"Há milhares de gaivotas que se concentraram aqui na zona e que já não conseguem comer mais", salientou Dário Cardador.

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1 Sul Local h18 Denúncia da Quercus Milhares de peixes mortos na Lagoa de Melides Lusa A associação ambientalista Quercus revelou hoje que milhares de peixes estão a aparecer mortos desde ontem à noite na Lagoa de Melides, num dos maiores desastres ambientais do género ocorridos naquela zona balnear do concelho de Grândola. O responsável na Quercus no litoral alentejano, Dário Cardador, explica que "há milhares, talvez milhões de peixes mortos, entre robalos, taínhas, peixe-rei e douradas, além de milhares de enguias que fogem para areia na tentativa de escaparem à morte". "Já assisti a muita coisa na Lagoa de Melides, mas, nos últimos quarenta anos, não tenho memória de uma mortandade tão grande", frisou Dário Cardador, que defendeu a abertura urgente de uma entrada de mar, de forma a tentar salvar o que resta da fauna marítima da Lagoa de Melides. Dário Cardador adiantou que a Direcção Regional do Ambiente foi alertada ontem para a situação, tendo sido proibida, de imediato, a captura de peixe e os banhos. Questionado sobre as causas prováveis do problema, o responsável da Quercus admitiu a hipótese de as mortes de deverem a eventuais descargas de pesticidas, herbicidas, ou até mesmo de um possível acto de malvadez, mas esclareceu que não dispõe de qualquer indício sobre a origem do problema. A Quercus está também preocupada com eventuais consequências da poluição na Lagoa de Melides para milhares de aves, principalmente gaivotas e cegonhas, que estão alimentar-se dos peixes mortos. "Há milhares de gaivotas que se concentraram aqui na zona e que já não conseguem comer mais", salientou Dário Cardador.

2 Local h38 Milhares de peixes mortos devido à poluição Direcção-regional de Ambiente admite que a situação na Lagoa de Melides é grave Lusa A Direcção Regional do Ambiente do Alentejo reconheceu hoje a gravidade do desastre ambiental de Melides e, para evitar mais poluição e morte de peixes, admite fazer até amanhã uma abertura na lagoa para permitir a entrada de água do mar. O director-regional do Ambiente do Alentejo, Pinto Leite, disse que esta manhã foram recolhidas amostras de água da Lagoa de Melides e que os resultados das análises deverão ser conhecidos dentro de três dias. Desde ontem à noite, milhares de peixes têm sido encontrados mortos na Lagoa de Melides, um desastre ambiental que Pinto Leite suspeita ter como causa um produto químico, eventualmente usado na agricultura. Ressalvando que "até ao momento todas as causas são especulação", adianta que "não parece tratar-se de um crime mas sim de um acidente provocado por um produto químico devido às más práticas agrícolas" e levanta a hipótese de se tratar de um pesticida de arrozais. Para evitar um agravamento do desastre ambiental de Melides, Pinto Leite admite a "forte possibilidade" de se proceder a uma abertura na Lagoa para o mar, que reduza também a probabilidade de mais peixes mortos nos próximos dias. O director-regional avisou que esta abertura pode "criar lodo na areia da praia" de Melides, uma situação que "durará apenas dois ou três dias". Os ambientalistas da Quercus estiveram hoje no local do desastre ambiental e, segundo Dário Cardador, da associação, encontraram milhares de peixes mortos. "Há milhares, ou talvez milhões de peixes mortos, entre robalos, tainhas, peixes-rei e douradas, além de milhares de enguias que fogem para a areia na tentativa de escapar à morte", precisou. Dário Cardador diz já ter assistido a "muita coisa na Lagoa de Melides", mas não tem memória de uma "mortandade tão grande nos últimos 40 anos". A captura de peixe e os banhos na zona balnear de Melides foram proibidos pelas autoridades esta manhã.

3 Local h53 Poluição provocou morte a milhares de peixes Direcção Regional do Ambiente autoriza abertura de canal entre Lagoa de Melides e mar PUBLICO.PT com Lusa A Direcção Regional de Ambiente do Alentejo autorizou a abertura de um canal da Lagoa de Melides para o mar, a única forma possível para que a água da lagoa possa ser renovada, depois da poluição que afectou o local e provocou a morte a milhares de peixes esta manhã. A TSF e a SIC Notícias avançam que tractores e retroescavadoras se encontram já no local para proceder à abertura de um canal que permitia a entrada da água do mar na lagoa, uma operação que deverá ficar concluída ainda hoje. De acordo com director-regional do Ambiente do Alentejo, Pinto Leite, na origem da poluição que afectou a lagoa terá estado um produto químico, eventualmente usado na agricultura. O responsável ressalva, porém, que "até ao momento todas as causas são especulação", mas sublinha que esta caso "não parece tratar-se de um crime mas sim de um acidente provocado por um produto químico devido às más práticas agrícolas" e levanta a hipótese de se tratar de um pesticida de arrozais. Esta manhã foram recolhidas amostras de água da Lagoa de Melides, prevendo-se que o resultado das análises seja divulgado dentro de três dias.

4 António Carrapato/PÚBLICO Ontem, o cenário na Lagoa era este Resultados das análises à lagoa conhecidos amanhã Duas praias de Melides interditadas Lusa, PUBLICO.PT Depois de as autoridades regionais terem autorizado a abertura de um canal entre a Lagoa de Melides e o mar, para permitir a renovação das águas onde ontem morreram milhares de peixes, duas praias - Melides e Costa de Santo André - foram interditadas a banhos. A bandeira azul da praia da localidade de Melides foi ontem arriada, por decisão do director regional do Ambiente e Ordenamento do Território do Alentejo, Pinto Leite. O responsável disse à Lusa que a lagoa "deverá permanecer em canal aberto com o mar até terçafeira à tarde, para deixar as águas cruzarem-se". A Lagoa de Melides, concelho de Grândola, foi aberta ao mar cerca das 21h30 de ontem. Tudo terá começado na passada sexta-feira. Nessa manhã Paulo Caetano, habitante da zona, que passeava de barco com o filho na lagoa, notou que a água estava um pouco turva, mas a areia do fundo continuava limpa. Pelas 11h00 de domingo Horácio Cardoso, pescador, notou que o peixe - sobretudo enguias - estava a vir à margem para respirar. Alertou de imediato as autoridades. No final desse dia a Câmara de Grândola "envia três viaturas para colocar uma placa a dizer que é proibido tomar banho" na lagoa. O resultado está à vista: há um lago de manchas negras e prateadas, milhares de animais mortos à tona da água. Mas, segundo Pinto Leite, a partir desta tarde "já

5 com a invasão da água do mar, a Lagoa de Melides deve voltar a fechar-se, desta feita num processo natural, por influência das marés e correntes". Devido ao acidente ambiental, a praia e a lagoa de Melides foram interditadas a uso público e durante o dia de hoje as autoridades vão avaliar as condições do mar para saber se a proibição se deve manter. Esta medida, realçou Pinto Leite, é "preventiva" porque as autoridades acreditam que "não irão surgir nas praias quaisquer problemas associados à poluição detectada na Lagoa". Quanto aos milhares de peixes que apareceram mortos na Lagoa de Melides, Pinto Leite adiantou à Lusa que "já foram todos recolhidos" e totalizam "perto de uma tonelada". "Os peixes vão ser levados para depositar num aterro, provavelmente o de Ermidas-Sado (Santiago do Cacém)", revelou o director regional do Ambiente e Ordenamento do Território do Alentejo. As causas do acidente serão conhecidas amanhã, quando forem divulgados os resultados das análises, efectuadas a partir das amostras, de água e peixes.

6 Peixe está a recuperar, dizem autoridades Duas praias de Melides interditadas (actualização) Lusa, PUBLICO.PT Depois de as autoridades regionais terem autorizado a abertura de um canal entre a Lagoa de Melides e o mar, para permitir a renovação das águas onde ontem morreram milhares de peixes, duas praias - Melides e Costa de Santo André - foram interditadas a banhos. Os peixes que restam na lagoa estão hoje a recuperar. O director-regional do Ambiente do Alentejo, Pinto Leite, garantiu hoje que "a lagoa está bem". "Está muita água do mar a entrar na lagoa. O peixe também está a recuperar", frisou. A água do mar começou a entrar na lagoa, mas Dário Cardador, da associação ambientalista Quercus, disse que ainda se encontram na lagoa milhares de peixes mortos. "Hoje, pelas 08h00, muitos populares estavam a tentar salvar enguias, por exemplo. E viam-se ainda milhares de peixes mortos na lagoa, que de madrugada ainda não tinha recebido a água do mar", descreveu Dário Cardador. O director-regional do Ambiente disse à Lusa que "o peixe morto - cerca de uma tonelada - está a ser retirado da lagoa" e que deverá ser depositado em aterro, embora não consiga precisar qual o seu destino final. A Lagoa de Melides, concelho de Grândola, foi aberta ao mar cerca das 21h30 de ontem. O desastre ambiental terá começado na passada sexta-feira. Nessa manhã Paulo Caetano, habitante da zona, que passeava de barco com o filho na lagoa, notou que a água estava um pouco turva, mas a areia do fundo continuava limpa. Pelas 11h00 de domingo Horácio Cardoso, pescador, notou que o peixe - sobretudo enguias - estava a vir à margem para respirar. Alertou de imediato as autoridades. No final desse dia a Câmara de Grândola "envia três viaturas para colocar uma

7 placa a dizer que é proibido tomar banho" na lagoa. O resultado está à vista: há um lago de manchas negras e prateadas, milhares de animais mortos à tona da água. Mas, segundo Pinto Leite, a partir desta tarde "já com a invasão da água do mar, a Lagoa de Melides deve voltar a fechar-se, desta feita num processo natural, por influência das marés e correntes". Devido ao acidente ambiental, a praia e a lagoa de Melides foram interditadas a uso público e durante o dia de hoje as autoridades vão avaliar as condições do mar para saber se a proibição se deve manter. Esta medida, realçou Pinto Leite, é "preventiva" porque as autoridades acreditam que "não irão surgir nas praias quaisquer problemas associados à poluição detectada na Lagoa". Até ao momento, segundo a Lusa, não surgiu qualquer sinal de poluição na praia de Melides. Quanto aos milhares de peixes que apareceram mortos na Lagoa de Melides, Pinto Leite adiantou à Lusa que "já foram todos recolhidos" e totalizam "perto de uma tonelada". "Os peixes vão ser levados para depositar num aterro, provavelmente o de Ermidas-Sado (Santiago do Cacém)", revelou o director regional do Ambiente e Ordenamento do Território do Alentejo. As causas do acidente serão conhecidas amanhã, quando forem divulgados os resultados das análises, efectuadas a partir das amostras, de água e peixes.

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