POEMA. Aula de Voo. Mauro Iasi. O conhecimento caminha lento feito lagarta.
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- Vera Bicalho Gorjão
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1 PAUTA 1- Leitura Compartilhada: Aula de Voo ; 2- A forma de ser gestor mudou com o tempo? 3- O significado de ser gestor na atualidade; 4- Perfil Gestor; 5- Funções específicas do gestor escolar; 6- Planejamento Participativo e Estratégico; 7- Interação com membros dos órgãos colegiados. POEMA Aula de Voo Mauro Iasi O conhecimento caminha lento feito lagarta. Primeiro não sabe que sabe e voraz contenta-se com o cotidiano orvalho deixado nas folhas vívidas das manhãs. Depois pensa que sabe e se fecha em si mesmo: faz muralhas, cava trincheiras, ergue barricadas. Defendendo o que pensa saber levanta certezas na forma de muro, orgulhando-se de seu casulo. Até que maduro explode em voos rindo do tempo que imaginava saber ou guardava preso o que sabia. Voa alto sua ousadia reconhecendo o suor dos séculos no orvalho de cada dia. Mesmo o voo mais belo descobre um dia não ser eterno. É tempo de acasalar: voltar à terra com seus ovos
2 à espera de novas e prosaicas lagartas. O conhecimento é assim: ri de si mesmo e de suas certezas. É meta da forma metamorfose movimento fluir do tempo que tanto cria como arrasa a nos mostrar que para o voo é preciso tanto o casulo como a asa. 2- A forma de ser gestor mudou com o tempo? Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos (MARX, 1953, p. 203). O contexto sócio-político-econômico vivenciado na sociedade configura as formas de ser e agir de todos nós... as nossas práticas profissionais não escapam a essa dinâmica, uma vez que, o papel do gestor e do professor se configurou de diversas formas na história educacional. Faremos duas marcações históricas acerca da configuração das funções do gestor: Décadas de 60/70 - Administração Escolar: crescimento econômico acelerado; grandes reformas estruturais na política educacional (Lei 5540/68 - reforma universitária e LDBEN 5692/71 reestrutura todo o ensino fundamental, médio e profissionalizante). foco no perfil técnico; linguagem empresarial. A esses pressupostos e suas implicações está associada a administração por comando e controle, centrada na autoridade funcional, em detrimento da formação de espaços de participação coletiva e atuação criativa de sujeitos responsáveis por suas ações (LÜCK, 2006, p.37). Décadas de 80/90 - Gestão Escolar: período de lutas e conquistas democráticas (CF de 88); aprovação da nova LDB 9394/96; esvaziamento dos cursos de Administração Escolar ; foco no perfil político com técnicas de gerenciamento (ex: Programa Qualidade Total MG); Gestão Educacional.
3 As pessoas podem intuir, sem esforço, que os postos de trabalho, as relações sociais e as interações interpessoais sofrem modificações com grande celeridade; que nos vemos forçados, com bastante frequência, a assumir novas competências, a desenvolver outras habilidades, a mudar rotinas e condutas consideradas normais e típicas até o momento (SANTOMÉ, 2001, p.18). É importante destacar, que não consideramos as mudanças ocorridas como evolução, ou seja, do formato pior para o melhor. As mudanças de cada período buscam atender as demandas vivenciadas por determinado contexto. Atualmente vivemos um contexto de mudanças... marcada por uma forte tendência a adoção de práticas interativas, participativas e democráticas, caracterizadas por movimentos dinâmicos e globais pelos quais dirigentes, funcionários e clientes ou usuários estabelecem alianças, redes e parcerias, na busca de superação de problemas enfrentados e alargamento de horizontes e novos estágios de desenvolvimento (LÜCK, 2006, p.30). Neste contexto portanto ser gestor requer...um núcleo básico de atitudes e de valores sem os quais é muito difícil enfrentar as exigências da atividade profissional futura (TEDESCO, 2002, p.129). Que atitudes seriam imprescindíveis a um gestor? dinamismo; articulação; diplomacia; iniciativa; animação; antenado ; formador... Há outras características, que o vídeo pontua que merecem igualmente destaque: respeitar a visão de mundo do outro; reconhecer que as trajetórias pessoais que contribuem para a construção da personalidade do outro são únicas; considerar o quê e como os outros aprendem, pois cada um tem seu tempo; trabalhar em equipe. Decreto nº de 04/09/2009 Art. 5º Compete ao Diretor Escolar: I - acompanhar a execução da organização curricular e desempenho dos alunos, oportunizando revisões e adaptações com vista à maior produtividade da escola e melhor qualidade do ensino; II - sistematizar o estudo e a análise da documentação e legislações vigentes, pertinentes ao ensino e ao magistério;
4 III - representar o estabelecimento de ensino perante órgãos e/ou autoridades do poder público e em atividades de caráter cívico, social e cultural; IV - participar das reuniões do Conselho de Escola e Conselho de Classe; V - coordenar as atividades de matrícula, censo escolar, transferência de alunos, observadas as diretrizes da Secretaria Municipal de Educação e legislação própria; VI - encaminhar ao órgão competente as solicitações de licenças do pessoal docente, técnico e administrativo; VII - fiscalizar o recebimento, armazenagem e preparo da merenda escolar e prestar contas junto ao órgão competente; VIII - promover a articulação gradativa da escola, família e comunidade por meio do Conselho de Escola, incentivando e sensibilizando para a co-participação na responsabilidade de educar; IX - articular o uso do espaço escolar pela comunidade do entorno da escola; X - incentivar e promover o bom relacionamento entre o corpo técnico-administrativo, docente e discente da Escola, usando de diplomacia no trato das questões éticoprofissionais; XI - supervisionar com regularidade os serviços de secretaria, escrituração escolar, arquivo e documentação de alunos, professores e demais funcionários, mantendo atualizado o sistema de dados sobre a realidade escolar e zelar para que os mesmos sejam fornecidos aos órgãos competentes; XII - coordenar o processo de avaliação das ações pedagógicas e técnicoadministrativo-financeiras desenvolvidas na unidade escolar; XIII - comunicar ao Conselho Tutelar, ao Juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público os casos de maus tratos, atos de indisciplina graves ou infracionais, envolvendo alunos, assim como de reiteradas faltas, antes que estas atinjam cinquenta por cento do percentual permitido em lei; XIV - elaborar, em conjunto com a equipe escolar e o Conselho de Escola, a Proposta Pedagógica atendendo às normas regimentais e à legislação vigente; XV - assegurar o cumprimento da organização curricular e do calendário escolar; XVI - submeter ao Conselho de Escola, para apreciação e aprovação, o plano de aplicação dos recursos financeiros; XVII - apresentar, anualmente, à Secretaria Municipal de Educação, ao Conselho de Escola e à comunidade escolar o resultado da avaliação da Unidade Escolar e as propostas que visem à melhoria da qualidade do ensino e ao alcance das metas estabelecidas;
5 XVIII - informar à comunidade escolar sobre processos e resultados da sistemática de avaliação; XIX - informar aos pais ou responsáveis sobre a frequência e rendimento escolar de seus filhos; XX - coordenar e/ou executar as deliberações coletivas do Conselho de Escola, respeitadas as diretrizes educacionais da Secretaria Municipal de Educação e legislação em vigor; XXI - zelar pelo cumprimento das disposições legais, informando à Comunidade Escolar as diretrizes e normas emanadas da Secretaria Municipal de Educação; XXII - manter atualizado o tombamento dos bens públicos e, em conjunto com todos os segmentos da comunidade escolar, zelar pela sua conservação; XXIII - outras atividades correlatas. PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO E ESTRATÉGICO A Proposta Pedagógica é o documento que traça o perfil da escola, conferindo-lhe identidade própria à medida que contempla as intenções comuns de todos os envolvidos, norteia o gerenciamento das ações intra-escolares e operacionaliza o Currículo Escolar. QUEM PARTICIPA DA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA PEDAGÓGICA? O QUE DIZ A LDB? Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de : I- elaborar e executar sua proposta pedagógica; (...) VII- informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica. Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: I- participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; (...) II- elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; VI- colaborar com as atividades de articulação da escola, com as famílias e a comunidade. Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I- participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; II- participação das comunidades escolar e local em conselhos ou equivalentes.
6 O processo de construção da proposta pedagógica da escola deve ser pautado pela Ação-Reflexão-Ação, levando em consideração as três dimensões do processo de planejamento: a realidade (a sociedade e a escola que temos), a finalidade ( a sociedade e a escola que queremos), e a mediação (como aproximar a sociedade/escola que temos da sociedade/escola que queremos). Muitas vezes o que percebemos em algumas escolas é a elaboração de um projeto voltado mais para o cumprimento de uma exigência legal do que para a definição de caminhos. O processo de construção coletivo da proposta pedagógica requer: conhecimento da realidade; discussões de temas significativos para a comunidade; valorização das opiniões dos envolvidos; planejamento e concretização dos combinados firmados com os envolvidos. Outro instrumento que pode auxiliar a escola na tarefa de construir a Proposta Pedagógica é o PDE (Plano de Desenvolvimento da Escola), que se caracteriza por ser uma poderosa ferramenta diagnóstica. Um bom diagnóstico (conhecer a realidade) é imprescindível para a elaboração de uma Proposta Pedagógica coerente. O PDE, como instrumento gerencial, não substitui o pedagógico e sim o complementa. Não indica o método pedagógico a ser adotado, mas sinaliza se este está falhando. Portanto, há grupos e atores imprescindíveis na construção deste documento: Professores; Estudantes; Comunidade. No processo de construção da Proposta Pedagógica de cada escola, os órgãos colegiados têm papel fundamental, principalmente o Conselho de Escola. Os Conselhos de Escola são órgãos permanentes de debates e articuladores de todos os setores, escolar e comunitário, constituindo-se em cada unidade escolar de um colegiado, formado por representantes dos segmentos da comunidade escolar. Seu significado está centrado na maior participação dos pais na vida escolar, como condição fundamental para que a escola esteja integrada na comunidade, assim como a comunidade nela, que se constitui na base para a maior qualidade de ensino (LÜCK, 2006, p. 66). Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito. Não somos o que deveríamos ser, Não somos o que iremos ser, Mas, graças a Deus, Não somos o que éramos (Martin Luther King).
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