PLATAFORMA DA CANDIDATURA DE LUIZA ERUNDINA. À Presidência da Câmara dos Deputados
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- João Gabriel Cordeiro Varejão
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1 PLATAFORMA DA CANDIDATURA DE LUIZA ERUNDINA À Presidência da Câmara dos Deputados PSOL UMA CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA FEVEREIRO 2017
2 Sumário DIRETRIZES:... 3 PROPOSTAS: ) Valorizar o elevado papel ético-político da Câmara dos Deputados ) Uma atuação programática da Câmara dos Deputados, com pautas democraticamente estabelecidas de acordo com o interesse social ) Resgatar a Câmara do Povo, onde a cidadania tenha acesso e não seja discriminada. Encampar a proposta de dezenas de Entidades comprometidas com um Parlamento livre, aberto, plural e democrático ) Mobilizar a Câmara na luta por Diretas Já e por uma reforma política que moralize e radicalize a democracia ) Por uma Câmara fiscalizadora, diversificada nos temas e que seja uma usina de políticas públicas ) Por uma Câmara aberta aos temas da equidade de gênero e raça, sempre atenta aos acordos internacionais de que o Brasil é signatário, defendendo sempre a laicidade do estado democrático de direito e o respeito à diversidade:
3 PSOL: UMA CANDIDATURA À PRESIDENCIA DA CÂMARA FEVEREIRO 2017 DIRETRIZES: Respeitadora de todos os movimentos e manifestações que se queiram fazer presentes e ouvidas na Câmara dos Deputados; Observadora do regimento interno e das decisões da maioria, respeitando o direito das minorias, sem manipulações interpretativas reveladoras de mesquinhos interesses político-econômicos; Defensora de uma reforma política capaz de coibir a colonização dos partidos e mandatos pelos grandes grupos econômicos e corrigir distorções do sistema político vigente; Promotora da ampliação e aprofundamento da transparência e do diálogo com a sociedade; Ciosa da função republicana institucional da Câmara dos Deputados, aberta ao controle social e sem comprometimento com interesses coorporativos dos próprios parlamentares. PROPOSTAS: 1) Valorizar o elevado papel ético-político da Câmara dos Deputados. 1.1 A conjuntura política, pautada pelo noticiário da Operação Lava-Jato, exige que a Presidência da Casa seja ocupada por quem não esteja citado nas investigações e bem represente a tão questionada importância do Parlamento para a democracia e os valores republicanos. 1.2 A Presidência da Câmara dos Deputados, palco recente de chantagens, autoritarismo, e abuso das prerrogativas parlamentares e de interpretação enviesada do regimento interno, exige agora uma mudança radical de procedimento, comprometida em fazer dela o que sempre deveria ser: Casa do Povo. 1.3 Os cargos da Mesa Diretora não podem ser preenchidos por envolvidos nos crimes investigados pelas Operações que desvendam escândalos de corrupção. 2) Uma atuação programática da Câmara dos Deputados, com pautas democraticamente estabelecidas de acordo com o interesse social. 2.1 As pautas do Parlamento não devem submeter-se aos interesses econômicos da elite. É o que faz o governo ilegítimo ao promover o retrocesso nas conquistas sociais, em que abertamente diz que os direitos previstos na Constituição Federal, de resgate da dívida social brasileira, não cabem na economia e no PIB do Brasil. Querem preservar o interesse dos rentistas, assegurar a ciranda financeira, quebrar os direitos trabalhistas e colocar à 3
4 venda o patrimônio público brasileiro. Daí a ideia esdrúxula dos que defendem que o novo presidente da Câmara dos Deputados não tenha medo de promover uma agenda impopular. 2.2 A presidência da Câmara dos Deputados não deve adotar uma agenda contrária aos interesses da população, ferindo o princípio da soberania popular e a noção de mandato representativo. 2.3 A presidência da Câmara dos Deputados não deve se comprometer com agenda econômica que não foi submetida às urnas, e que, por isso mesmo, ao ser anteriormente implantada, foi considerada estelionato eleitoral. Agora, a mesma agenda, mais aprofundada, é considerada de salvação nacional pelos mesmos grupos políticos e econômicos que antes denunciavam o tal estelionato. 3) Resgatar a Câmara do Povo, onde a cidadania tenha acesso e não seja discriminada. Encampar a proposta de dezenas de entidades comprometidas com um Parlamento livre, aberto, plural e democrático. 3.1 Coibir a seletividade do acesso das pessoas à Casa, notadamente às comissões e à galeria do Plenário. 3.2 Assegurar que a Polícia Legislativa cumpra sua principal missão, que é a de proteger a cidadania no ambiente interno da Casa. A polícia legislativa não deve ser tratada com privilégios para servir de braço violento do grupo político de plantão da Mesa Diretora. O DEPOL, enquanto estrutura de serviço público, deve fazer por merecer o respeito a que seus servidores têm direito, bem como ter condições adequadas para o exercício de sua função. 3.3 O projeto democrático que defendemos pressupõe a existência de mecanismos de participação popular, exatamente como estabelece a Constituição Federal. 3.4 Propomos as seguintes reformas na estrutura e nos instrumentos jurídicos: Introduzir voto aberto para eleição da Mesa Diretora da Casa; Requerer divulgação de documento que contenha os planos e diretrizes de cada candidato; Realizar debates entre os candidatos à presidência registrados; Implantar uma política de Parlamento Aberto, a fim de fortalecer e instruir ações e projetos de transparência legislativa e participação no processo legislativo; Dar publicidade à pauta do Plenário com antecedência mínima de uma semana para que a sociedade brasileira possa se preparar para acompanhar a apreciação de proposições legislativas; Pautar proposições legislativas relevantes para o combate à corrupção e para a reforma política; Realizar semanalmente sessão no Plenário com pauta construída com a participação da sociedade. 4
5 3.5 Assegurar a independência editorial da Secom, mediante a instituição de um conselho. Criar conselho com a participação de algumas comissões, por exemplo, comissão de educação; de ciência e tecnologia, comunicação e informática; de cultura, das bancadas da maioria e da minoria, de modo a garantir a pluralidade da representação popular e impedir a instrumentalização da comunicação social da Casa em favor da maioria eventual. 3.6 Medidas Administrativas Republicanas e Defender Direitos dos Terceirizados. Submeter os reajustes dos subsídios dos parlamentares ao controle da sociedade, conforme PL nº 55, de 2011, que Institui o referendo popular obrigatório para a fixação dos subsídios do Presidente da República e dos membros do Congresso Nacional. Implementar uma política de responsabilização da Câmara para preservação dos direitos e garantias trabalhistas dos funcionários terceirizados para, em especial: adotar maior transparência na relação com as empresas prestadoras de serviço; assegurar o cumprimento dos direitos trabalhistas e dos termos do contrato de terceirização; exigir das empresas de prestação de serviços terceirizados, contratadas pela Câmara dos Deputados, a adoção da licença-maternidade com período de 180 dias. 4) Mobilizar a Câmara na luta por Diretas Já e por uma reforma política que moralize e radicalize a democracia. 4.1 É preciso fazer uma efetiva reforma política, que responda aos anseios populares e se desvincule do patrimonialismo fatal à República. 4.2 É preciso, sobretudo, resgatar a dignidade das instituições públicas, demonstrando nossa capacidade de sair dos jogos com cartas marcadas e avançar rumo à democracia radical. Ela pressupõe a devolução ao povo, o soberano da República, do seu poder de escolher, livremente, os seus governantes: Diretas Já! 4.3 É preciso instituir o financiamento exclusivamente cidadão de campanhas e partidos, a convocação de plebiscitos e referendos sobre grandes temas nacionais, dar prioridade para a tramitação de projetos de iniciativa popular e a instalação imediata de uma mesa de diálogo com a sociedade civil organizada, notadamente para apoiar e acompanhar as ações da Lava Jato. 5
6 5) Por uma Câmara fiscalizadora, diversificada nos temas e que seja uma usina de políticas públicas. 5.1 O Parlamento é espaço do dissenso, do conflito de ideias e projetos, da rigorosa fiscalização do Executivo. É uma usina de formulação de políticas públicas. Nosso compromisso tem que ser com a superação da desigualdade social, chaga maior deste país. 5.2 Temas como o da reforma tributária, controle social do Estado, reforma urbana, marco legal das licenças ambientais para grandes obras, entre outros, precisam ser debatidos e ter sua legislação aprimorada. 6) Por uma Câmara aberta aos temas da equidade de gênero e raça, sempre atenta aos acordos internacionais de que o Brasil é signatário, defendendo sempre a laicidade do estado democrático de direito e o respeito à diversidade: 6.1 Igualdade salarial entre homens e mulheres. 6.2 Aumentar a representatividade das mulheres, negros e povos indígenas nos espaços decisórios: pautar a reserva de vagas na Câmara dos Deputados, nas Assembleias Legislativas, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas Câmaras Municipais; e estabelecer um novo padrão de ocupação dos cargos de poder na Casa, mais inclusivo e democrático, que deve se estender à política de pessoal. 6.3 Garantir Direitos Sexuais e reprodutivos das mulheres: pautar projetos que garantam o direito a um parto seguro, humanizado e respeitando a autonomia das mulheres. 6.4 Enfrentamento à violência pelo bem viver: pautar os projetos que combatam a violência contra mulheres e meninas, a violência sexual, o estupro e a revista vexatória; que garantam os direitos de mulheres, LGBTs. Brasília, 2 de fevereiro de
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