Como restaurar a conectividade em paisagens fragmentadas? The next century will, I believe, be the era of restoration in ecology - E.O.

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1 Como restaurar a conectividade em paisagens fragmentadas? The next century will, I believe, be the era of restoration in ecology - E.O. Wilson (1972)

2 Como restaurar a conectividade em paisagens fragmentadas? Introdução: conceitos básicos de restauração fragmentação versus conectividade quando é necessário restaurar a conectividade? Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Adensamento e melhoria da rede de corredores Aumento da permeabilidade da matriz Estratégias complementares: diminuindo o risco de extinção Como escolher a melhor estratégia? Um plano de ação baseado num conjunto de espécies "guarda-chuva" Como implementar as estratégias? Por onde começar? Simulações Revegetação ou regeneração? Integrando a população local nas ações de restauração Concluindo

3 Introdução: conceitos básicos de restauração Degradação: alteração resultante da ação do Homem na estrutura e função de um ecossistema, com perda da capacidade de manter o sistema estável (i.e., em equilíbrio dinâmico) Integridade perturbação Alterado Natural Subnatural cultural Tempo

4 Introdução: conceitos básicos de restauração Gradiente de degradação : Ecossistema intacto (primitivo) Sistema cultural Limiar de degradação 1. Perda total de resiliência (capacidade do sistema retornar ao equilíbrio após um distúrbio) 2. Eliminação dos meios de perpetuação das populações; processo irreversível com colapso das comunidades

5 Introdução: conceitos básicos de restauração Degradação: alteração resultante da ação do Homem na estrutura e função de um ecossistema, com perda da capacidade de manter o sistema estável (i.e., em equilíbrio dinâmico) Ambientes naturais : onde predominam processos naturais Ambientes sub-naturais : alterados esporadicamente pela ação do Homem; Ambientes semi-naturais : onde o impacto humano é constante ou persistente; onde há uma modificação completa da vegetação natural; Ambientes culturais : áreas completamente dependentes do Homem % da Terra está intensamente degradada pelo Homem Vitousek et al. 1997, Science

6 Introdução: conceitos básicos de restauração Ambientes naturais : onde predominam processos naturais Ambientes sub-naturais : alterados esporadicamente pela ação do Homem; Ambientes alterado : onde o impacto humano é constante ou persistente; onde há uma modificação completa da vegetação natural; Ambientes culturais : áreas completamente dependentes do Homem % da Terra está intensamente degradada pelo Homem Vitousek et al. 1997, Science

7 Estrutura Restauração estrutural - reabilitação, recomposição Introdução: conceitos básicos de restauração Ecossistema intacto (primitivo) Restauração Ecossistema degradado Restauração funcional - substituição Função

8 Estrutura Restauração estrutural - exemplo: reflorestamento com espécies nativas Introdução: conceitos básicos de restauração Ecossistema intacto (primitivo) Restauração Ecossistema degradado Restauração funcional - exemplo: reflorestamento de Eucaliptus para conter erosão Função

9 Estrutura Restauração estrutural - exemplo: corredor. Introdução: conceitos básicos de restauração Ecossistema intacto (primitivo) Restauração Ecossistema degradado Restauração funcional - exemplo: restabelecimento de fluxo de indivíduos. Função

10 Escala espacial Paisagem Introdução: conceitos básicos de restauração - Minimização dos efeitos de borda - Restauração da heterogeneidade da paisagem - Restabelecimento do regime natural de perturbação - Restabelecimento de uma beleza cênica Ecossistema - Recomposição florística de uma mata - Recuperação de um lago eutrofizado - Manejo de lianas e espécies exóticas Pontual - Recuperação do solo - Despoluição de um trecho de um rio Escala temporal

11 Como restaurar a conectividade em paisagens fragmentadas? Introdução: conceitos básicos de restauração fragmentação versus conectividade quando é necessário restaurar a conectividade? Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Adensamento e melhoria da rede de corredores Aumento da permeabilidade da matriz Estratégias complementares: diminuindo o risco de extinção Como escolher a melhor estratégia? Um plano de ação baseado num conjunto de espécies "guarda-chuva" Como implementar as estratégias? Por onde começar? Simulações Revegetação ou regeneração? Integrando a população local nas ações de restauração Concluindo

12 Introdução: conceitos básicos de restauração Foco desta apresentação : Ações de restauração relacionadas a um dos processos de degradação da paisagem: a fragmentação de ambientes naturais. Encolhimento Usura Encolhimento Perforação Fragmentação

13 Fragmentação Fragmentação e conectividade No fragmento (efeito local): Ruptura na continuidade diminuição de área Depende da escala de observação e da percepção das espécies Na paisagem (efeito de contexto): aumento da bordas diminuição da conectividade Aumento do risco de extinção local Diminuição das possibilidades de recolonização local = EXTINÇÃO

14 Fragmentação Ruptura na continuidade Fragmentação e conectividade Restauração Restabelecimento da conexão entre os fragmentos Aumento do risco de extinção local Aumento das possibilidades de recolonização local extinção local recolonização local

15 Conectividade Fragmentação e conectividade Definição : capacidade de uma paisagem facilitar fluxos entre os seus elementos Componentes da conectividade estrutural: -o isolamento dos fragmentos (grau de percolação) - a densidade de corredores - a permeabilidade da matriz - a densidade de stepping stones

16 Conectividade Fragmentação e conectividade Definição : capacidade de uma paisagem facilitar fluxos entre os seus elementos A conectividade estrutural (conectância) pode ser vista como um potencial de conectividade funcional A conectividade funcional depende da percepção da paisagem pela espécie estudada

17 Conectividade Fragmentação e conectividade Definição : capacidade de uma paisagem facilitar fluxos entre os seus elementos O estabelecimento de conexões espaciais não significa que elas existam funcionalmente. Inversamente, a ausência de conexões espaciais não implica obrigatoriamente na ausência de fluxos biológicos

18 Como restaurar a conectividade em paisagens fragmentadas? Introdução: conceitos básicos de restauração fragmentação versus conectividade quando é necessário restaurar a conectividade? Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Adensamento e melhoria da rede de corredores Aumento da permeabilidade da matriz Estratégias complementares: diminuindo o risco de extinção Como escolher a melhor estratégia? Um plano de ação baseado num conjunto de espécies "guarda-chuva" Como implementar as estratégias? Por onde começar? Simulações Revegetação ou regeneração? Integrando a população local nas ações de restauração Concluindo

19 Quando é necessário restaurar a conectividade? - Quando a distância média entre os fragmentos torna-se maior do que a distância média (máxima) que uma espécie é capaz da atravessar fora de seu habitat; - Quando a paisagem não percola mais. Uma unidade da paisagem percola quando uma de suas manchas atravessa espacialmente a paisagem de ponta a ponta

20 Quando é necessário restaurar a conectividade? Limiar de percolação como indicador de necessidade de restauração A paisagem neutra é uma paisagem onde as unidades se distribuem de forma totalmente aleatória. P= 0,1 Paisagem neutra com 10% de habitat

21 Quando é necessário restaurar a conectividade? Limiar de percolação como indicador de necessidade de restauração A paisagem neutra é uma paisagem onde as unidades se distribuem de forma totalmente aleatória. Paisagens neutras com 20% de habitat

22 Quando é necessário restaurar a conectividade? Limiar de percolação como indicador de necessidade de restauração Segundo a teoria da percolação, existe uma proporção crítica de habitat numa paisagem bimodal, p c = , a partir da qual a paisagem passa bruscamente de um estágio conectado (onde há percolação) a um estágio desconectado (onde não há mais percolação).

23 Quando é necessário restaurar a conectividade? Limiar de percolação como indicador de necessidade de restauração Quando os valores de p estão próximos de p c, ocorrem mudanças bruscas nas características dos fragmentos (número, distribuição de áreas, dimensões fractais, comprimento de bordas) As conseqüências podem ser de: - diminuição dos fluxos biológicos do habitat - diminuição das possibilidade de recolonização - aumento da propagação de perturbações da matriz - aumento dos riscos de extinção

24 Quando é necessário restaurar a conectividade? Limiar de percolação como indicador de necessidade de restauração Relação hipotética entre conectividade estrutural, fragmentação e risco de extinção

25 Quando é necessário restaurar a conectividade? Limiar de percolação como indicador de necessidade de restauração Modelo conceitual relacionando diversidade de espécies e proporção de habitat

26 Quando é necessário restaurar a conectividade? Limiar de percolação como indicador de necessidade de restauração A percolação pode ser avaliada em função das características e cada espécie: - uso de áreas sob efeito de borda - distância que atravessa na matriz (em diferentes matrizes) Espécie de interior Espécie capaz de atravessar 1 pixel da matriz

27 Quando é necessário restaurar a conectividade? Limiar de percolação como indicador de necessidade de restauração A percolação pode ser avaliada em função das características e cada espécie: - uso de áreas sob efeito de borda - distância que atravessa na matriz (em diferentes matrizes)

28 Como restaurar a conectividade em paisagens fragmentadas? Introdução: conceitos básicos de restauração fragmentação versus conectividade quando é necessário restaurar a conectividade? Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Adensamento e melhoria da rede de corredores Aumento da permeabilidade da matriz Estratégias complementares: diminuindo o risco de extinção Como escolher a melhor estratégia? Um plano de ação baseado num conjunto de espécies "guarda-chuva" Como implementar as estratégias? Por onde começar? Simulações Revegetação ou regeneração? Integrando a população local nas ações de restauração Concluindo

29 Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Corredores Matriz Pontos de ligação Ação de restauração

30 Os corredores Os corredores correspondem a estruturas lineares da paisagem que diferem das unidades vizinhas e que ligam pelo menos dois fragmentos de habitat anteriormente unidos. Funções presumíveis dos corredores: facilitar fluxos hídricos e biológicos na paisagem; reduzir os riscos de extinção local e favorecer as recolonizações (ou o efeito de resgate), aumentando assim a sobrevivência das metapopulações; suplemento de habitat na paisagem; Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem refúgio para a fauna quando ocorrem perturbações; facilitar a propagação de algumas perturbações, tais como o fogo ou certas doenças.

31 Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Os corredores Do habitat corridors provide connectivity? Review Paul Beier and Reed Noss Conservation Biology 12: (1998) Corridors in all volumes of: Auk, Biological Conservation, Condor, Conservation Biology, Ecological Applications, Ecology, Journal of Mammalogy, Journal of Wildlife Management, Wildlife Society Bulletin, Wilson Bulletin.

32 Os corredores Estudos observacionais com parâmetros populacionais: Arnold et al kangaroo abundância e freqüência Date et al pigeons abundância e freqüência Dmowski & Kozakiewicz 1990 Dunning et al Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Autor Especie Var. dependente Resultado Var. correlacionada não são importantes não são importantes aves abundância são importantes - pardal taxa de colonização são importantes sem Haas 1995 aves taxa de imigração são importantes sem área do fragmento e isolamento área do fragmento, isolamento e altitude MacClintock et al Saunders & de Ribeira 1991 aves freqüência e diversidade são importantes quando comparado com reserva não estudou fragmentos isolados aves taxa de imigração são importantes área do fragmento e isolamento

33 Os corredores Estudos experimentais com parâmetros populacionais: O experimento é a construção ou destruição de corredores num before-after-control-impact-pair design com ou sem réplicas. Resultados: apenas 4 experimentos foram encontrados; Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem todos atestam uma influência positiva dos corredores: na estrutura da população do mountain pygmy-possum (Mansergh & Scotts 1989), na estabilidade de populações de aves (Machtans et al. 1996, Schmiegelow et al. 1997) e na abundância de pequenos roedores (La Polla & Barret 1993)

34 Os corredores Estudos observacionais com parâmetros de movimentação: Resultados: 17 estudos foram encontrados; 4 trabalharam apenas com a presença dos animais nos corredores; 6 estudos relatam presença e residência; Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Apenas 6 estudos apresentaram evidências de passagem, e em todos os casos parece que a passagem é grande o suficiente para benificiar as populações (em alguns casos, a passagem é principalmente de juvenis); apenas um destes trabalhos mostrou que não havia passagem pela matriz (passagem preferencial pelo corredor)

35 Os corredores Estudos experimentais com parâmetros de movimentação: Resultados: 4 estudos foram encontrados; todos os estudos são de micro-escala; Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem usam animais deslocados para os corredores ou para minúsculos patches; Os corredores parecem favorecer o deslocamento, porém estes resultados são de difícil transposição para a escala da conservação.

36 Os corredores Evidências sobre os impactos negativos dos corredores: Resultados: 3 estudos foram encontrados; Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Downes et al. (1997b) acharam que a abundância do rato (Rattus rattus) é grande em corredores e que isso pode prejudicar o rato nativo (Rattus fuscipes). Stoner (1996) mostrou que o bugio (Alouatta palliata) em corredores apresentava mais parasitas do que o bugio em grandes fragmentos (na Costa Rica). Seabrook & Dettmann (1996) mostraram que havia mais de um certo sapo venenoso e exótico (Bufo marinus) nos corredores ao longo de estrada e que eles usavam estes corredores para dispersar na Australia Porém, em todos estes casos trata-se de espécies que dispersam por ambientes alterados, e não foi feita uma comparação com a movimentação na matriz

37 Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Os corredores Conclusão: Ainda não há uma resposta geral para a pergunta: do corridors provide connectivity? A resposta depende da espécie... (mas quais?) Dos 12 trabalhos com delineamento mais bem estruturado, 10 mostram claras evidências de que os corredores promovem conectividade e aumentam a viabilidade das populações e são assim úteis em termos de conservação; Nenhum estudo demonstrou os efeitos negativos. A atitude mais segura é de manter os corredores, já que os ambientes naturais estavam conectados.

38 continuidade/ruptura, qualidade, contraste com a matriz, relação comprimento/ largura Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Os corredores Outros atributos dos corredores ainda pouco estudados:

39 Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Os corredores Perguntas práticas: Onde restabelecer um corredor? - Utilizar as trilhas de dispersão dos grandes mamíferos ( Onças como detetives da paisagem - Cullen & Pádua 1999) -Utilizar as áreas ripárias Que largura? -Quanto mais largo melhor: espécies de interior só devem usar corredores com interior;

40 A matriz Existem duas definições de matriz: Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem 1. A matriz é a unidade da paisagem funcionalmente (e em geral, espacialmente) dominante (i.e., a unidade que controla a dinâmica da paisagem).

41 Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem A matriz 2. A matriz é uma área heterogênea, contendo uma variedade de unidades de não-habitat que apresentam condições mais ou menos favoráveis às espécies do habitat estudado.

42 A matriz Funções da matriz: Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem 1. Pode influenciar a largura do efeito de borda Maior mortalidade Menor mortalidade

43 Funções da matriz: Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem A matriz 2. Pode funcionar como fonte de perturbação e favorecer o desenvolvimento de espécies generalistas, predadoras e parasitas invasoras Estas espécies agem principalmente nas bordas dos fragmentos de habitat e participam na extinção de espécies deste habitat.

44 Funções da matriz: Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem A matriz 3. Filtro seletivo (não é uma barreira absoluta) para a movimentação das espécies Exemplo: Projeto de Dinamica Biologica de Fragmentos Florestais (Manaus)

45 Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem A matriz Pastagem F10ha F100ha Capoeira Capoeira F1ha Mata Contínua

46 Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem

47 Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Unidades encontradas na matriz: - Capoeiras dominadas por Vismia spp (com diferentes idades); - Capoeiras dominadas por Cecropia spp (com diferentes idades); -Pastagem;

48 Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem A matriz Resposta à fragmentação de diferentes grupos taxonômicos (Gascon et al. 1999, Biological Conservation 91: ): Grupo taxonômico Variação da riqueza Perda de espécies nativas Invasão de espécies da matriz Aves Diminuiu Alta Nenhuma Anfíbios Aumentou Nenhuma Moderada Pequenos mamíferos Aumentou Nenhuma Moderada Formigas Diminuiu Alta Nenhuma

49 Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem A matriz muitas espécies de mata são encontradas na matriz

50 A matriz Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem O índice de vulnerabilidade (abundância no fragmento/abundância em mata contínua) está fortemente associado ao índice de abundância na matriz para os grupos de vertebrados

51 Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem A matriz Conclusão: Matrix-tolerance model : as espécies mais vulneráveis são as que menos suportam/usam habitats modificados ( matrixvulnerability relationship ) (válido só para vertebrados?) Não é mais possível ignorar a matriz pois: As espécies reagem de forma diferente à fragmentação conforme a tolerância à matriz; Para o mesmo grupo taxonômico, a fragmentação em diferentes matrizes leva a resultados diversos (ex.: colapso de pequenos mamíferos nas Guianas francesas vs aumento da diversidade e abundância no PDBFF).

52 Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem A permeabilidade da matriz e os stepping stones O matrix-tolerance model está provavelmente relacionado à facilitação do movimento (aumentando a taxa de recolonização e o rescue effect ). Esta facilitação do movimento depende da resistência da matriz aos fluxos e da densidade de stepping stones (pontos de ligação, trampolins ecológicos, caminho das pedras). Pequenas áreas de habitat dispersas pela matriz

53 Suzanne Rose Kolb Os stepping stones Island of secondary vegetation in degraded pastures of Brazil: their role in reestablishing Atlantic Coastal Forest PhD thesis, The University of Georgia, USA Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Objetivo: Entender o papel de pequenas ilhas (agrupamento de pequenas árvores ou arbustos pioneiros em pastagem) para o restabelecimento de pastagens.

54 Os stepping stones Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Em pastagens, a regeneração é dificultada pois não há praticamente entrada de sementes e nem condições adequadas para a germinação destas sementes.

55 Os stepping stones Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem As ilhas podem favorecer a chegada de sementes, pois muitas aves utilizam estas árvores como poleiros ( Guevara et al. 1986, Charles- Dominique 1986, Nepstad et al. 1990).

56 Os stepping stones Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem As ilhas permitem também melhores condições de germinação para as sementes.

57 Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Os stepping stones Principais resultados do trabalho da Suzanne Kolb: a chuva de sementes nas ilhas variou positivamente com a produção de frutas da ilha; a chuva de sementes nas ilhas variou negativamente com o isolamento da ilha; o sucesso da germinação variou positivamente com o tamanho da ilha.

58 Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Os stepping stones As ilhas de mata na pastagem poderiam ser utilizadas como centros/núcleos de regeneração

59 Como restaurar a conectividade em paisagens fragmentadas? Introdução: conceitos básicos de restauração fragmentação versus conectividade quando é necessário restaurar a conectividade? Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Adensamento e melhoria da rede de corredores Aumento da permeabilidade da matriz Estratégias complementares: diminuindo o risco de extinção Como escolher a melhor estratégia? Um plano de ação baseado num conjunto de espécies "guarda-chuva" Como implementar as estratégias? Por onde começar? Simulações Revegetação ou regeneração? Integrando a população local nas ações de restauração Concluindo

60 Estratégias complementares: diminuindo o risco de extinção Quando há apenas fragmentos pequenos e de baixa qualidade, o restabelecimento do fluxo não é suficiente estratégias que visem diminuir o risco de extinção Área Borda Ação de restauração

61 Estratégias complementares: diminuindo o risco de extinção Relação entre área de habitat e extinção Quando a área do fragmento fica menor que a área mínima necessária para a sobrevivência de uma determinada população; Redução da heterogeneidade do habitat; Aumento da área sob efeito de borda; Intensificação das competições inter e intra específicas devido à escassez de recursos; Extinções secundárias, devido ao desaparecimento de espécies-chave; Aumento dos riscos de extinções estocásticas.

62 Estratégias complementares: diminuindo o risco de extinção Aumentando a área de habitat Incorporando a qualidade/forma do patch Ae = A. Qi / Qmax Ae: área efetiva do patch Qi: qualidade/forma do patch i Qmax: qualidade máxima do habitat (=1) ou forma mais arredondada

63 Estratégias complementares: diminuindo o risco de extinção Aumentando a área de habitat Ações para um aumento da área efetiva: revegetação do entorno; controle de cipós; controle de espécies invasoras; enriquecimento com nativas; controle do pastejo; atração da fauna dispersora e polinizadora. Obs.: São ações locais ou no nível de ecossistemas.

64 Estratégias complementares: diminuindo o risco de extinção Diminuindo o efeito de borda Zona tampão: com nativas ou Eucaliptus? ( abraço verde no Pontal do Paranapanema).

65 Como restaurar a conectividade em paisagens fragmentadas? Introdução: conceitos básicos de restauração fragmentação versus conectividade quando é necessário restaurar a conectividade? Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Adensamento e melhoria da rede de corredores Aumento da permeabilidade da matriz Estratégias complementares: diminuindo o risco de extinção Como escolher a melhor estratégia? Um plano de ação baseado num conjunto de espécies "guarda-chuva" Como implementar as estratégias? Por onde começar? Simulações Revegetação ou regeneração? Integrando a população local nas ações de restauração Concluindo

66 Como escolher a melhor estratégia? Como escolher a melhor estratégia? - Reduzir os riscos de extinção local ou aumentar a conectividade da paisagem? - Onde concentrar esforços de restauração : nos fragmentos de alto risco de extinção ou fragmentos com piores conexões? Ou apenas nos fragmentos em condições intermediárias de degradação?

67 Como escolher a melhor estratégia? Estratégia Perda de área produtiva Ganho em conservação Corredores Média - Alta sp. de borda e até de interior (?) Permeabilidade da Nenhuma sp que usam matriz matriz Stepping stone Pequena sp com capacidade de cruzar matriz Área do fragmento Alta sp de interior Qualidade do Nenhuma sp de interior fragmento Proteção de bordas Pequena sp de interior

68 Como escolher a melhor estratégia? Um plano de ação baseado num conjunto de espécies "guarda-chuva Cada espécie percebe a paisagem de uma forma: que elementos da conectividade estrutural são importantes para aumentar os fluxos biológicos? Quais são os elementos-chave da paisagem?

69 Como escolher a melhor estratégia? Multi-species umbrella approach (Lambeck 1997, Hobbs 1999) Como as espécies mais exigentes interagem com os elementos da paisagem? Tipo de espécie guarda-chuva Indicação oferecida Exigência de área Limitação de deslocamento Especialista (habitat recurso) Tamanho mínimo do maior fragmento Espaçamento ótimo entre fragmentos Manutenção de unidades raras

70 Multi-species umbrella approach (Lambeck 1997, Hobbs 1999) Como escolher a melhor estratégia? Da sombrinha ao guarda-sol em função do grau de degradação da paisagem Exigência de área Grandes carnívoros (felinos) Grandes aves frugívoras (Jacuguaçu, tucanos) Grandes Contingideos (Pavó) e Trogons (Mata Atlântica: Silva & Tabarelli 2000, Nature) Paisagem mais conservada Paisagem mais fragmentada

71 Como escolher a melhor estratégia? Onde concentrar esforços de restauração : nos fragmentos de alto risco de extinção ou fragmentos com piores conexões? Área III I A min IV II Conectividade C min Ações de restauração

72 Como restaurar a conectividade em paisagens fragmentadas? Introdução: conceitos básicos de restauração fragmentação versus conectividade quando é necessário restaurar a conectividade? Estratégias para aumentar a conectividade da paisagem Adensamento e melhoria da rede de corredores Aumento da permeabilidade da matriz Estratégias complementares: diminuindo o risco de extinção Como escolher a melhor estratégia? Um plano de ação baseado num conjunto de espécies "guarda-chuva" Como implementar as estratégias? Por onde começar? Simulações Revegetação ou regeneração? Integrando a população local nas ações de restauração Concluindo

73 Como implementar as estratégias? Por onde começar? No âmbito internacional: Conservation International (CI) Hotspots : áreas de concentração de espécies endêmicas (0,5% do total das espécies do mundo) com perdas significativas de áreas de habitat (< 30%) (baixa similaridade entre as áreas)

74 Como implementar as estratégias? Por onde começar? No caso da Mata Atlântica: Corredores ecológicos: alta concentração de diversidade biológica ou áreas de endemismo Corredor do descobrimento Corredor da Serra do Mar

75 Como implementar as estratégias? Por onde começar? Numa escala regional: 1. Áreas de Preservação Permanente são áreas de vegetação: - ao longo de cursos ou corpos d água (artificiais ou naturais); - ao redor de nascentes; - no topo dos morros, em montanhas e serras em altitudes superiores a metros; - nas encostas com mais de 45 graus de declividade; - em bordas de tabuleiros e chapadas; - nas restingas. 2. Reservas Legais : porcentagem da área produtiva de cada propriedade onde não é permitido o corte raso rural - Sul e Sudeste: 20% - 35% (Cerrado) - Centro-Oeste: 50% - Amazônia Legal: 80%

76 Simulações Como implementar as estratégias? Se temos dinheiro para implantar 50 stepping-stones, como determinar qual é a melhor localização possível para o aumento dos fluxos biológicos na paisagem? Fragmentos Stepping stones - Considerando capacidades de deslocamento da espécie, é possível simular a melhor distribuição dos steppingstones. - A restauração pode ser vista como uma forma de testar o modelo pesquisa e ação

77 Revegetação ou regeneração? Como implementar as estratégias? Custo para revegetar uma área : o projeto de reabilitação das matas ciliares do rio Jacaré-Pepira (Joly 1994) mostrou que esse custo pode se elevar a US$ 2.600,00 por hectare. Parece ser consenso que a melhor estratégia para se revegetar uma determinada região é o estímulo à regeneração natural do ecossistema: - plantação de árvores frutíferas nativas para atrair a fauna dispersora de sementes; - introdução de poleiros artificiais na paisagem; - enriquecimento de ilhas de regeneração com árvores de crescimento rápido.

78 Como implementar as estratégias? Integrando a população local nas ações de restauração O Homem é parte da paisagem e uma restauração da paisagem não pode ser bem sucedida sem sua participação. Exemplos: Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo junto à prefeitura de São Roque (Victor 1998), onde jovens adolescentes de regiões de transição entre ambientes urbanos e rurais são envolvidos em atividades agroflorestais No Pontal do Paranapanema, pequenos agricultores em assentamentos de sem-terra são estimulados a implantar áreas florestais tampão no entorno da Reserva do Morro do Diabo, ou então a plantar quintais agroflorestais" que poderiam funcionar como stepping-stones (Instituto de Pesquisa Ecológica)

79 Concluindo O ideal, na realidade, é não ter que fazer restauração, e sim de se fragmentar a paisagem de forma inteligente (Laurance & Gascon 1997, Forman & Collinge 1997)

80 Concluindo Manter ou restaurar os elementos essenciais de uma paisagem guardachuva : - grandes fragmentos; - rede corredores ripários largos; - manutenção de vegetação florestal em áreas de risco de erosão; - proteção de mananciais; Exemplo de transformação planejada da paisagem - manutenção de uma matriz porosa.

81 Concluindo A restauração pode ser uma ocasião única de testar ou validar alguns modelos sobre o funcionamento de uma paisagem. Essa é uma oportunidade singular de se gerar conhecimento e, ao mesmo tempo, contribuir para restaurar uma paisagem saudável.

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