111 ADVOGADO: Adilson de Queiroz Coutinho Filho

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1 ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. Des. Genésio Gomes Pereira Filho ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL E RECURSO ADESIVO n /001 Capital RELATOR: Des. Genésio Gomes Pereira Filho APELANTE: VRG Linhas Aéreas S/A 111 ADVOGADO: Adilson de Queiroz Coutinho Filho APELADA: Libania Rodrigues Almeida ADVOGADO(S): Wilson Furtado Roberto e outra RECORRENTE: Libania Rodrigues Almeida ADVOGADO(S): Wilson Furtado Roberto e outra RECORRIDO: ADVOGADO: VRG Linhas Aéreas S/A Adilson de Queiroz Coutinho Filho CIVIL CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL - Apelação Cível e Recurso Adesivo - Ação de Indenização por danos morais - Atraso de vôo nacional - Relação de consumo - Fatos comprovados - Danos morais constatados - Indenização devida - Valor razoável - Sentença mantida - Desprovimento do apelo e do recurso adesivo. - De igual forma, subsiste orientação da E. Segunda Seção, na linha de que "a ocorrência de problema técnico é fato previsível, não caracterizando hipótese de caso fortuito ou de força maior", de modo que "cabe indenização a título de dano moral pelo atraso de vôo e extravio de bagagem. O dano decorre da demora, desconforto, aflição e dos transtornos suportados pelo passageiro, não se exigindo prova de tais fatores" (Ag. Reg. No Agravo n RJ, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de 09/10/2006). (REsp /MA, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, QUARTA TURMA, julgado em 20/09/2007, DJ 08/10/2007, p. 287)

2 autos. VISTOS, relatados e discutidos os presentes ACORDAM os integrantes da Terceira Câmara Cível do Colendo Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, desprover o apelo e o recurso adesivo, nos termos do voto do Relator e da certidão de julgamento de fl RELATÓRIO Cuida-se de Apelação Chiei interposta pela VRG Linhas Aéreas S/A e de Recurso Adesivo interposto por Libania Rodrigues Almeida insurgindo-se contra decisão proferida pelo juízo da 3' Vara da Comarca de Bayex que julgou procedente o pedido de indenização por danos morais aviltado por Libania Rodrigues Almeida, em razão de atraso no vôo e condenou a apelante em R$ 4.000,00 (quatro mil reais) por danos morais. Nas razões do apelação, aponta os motivos pelos quais entende que é caso de provimento e conseqüente reforma do julgado, pedindo ao final por essa providência, aduzindo que o atraso foi ocasionado por caso fortuito ou força maior, e desta forma não cabe ao devedor responder pelos prejuízos. Alega ainda que o serviço de controle do espaço aéreo é prestado exclusivamente pela União, e que cabe a esta a responsabilidade pelo atraso no vôo da apelada. Por fim, requer a reforma da sentença e se assim não entender este tribunal que seja reduzido o valor atribuído aos danos morais. O Recurso Adesivo de fls. 230/235, a autora requer que seja reconhecida a má prestação do serviço por parte da empresa recorrida e posterior majoração do valor arbitrado à título de danos morais. Contrarrazões apresentadas às fls. 236/246, pugnando para que seja negado provimento à apelação e que seja reconhecido o recurso adesivo apenas no tocante a majoração dos danos morais. adesivo às fls. 251/256. A VRG interpôs contrarrazões ao recurso Nesta instância, a douta Procuradoria de Justiça em seu parecer de fls. 262/264, opinou pelo desprovimento de ambos os recursos. É o relatório. VOTO O caso é de desprovimento do apelo. Cuida-se de pedido de indenização por danos

3 Cuida-se de pedido de indenização por danos morais ajuizado por Libania Rodrigues Almeida em desfavor da empresa VRG Linhas Aéreas, em razão de um atraso no vôo, que acarretaram a perda da oportunidade de visitar o túmulo do filho falecido em um acidente aéreo. Os fatos restam sobejamente comprovados nos autos, não havendo que se falar em impossibilidade de condenação. A jurisprudência pátria trilha do mesmo entendimento desta relatoria, corroborando o juízo de valor alcançado na primeira instância, onde o atraso injustificado de vôo, causam, sim, dano moral indenizável ao passageiro. O fato descrito pela empresa apelante como caso fortuito não tem o condão de romper o liame causal, pois guarda conexão com os riscos do próprio serviço. Neste sentido, temos a jurisprudência do STJ: CIVIL E PROCESSUAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.TRANSPORTE AÉREO. RESPONSABILIDADE. ATRASO DE VÔO. INDENIZAÇÃO. DANO MORAL CONFIGURADO. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. VALOR RAZOÁVEL. INTERVENÇÃO DO STJ DESNECESSÁRIA. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.(AgRg no Ag /SP, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 09/11/2010, DJe 23/11/2010) (grifei) Neste sentido também encontra-se a jurisprudência deste Egrégio Tribunal de Justiça, senão vejamos: CIVIL e CONSUMIDOR - Apelação e recurso adesivo - Ação de dano moral e material - Transporte aéreo - Atraso de vôo -Responsabilidade objetiva - Excludente de responsabilidade - Força maior - Sucção de pássaro por turbina de avião - Evento previsível - Precedentes do STJ - Culpa exclusiva da vítima - Ônus da administração ou da concessionária de serviço público - Não comprovação - Demonstração de prejuízo moral - Desnecessidade - Ocorrência in re ipsa - Quantum indenizatório - Valor justo e moderado - Teoria do desestímulo - Desprovimento de ambos os recursos. - A responsabilidade civil das empresas aéreas por atraso de vôo é do tipo objetiva, não havendo, portanto, necessidade de se perquirir se sua conduta fora dolosa ou culpa, bastado, apenas, que reste provado o dano e o nexo causal. E é assim por duas razões jurídicas, a saber a na qualidade de pessoa jurídica de direito privado prestadora do serviço público de transporte coletivo,

4 modalidade do risco administrativo perante seus usuários art. 37,, 6, da CF; b o contrato celebrado entre os litigantes tem natureza consumerista, em que, de um lado, na condição de consumidor, figura a autora e, de outro, como prestador de serviços, a ré art. 14 do CDC. - Nos casos de responsabilidade objetiva, basta provar o nexo de causalidade entre o fato do serviço e o dano ocorrido para haver a obrigação de indenizar Para se eximir dessa obrigação causas excludentes de responsabilidade objetiva, deve-se provar a existência de culpa exclusiva da vítima ou força maior. - O atraso de vôo ocasionado pela sucção de pássaro pela turbina de avião não constitui caso fortuito o força maior Precedentes do STI. - As excludentes de responsabilidade civil objetiva, como por exemplo, a culpa exclusiva da vítima, é ônus probatório de quem alega administração ou concessionárias de servido público. Precedentes do S7'.1. - O dano moral se configura pela dor, sofrimento, angústia, humilhação experimentados pela vítima, por conseguinte, seria absurdo, até mesmo, impossível exigir do lesado a prova do seu sofrimento. Desse modo, restado provado nos autos o evento danoso, estará demonstrado o dano moral, uma vez que este ocorre in re ipsa, ou seja, decorre do próprio fato ilícito. - Em conformidade com a teoria do desestímulo punitive damages, do direito norte-americano é recomendável que o arbitramento seja realizado com prudência, levando em consideração o binômio punição e compensação, isto é, deve-se buscar uma condenação que desestimule o agressor a agir da mesma forma lesiva em outra oportunidade, além de surtir para a vítima a sensação de satisfatividade. Noutro viés, não poderá a indenização ser excessivamente onerosa, pois, nessa hipótese, estar-se-ia cometendo outro ilícito, qual seja, o locupletamento sem causa. (TJPB - Acórdão do processo n órgão (4 Câmara Cível) - Relator DES. ABRAHAM L1NCOLN DA CUNHA RAMOS - j. Em 03/06/2008) (Grifei) O valor da indenização e o percentual dos honorários, também não merecem quaisquer reparos, eis que fixados com razoabilidade e em atendimento aos dispositivos legais aplicáveis. RECURSO ADESIVO No tocante ao trazido pela autora, nas razões do recurso adesivo, de que diante da constatação da má prestação do serviço seria prudente a majoração no valor arbitrado a título de danos morais, entendo que tal pedido não merece reparo, pois assim vem decidindo este Egrégio TJPB. A fixação da indenização deve ser feita com moderação, de forma a não acarretar enriquecimento sem causa à vítima, devendo ser arbitrado com prudência, sendo o

5 valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) um valor que atende ao aspecto punitivo e respeita a moderação, não devendo ser alterada a sentença nesta aspecto. Isto posto, NEGO PROVIMENTO AO APELO E AO RECURSO ADESIVO para manter a decisão recorrida inalterada em todos os seus termos. É como voto. Presidiu a Sessão o Exmo. Sr. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos. Participaram do julgamento, o Exmo. Des. Genésio Gomes Pereira Filho, o Exmo. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos, e o Exmo. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides. Gouveia, Procurador de Justiça. Presente ao julgamento o Exmo. Dr. Doriel Veloso Sala de Sessões da Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, João Pessoa, 13 de setembro de Des. G Â_ sio Gomes Relat eira Filho

6 JUSI\Ç r. Coadeuadoria áudiciátia t outtad e