1.2 Um breve histórico

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2 2 Sambando com Linux 2 a Edição 1.2 Um breve histórico O criador do Samba chama-se Andrew Tridgell, natural da Austrália. Quando escreveu o Samba, Andrew era ainda um estudante de ciência da computação na Universidade Nacional Australiana em Camberra (Australian National University in Canberra). O Samba nasceu a partir de um problema o de integrar um servidor Unix com um computador rodando DOS. Essa integração na verdade não era o problema, visto que ele possuía uma versão do NFS (Network File System) que permitia que o computador acessasse os arquivos do seu servidor Unix. O problema era que uma de suas aplicações exigia a interface NetBIOS. E daí, graças a esse pequeno problema doméstico, o mundo inteiro e centenas de empresas podem hoje se beneficiar de um serviço de altíssima qualidade que chega mesmo a superar em performance e recursos os seus equivalentes da plataforma Microsoft. Escrever o Samba não foi tarefa das mais fáceis. Na época, as especificações do protocolo SMB (Server Message Block), utilizado pela Microsoft para realizar o compartilhamento de recursos entre seus computadores, não eram abertas. Andrew teve de realizar a engenharia reversa do protocolo utilizando um software de análise de rede (Packet Sniffer). Uma vez decifrado o modo de operação do protocolo SMB, Andrew fez a implementação do protocolo em seu computador Unix. Dessa forma, seu computador Unix aparecia na rede NetBIOS como um servidor de arquivos. Os sistemas de arquivos do servidor Unix podiam então ser montados e acessados por aplicações NetBIOS. Andrew publicou seu trabalho em 1992 e continuou trabalhando no código por mais algum tempo após o qual o projeto foi abandonado. Dois anos mais tarde, Andrew precisou conectar seu sistema Linux com o computador Windows de sua esposa. Na falta de uma opção melhor, utilizou seu próprio código. Para sua surpresa, tudo funcionou perfeitamente. Nesses dois anos, mais uma surpresa agradável. A Microsoft tornou pública a especificação do protocolo SMB e da arquitetura NetBIOS. Com tal informação nas mãos ele retomou seu trabalho. Desde então a adesão ao Samba cresceu vertiginosamente. Existem hoje vários colaboradores, e o projeto deixou de ser a iniciativa isolada de apenas uma pessoa. Mas de onde vem o nome Samba? O nome Samba foi adotado porque o nome original para seu software já era uma marca registrada de outro produto. Andrew consultou então seu verificador ortográfico e procurou palavras que contivessem as letras SMB. A palavra Samba era uma delas. 1.3 Características O Samba, além de ser um excelente servidor de arquivos, possui um conjunto de ferramentas e recursos importantes para elaboração, controle, monitoramento, manutenção e gerenciamento de um servidor bem como relacionado a uma rede de computadores. Seguem algumas características:

3 Capítulo 1: Sambando com Linux 3 Compartilhamento de arquivos entre máquinas Windows e Linux ou de máquinas Linux (sendo o servidor Samba) com outro SO que tenha um cliente NetBEUI (Macintosh, OS/2, LanManager etc.). Implementa um Servidor de Impressão, em que as impressoras poderão estar instaladas localmente no servidor ou remotamente em máquinas Linux ou Windows. Este poderá receber trabalhos de impressão também de máquinas Linux ou Windows. Controle de acesso aos recursos compartilhados no servidor através de diversos métodos (compartilhamento, usuário, domínio, servidor). Possibilidade de implementação de uma impressora PDF em que o arquivo PDF gerado é salvo em um local especifico no servidor. Controle de acesso leitura/gravação por compartilhamento. Controle de acesso de leitura/gravação por usuário autenticado. Possibilidade de definir contas de Convidados, que podem se conectar sem fornecer senha. Possibilidade de uso do banco de dados de senha do sistema (/etc/passwd), autenticação usando o arquivo de dados criptografados do Samba, LDAP, PAM etc. Controle de cache e opções de tunning por compartilhamento. Permite ocultar o conteúdo de determinados diretórios que não quer que sejam exibidos. Possui configuração flexível com relação ao mapeamento de nomes DOS => UNIX e vice-versa, página de código, acentuação etc. Permite o uso de pseudônimos na rede para identificar uma máquina com outro nome e simular uma rede NetBIOS virtual. Implementa um servidor de data e hora. Possibilita ajuste fino nas configurações de transmissão e recepção dos pacotes TCP/IP, como forma de garantir melhor desempenho possível de acordo com suas instalações. Permite o uso do gerenciador de mensagem do Linux (Linpopup) para a troca de mensagens com estações Windows via NetBios. Com a flexibilidade do Samba, é possível até redirecionar a mensagem recebida via ou pager. Possui suporte completo a servidor WINS (também chamado de NBNS NetBios Name Service) de rede. Faz auditoria tanto dos acessos à pesquisa de nomes na rede como do acesso aos compartilhamentos. Entre os detalhes salvos estão a data de acesso e IP de origem. Suporte completo a controlador de domínio Windows (PDC). Suporte também a backup do controlador de domínio (BDC).

4 4 Sambando com Linux 2 a Edição Permite montar unidades mapeadas de sistemas Windows ou outros servidores Linux como um diretório no Linux. Permite a configuração de recursos simples através de programas de configuração gráficos, tanto via sistema como via web. Permite executar comandos no acesso ao compartilhamento ou quando o acesso ao compartilhamento é finalizado. Com um pouco de conhecimento e habilidade de administração de sistemas Linux, é possível criar ambientes de auditoria e monitoração até monitoração de acesso a compartilhamento em tempo real. Possibilidade de implementação de uma lixeira por compartilhamento. Possui o recurso para bloqueio de extensões ao serem salvas por compartilhamento. 1.4 Requerimentos de Hardware Configuração mínima recomendada: processador Pentium 100 Mhz ou superior, 1024 MB de espaço em disco ou superior (não levando em consideração os logs gerados e espaço para arquivos de usuários, aplicativos etc.), 128 MB de memória RAM ou superior. Documentou-se na literatura, servidores Samba rodando com configurações inferiores à recomendada, mas tudo depende da aplicação do servidor. Se o servidor irá gerenciar uma rede com mais de 200 computadores, por exemplo, e disponibilizar vários recursos para essa rede, claro que a configuração de hardware terá de ser muito superior. 1.5 Obtendo ajuda Toda e qualquer ajuda e documentação poderão ser obtidas no site oficial do Samba ( ou nos manuais instalados junto com Samba através do comando: # man samba Ainda em /usr/share/doc/samba-<versão>/ é possível encontrar exemplos comentados, mais documentações e particularidades do Samba. 1.6 Instalação Já está disponível no site oficial do Samba ( a versão 4.0, mas esta é uma versão para testes e avaliação. Todos os nossos exemplos e configuração foram devidamente testados na versão do Samba. Demonstrarei algumas formas para instalar o Samba.

5 Capítulo 1: Sambando com Linux Método usando pacotes tar Este é um método de instalação/configuração que pode ser utilizado para qualquer distribuição Linux. É necessário fazer o download da versão do Samba disponível no site: Copiar o arquivo para o diretório /tmp e depois descompactá-lo usando: # tar -zxvf samba tar.gz Acessar o diretório do samba que foi criado. Acessar o diretório source e executar o seguinte comando para configurar e instalar o Samba (crie o diretório samba se ele não existir): #./configure --prefix=/usr/local/samba # make # make install Método usando apt-get Se sua distribuição for baseada no mecanismo apt-get para instalação de pacotes e este estiver funcionando corretamente, basta executar o seguinte comando para efetuar a instalação do Samba em seu sistema: # apt-get install samba* Este comando busca todos os pacotes que contenham o nome samba e efetua a instalação. Obs.: para maiores informações consultar: # man apt-get Método usando RPM (Red Hat Packet Manager) Se sua distribuição for baseada em pacotes RPM, basta obter o pacote no site do fabricante ou no próprio cd de instalação da distribuição. Basta executar o seguinte comando para efetuar a instalação do Samba em seu sistema: # rpm ivh samba src.rpm Este comando instala todos os pacotes com suas ferramentas. Obs.: para maiores informações consultar: # man rpm

6 6 Sambando com Linux 2 a Edição 1.7 Manipulando o Servidor O servidor Samba pode ser executado tanto via Inetd como Daemon Modo Inetd No modo inetd, o servidor de nome nmbd será carregado assim que for feita a primeira requisição de pesquisa e ficará residente na memória. No caso de acesso a um compartilhamento, o smbd será carregado e lerá a configuração no arquivo smb.conf a cada acesso do cliente a um compartilhamento. Para reiniciar o samba digite: # killall -HUP nmbd. Não é necessário reiniciar o serviço smbd Modo Daemon Quando ele opera no modo daemon, ambos os daemons nmbd e smbd são carregados. No caso de um acesso a compartilhamento, é criado um processo filho do smbd que é finalizado assim que o compartilhamento não for mais usado. Seguem os comandos para manipular o Samba em modo daemon: # /etc/init.d/smb start para iniciar o Samba; # /etc/init.d/smb stop para parar o Samba; # /etc/init.d/smb restart para reiniciar o Samba; # /etc/init.d/smb reload para reler as configurações do Samba; # /etc/init.d/smb status para ver se o Samba esta rodando. Obs.: dependendo da distribuição do Linux, o smb deverá ser substituído por samba, e /etc/init.d/ poderá ser substituído pelo comando service onde o comando para iniciar o Samba ficaria: # service smb start