Guia Prático Jurídico do Cidadão Imigrante

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1 José Manuel da Costa Meireles Maria Manuela da Costa Meireles Magda Sofia Campos Barbosa Guia Prático Jurídico do Cidadão Imigrante (NÃO COMUNITÁRIO) DIREITOS E DEVERES EM PORTUGAL verbojuridico 2005

2 GUIA PRÁTICO JURÍDICO DO CIDADÃO IMIGRANTE JOSÉ COSTA MEIRELES E OUTROS verbojuridico.net Nota: O texto do presente livro foi inicialmente publicado pela Associação Famílias (Braga), com o depósito legal /03 e ISBN 972/ (edição de Dezembro de 2002). Em Outubro de 2005, os autores disponibilizaram o texto na sua forma original para publicação no Portal Verbo Jurídico ( sendo precisamente esse texto, sem qualquer alteração gráfica ou de conteúdo que aqui se disponibiliza.

3 «A cidade que fecha as portas a alguém é uma cidade injusta. Nessa cidade não entrarei» (Teilhard de Chardin) Tu, que vais sentado à proa do barco E vês o rombo em baixo, não te fies na sorte Nem desvies o teu olhar para o largo, Pois não estás fora dos olhos da morte. Sempre achei falso o nome que nos deram: «Emigrantes». Isso quer dizer «os que emigraram». Mas nós Não emigramos, escolhendo por livre decisão Uma outra terra, para ficar lá, possivelmente pra sempre. Nós fugimos. Desterrados é que nós somos, exilados. E a terra que nos recebeu não será asilo, mas exílio. Inquietos aqui estamos, o mais possível perto das fronteiras À espera do dia do regresso, observando cada mínima Alteração pra lá da raia, interrogando com ardor Cada um chega, nada esquecendo e de nada desistindo E também nada perdoando do que aconteceu, nada perdoando. Ai, o sossego do Sund não nos engana! Ouvimos os gritos Lá dos seus campos até aqui. Pois nós mesmo somos Quase como boatos de crimes que se escaparam Por sobre as fronteiras. Cada um de nós, Que passa através da turba de sapatos rotos, Dá testemunho da vergonha que agora mancha a nossa terra. Mas nenhum de nós Ficará aqui. A última palavra Ainda não foi dita. Bertold Brecht, Gesammeltte Werke 9, Frankfur am Main, 1967, p Tradução de Paulo Quintela 7

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5 PREFÁCIO O fenómeno da imigração e das minorias étnicas não é novo em Portugal, apesar de termos sido até há algumas décadas um país sobretudo de emigrantes. No entanto na sequência das independências africanas, a partir de 1975 e da queda do «muro de Berlim», a imigração ganhou uma importância, dimensão e acuidade que não é necessário sublinhar. É parte do dia-a-dia, basta abrir os olhos, para ver outras cores, estilos, línguas, comportamentos... «Acolher e Integrar» é o grande lema do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME), mas estes dois simples verbos têm vários significados e implicações. Fenómeno altamente positivo, com vertentes sociais, culturais, religiosas, económicas, a imigração traz também os seus inquestionáveis problemas e só uma perspectiva horizontal e integrada informação, legislação, trabalho, segurança social, saúde, ensino, habitação pode ensaiar uma resposta adequada e progressiva, para que os imigrantes que vivam connosco, conheçam os seus direitos e deveres e possam, eles e os seus descendentes, vir a gozar de plena e activa cidadania. É claro que a legislação a «lei» não é tudo mas é um elemento básico e fundamental, quer para aqueles que chegam, quer para aqueles que acolhem. É, nesta linha que se centra a iniciativa e o esforço do meu grande amigo, o advogado Dr. José Manuel da Costa Meireles, de num só volume coligir toda a legislação actual referente aos imigrantes e à imigração, legislação que até agora tem estado dispersa e avulsa. Que nesta bela obra de pesquisa, de recolha e de síntese, possa prestar, como é de esperar, o grande serviço de contribuir de forma significativa para a integração dos nossos irmãos e concidadãos imigrantes. O Alto Comissário Para a Imigração e Minorias Étnicas (P. E ANTÓNIO VAZ PINTO) 9

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7 NOTA PRÉVIA A ideia de escrever o livro que agora se apresenta tem, simultaneamente, origem no convite e no desafio que foi feito ao primeiro dos co-autores pelo Dr. Carlos de Aguiar Gomes, prezado amigo e Presidente da Direcção do Instituto «Famílias», pessoa jurídica canónica e fundação perante a ordem jurídica civil, com sede na cidade de Braga. Este convite foi, entretanto, alargado à irmã do primeiro dos co-autores, também ela, como ele, jurista de formação e que acumula as funções de docente. Aquele distinto amigo pressentiu e/ou intuiu a necessidade de um Guia Prático em matéria jurídica que pudesse servir de elemento auxiliar de consulta aos imigrantes radicados no nosso país e a todas as pessoas e instituições que, de algum modo, estão envolvidas em actividades de auxílio e apoio a estas comunidades, que,como é sabido, são maioritariamente oriundos de países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e da Europa de Leste. Estas comunidades, com a ajuda deste guia poderiam mais facilmente, conseguir integrar-se na vida social e cultural do nosso país e desse modo adquirir maior consciência da sua cidadania. Posto isto, o primeiro desafio que se colocou ao primeiro dos co-autores foi o ter de decidir-se pela elaboração de um Guia, por assim dizer, «minimalista» ou, ao invés, abalançar-se num projecto de maior monta, elaborando um Guia mais abrangente, isto é, que não se ficasse somente pela abordagem do regime jurídico da entrada, permanência, saída e afastamento dos cidadãos estrangeiros em território Português, um Guia que pudesse constituir-se como uma espécie de manual de cidadania do imigrante não comunitário. Foi esta, ponderadas as vantagens e desvantagens, a opção adoptada. Daí a relativa extensão das matérias e assuntos tratados, inseridos tanto quanto possível em alguns troncos e ramos tradicionais do Direito, pois que, em princípio, o imigrante tem os mesmos direitos que os cidadãos de nacionalidade portuguesa. E, se dizemos, em princípio, é porque, como melhor se verá mais à frente, além das restrições estabelecidas pela Constituição da República Portuguesa de 1976, esta Lei Fundamental da Nação, permite que por lei formal, isto é, provinda da Assembleia da República, ou mediante autorização legislativa do Governo, os direitos dos imigrantes possam ser objecto de limitação. Na verdade, há um leque de certos e determinados direitos de que só gozam os cidadãos portugueses e que, portanto, estão vedados aos estrangeiros, em geral, e aos imigrantes em particular. Todavia, estamos perante uma excepção ao Princípio e Regra da Equipa- 11

8 ração do Estatuto Jurídico entre o cidadão estrangeiro e o cidadão nacional. Assim sendo, à pergunta acerca de quais são os direitos dos imigrantes, poderia responder-se sinteticamente, dizendo-se que são todos os direitos reservados pela Constituição e pela lei aos cidadãos portugueses, com ressalva das excepções que a lei prevê. Ora, e posto isto, ficaríamos dispensados de ter que fazer a catalogação desses direitos, tal é a sua vastidão, limitando-nos, simplesmente, a enumerar as excepções que constituem limites aquele princípio que equipara legalmente o estrangeiro e o cidadão português. E, assim, uma vez definidos esses limites e excepções, teríamos à priori definidos todos os direitos que cabem aos imigrantes. Todavia, por razões pedagógicas, estando cientes dos riscos desta eleição, ousamos ir um pouco mais além do que não pode fazer o imigrante, deslocando grande parte das questões e da nossa atenção para o que ele pode fazer, que direitos e obrigações tem, tendo sempre presente que o imigrante é mais que um simples cidadão estrangeiro, o qual, no dizer de dois distintos constitucionalistas, implica «um tratamento pelo menos tão favorável quanto o concedido ao cidadão português, designadamente no que respeita a um certo número de direitos fundamentais» (G. Canotilho / V. Moreira). Entretanto, à medida que as dificuldades na elaboração deste Guia iam surgindo, resolveu-se estender também o convite à última co-autora que, veio assim dar um novo alento ao projecto inicial. A responsabilidade pela orientação e revisão geral desta obra ficou a cargo do primeiro dos co-autores. Como método de exposição optou-se pelo sistema de perguntas e respostas, procurando-se adoptar, tanto quanto possível, e sempre sem prejuízo do rigor técnico-jurídico necessário, uma linguagem clara e simples, tendo em conta os leitores a quem se destina, pessoas maioritariamente sem formação jurídica. Em suma, espera-se modestamente que este Guia possa, como se disse no início, servir como auxiliar e elemento de consulta e, tanto quanto o permitir a disponibilidade dos autores, que ele possa oportunamente ser actualizado, procurando-se que, uma vez traduzido para alguns dos idiomas mais representativos das comunidades de imigrantes radicados em Portugal, venha a estar disponível para consulta na página que a Associação Famílias tem na Internet em: http// Os Autores JOSÉ MANUEL DA COSTA MEIRELES MARIA MANUELA DA COSTA MEIRELES MAGDA SOFIA CAMPOS BARBOSA 12

9 ABREVIATURAS e símbolo de endereço de correio electrónico ( ) Art.º artigo AR Assembleia da República ACIME Alto Comissário para as Migrações e Minorias Étnicas ACNUR Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados AP Autorização de Permanência ar Autorização de Residência BI Bilhete de Identidade CDSP Código Deontológico do Serviço Policial CIAPI Comissão Interministerial de Acompanhamento da Política de Imigração CA Contribuição Autárquica CRSS Centro Regional de Segurança Social CRP Constituição da República Portuguesa de 1976 CIE Centro de Instalação Temporário CIRS Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. CIRC Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas. CIVA Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado. CIMSSD Código do Imposto sobre as Sucessões e Doações. CIS Código do Imposto de Selo CIEC Código dos Impostos especiais sobre o consumo de certos bens: CFE Centro de Formalidades de Empresa DR Diário da República DRE Diário da República Electrónico D.L. Decreto-Lei DUDH Declaração Universal dos Direitos do Homem, da Assembleia Geral da ONU de 1948 Euro(s) EIRL Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada EU União Europeia EEE Espaço Económico Europeu FGA Fundo de Garantia Automóvel GNR Guarda Nacional Republicana IRS Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares IRC Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas IVA Imposto sobre o Valor Acrescentado IMSSD Imposto sobre as Sucessões e Doações IS Imposto de Selo IEC Impostos especiais sobre o consumo de certos bens 13

10 IABA Imposto sobre o álcool e bebidas alcoólicas ISP Imposto sobre os produtos petrolíferos IT Imposto sobre o tabaco IA Imposto automóvel IVVA Imposto sobre a venda de veículos automóveis IPSS Instituição Particular de Solidariedade Social IGT Inspecção Geral do Trabalho IDICT Instituto do Desenvolvimento e das Condições de Trabalho IEF Instituto do Emprego e Formação Profissional Ius sanguinis direito de sangue Ius soli direito de solo LC Loja do Cidadão LDA Sociedade (Comercial) de Responsabilidade Limitada LTETP Lei do Trabalho de Estrangeiros em Território Português L. Lei LN Lei da Nacionalidade LI Lei da Imigração MTSS Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social N.º/n.º número NIF Número de Identificação Fiscal (número de contribuinte) ob. cit. obra citada OTAN Organização do Tratado do Atlântico Norte ONU Organização das Nações Unidas OIT Organização Internacional do Trabalho OIM Organização Internacional das Migrações ONG Organização Não-Governamental PJ Polícia Judiciária PSP Polícia de Segurança Pública RMG Rendimento Mínimo Garantido (ver RSI) RMG Remuneração Mínima Garantida RNPC Registo Nacional de Pessoas Colectivas RLN Regulamento da Lei da Nacionalidade RSI Rendimento Social de Integração SA Sociedade (comercial) Anónima SEF Serviço de Estrangeiros e Fronteiras SISA Imposto sobre transmissão de bens imóveis SMN Salário Mínimo Nacional (v. RMG) STA Supremo Tribunal Administrativo STJ Supremo Tribunal de Justiça SIS Serviço de Informação Schengen TC Tribunal Constitucional TJCEE Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias 14

11 ÍNDICE PREFÁCIO... 9 NOTA PRÉVIA ABREVIATURAS E GLOSSÁRIO I. O ESTATUTO JURÍDICO DO ESTRANGEIRO E DO IMIGRANTE O estatuto constitucional do estrangeiro O estatuto do estrangeiro segundo o Direito Internacional Público O conceito de Imigrante e de Nacional Português O regime de Entrada, Permanência, Saída e Afastamento de cidadãos estrangeiros em Território Português A cidadania política e o direito de associação do imigrante Entidades públicas vocacionadas para as questões de Imigração II. O TRABALHO E A SEGURANÇA SOCIAL Introdução Procura e acesso ao emprego Relação laboral: direitos e deveres Regime de protecção social Cessação da relação laboral III. O ACESSO À ACTIVIDADE EMPRESARIAL E/OU PROFISSIONAL IV. DA FAMÍLIA E DO DIREITO SUCESSÓRIO O Reagrupamento Familiar O Casamento e a União de Facto O poder paternal, os filhos e o ensino O fenómeno sucessório V. A HABITAÇÃO E O DIREITO DE PROPRIEDADE PRIVADA O Alojamento temporário Arrendamento, hospedagem e aquisição de uma casa A Propriedade Horizontal O Crédito à Habitação VI. A SAÚDE O Serviço Nacional de Saúde

12 VII. A JUSTIÇA E O APOIO JUDICIÁRIO DO ESTADO PORTUGUÊS O Acesso ao Direito e aos Tribunais Portugueses Direitos Humanos e o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem VIII. O DIREITO CRIMINAL E O DIREITO DAS CONTRA-ORDENAÇÕES APLICÁVEL À IMIGRAÇÃO ILEGAL IX. PREVENÇÃO, PROIBIÇÃO E SANCIONAMENTO DE DISCRIMINAÇÕES NO EXER- CíCIO DE DIREITOS X. LEI APLICÁVEL ÀS OBRIGAÇÕES CONTRATUAIS EM SITUAÇÕES DE CONFLITOS DE LEIS DE VÁRIOS PAÍSES XI. COMPETÊNCIA JUDICIÁRIA E A EXECUÇÃO DE DECISÕES EM MATÉRIA CIVIL E COMERCIAL NA UNIÃO EUROPEIA XII. O CONSUMO XIII. A FISCALIDADE XIV. O CÓDIGO DA ESTRADA A Contra-Ordenação. Classificação O Processo de Infracções estradais As principias inovações do Código da Estrada de 1998 e as alterações em A matrícula, o imposto automóvel, o imposto municipal e o imposto de circulação Carta de condução estrangeira XV. A CRIMINALIDADE ASSOCIADA À CONDUÇÃO RODOVIÁRIA XVI. O SEGURO AUTOMÓVEL DE RESPONSABILIDADE CIVIL. A CARTA VERDE. O SISTEMA DE INDEMNIZAÇÃO DIRECTA AO SEGURADO (IDS) E O FUNDO DE GARANTIA AUTOMÓVEL (FGA) XVII. DIREITO MORTUÁRIO XVIII. ALGUNS DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE A EVOLUÇÃO DO FENÓMENO DA IMIGRAÇÃO EM PORTUGAL XIX. INFORMAÇÕES ÚTEIS Portugal continental e ilhas: geografia, população e clima A história de Portugal A língua e cultura portuguesas O modo de vida português

13 5. A religião e os lugares de culto A moeda corrente Os serviços de urgência Cursos gratuitos de ensino da língua, cultura e cidadania portuguesas FORMULÁRIOS Modelo de requerimento do progenitor para aquisição de nacionalidade portuguesa pelo filho Modelo de requerimento para aquisição de nacionalidade portuguesa Requerimento para autorização de residência (Mod. DR 0001-MAI/SEF) Requerimento para autorização de residência de menores (Mod.DR0003-MAI/SEF) Requerimento de emissão de título de residência por motivo de alteração de estatuto, renovação do título ou segunda via por motivo de extravio, furto ou outro (Mod. DR0011-MAI/SEF) Prorrogação de permanência para visto de trânsito, visto especial, visto de curta duração e turismo, acompanhamento de titulares de visto de estudo, estada temporária, trabalho ou autorização de permanência (Mod. DR00005-MAI/SEF) Requerimento de certidão de residência permanente em Portugal ou de declaração de permanência regular em território nacional ao abrigo de um visto de trabalho, de estudo, ou estada temporária (Mod. DR0008-MAI/SEF) Declaração de entrada em território português (Mod. 812-MAI/SEF) Termo de responsabilidade relativamente à estada em Portugal e cumprimento da lei portuguesa por parte de um cidadão estrangeiro (Mod. DR0009-MAI/SEF) Modelo de requerimento de cidadão brasileiro para obtenção de estatuto geral de igualdade de direitos em Portugal Modelo de requerimento de cidadão brasileiro para obtenção de estatuto geral e especial de igualdade de direitos políticos em Portugal Modelo de requerimento de cidadão brasileiro para obtenção de estatuto especial de igualdade de direitos políticos em Portugal Minuta de um contrato de trabalho Minuta de um contrato de trabalho para prestação de serviço doméstico Requerimento de pessoa singular para obtenção de apoio judiciário do Estado Português (Mod. AJ001/2001-DGSSS) Declaração de salários em atraso (Mod. CD0162-DGRSS) Formulário de identificação complementar do trabalhador estrangeiro (Mod. RV1006/99-DGRSS) INDÍCE DE LEGISLAÇÃO INTERNA E DE ALGUNS TEXTOS INTERNACIONAIS PERTINENTES 241 ENDEREÇOS ÚTEIS BIBLIOGRAFIA PÓSFÁCIO

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15 CAPÍTULO I O ESTATUTO JURÍDICO DO ESTRANGEIRO E DO IMIGRANTE 1. O estatuto constitucional do Estrangeiro LEGISLAÇÃO Constituição da República Portuguesa (CRP); D.L. n.º 244/98, de 8/08 Lei da Imigração (LI); Convenção de Brasília de 7/10/1971, sobre a Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e Portugueses, que entrou em vigor em 22/03/1972; Tratado de Amizade e Cooperação e Consulta entre a República Portuguesa e a República Federativa do Brasil, de 22/04/2000, aprovado pela Resolução da AR n.º 83/2000, de 14/12; Acordo Especial entre Portugal e Cabo Verde, de 15/04/1976, assinado na cidade da Praia, que entrou em vigor em 5/11/1976; Convenção de Aplicação do Acordo de Schengen, assinada em Schengen em Acordo de Schengen, assinado em Schengen em 14 de Junho de Qual é o estatuto constitucional do estrangeiro em Portugal? O estatuto é regido pelo princípio da igualdade segundo o qual «Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas, instrução, situação económica ou condição social» (art.º 13.º da CRP). Assim, em matéria de direitos e deveres «Os estrangeiros e os apátridas que se encontrem ou residam em Portugal gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres do cidadão português» (art.º 15.º, n.º 1 da CRP). Quais são segundo a CRP as excepções ao princípio da igualdade de direitos e deveres? Podem contabilizar-se três excepções, que seguidamente se expõem: direitos políticos; o exercício de funções públicas que não tenham carácter predominantemente técnico; os direitos e deveres reservados pela Constituição e pela lei exclusivamente aos portugueses (n.º 2, do art.º 15.º da CRP). 19

16 No caso de as funções públicas exercidas por estrangeiros terem carácter técnico, «onde predomina um aspecto técnico por oposição a um factor de autoridade pública» então, segundo a Jurisprudência do Supremo Tribunal Administrativo (STA) e a doutrina do Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da Republica (pareceres n. os 23/81, 152/81, e 22/90 e 71/91), permite-se que os estrangeiros tenham acesso a essas funções públicas, e não serão por esse motivo discriminados em razão da sua nacionalidade. Assim, são funções de carácter predominantemente técnico aquelas para as quais a lei exige uma formação específica: jurista, engenheiro, psicólogo, quando a função exercida exija, predominantemente, conhecimentos técnicos resultantes dessa formação específica. No caso do exercício da docência pública, há que referir que os professores no exercício das suas funções têm poderes de autoridade, tais como a realização de exames e atribuição de classificações, administrar a disciplina na escola, que são inerentes à função técnica exercida, isto é, ministrar conhecimentos. Nesse sentido também decidiu o Tribunal de Justiça da CEE para os nacionais de estados membros da comunidade europeia ao dizer que no acesso «aos empregos na administração pública» só poderia haver uma excepção: nas «actividades específicas desta administração enquanto investida no exercício de poder e autoridade publica». De que vício estão feridas as normas constantes de leis ordinárias (de valor normativo abaixo da CRP) relativas ao acesso à função pública que eventualmente estabeleçam uma proibição de acesso dos estrangeiros em geral, isto é, que não se restrinja unicamente às funções que envolvam predominantemente o exercício de poderes de autoridade? Estas normas, a pedido dos interessados com legitimidade para o efeito, poderão vir a ser declaradas inconstitucionais (violadoras da CRP) pelo Tribunal Constitucional. Parece ser este o caso, por ex. da norma constante de uma lei (alínea a), do n.º 2, do art.º 29.º D.L. n.º 204/98, de 11/07) que estabelece o regime geral de recrutamento e selecção de pessoal da Administração Pública segundo a qual constitui requisito geral de admissão a concurso e provimento em funções públicas, «ter nacionalidade portuguesa». Quais são os «direitos e deveres reservados pela Constituição e pela lei exclusivamente aos portugueses»? Esta é uma questão problemática, pois nem sempre será fácil descortinar quais são esses direitos e deveres. Contudo, e sem margem para dúvidas, serão aqueles que a CRP expressamente atribui aos portugueses, como é o caso de: proibição absoluta de expulsão e restrição à possibilidade de extradição (art.º 33.º da CRP); 20

17 capacidade eleitoral activa (direito de votar) e passiva (direito de ser eleito) para a eleição do Presidente da República e da Assembleia da República (art. os 121.º, 122.º, 147.º e 140.º da CRP); dever de prestar serviço militar e defesa da Pátria (art.º 275.º e 276.º); o direito de petição (faculdade que a CRP confere aos cidadãos de, individualmente ou colectivamente, apresentarem queixa, reclamações, representações e petições aos órgãos de soberania para a defesa dos seus direitos), segundo, alguns juristas (J. J. Gomes CANOTILHO/ Vital MOREIRA, in Constituição da República Portuguesa Anotada, 3.ª edição revista, anotação ao art.º 15.º). Porém, os estrangeiros poderão sempre através das suas associações culturais e recreativas e de defesa dos seus direitos, apresentar as suas petições à Assembleia da República, Governo, Autarquias e demais órgãos de soberania, pois para a lei portuguesa, estas associações são consideradas como sendo de nacionalidade portuguesa, pelo que, gozam, com as devidas adaptações, dos direitos e deveres do cidadão português, conforme o estabelecido no art.º 12.º da CRP, nomeadamente, do direito de dirigir petições aos órgãos de soberania. Então quais são os outros direitos e deveres que a CRP reconhece e obriga a todos os cidadãos, independentemente da sua nacionalidade? Desde logo, os direitos, liberdades e garantias fundamentais, tais como o direito à vida, à integridade física, à liberdade e segurança, direito a não ser preso sem culpa formada, direito à inviolabilidade do domicílio e da correspondência, direito à família, a liberdade de apreender e ensinar, entre outros. Em que consiste e a quem é aplicável o chamado princípio da reciprocidade? Aos cidadãos dos países de língua portuguesa podem ser atribuídos, mediante convenção internacional e em condições de reciprocidade, direitos não conferidos a estrangeiros, salvo o acesso à titularidade dos órgãos de soberania e dos órgãos de governo próprio das regiões autónomas, o serviço nas forças armadas e a carreira diplomática. (n.º 3, do art.º 15.º da CRP). Eis alguns exemplos: Convenção de Brasília de 7/10/1971, sobre a Igualdade de Direitos e deveres entre Brasileiros e Portugueses, que entrou em vigor em 22/03/1972, estabelece direitos e deveres para os cidadãos portugueses no Brasil e para os cidadãos brasileiros em Portugal não reconhecidos aos demais estrangeiros, nomeadamente, através do estabelecimento de dois estatutos: um estatuto de igualdade de direitos e deveres e um estatuto de igualdade de direitos políticos, com algumas limitações. 21

18 Acordo Especial da cidade da Praia de 15/04/1976, entre Portugal e Cabo Verde, que entrou em vigor em 5/11/1976 e que estabelece um conjunto de direitos e deveres para os nacionais de cada um das Partes Contratantes, nomeadamente: o livre exercício de profissões liberais, o direito de estabelecimento para a instalação e exercício de actividades de carácter industrial, comercial, agrícola, etc. Os estrangeiros podem votar e ser eleitos, em condições de reciprocidade, para os órgãos de autarquias locais (Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia)? Sim, de acordo com o n.º 4, do art.º 15.º da CRP: «A lei pode atribuir a estrangeiros residentes no território nacional, em condições de reciprocidade, capacidade eleitoral activa e passiva para a eleição dos titulares dos órgãos de autarquias locais. A lei pode ainda atribuir, em condições de reciprocidade, aos cidadãos dos Estados membros da União Europeia residentes em Portugal o direito de elegerem e serem eleitos Deputados ao Parlamento Europeu». Os cidadãos portugueses podem ser expulsos de Portugal? «Não é admitida a expulsão de cidadãos portugueses do território nacional» (n.º 1 do art.º 33.º da CRP). Em que situações e de que depende, segundo a CRP, a possibilidade de expulsão de estrangeiros que se encontram em situação ilegal em Portugal ou de quem solicitou asilo? A expulsão de quem tenha entrado ou permaneça regularmente no território nacional, de quem tenha obtido autorização de residência ou de quem tenha apresentado pedido de asilo não recusado só pode ser determinada por autoridade judicial, assegurando a lei formas expeditas de decisão (n.º 2 do art.º 33.º da CRP). Tem algum cidadão estrangeiro em Portugal, perante um outro Estado que requisita a sua extradição por motivos políticos ou por crimes a que segundo esse Estado se aplica a pena de morte, a garantia de que tal pedido não será correspondido pelo Estado português? Não é admitida a extradição por motivos políticos, nem por crimes a que corresponda, segundo o direito do estado requisitante, pena de morte ou outra de que resulte lesão irreversível da integridade física (n.º 3, do art.º 33.º da CRP). 22

19 Em que casos é admissível a extradição em Portugal? Só é admitida a extradição por crimes a que corresponda, segundo o direito do Estado requisitante, pena ou medida de segurança privativa ou restritiva da liberdade com carácter perpétuo ou de duração indefinida, em condições de reciprocidade estabelecidas em convenção internacional e desde que o Estado requisitante ofereça garantias de que tal pena ou medida de segurança não será aplicada ou executada (n.º 4, n.º 5 e, do art.º 33.º da CRP). Quem tem exclusiva competência para decidir sobre um pedido de extradição? A extradição só pode ser determinada por decisão judicial (n.º 7, do art.º 33.º da CRP). É garantido o direito de asilo automaticamente, isto é, sem depender dos motivos alegados, a todas as pessoas que o peçam? Não. É garantido o direito de asilo aos estrangeiros e aos apátridas perseguidos ou gravemente ameaçados de perseguição, em consequência da sua actividade em favor da democracia, da libertação social e nacional, da paz entre os povos, da liberdade e dos direitos da pessoa humana (n.º 8 do art.º 33.º da CRP). Onde se definem os direitos e deveres do Refugiado político? A lei define o estatuto do refugiado político (n.º 9, do art.º 33.º da CRP). Se um estrangeiro que se encontre em Portugal for suspeito de se dedicar a uma actividade criminosa especialmente violenta ou altamente organizada, incluindo o terrorismo e o tráfico de pessoas, de armas e de estupefacientes, pode ver o seu domicílio e correspondência violados? Em princípio, o que a actual CRP prevê no seu art.º 34.º é de que o domicílio e o sigilo da correspondência (e de outros meios de comunicação privada) são invioláveis. Igualmente, e porque Portugal não é um «Estado Policial» a entrada no domicílio dos cidadãos contra a sua vontade só pode ser ordenada pela autoridade judicial competente, nos casos e segundo as formas previstas na lei. Porém, depois da última revisão constitucional (em 2001) passou a admitir-se a entrada no domicílio durante a noite de qualquer pessoa sem o consentimento, nos casos de criminalidade especialmente violenta ou altamente organizada, incluindo o terrorismo e o tráfico de pessoas, de armas e de estupefacientes. 23

20 Qual o âmbito e sentido dos chamados «direitos fundamentais» enunciados na CRP? «Os direitos fundamentais consagrados na Constituição não excluem quaisquer outros constantes das leis e das regras aplicáveis de direito internacional» (n.º 1, do art.º 16.º da CRP). Como devem ser interpretados e integrados os «direitos fundamentais»? «Os preceitos constitucionais e legais relativos aos direitos fundamentais devem ser interpretados e integrados de harmonia com a Declaração Universal dos Direitos do Homem» (n.º 2, do art.º 16.º da CRP). Qual é a força jurídica dos preceitos constitucionais respeitantes aos direitos, liberdades e garantias? Segundo o n.º 1 do art.º 18.º da CRP, eles «são directamente aplicáveis e vinculam as entidades públicas e privadas». Segundo a Constituição são de admitir restrições aos preceitos constitucionais respeitantes aos direitos, liberdades e garantias? Diz o n.º 2, do art.º 189.º da CRP: «A lei só pode restringir os direitos, liberdades e garantias nos casos expressamente previstos na Constituição, devendo as restrições limitar-se ao necessário para salvaguardar outros direitos ou interesses constitucionalmente protegidos». Que requisitos devem observar as lei que restringem os direitos, liberdades e garantias, para estarem em conformidade com a Constituição? O n.º 3 do art.º 18.º da CRP diz expressamente: «As leis restritivas de direitos, liberdades e garantias têm de revestir carácter geral e abstracto e não podem ter efeito retroactivo nem diminuir a extensão e o alcance do conteúdo essencial dos preceitos constitucionais». A Constituição permite, em princípio, a suspensão dos exercício de direitos? Não. De acordo com o n.º 1 do art.º 19.º da CRP: «Os órgãos de soberania não podem, conjunta ou separadamente, suspender o exercício de direitos, liberdades e garantias, salvo em caso de estado de sítio ou estado de emergência, declarados na forma prevista na Constituição». Porém, segundo o n.º 6 do mesmo preceito: 24

21 «A declaração do estado de sítio ou do estado de emergência em nenhum caso pode afectar os direitos à vida, à integridade física, à identidade pessoal e à cidadania, à não retroactividade da lei criminal, o direito de defesa dos arguidos e a liberdade de consciência». Quem é, segundo a lei portuguesa de imigração, considerado como estrangeiro? «Considera-se estrangeiro todo aquele que não prove possuir a nacionalidade portuguesa» (art.º 2.º do D.L. n.º 244/98, de 8/08 Lei da Imigração (LI). Nota: «São cidadãos portugueses todos aqueles que como tal sejam considerados pela lei ou por convenção internacional» (art.º 4.º da CRP) Quem é considerado residente em Portugal segundo a Lei da Imigração? «Considera-se como residente o estrangeiro habilitado com título válido de residência em Portugal» (art.º 3.º da LI). Nota: Logo que entrarem em vigor as novas alterações à L.I. o título será uma autorização de residência. O que é, e de que trata a Convenção de Aplicação do Acordo de Schengen? Em 14 de Junho de 1985 foi assinado, na cidade de Schengen, o chamado «Acordo de Schengen», designação atribuída ao acordo celebrado (fora do quadro da União Europeia) para a livre circulação de mercadorias e supressão de todos os controlos e formalidades nas fronteiras comuns, entre a França, a Alemanha e o Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo), e a que viriam a aderir, posteriormente, a Itália, Espanha, Portugal (25/06/1991), Grécia, Áustria, Dinamarca, Finlândia e Suécia. A Islândia e a Noruega, que integram com os restantes países nórdicos a União Nórdica (que criou a livre circulação entre estes países), por não fazerem parte da União Europeia, possuem o estatuto de membros associados. Na sequência do acordo assinado em Schengen, as partes estabeleceram uma Convenção para aplicação das cláusulas relativas à livre circulação e à segurança, igualmente assinada na cidade de Schengen em 19 de Junho de A 16 e 17 de Junho de 1997, na Cimeira Europeia de Amsterdão, foi decidida a integração do Acordo de Schengen no Tratado da União Europeia, sujeitando-o, assim, às regras comunitárias. O objectivo principal é a abolição do controlo de pessoas nas fronteiras internas dos estados contratantes. Com esta finalidade, e para conciliar a 25

22 liberdade de circulação com a segurança neste espaço, são criadas as seguintes medidas compensatórias: reforço do controlo de pessoas nas fronteiras externas dos Estados contratantes. definição de uma política de vistos comum. criação do «Sistema de Informação Schengen». O que é e para que serve o «Sistema de Informação Schengen» (SIS)? Tendo em vista as acções de controlo das fronteiras externas e de cooperação policial, as partes contratantes da Convenção de Aplicação do Acordo de Schengen estabeleceram a criação e manutenção de um sistema de informação, composto por uma parte nacional junto de cada uma das parte e por uma função de apoio técnico. Este sistema permite às autoridades, graças a um processo de consulta automatizado, disporem da lista de pessoas indicadas e de objectos, aquando dos controlos de polícia e aduaneiros efectuados no interior de um país, e bem assim, à lista de pessoas indicadas para efeitos do processo de emissão de vistos, de títulos de residência e da administração de estrangeiros (art.º 92.º da Convenção). O que é a zona internacional do aeroporto ou do porto? Para efeitos de aplicação da LI e de controlo de documentos foi necessário definir, com rigor, o que se entende por esta zona. Assim, segundo a LI, trata-se de uma zona compreendida entre os pontos de embarque e desembarque e o local onde forem instalados os postos de controlo documental de pessoas (art.º 5.º da LI). Quem é que está sujeito a controlo fronteiriço? São sujeitos a controlo nos postos de fronteira os indivíduos que entrem em território nacional ou dele saiam sempre que provenham ou se destinem a países não signatários da Convenção de Aplicação do Acordo de Schengen (art.º 10.º da LI). A que título, em que condições e por que motivos pode, nas fronteiras internas, ser reposto o controlo de documentos? Por razões de ordem pública e segurança nacional pode, após consulta das outras partes contratantes do Acordo de Shengen, ser reposto, excepcionalmente, por um período limitado, o controlo documental nas fronteiras internas (n.º 3 do art.º 10.º da LI). 26

23 O direito de livre circulação de pessoas, de que beneficiam os cidadãos comunitários dentro do Espaço de Schengen, confere aos estrangeiros o direito de entrarem ou saírem de Portugal de qualquer modo e em qualquer altura? Não. A entrada em território português e a saída devem efectuar-se pelos postos de fronteiras qualificados para esse efeito e durante as horas do respectivo funcionamento (art.º 9.º da LI). 2. O estatuto do estrangeiro segundo o Direito Internacional Público LEGISLAÇÃO Declaração Universal dos Direitos do Homem, da Assembleia Geral da ONU, de 10/12/1948 (DUDH); Convenção Europeia de Salvaguarda dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, do Conselho da Europa, aprovada para ratificação pela Lei n.º 65/78 de 13 de Outubro, tendo entrado em vigor em Portugal em 9 de Novembro do mesmo ano (Aviso publicado no Diário da República de 2 de Janeiro de 1979). Em 7 de Abril de 1987 foi publicada a Lei n.º 12/87, que procedeu à eliminação da maioria das reservas feitas em 1978 à Convenção por Portugal; O que são os chamados «Direitos do Homem» ou «Direitos Fundamentais»? Segundo G. Haarscher (Filosofia dos Direitos do Homem, Lisboa, Inst. Piaget, pp. 13 e 14), «dir-se-á que se trata de prerrogativas concedidas ao indivíduo, mais tarde alargadas ao grupo [ ], todas por de tal modo essenciais que toda a autoridade política (e todo o poder em geral) teria a obrigação de garantir o seu respeito; os direitos do homem constituem as protecções mínimas que permitem ao indivíduo viver uma vida digna desse nome, defendido das usurpações do arbítrio estatal (ou de outro); são por conseguinte uma espécie de espaço sagrado, intransponível, traçam à volta do indivíduo uma esfera privada e inviolável; em resumo, definem uma limitação [ ] dos poderes do estado, à qual correspondem as chamadas liberdades fundamentais do indivíduo. [ ] Os direitos do homem representam as regras do jogo mínimas que devem ser respeitadas pelos governantes para que uma vida desse nome seja possível». Quais são alguns dos principais princípios, direitos, liberdades e garantias que, dizendo mais especificamente respeito ao(s) cidadão(s) estrangeiro(s) e (e)imigrante(s), estão consagrados na Declaração Universal dos Direitos do Homem (DUDH), de ? 27

24 Princípio da Igualdade e da Dignidade da pessoa humana Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade (art.º 1.º da DUDH). Princípio da não distinção Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamadas na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente, de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião pública ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação. Além disso, não será feita nenhuma distinção fundada no estatuto político, jurídico ou internacional do país ou do território da naturalidade da pessoa, seja esse país ou território independente, sob tutela, autónomo ou sujeito a alguma limitação de soberania (art.º 2.º da DUDH). Princípio da Igualdade e protecção Jurídica e da não discriminação Todos são iguais perante a lei e, sem distinção, têm direito a igual protecção da lei. Todos têm direito a protecção igual contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação (art.º 7.º da DUDH). Liberdades de circulação, residência e de imigração Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um estado. Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao seu país (art.º 13.º da DHDH). Estatuto de asilo Toda a pessoa sujeita a perseguição tem direito de procurar e de beneficiar de asilo de outros países. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime de direito comum ou por actividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas (art.º 14.º da DUDH). Princípio da nacionalidade Todo o indivíduo tem direito a ter uma nacionalidade. Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua nacionalidade nem do direito de mudar de nacionalidade (art.º 15.º da DUDH). Segurança social Toda a pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e pode legitimamente exigir a satisfação dos direitos económicos, sociais e culturais indispensáveis, graças ao esforço nacional e à cooperação internacional, de harmonia com a organização e os recursos de cada país (art.º 22.º da DUDH). Estatuto do trabalhador Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra 28

25 o desemprego. Todos têm direito, sem discriminação a salário igual por trabalho igual. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de protecção social. Toda a pessoa tem o direito de fundar com outras pessoas sindicatos e de se filiar em sindicatos para a defesa dos seus direitos (art.º 23.º da DUDH). Repouso, lazer e férias Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres e, especialmente, a uma limitação razoável da duração do trabalho e a féria periódicas pagas (art.º 24.º da DUDH). Saúde e bem estar Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem estar, principalmente quanto à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade. A maternidade e a infância têm direito a ajuda e a assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimónio, gozam da mesma protecção (art.º 25.º da DUDH). Estes (e os demais) direitos e liberdades consagrados na DUDH, de estão sujeitos a limitações? «No exercício deste direitos e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem estar numa sociedade democrática» (n.º 2 do art.º 29.º da DUDH). «Em caso algum estes direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente aos fins e princípios das Nações Unidas» (n.º 3 do art.º 29.º da DUDH). Que limites estão estabelecidos na interpretação da DUDH, de ? Diz claramente o art.º 30 da DUDH: «Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada de maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou indivíduo o direito de se entregar a alguma actividade ou de praticar algum acto destinado a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados». Quais são alguns dos principais direitos, liberdades e garantias que, dizendo mais especificamente respeito ao(s) cidadão(s) estrangeiro(s) e (e)imigrante(s), estão consagrados na Convenção Europeia dos Direitos do 29

26 Homem do Conselho da Europa, aprovada para ratificação em 1978 por Portugal? São vários, nomeadamente, os que, a seguir, se enumeram, mas que só aproveitam aos países membros do Conselho da Europa: Direito à vida; Direito a não ser submetido a tortura nem a penas ou tratamentos desumanos ou degradantes; Direito a não ser mantido em escravidão ou servidão, nem constrangido a realizar trabalho forçado ou obrigatório; Direito à liberdade e segurança, não podendo ser privado da sua liberdade a não ser nos casos e nos termos previstos na Convenção; Direito a um processo equitativo, designadamente, a que a sua queixa seja examinada por um tribunal independente e imparcial, num prazo razoável e com julgamento público; Direito a não ser condenado por acto que não constituísse uma infracção no momento em que foi cometido ou a sofrer pena mais grave do que a aplicável no momento em que a infracção foi cometida; Direito ao respeito da vida privada, do domicílio e da correspondência; Direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; Direito à liberdade de reunião e de associação, incluindo o direito de fundar ou de se filiar em sindicatos; Direito ao respeito dos seus bens; Direito à instrução e direito dos pais a que a educação e o ensino dos seus filhos respeitem as suas convicções religiosas e filosóficas; Direito a eleições livres; Direito a não poder ser privado de liberdade por não cumprir uma obrigação contratual; Direito de circulação no território do Estado e de escolher livremente a sua residência; Direito a não ser expulso do território do Estado de que é cidadão e de não ser privado de entrar nesse território; Direito à existência de um recurso, perante as instâncias nacionais, de actos violadores dos direitos e liberdades reconhecidos na Convenção, quer esses actos sejam da responsabilidade de particulares quer do Estado. De que forma estas normas e princípios constantes da DUDH de 1948 e da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, estão relacionados com a lei portuguesa? Estas normas e princípios constantes daqueles instrumentos jurídicos são consideradas de direito internacional, pelo que, segundo o n.º 1 do art.º 8.º da CRP: «As normas e princípios de direito internacional geral ou comum fazem parte integrante do Direito português». 30

27 De que condições depende a vigência em Portugal das normas internacionais? Terá de se distinguir consoante se trate de: Normas de Convenções Internacionais: Assim: «As normas constantes de convenções internacionais regularmente ratificadas ou aprovadas vigoram na ordem interna após a sua publicação oficial e enquanto vincularem internacionalmente o Estado português» (n.º 2, do art.º 8.º da CRP). Normas de Organizações Internacionais (por ex. União Europeia, OTAN, ONU, etc.): Assim: «As normas emanadas dos órgãos competentes das organizações internacionais de que Portugal seja parte vigoram directamente na ordem interna, desde que tal se encontre estabelecido nos respectivos tratados constitutivos». 3. O conceito de Imigrante e de Nacional Português 1 LEGISLAÇÃO Lei n.º 37/81, de 3/10 com as alterações introduzidas pela Lei n.º 25/94 de 19/08: Lei da Nacionalidade Portugues (LN); D.L. n.º 322/82, de 12/08, alterado pelos D.L. n.º 117/93, de 13/04, 253/94, de 20/10 e 37/97, de 31/01): Regulamento da Lei da Nacionalidade Portuguesa (RLN); Convenção n.º 143 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) respeitante à Igualdade de Tratamento dos Trabalhadores Migrantes. Quem é que em Portugal, juridicamente, tem a condição de imigrante? O imigrante é, desde logo, um estrangeiro. É uma pessoa que não tem a nacionalidade do país que o acolheu (na qualidade de imigrante), no nosso caso, todo aquele que não tem nacionalidade portuguesa. Todavia, ao passo que todo o imigrante é estrangeiro, nem todo o estrangeiro é imigrante, como por exemplo: um estrangeiro que vem a Portugal passar férias, estudar ou por razões de saúde (art.º 2.º da LI). Nota: A palavra Imigração não deve ser confundida com a palavra Emigração: a imigração é a entrada num país estrangeiro e emigração é a saída do próprio país. 1 O novo regime jurídico dos Imigrantes (Direitos e Obrigações do Imigrante em Portugal), ALMEIDA, Geraldo da Cruz, Lisboa 2001, in que pela sua clareza seguiremos de perto ao longo deste capitulo e do próximo. 31

28 Então quem são os estrangeiros que devem ser considerados imigrantes? A Convenção n.º 143 da OIT respeitante à Igualdade de Tratamento dos Trabalhadores Migrantes define o imigrante como «a pessoa que se desloca de um país para outro a fim de ocupar um emprego, ainda que por sua conta e risco». Estamos perante um conceito de carácter económico: imigrante, é todo o estrangeiro que vem a Portugal à procura de trabalho ou para ocupar um trabalho que tenha conseguido antes de deixar o país de origem. Então aquelas pessoas que não têm pátria ou se encontram refugiadas por serem vítimas de perseguição individual não poderão ser consideradas como Imigrantes? Sim. Neste sentido, não é imigrante nem o apátrida, porque não tem nenhuma nacionalidade, nem o refugiado, porque o motivo que o leva a deslocar-se do seu país de origem não tem em vista ocupar um emprego, mas tão somente fugir de uma situação de perseguição individual, em virtude da sua origem étnica, religião, nacionalidade, filiação em certo grupo social ou das suas opiniões políticas. E também não são imigrantes os diplomatas porque, apesar de serem estrangeiros a trabalhar em Portugal, encontram-se ao serviço do respectivo Estado. E o que dizer daquelas pessoas que se encontram «deslocadas» sem poderem ser consideradas vítimas de perseguição individual mas que sofreram as consequências de violência generalizada, de situações de conflito internos armados, de pobreza e de catástrofes provocadas pelo homem? Estas pessoas, embora não possam ser definidas como pertencendo à categoria dos «migrantes» e dentro desta à de «refugiados», o certo é que, levando em consideração as circunstâncias especiais e a violência generalizada em regiões como a África ou a América latina, e outros motivos de deslocação forçada, como a violação, em massa, dos direitos humanos, foram elaboradas várias Convenções Internacionais de carácter regional onde a tradicional definição do conceito de refugiado foi alargada para se aplicar a estas pessoas que fogem de actos de agressão externa, ocupação, domínio estrangeiro ou ocorrências que suscitem grave perturbação da ordem pública. O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) considera que as pessoas afectadas por este tipo de situações se encontram sobre o seu mandato. Quem é estrangeiro em Portugal? Sendo o imigrante, antes do mais, um estrangeiro, então importa saber quem é estrangeiro. Estrangeiro, é todo aquele que não possui a nacionalidade portu- 32

29 guesa, ou seja, o cidadão a quem, por força das leis portuguesas sobre a nacionalidade, não foi atribuída, não adquiriu ou perdeu a nacionalidade portuguesa. O art.º 2.º da LI, como atrás já vimos, define o estrangeiro como «todo aquele que não prove possuir a nacionalidade portuguesa». Daqui resultam dois aspectos a considerar: primeiro, que todos devem manter em seu poder elementos que os habilitem a provar, a todo o momento, a sua nacionalidade portuguesa, sob pena de se presumirem estrangeiros. Segundo, ainda que sejam efectivamente portugueses, se não conseguir fazer prova da sua nacionalidade portuguesa, serão tratados como estrangeiros e sujeitos, por consequência, às normas que disciplinam a condição jurídica de estrangeiro. O que é a nacionalidade? A nacionalidade é o vínculo (ligação) que se estabelece entre uma pessoa e um determinado Estado. Em princípio, os Estados são livres na fixação dos critérios de que depende saber quem são os seus nacionais. Normalmente, a atribuição ou aquisição da nacionalidade dependem de certos factos ou relações como por ex. o local de nascimento e a filiação. Com base nestes elementos foram criados dois critérios seguidos internacionalmente pela maioria dos Estados: o critério do lugar de nascimento (jus soli) e o dos laços de sangue (jus sanguinis). Então qual é o período de tempo necessário para se adquirir a nacionalidade portuguesa? Esse período de tempo varia consoante o filho do imigrante tenha ascendente ou ascendentes nacionais de um país de expressão portuguesa, ou não. Se ele tem ascendentes (pai ou mãe) de um desses países de expressão oficial portuguesa, o prazo necessário para obter a nacionalidade portuguesa é de seis anos, ou seja, é necessário que o imigrante esteja a residir em Portugal há mais de seis anos, na data em que o seu filho nasceu, para que possa tornar-se cidadão de nacionalidade portuguesa (alínea c), n.º 1, art.º 2.º da LN). Pelo critério dos laços de sangue ou filiação (jus sanguinis) e do local de nascimento (jus soli) os filhos de imigrantes nascidos em Portugal são portugueses ou estrangeiros? Os filhos de imigrantes nascidos em solo português não são, por esse facto, portugueses. Podem, todavia, em determinadas circunstâncias, adquirir a nacionalidade portuguesa de origem, desde que os pais residam em Portugal durante certo período de tempo. 33

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