Maria Ida Bachega Bolçone

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2 Maria Ida Bachega Bolçone Solicite nosso catálogo completo, com mais de 500 títulos, onde você encontra as melhores opções do bom livro espírita: literatura infantojuvenil, contos, obras biográficas e de autoajuda, mensagens espirituais, romances palpitantes, estudos doutrinários, obras básicas de Allan Kardec, e mais os esclarecedores cursos e estudos para aplicação no centro espírita iniciação, mediunidade, reuniões mediúnicas, oratória, desobsessão, fluidos e passes. E caso não encontre os nossos livros na livraria de sua preferência, solicite o endereço de nosso distribuidor mais próximo de você. Edição e distribuição EDITORA EME Caixa Postal 1820 CEP Capivari SP Telefones: (19) Vivo (19) Claro (19) vendas@editoraeme.com.br 2

3 Capivari-SP

4 Maria Ida Bachega Bolçone 1994 Maria Ida Bachega Bolçone Os direitos autorais desta obra foram cedidos pela autora para a Editora EME, o que propicia a venda dos livros com preços mais acessíveis e a manutenção de campanhas com preços especiais a Clubes do Livro de todo o Brasil. A Editora EME mantém, ainda, o Centro Espírita Mensagem de Esperança e patrocina, junto com outras empresas, a Central de Educação e Atendimento da Criança (Casa da Criança), em Capivari-SP. 8ª reimpressão junho/2016 de a exemplares CAPA Marco Melo ILUSTRAÇÕES Rita Foelker DIAGRAMAÇÃO Abner P. de Almeida REVISÃO Izabel Camargo Ficha catalográfica Bolçone, Maria Ida Bachega, A vida ensinou / Maria Ida Bachega Bolçone 8ª reimp. jun Capivari, SP : Editora EME. 224 p. 1ª edição : 1994 ISBN Espiritismo Contos. 2. Contos Infantojuvenis Espiritismo. CDD

5 Sumário A vida ensinou... 7 As sementes O vaso O percevejo arlequim As duas pedras A chuva A escova A limonada As chaves As maçãs As moedas Os dominós O ninho A barragem A colmeia A roda d água O Voo da borboleta O desperdício O jogo das portas A pinha A bola

6 Maria Ida Bachega Bolçone O circo As gotas de tinta A erva daninha As companhias As três peneiras O lago O mármore O alfinete O prego Os grãos de arroz O fermento A teia de aranha O quebra-cabeça O dente de alho Os pombos A mola

7 A VIDA ENSINOU Como nasceu este livro 7

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9 T udo começou há 8 anos, com o programa radiofônico Momento Espírita, em Sertãozinho (SP). Programa com duração de 30 minutos, dividido em várias seções, cada um responsável por uma parte. Para Maria Ida, coube o quadro Evangelização Infantil. Inicialmente, narrava em seu espaço lição por lição de E, para o resto da vida..., de Wallace Leal V. Rodrigues, editora O Clarim. Todos gostavam. E o interessante é que além de agradar às crianças, os que mais se emocionavam eram os pais. Terminando as últimas lições do livro de Wallace, Maria Ida sentiu-se muito animada para a produção de novas histórias. Colocou-se ao trabalho... 9

10 Maria Ida Bachega Bolçone Escrevendo, mergulhou profundamente nas lembranças de sua infância: a mangueira da vovó, o cheiro do quintal de terra molhado pela chuva, o sabor das frutas apanhadas no pé, o arrulho dos pombos no pôr-do-sol... Conhecendo o universo infantojuvenil, com as atividades de professora de Ciências e com as próprias experiências adquiridas como mãe, foi fácil escolher temas que continuassem a enriquecer corações de pais e de filhos. Ao terminar de narrar suas histórias, os ouvintes não se cansavam de telefonar ao estúdio externando a admiração: Dê-me uma cópia. Essa história está em qual livro? Quero aproveitar essa lição para o Evangelho no Lar... Aí está, leitor amigo. Este livro, escrito com o coração, é um toque de amor. Neste ano, em que nós espíritas estamos empenhados na campanha Viver em Família Aperte mais este laço, surge mais uma colaboração para que nós, cônjuges, pais, filhos e parentes possamos ter no lar um convívio mais intenso, harmonioso e feliz. Com um abraço. Kennedy Gomes Martins Sertãozinho (SP), agosto de

11 As sementes

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13 Quando criança, era muito egoísta. Não gostava de repartir nada com ninguém. Quando ganhava doces, balas ou chocolates, comia o quanto sentia vontade e o resto guardava em minha gaveta, bem escondido. Muitas vezes, esquecia que os tinha guardado e... passados alguns dias, encontrava tudo estragado! Mamãe sempre me aconselhava a não fazer isso; eu, porém não queria dar-lhe ouvidos. Um dia, quando a vovó foi guardar nossas roupas, encontrou minha gaveta cheia de formigas saboreando uns docinhos. Vovó, que já sabia deste meu costume, não se zangou comigo. Acabou de guardar as roupas e disse: Preciso que você me ajude um pouco a cuidar de alguns canteiros da horta. Venha comigo, mas antes, passe pelo armário da cozinha e pegue aquelas sementes de abóbora. 13

14 Maria Ida Bachega Bolçone Imediatamente a atendi e fomos, as duas, até a horta. Além de bonitos canteiros com verduras frescas, havia dois com a terra nua, já preparada para o plantio. Então disse vovó: Agora você vai me ajudar a plantar as sementes de abóbora e a cuidar bem destes canteiros. Foi o que fiz com muita satisfação. Quase todos os dias, ao entardecer, vovó e eu íamos cuidar dos pezinhos de abóbora que iam crescendo viçosos. Um belo dia, que surpresa! Encontrei as aboboreiras cheias de lindas folhas amarelas e algumas já mostravam pequenas e tenras abobrinhas. Fiquei encantada com o magnífico presente que a natureza nos dava gratuitamente e não escondia a grande alegria e satisfação, falando muito sobre o que tudo aquilo representava. Vovó ouvia-me atentamente e acompanhava minha euforia com um sorriso. Foi então que colocando a mão em meu ombro, disse: Minha neta, você já pensou se as sementes ficassem esquecidas no armário? Elas poderiam estragar e não nos proporcionariam esta grande satisfação. Imediatamente lembrei-me da gaveta com os doces estragados! Senti que fiquei corada de vergonha, pois se dividisse os doces com meus irmãos, eles também ficariam contentes. 14

15 Esta lição ficou profundamente gravada dentro de mim. Quando sinto vontade de guardar aquilo de que não necessito, lembro-me das semente e, antes que estrague, procuro dar para que outros também possam aproveitar. Também aprendi que dividir o que temos nos dá muita alegria, pois faz os outros mais felizes. Se os outros estão mais felizes, o mundo fica melhor! 15

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17 O vaso 17

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19 A vida em nossa casa sempre foi tranquila e agradável. Nunca tivemos problemas sérios com doenças, apenas algumas gripes passageiras ou pequenos arranhões conseguidos nas brincadeiras. Porém, eu observava pessoas passarem por sofrimentos profundos. Muitas dúvidas a esse respeito estavam em minha cabeça e procurei trocar ideias com mamãe. Ela estava pregando botões em uma camisa quando entrei na sala e disse: Sabe mamãe, tenho pensado muito na Lucinha. Ela nasceu com aquele defeito na perna. Tem passado por muitas cirurgias e longos períodos na cama, sem brincar. Por que ela não nasceu perfeita como eu? Isto não é injusto? Mamãe colocou a camisa sobre a mesa, pegou-me 19

20 Maria Ida Bachega Bolçone pela mão e pediu que a acompanhasse até a varanda onde estavam alguns de seus vasos. Veja disse ela que a planta desse vaso cresceu em um lugar muito sombrio, recebendo pouca luz. Observe que seu caule está bem fino, muito alongado, podendo se dobrar e quebrar com facilidade. Suas folhas estão miúdas e amareladas. É uma planta muito frágil, pois faltou luz. Agora venha ver este outro vaso que está recebendo luz por todos os lados. Como está a planta? Ora mamãe, é a mais bonita de todas! O caule é forte e resistente e as folhas são grandes, bem verdes e viçosas. Você sabe, filha, que a semente traz guardado dentro de si tudo aquilo que a planta será. Ao sair de dentro da terra, ela começa a mostrar o tipo de planta que é. O sol a faz forte e a falta de luz a torna frágil. O mesmo acontece conosco. Quando nascemos, trazemos gravados dentro de nós tudo o que fizemos no passado. Pode ter acontecido que em outras existências tenhamos usado mal os bens que Deus nos deu, prejudicando outras pessoas. Assim, lesamos a nossa consciência com o erro praticado. Sabemos que a Justiça Divina é perfeita. Deus em sua infinita bondade permite que a ferida que está em nossa consciência seja curada. O sofrimento é um dos remédios para esta cura. Perceba que o sofrimento é uma bênção em nosso caminho; é a luz que fortalece a criatura, como a luz fortalece a planta. A causa do sofrimento de Lucinha não está na 20

21 vida presente, e, sim, em outras vidas que ela já viveu, pois já nasceu com o defeito na perna. O sofrimento é a luz que ela está recebendo para crescer espiritualmente e curar a ferida de sua alma. Cabe a nós ajudá- -la muito, confortando-a, dedicando-lhe muito amor. Assim, ela vai se sentindo encorajada em vencer esta prova difícil, e nós vamos colocando em prática a sublime lição da caridade que Jesus nos ensinou. Fiquei satisfeita com a explicação de mamãe. Deus não é injusto. Cada um de nós é responsável por aquilo que faz, e recolhe sempre as consequências do que fizer de bom ou de ruim. 21