões Pessoa Jurídica - Segmento Comercial pequeno e médio Porte de projetos abaixo de R$5 mm Redes de lojas, padarias, concessionárias, supermercados, estacionamentos Pessoa Jurídica - Segmento Comercial médio e grande Porte de projetos entre R$5-10mm Prédios corporativos, Hospitais, Shoppings, Hotéis 17
18 Desafios Retrofit Síntese das entrevistas com especialistas no tema Desconhecimento das vantagens econômicas do Retrofit Soluções de EE em geral são customizadas e não padronizadas o o Requer consultoria especializada Para IFs: dificulta a escalabilidade dos projetos e a criação de produtos financeiros padronizados Pouca utilização das linhas padronizadas existentes (ex: BNDES) Empreendedores mencionaram escassez de garantias disponíveis no mercado para diminuir o risco do financiamento 18
19 Modelos de financiamento existentes Retrofit Modelo de Financiamento direto para cliente final Soluções Financeiras Produtos de Prateleira CDC, leasing, fiança Produtos BNDES Instituição Financeira Garantia Pagamento Cliente Final Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Operações estruturadas: necessita um ticket médio mais alto Empréstimo e Financiamento Empresa E 19
20 Modelos de financiamento existentes Retrofit Modelo de Financiamento com intermediário Instituição Financeira Pagamento Empréstimo e Financiamento Garantia Intermediário Ex. Consultor Engenheiro ESCO Pagamento por performance Financiamento e Desenvolvimento do Projeto Cliente Final Empresa A Empresa B Empresa C Empresa D Empresa E 20
21 Modelos de financiamento existentes Retrofit Desafios nas duas pontas Instituição financeira o projetos customizados aumentam custo de transação o dificuldade em desenhar produtos padronizados Intermediário e cliente final o dificuldade em dar garantias o condições de financiamento não compatíveis com payback da operação o falta de informação e capacitação 21
22 Recomendações: instrumentos financeiros Retrofit Potencializar as linhas disponíveis ou novas linhas padronizadas por meio de o Redução da burocracia de linhas existentes (ex. BNDES Eficiência Energética) o Criar novas soluções de produtos padronizados que sejam atrativas para ambas as partes Contribuir para o aumento de oferta de garantias por instituições multilaterais, de fomento e de fundos institucionais Apoiar o desenvolvimento de mecanismos customizados para clientes do segmento comercial quando ticket médio for compatível o o Capacitação interna das instituições financeiras no tema Criar base de dados de forma a possibilitar a análise de risco pela instituição financeira 22
23 Eficiência Energética e Edificações Sustentáveis Energia Solar Fotovoltaica Contexto Desafios Recomendações 23
24 Contexto: potencial de mercado Aquisição Painel Solar Universo ainda pequeno: micro e minigeradores, em um universo de 77 milhões de unidades consumidoras Porém, cresceu 5 vezes nos últimos 12 meses Mercado Potencial (Aneel e ABSOLAR) Pessoa Jurídica - segmento comercial Prédios corporativos, hospitais, shoppings, redes de lojas, padarias, concessionárias, supermercados, estacionamentos (mini geradores até 5MW) Pessoa Física- segmento residencial (micro geradores até 75KW) 24
25 Desafios Aquisição Painel Solar Síntese das entrevistas com especialistas no tema Carência de técnicos especializados em implantação de painéis solares Desconhecimento do cliente das novas Resoluções e incentivos fiscais Payback para o cliente ainda pouco atrativo o o Investimento na média de R$ 6.500/kWp instalado Payback distintos dependendo da localização e custo da energia: média de 6 anos Baixa propensão do cliente a pagar taxas de juros atuais dos produtos financeiros existentes BNDES não pode financiar equipamentos que não tenham conteúdo nacional Para o setor financeiro: dificuldade em execução de garantias para o mercado de painéis solares fotovoltaicos 25
26 Recomendações: instrumentos financeiros Aquisição Painel Solar Potencializar produtos existentes ou criação de novos para instituições financeiras o Estudar a possibilidade de melhorar a atratividade para os clientes por meio de condições do financiamento: prazo, taxas, garantias e indexação o Ampliar a divulgação dos produtos existentes Apoiar contratos de aluguel de usinas de Energia Solar Fotovoltaica em agências bancárias, contribuindo para a redução de custos e desenvolvimento do mercado 26
27 Considerações Finais Desenvolvimento dos mercados analisados São mercados emergentes que dependem de ações promovidas de forma cooperada pelos agentes do mercado, das entidades multilaterais de fomento e dos organismos de governo. Essa ação conjunta possibilitará o desenvolvimento das soluções que estimulem as atividades e projetos de eficiência energética e edificações sustentáveis com benefícios para toda a sociedade Cabe ao setor produtivo e suas entidades representativas estimular a troca de informações e a transparência para o desenvolvimento desses mercados, aumentar sua abrangência e escala e buscar continuamente custos por meio de novas tecnologias a redução dos 27
28 Obrigada! 28
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