CONTRATO DE SEGURO E BOA FÉ

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "CONTRATO DE SEGURO E BOA FÉ"

Transcrição

1 JOSÉ VÍTOR DOS SANTOS AMARAL JUIZ AUXILIAR NA RELAÇÃO DE LISBOA CONTRATO DE SEGURO E BOA FÉ Texto correspondente, com pontuais alterações, a Dissertação de Mestrado na Área de Especialização de Direito Civil apresentada na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 2010.

2 A Sabedoria... é mais bela do que o sol, supera o conjunto dos astros, comparada à luz do dia ela vence. LIVRO DA SABEDORIA, 7, 29

3 À Conceição, ao Rafael e à Maria. A minha Mãe. À memória de meu Pai.

4 AGRADECIMENTOS Devo expressar, em primeiro lugar, o meu reconhecimento ao Conselho Superior da Magistratura e ao Ministério da Justiça pelo tempo que me foi concedido de equiparação a bolseiro no País. Não posso também deixar de agradecer ao Tribunal da Relação de Coimbra o acesso concedido à respectiva biblioteca. Devo igualmente uma palavra de agradecimento à Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde obtive a minha formação jurídica académica, ao longo da Licenciatura e do Curso de Mestrado, sendo justo salientar, neste âmbito, o Professor Doutor Joaquim de Sousa Ribeiro e o Professor Doutor Filipe Albuquerque Matos, pelo seu ensino e disponibilidade. É justo exprimir ainda um especial agradecimento ao meu orientador de dissertação e coordenador do Curso de Mestrado, Professor Doutor Filipe Albuquerque Matos, pela ajuda e acompanhamento que sempre me concedeu. À minha família agradeço a compreensão e o apoio nunca negados, apesar dos sacrifícios que a elaboração deste trabalho implicou.

5 SIGLAS E ABREVIATURAS Ac - Acórdão art. - artigo BFD - Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra BGH - Bundesgerichtshof (Supremo Tribunal Federal) BMJ - Boletim do Ministério da Justiça CC - Código Civil CCom - Código Comercial CE - Comunidade Europeia CEst - Código da Estrada CJ - Colectânea de Jurisprudência CJ-STJ - Colectânea de Jurisprudência Acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça CPC - Código de Processo Civil CRPort - Constituição da República Portuguesa DR - Diário da República FDUC - Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra FGA - Fundo de Garantia Automóvel JOCE - Jornal Oficial das Comunidades Europeias LCCG - Lei das Cláusulas Contratuais Gerais LDC - Lei de Defesa dos Consumidores LSOA - Lei do Seguro Obrigatório Automóvel Proc. - Processo RFDUL - Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa RJCS - Regime Jurídico do Contrato de Seguro RLJ - Revista de Legislação e Jurisprudência ROA - Revista da Ordem dos Advogados STJ - Supremo Tribunal de Justiça TConst - Tribunal Constitucional

6 vi TJCE TRC TRP UE - Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias - Tribunal da Relação de Coimbra - Tribunal da Relação do Porto - União Europeia

7 INTRODUÇÃO É bem conhecida a importância do contrato de seguro. Com origens que se perdem na bruma da História da civilização, os seguros cedo se assumiram como um fundamental instrumento na vida económico-social, não surpreendendo que se tornassem, ante a sua importância prática, objecto de regulamentação específica desde há vários séculos, também em Portugal, país que tem, aliás, relevante tradição nesta matéria. A importância do sector dos seguros não se mitigou com o passar do tempo, assumindo-se, ao invés, o contrato de seguro, nas suas múltiplas vertentes, neste início do séc. XXI, como um meio imprescindível nas relações de mercado estabelecidas já à escala global e apresentando-se o sector dos seguros como um importante pilar da economia dos diversos países ( 1 ), designadamente da portuguesa ( 2 ). Efectivamente, com a massificação do uso da informática e, especialmente, da Internet, e com os meios propiciados pelo comércio electrónico ( 3 ), ( 1 ) A produção da actividade seguradora mundial encontra-se fortemente concentrada, ocupando a Europa Ocidental o 1.º lugar por grandes regiões geográficas, com uma quota de mercado mundial que correspondeu a 41,1% em 2008, apresentando índices de penetração (Prémios/PIB) de 8,3% nesse ano e ocupando Portugal, no seio da UE, a 14.ª posição. Porém, considerando o índice de penetração, Portugal (com 9,2% em 2008) atingiu a 7.ª posição do ranking deste índice de mercado da UE e a 10.ª posição mundial dados do Relatório do sector segurador e fundos de pensões/ano 2008, do ISP, (consultado, tal como todos os sites doravante citados, em Março de 2010). ( 2 ) Como refere MARTINS, J. VALENTE Contrato de seguro, notas práticas, Quid Juris, Lisboa, 2006, p. 11, o sector dos seguros já representava em Portugal no ano de 2004 mais de 7% do produto interno bruto. No nosso País, em termos totais, em 2008 ocorreu um crescimento na produção das empresas de seguros de 12,2%, cifrando-se em cerca de 15 mil milhões de euros (cfr. Relatório do sector segurador, cit.). ( 3 ) Sobre comércio electrónico pode ver-se, entre outros, CORDEIRO, A. MENEZES, Manual de direito comercial, Almedina, Coimbra, 2.ª ed., 2007, ps. 534 e ss., bem como,

8 é possível, com um simples clic, proceder à realização dos mais diversos contratos, designadamente tendo por objecto serviços financeiros ( 4 ), em qualquer parte do nosso país ou mesmo, em muitos casos, do mundo, tornado já uma virtual aldeia global ( 5 ). No campo contratual dos seguros fala-se num mercado dos seguros ( 6 ) a celebração dos contratos é, além disso, comummente efectuada através da adopção de esquemas negociais de (mera) adesão do tomador do seguro a cláusulas contratuais pré-formuladas (denominadas condições ) e, assim, veiculadas pelos seguradores. Esta massificação, de meios e de dispositivos contratuais, ocorrida também quanto à celebração de contratos de seguro, alguns deles tornados contratos obrigatórios como é o caso do seguro obrigatório automóvel, com a sua inerente dimensão de imperatividade legal, logo deixa antever, igualmente, que a este domínio não é alheia a problemática dos contratos com consumidores, onde se fazem sentir necessidades específicas de protecção destes, bem como exigências de transparência nas relações contratuais. A par dessa importância prática, é também conhecida a relevância técnico-jurídica do contrato de seguro. Se, assim, no domínio legal se assiste ao aparecimento de novos diplomas de relevância fundamental no campo dos seguros, seja em geral, como é o caso do recente RJCS ( 7 ), seja no campo em especial do seguro obrigatório automóvel, com o também ainda recente Regime do Sistema do Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil Automóvel, aprovado pela LSOA ( 8 ), também não é menos certo que a doutrina e 2 quanto a contratação de seguros, ALMEIDA, MOITINHO DE, Contrato de seguro, Estudos, Coimbra Editora, Coimbra, 2009, ps. 39 e ss.. ( 4 ) Cfr., quanto a contratos de seguro celebrados à distância, SILVA, J. CALVÃO, Banca, bolsa e seguros, tomo I, Almedina, Coimbra, 2005, ps. 67 e ss., e ALVES, P. RIBEIRO, Contrato de seguro à distância, o contrato electrónico, Almedina, Coimbra, 2009, ps. 137 e ss.. ( 5 ) Quanto à noção de globalização, cfr. ALARCÃO, RUI DE, Globalização, democracia e direito do consumidor, in: Estudos de Direito do Consumidor, Centro de Direito do Consumo, n.º 8, 2006/2007, ps. 17 e ss.. Chamando, por sua vez, a atenção para a visão ilusória da aldeia planetária, sem prejuízo, porém, da efectiva existência de um mercado virtual mundial cibernético, cfr. SILVA, J. CALVÃO, Banca, bolsa, cit., ps. 67 e s.. ( 6 ) E, no espaço da UE, alude-se ao mercado único europeu dos seguros. ( 7 ) O Regime Jurídico do Contrato de Seguro (RJCS), aprovado pelo DL n.º 72/2008, de 16 de Abril, entrou em vigor em 01 de Janeiro de ( 8 ) Este regime foi aprovado pelo DL n.º 291/2007, de (LSOA), com entrada em vigor em 21 de Outubro de 2007.

9 a jurisprudência se têm vindo a debruçar sobre temas do universo jurídico dos seguros, parecendo que mais se debruçarão no futuro, ante, não só a aludida relevância de novos diplomas legais, sobretudo aquele RJCS, que veio responder a uma necessidade antiga de tratamento legal sistemático e global do contrato de seguro de há muito era reclamado em Portugal um Código dos Seguros ( 9 ), mas também face à grande importância económico-social do sector dos seguros. Acresce a incidência neste âmbito contratual de diplomas legais de importância civilística indiscutível, como a legislação reguladora dos contratos de adesão ou do Direito dos consumidores como os consumidores dos denominados seguros de riscos de massa ( 10 ), entre eles o seguro obrigatório automóvel. Estamos, pois, na perspectiva que aqui importa, no campo contratual, onde por excelência o princípio da liberdade contratual, decorrente da ideia de autonomia privada ( 11 ), enraizada esta no valor da autodeterminação individual e na própria dignidade da pessoa humana, desempenha o seu imprescindível papel conformador, sendo que a própria noção de contrato e o decorrente Direito dos contratos nos surgem como realidades em devir, 3 ( 9 ) A necessidade de um Código dos Seguros era já sentida na década de 20 do séc. XX cfr. preâmbulo do Decreto n.º , de 05/11/1929. ( 10 ) É conhecida a distinção entre seguros de grandes riscos e seguros de riscos de massa. Os primeiros englobam os ramos Veículos ferroviários, Aeronaves, Embarcações marítimas, lacustres e fluviais, Mercadorias transportadas, Responsabilidade civil de aeronaves e Responsabilidade civil de embarcações marítimas, lacustres e fluviais, bem como certos seguros dos ramos Crédito e Caução, os ramos Veículos terrestres, Incêndio e elementos da natureza, Outros danos em coisas, Responsabilidade civil de veículos terrestres, Responsabilidade civil geral e Perdas pecuniárias diversas, desde que o tomador do seguro exceda certos montantes objectivos de total de balanço, de volume de negócios ou de número de empregados durante o último exercício, nos termos do art. 2.º, n.º 4, do DL n.º 94-B/98, de Os seguros de riscos de massa serão, por sua vez, todos os demais, os que não possam ser classificados como grandes riscos cfr., VASQUES, JOSÉ, Contrato de seguro, Coimbra Editora, Coimbra, 1999, ps. 99 e 101. Daí que o contrato de seguro obrigatório automóvel corresponda à categoria dos contratos de riscos de massa. Como refere YVONNE LAMBERT-FAIVRE, o seguro automóvel é, com o seguro multi-riscos habitação, precisamente o típico seguro de massa cfr. Droit des assurances, Paris, Dalloz, 10.ª ed., 1998, p ( 11 ) Cfr., sobre o tema, PINTO, C. A. MOTA, Teoria geral do direito civil, 2.ª ed., Coimbra Editora, Coimbra, 1983, ps. 42 e ss. e 88 e ss..

10 com as suas tendenciais colorações próprias, ao longo dos tempos e na actualidade. Mas os diversos sectores e ramos do Direito não vivem isolados entre si, antes fazendo parte assim o formando de um sistema jurídico global, o qual se afirma como um sistema normativo aberto, dotado de unidade de sentido e materialidade intencional, uma ordem jurídica portadora de densidade valorativa para resolver os casos da vida e, assim, axiologicamente estabelecida e orientada ( 12 ). Tal sistema, que transcende os conceitos de que se serve e os interesses que visa ordenar, é um sistema de Direito material não meramente formal, direccionado para a realização do valor da Justiça no tecido social concreto, para o que se tem de deixar permeabilizar por valores e decorrentes princípios jurídicos, a começar pelos mais fundamentais, à luz dos quais todo o ordenamento vê atingida, para além da sua unidade interior, a sua necessária legitimação ( 13 ). Tais valores essenciais e princípios normativos, conferindo unidade e materialidade normativa ao sistema, não podem, pois, deixar de ser considerados em qualquer ramo do Direito, e também, por consequência, no âmbito do Direito dos seguros, sem o que não seria possível discernir a razão de ser das normas jurídicas respectivas a ratio legis e, a mais disso, a própria ratio iuris, essenciais em sede interpretativa ( 14 ) e, bem assim, aplicá-las adequadamente às situações concretas que visam regular. A ideia de sistema e de valores e princípios jurídicos que o enformam conduz-nos, desde logo, à matriz constitucional, ao conteúdo da Lei 4 ( 12 ) Cfr. NEVES, A. CASTANHEIRA, Relatório Curso de introdução ao estudo do direito, polic., Coimbra, 1976, ps. 7 e ss., 39 e ss. e 75 e ss.., e BRONZE, F. JOSÉ, Lições de introdução ao direito, 2.ª ed., Coimbra Editora, Coimbra, 2006, ps. 77 e ss. e 169 e ss.. ( 13 ) Sobre o conceito de sistema jurídico pode ver-se CANARIS, CLAUS-WILHELM, Pensamento sistemático e conceito de sistema na ciência do direito, 4.ª ed., Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Este Autor define o sistema jurídico como uma ordem axiológica ou teleológica de princípios jurídicos gerais, referenciado às ideias de adequação valorativa e unidade interior (op. cit., ps. 103 e 280). Sobre a dimensão de legitimação, cfr. MACHADO, BAPTISTA, Introdução ao direito e ao discurso legitimador, Almedina, Coimbra, 1983, mormente p ( 14 ) Cfr., por todos, CANARIS, op. cit., ps. 159 e ss., e MACHADO, BAPTISTA, op. cit., ps. 181 e ss..

11 Fundamental, como topo da pirâmide normativa, na sua incidência sobre o Direito dos contratos, pois que a Constituição, com a eficácia preceptiva que lhe é própria, incide sobre as instituições que amoldam a vida dos homens em comum, nenhum ramo do Direito ficando imune à irradiação dos seus comandos ( 15 ). E aí deparamo-nos com o basilar princípio da autonomia privada, como autodeterminação na própria esfera jurídica, que se concretiza no princípio da liberdade contratual, afirmando-se a celebração de contratos civis como uma forma de exercício da liberdade ( 16 ), com consagração constitucional (cfr. arts. 61.º e 26.º, n.º 1, da CRPort) e na lei civil (art. 405.º do CC). Mas a ideia de autodeterminação pessoal, com os seus corolários da autonomia privada e da liberdade contratual, verdadeira chave do paradigma contratual em que se alicerça o nosso Direito dos contratos ( 17 ), não se quer incondicionada, pois que, se exercida sem limites, sempre acabaria por levar, no concreto, a excessos ou a práticas abusivas ( 18 ). Se o contrato se assume, pois, como um mecanismo essencial de ordenação e conformação no âmbito das relações económico-sociais privadas, sendo veículo privilegiado do princípio da liberdade contratual, seguro é também, já por outro lado, que se tornou necessário, ao longo do século passado, um esquema ordenado e ordenador de limites a tal princípio ( 19 ), por forma a definir o seu exacto lugar e sentido no quadro de princípios que se conjugam e entrecruzam nesta matéria. Tal tarefa de delimitação cabe ao legislador ordinário, que não hesita, em certos locais do sistema, em recorrer a uma malha, mais ou menos 5 ( 15 ) Cfr. RIBEIRO, J. SOUSA, Direito dos contratos, Estudos, Coimbra Editora, Coimbra, 2007, p. 7. ( 16 ) Cfr. RIBEIRO, SOUSA, op. cit., p. 22. ( 17 ) Cfr. RIBEIRO, SOUSA, O problema do contrato. As cláusulas contratuais gerais e o problema da liberdade contratual, Almedina, Coimbra, 2003, ps. 21 e ss.. ( 18 ) Cfr. DRAY, G. MACHADO, Breves notas sobre o ideal de justiça contratual e a tutela do contraente débil, in: Estudos em homenagem ao Professor Doutor Inocêncio Galvão Telles, vol. I, Almedina, Coimbra, 2002, ps. 76 e s.. ( 19 ) No séc. XX assistiu-se a um paulatino estabelecer de limites à liberdade contratual. Sinal marcante disso foi o eclodir dos seguros obrigatórios, entre eles o seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel. Para trás ficava, assim, a irrestrita visão de uma liberdade contratual sem limites postulada pelo liberalismo do séc. XIX.

12 apertada, de limites legais estritos, designadamente tendo em vista a protecção da parte contratual considerada tipicamente débil ( 20 ). Neste tipo de conformação legal cabe, nomeadamente, a LCCG ( 21 ) e a LDC ( 22 ): visa-se, com efeito, a protecção da parte considerada tipicamente débil e, por isso, carecida de uma específica tutela legal, no primeiro caso o aderente, no último o consumidor ( 23 ). Daqui se infere a importância das normas jurídicas de natureza imperativa como veículo da intencionalidade impositiva (ou de tipicidade, no sentido aqui de imperatividade) do legislador ordinário, visando, por esta via, o estabelecimento de um programa protectivo, no seio do contrato, da parte considerada tipicamente débil e, por isso, mais carecida de tutela, o que constitui clara limitação legal à liberdade contratual, a qual tem que ceder, até certo ponto, nos âmbitos de intervenção legal escolhidos, perante outros valores e inerentes exigências, também considerados relevantes, na espécie os que determinam a necessidade de procura de reposição da parificação mínima exigível de poderes contratuais entre as partes e, assim, de obtenção material de uma maior Justiça contratual, mediante, pois, a reposição, considerada necessária, do equilíbrio negocial entre tais partes. Ora, na esfera específica do contrato de seguro, como contrato nominado e típico que é, também se surpreende, embora sem pôr em causa, obviamente, o predomínio do princípio da liberdade contratual (cfr. art. 11.º do RJCS), um amplo âmbito de normação legal imperativa. Daí a nota da tipicidade, profundamente impressa no RJCS, agora já no sentido de um espaço definido objecto de imperatividade legal complexo de normas de cariz impositivo, 6 ( 20 ) É o que ocorre com os chamados regimes legais vinculísticos, como é exemplo a legislação do contrato de arrendamento urbano (visando a protecção do arrendatário) ou do contrato individual de trabalho (visando a protecção do trabalhador). ( 21 ) A disciplina legal sobre cláusulas contratuais gerais (LCCG) consta do DL n.º 446/85, de 25-10, alterado pelo DL n.º 220/95, de 31-08, e pelo DL n.º 249/99, de ( 22 ) A disciplina legal sobre os direitos dos consumidores (LDC) consta da Lei n.º 24/96, de ( 23 ) Em causa estão razões que se prendem com a chamada ordem pública de protecção (cfr., infra, Cap. VI).

13 como tal limitador da liberdade contratual, focadas sobre um dado espaço do contrato ( 24 ). Os motivos de tais limitações à liberdade contratual prendem-se com a prossecução pelo legislador de certos objectivos, por si estabelecidos, no âmbito da ponderação, a que procede, de determinados interesses conflituantes, à luz dos valores e princípios básicos do sistema, os quais, por seu lado, podem nem sempre convergir entre si, implicando um esforço de compatibilização e harmonização legal, quadro este em que são estabelecidas as opções legais, mediante a eleição dos interesses a proteger e dos fins a atingir. Ora, se em muitos casos o contrato de seguro em geral postula uma relação bilateral entre tomador ou segurado ( 25 ), de um lado, e segurador, do outro, nos seguros de responsabilidade civil, designadamente no seguro obrigatório automóvel, por sua vez, deparamo-nos ainda com o interesse de um terceiro, o lesado ou vítima. Por isso se pode falar nesta sede de uma estrutura inter-relacional complexa, a esquematizar como estrutura relacional triangular, considerando os diversos laços, e seus conteúdos obrigacionais, que se estabelecem entre os sujeitos envolvidos, visando aquela imperatividade ora proteger o tomador do seguro ou o segurado, ora já os lesados, não podendo esquecer-se a sempre presente e cada vez mais intensa função social do seguro obrigatório automóvel, no contexto do chamado movimento de socialização do risco e no confronto com uma actividade perigosa, como o é a condução terrestre de veículos ( 26 ) ( 27 ). 7 ( 24 ) Sobre os significados do termo tipicidade, cfr. DUARTE, R. PINTO, Tipicidade e atipicidade dos contratos, Almedina, Coimbra, 2000, p. 34, bem como VASCONCELOS, P. PAIS, Contratos atípicos, Almedina, Coimbra, 1995, ps. 21 e ss.. Utilizamos o vocábulo tipicidade no sentido, não só de taxatividade, mas também de imperatividade legal. Com efeito, as notas de imperatividade (absoluta ou relativa) ínsitas nas normas de um determinado regime legal por contraposição às normas de cariz supletivo, dominadas pelo princípio da liberdade contratual decorrem de previsão normativa tipificada pelo legislador, como acontece no RJCS (cfr. arts. 11.º a 13.º), ou de critério de aferição por aquele positivado. Neste sentido, pois, tipicidade corresponderá a taxatividade e também a imperatividade legal. ( 25 ) Casos há em que não ocorre coincidência entre tomador do seguro e segurado, como se pode inferir, por exemplo, do disposto no art. 6.º, n.º 2, da LSOA cfr., infra, Cap. IV, 1.. ( 26 ) Cfr. RIBEIRO, SOUSA, O ónus da prova da culpa na responsabilidade civil por acidentes de viação, in: Estudos em homenagem ao Prof. Doutor J. J. Teixeira Ribeiro, II

14 Já noutro plano, há que contar ainda com as limitações que, nas relações entre segurador e tomador, a boa fé pode impor à actuação dos sujeitos privados na sua esfera de liberdade contratual ( 28 ), no exercício de direitos e no cumprimento de deveres, mormente, quanto ao que aqui importa, no contexto daquela estrutura relacional de seguro obrigatório automóvel, tanto mais que nos movimentamos no âmbito de figura contratual o contrato de seguro umbilicalmente ligada à boa fé, sendo bem conhecida a sua caracterização como contrato fiduciário ( 29 ), cuja legislação específica não olvida, logo por isso, as exigências normativas impostas pelo princípio da boa fé. A boa fé objectiva projecta-se, desde logo, como norma comportamental, postulando um certo padrão de conduta honesta, correcta e leal ( 30 ), sobre o campo da relação de seguro, acompanhando as diversas fases do desenvolvimento dessa relação contratual. Mas não pode esquecer-se o papel de grande relevo conferido à boa fé no âmbito dos contratos de adesão e sua legislação ( 31 ), o que, a par das exigências decorrentes de outros diplomas normativos aplicáveis na nossa ordem jurídica, referentes às relações de consumo e às exigências de transparência nas relações contratuais, conflui no 8 Iuridica, Coimbra, ps. 413 e ss., e MARCELINO, AMÉRICO, Acidentes de viação e responsabilidade civil, 9.ª ed., Livraria Petrony, Lisboa, p Em sentido diverso, cfr. o Ac do STJ, de 17/11/2005, Proc. 04B4372 (PIRES DA ROSA), ( 27 ) Também o segurador pode surgir, por vezes, como parte carecida de protecção legal. É o que ocorre em matéria de declaração inicial do risco (cfr. arts. 24.º a 26.º do RJCS). Porém, tal ocorre em termos não imperativos quanto a este. É que os arts. 24.º a 26.º do RJCS são normas dotadas de imperatividade apenas relativa, como resulta do disposto no art. 13.º, n.º 1, do mesmo RJCS, permitindo, pois, o estabelecimento convencional de um regime mais favorável, mas tão-só no sentido do favor do tomador, segurado ou beneficiário, e não do segurador, podendo aqui distinguir-se, assim, entre uma dimensão objecto da protecção originária da norma (de sentido favorável ao segurador) e uma outra objecto da protecção decorrente da imperatividade dessa norma (a favor da parte contrária). ( 28 ) A boa fé apresenta-se como um instituto civil susceptível de operar, sempre que necessário, uma limitação da autonomia privada em nome do ideal de justiça contratual e do equilíbrio negocial DRAY, G. MACHADO, op. cit., p. 97. ( 29 ) O contrato de seguro é classicamente reconhecido como contrato uberrima bona fides, isto é, contrato da máxima boa fé. ( 30 ) Que se reporta ao recto agir, ao viver honesto, segundo o qual cada um deve actuar como pessoa de bem (cfr. VASCONCELOS, P. PAIS, op. cit., p. 398). ( 31 ) Fala-se mesmo, neste horizonte normativo, em aplicação do princípio da boa fé como instrumento de limitação e controlo da liberdade contratual RIBEIRO, SOUSA, Direito dos Contratos, cit., p Cfr., sobre o tema, infra, Cap. VII.

15 sentido da imposição de determinados parâmetros objectivos e limitações com que a actuação dos seguradores, no exercício da liberdade contratual, se tem necessariamente de conformar. Porém, a boa fé, nesta sua vertente objectiva, vista como cláusula geral ( 32 ) ou princípio normativo, carece, para ter virtualidade aplicativa, da necessária concretização, o que demanda um inalienável esforço do interprete/aplicador, confrontado com os casos da vida, a que tem necessariamente de ser dada solução jurídica. É que toda a tarefa de realização do Direito implica valorações, fazendo apelo, assim, ao carácter axiológico e teleológico da ordem jurídica ( 33 ). Com efeito, enquanto tarefa de realização da Justiça, não pode o Direito prescindir de valores e princípios jurídicos uma certa ordem de valores e decorrentes princípios, aceite na comunidade e da sua adequada ponderação e harmonização ( 34 ). Ora, neste patamar assume especial relevo o princípio ( 35 ) da boa fé, cuja operância tem a virtualidade de transportar para a norma do caso, numa intervenção concretizadora, os valores básicos e essenciais do sistema ( 36 ), 9 ( 32 ) Sobre as características das cláusulas gerais, cfr. MACHADO, BAPTISTA, op cit., p ( 33 ) Cfr. CANARIS, op. cit., ps. 30 e ss.. ( 34 ) Os valores e princípios não podem deixar de ter lugar de relevo, uma vez explicitados, na compreensão e realização do Direito. Este há-de corresponder a uma projecção do valor da Justiça na cidade dos homens. Ou, pelo menos, a uma vocação destes para atingirem o valor Justiça cfr. MARTÍNEZ, P. SOARES, Axiologia global do direito, in: Estudos em homenagem ao Professor Doutor Inocêncio Galvão Telles, cit., ps. 792 e s.. ( 35 ) Sobre a posição que os princípios ocupam no sistema, cabendo-lhes um lugar intermédio entre os valores e os conceitos, cfr. CANARIS, op. cit., p. 87. Sobre a sua importância, enquanto positivadores ou concretizadores dos valores, já foi dito que há princípios fundamentais de Direito que são mais fortes do que todo e qualquer preceito jurídico positivo, de tal modo que toda a lei que os contrarie não poderá deixar de ser privada de validade assim RADBRUCH, GUSTAV, apud CUNHA, P. FERREIRA, Do direito natural positivo, in: Estudos em homenagem à Professora Doutora Isabel de Magalhães Collaço, vol. II, Almedina, Coimbra, 2002, p ( 36 ) Sobre estes pode dizer-se que valores morais como a igualdade, a confiança, o respeito pela dignidade da pessoa, não são interesses quaisquer ao lado de outros: eles são antes os elementos ordenadores do Direito privado ( ) genuinamente decisivos; eles não se situam ao lado dos factos a ordenar, no mesmo plano, mas por cima deles, num plano superior assim COING, JurZ, p. 485, apud ENGISCH, KARL, Introdução ao pensamento jurídico, 5.ª ed. port., 1979, p. 318, apud CUNHA, P. FERREIRA, op. cit., p. 883.

16 levando ao estabelecer de soluções materialmente mais justas e permitindo a indispensável filiação axiológica do ordenamento, maxime numa época em que, a par de rápidas mutações em todos os domínios da actividade humana e do exacerbar quantitativo da produção legislativa, se reclamam caminhos de eticização do Direito ( 37 ). 10 ( 37 ) Cfr. ASCENSÃO, J. OLIVEIRA, Direito civil e direito do consumidor, in: Estudos de Direito do Consumidor, Centro de Direito do Consumo, n.º 8, 2006/2007, ps. 29 e ss.. É relevante o papel que a boa fé desempenha neste âmbito, num contexto histórico em que o tratamento da questão do abuso da liberdade contratual continuará acrescidamente presente na disciplina do contrato, notando-se uma crescente predisposição das ordens jurídicas europeias à introdução de medidas correctivas de conteúdos grosseiramente atentatórios da justiça substancial dos contratos celebrados em condições não paritárias (cfr. RIBEIRO, SOUSA, Direito dos contratos, cit., p. 277). A boa fé transcende hoje a sua relevância de cláusula geral do Direito civil, elevando- -se a princípio incontornável do sistema jurídico vigente. O mesmo acontece noutros sistemas jurídicos, em especial no germânico, pioneiro, aliás, nesta matéria, que influenciou vincadamente o ordenamento português, mormente no que concerne à Codificação portuguesa de 1966 e sua subsequente aplicação até aos dias de hoje.

17 Capítulo I O CONTRATO DE SEGURO, SUA ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA O Homem, enquanto existir, sempre se manterá pela condição da sua vida e pelas circunstâncias em que esta se desenvolve, marcadas pela provisoriedade e caducidade do tempo e pelo confronto com forças incontroláveis que se lhe impõem cercado dos mais diversos perigos, sendo natural que, consciencializados estes, e na impossibilidade de os suprimir, continue sempre, como sempre fez, a procurar formas de se colocar a coberto das suas previsíveis consequências danosas. Uma dessas formas encontradas é, desde há muito, a figura dos seguros ( 38 ). Perdidas no nevoeiro da História, são algo controvertidas as origens mais remotas do contrato de seguro ( 39 ), o que se deve sobretudo à carência verificada de dados precisos e concretos sobre a matéria, havendo, ainda assim, quem sustente que as raízes mais profundas do fenómeno dos seguros remontam a tempos anteriores aos do Império Romano ( 40 ). ( 38 ) Refere LAMBERT-FAIVRE, YVONNE, a este propósito, que a necessidade dos seguros aparece ligada à precariedade da condição humana (cfr. op. cit., p. 4). ( 39 ) Se é certo que o Direito dos seguros integra dois ramos distintos por um lado, a regulamentação do acesso, exercício e supervisão da actividade seguradora, o Direito público ou institucional dos seguros, e, por outro lado, o complexo de normas e princípios referentes ao contrato de seguro em geral e aos seus ramos, modalidades e sub-modalidades em especial, designado Direito do contrato de seguro ou Direito material dos seguros (cfr. VASQUES, JOSÉ, Direito dos seguros, regime jurídico da actividade seguradora, Coimbra Editora, Coimbra, 2005, p. 17), o que importa aqui é a problemática do contrato de seguro, o Direito material dos seguros. ( 40 ) Assim CORREIA, L. BRITO, e ALMEIDA, J. DIONÍSIO, que encontram os primeiros sinais da origem do seguro há cerca de quatro mil anos, com o denominado Código de

18 Alguns sinais históricos credíveis podem ser encontrados na Grécia Clássica e na Roma Antiga. Com efeito, se há relatos que se reportam a um fundo de entrada estabelecido com a finalidade de proteger artistas e artesãos na Grécia Clássica ( 41 ), já na Antiga Roma, por sua vez, era comum que classes profissionais de comerciantes e artesãos se associassem entre si por forma a criarem fundos comuns, de modo a que, caso viessem a ocorrer prejuízos dessas actividades, fossem eles objecto de ressarcimento. Alguns autores identificam aqui os fundamentos das posteriormente denominadas mutualidades ou sociedades mútuas. Assim é que aludem os autores também às sociedades mutualistas no âmbito náutico na Grécia ( sinédrios e eranistas ), em Roma ( sodalitates ou collegia officium ) e na Idade Média ( ghildas ) ( 42 ) ( 43 ). O desenvolvimento do comércio marítimo criou condições para o surgimento de costumes e usos marítimos os autores falam aqui no foenus nauticum e foenus quasi nauticum ( 44 ), já referido na Lex Rhodia de Jactu (ano 475 a.c.) ( 45 ). Traduzia-se num empréstimo aleatório, prestado por um financeiro a um armador, a quem era cobrado um determinado juro e cujo reembolso dependia do regresso do barco, prática esta que, sendo corrente na Itália medieval, viria a ser proibida, já no séc. XIII, pelo Papa Gregório IX (no ano de 1236), por este tipo de empréstimo marítimo ter sido equiparado à usura ( 46 ). 12 Hammurábi cfr. Seguro, in: Polis Enciclopédia Verbo da Sociedade e do Estado, vol. 5.º, ps e ( 41 ) Cfr. SILVA, R. G. FERREIRA, Do contrato de seguro de responsabilidade civil geral, seu enquadramento e aspectos jurídicos essenciais, Coimbra Editora, Coimbra, 2007, p. 25. ( 42 ) Estas últimas segundo refere ALMEIDA, J. DIONÍSIO, op. cit., ps tinham inicialmente por objecto a defesa mútua religiosa, tendo os respectivos confrades posteriormente passado também a assistir-se mutuamente na doença ou em caso de incêndio ou viagem. ( 43 ) Cfr. MARTINEZ, P. ROMANO, Direito dos seguros, relatório, cit., p. 92, e bibliografia ali mencionada, e Direito dos seguros, cit., p. 27. ( 44 ) Cfr. CORREIA, L. BRITO, op. cit., ps ( 45 ) Em discordância com autores que vêem aqui já um prémio de seguro (e não apenas um mútuo), refere CORDEIRO, MENEZES, a propósito do phoenus nauticum, que neste se tratava de um contrato de risco, mas não mais, ainda assim, que uma espécie de mútuo cfr. Manual, cit., p ( 46 ) Cfr. MARQUES, OLIVEIRA, op. cit., ps. 16 e s..

19 Por então surgiram, segundo alguma doutrina, formas de ultrapassar aquela proibição, como o chamado câmbio marítimo, a ser pago noutra moeda, com as consequentes questões cambiais a tornarem imperceptível o pagamento acrescido ou usura ( 47 ). Na Época Medieval, a partir do séc. X, ghildas, comunidades da Igreja e certas corporações como as designadas mútuas de pescadores eram já comuns na Europa como fenómeno associativo, tendo, entre outros fins, um escopo de carácter assistencial ( 48 ). Diversos autores encontram os primórdios do contrato de seguro na Itália medieval, no período correspondente aos sécs. XII a XIV ( 49 ), o que parece correcto ( 50 ). 13 ( 47 ) Cfr. MARQUES, OLIVEIRA, op. cit., p. 17, referindo que de tal câmbio marítimo se passaria a um autêntico empréstimo de seguro, cujo primeiro caso conhecido data do ano de 1287, tendo ocorrido na Sicília. ( 48 ) Cfr. ALMEIDA, J. C. MOITINHO DE, O contrato de seguro no direito português e comparado, Livraria Sá da Costa Editora, Lisboa, 1971, p. 6, bem como CORREIA, L. BRITO, op. cit., p ( 49 ) Segundo CORREIA, L. BRITO op. cit., p. 714, o mais antigo contrato de seguro escrito conhecido é do ano de 1347, tendo sido redigido em Génova, Itália, sendo também italiana a primeira lei sobre seguros (Génova, 1369). ALMEIDA, MOITINHO DE, por sua vez, refere, a este propósito, que tudo leva a crer que muitos outros contratos de seguro foram praticados anteriormente a 1347, nas cidades do Norte de Itália cfr. O contrato de seguro, cit., p. 6. ( 50 ) De notar, porém, que a própria concepção privatística de contrato foi evoluindo ao longo da História, a partir do Direito romano cfr. COSTA, M. J. DE ALMEIDA, Direito das obrigações, 11.ª ed., Almedina, Coimbra, 2008, p Sobre o tema, cfr. ainda CORDEIRO, MENEZES, Da natureza do direito do locatário, Separata da Revista da Ordem dos Advogados, Lisboa, 1980, ps. 26 e ss.. À luz do nosso CC actual o contrato assume uma acepção lata (que o identifica com a noção de negócio jurídico bilateral), prevendo-se uma disciplina específica e unitária/geral para os contratos (arts. 405.º e ss. do CC), sem deixar de se prever, ao mesmo tempo, determinados tipos contratuais (contratos típicos), atenta a sua importância prática e económico- -social. O contrato de seguro, de natureza tipicamente mercantil, encontrava-se previsto e regulado em geral no CCom (cujo art. 425.º qualificava tal contrato como comercial), sendo- -lhe agora aplicável o RJCS (aprovado pelo mencionado DL n.º 72/2008, cujo art. 6.º, n.º 2, al. a), veio revogar os arts. 425.º a 462.º do CCom, que continham aquela regulamentação comercialística). Tal contrato, que mantém a sua tendência mercantil, tem como direito subsidiário, desde logo, a lei comercial e, depois, a lei civil (art. 4.º do RJCS). Porém, a sua natureza comercial mostra-se hoje atenuada no que tange aos seguros de riscos de massa sobretudo quanto às relações jurídicas de consumo, prevalecendo muitas das caracterís-

20 Com efeito, argumentam alguns autores que é na Itália do séc. XII que surgem as primeiras referências à regulamentação do seguro marítimo, a Consolate de Mare ( 51 ). Na sequência, referem que já no séc. XIV existia a Ordenação de Pisa e, novamente em Itália, as Ordenações de Veneza, estabelecendo a apólice de seguro como instrumento jurídico com valor comercial ( 52 ). Outros, escrevem que o seguro marítimo a prémio nasceu, nos finais do séc. XIII, no seio das cidades italianas, vindo a desenvolver-se e a generalizar-se durante todo o séc. XIV ( 53 ). E outros ainda, defendem que o desenvolvimento sistemático do contrato de seguro com algum escopo lucrativo apenas ocorreria no séc. XIV, mas sempre em Itália ( 54 ) ( 55 ). Não oferece dúvidas, assim, que no decurso do séc. XV o contrato de seguro tenha vindo, ante o seu interesse prático, a ser objecto de paulatina divulgação pela Europa e, embora o negócio segurador não fosse ainda considerado rentável, os seguros tenham começado a estender-se aos transportes terrestres. E o fenómeno ganharia depois, com o tempo, raízes fortes no séc. XVI ( 56 ). Tal, porém, em termos ainda muito simples e sem quaisquer bases matemáticas de exploração. Quanto especificamente a Portugal, em 1293, correndo o reinado de D. Dinis, surgiu a Sociedade de Mercadores Portugueses, tendo o escopo de actuar em caso de sinistros e, em geral, no âmbito das necessidades do comércio no estrangeiro valia a regra de cobrar certa quantia por frete marítimo para pagamento até certo montante por sinistro marítimo ( 57 ) ( 58 ). 14 ticas típicas do direito civil, especialmente nas novas tendências de tutela da parte débil (cfr. MARTINEZ, P. ROMANO, Lei do contrato de seguro, anotada, Almedina, Coimbra, 2009, p. 41). Acresce que na relação complexa de seguro obrigatório automóvel, atenta a sua dimensão triangular, tem posição de destaque o lesado, com a sua acção directa contra o segurador, onde têm papel decisivo as normas civilísticas atinentes à responsabilidade civil (extracontratual) e à fixação indemnizatória pelo sinistro (cfr. arts. 483.º e ss. e 562.º e ss., todos do CC). ( 51 ) Assim MARTINS, J. VALENTE, op. cit., p. 16. ( 52 ) Cfr. ainda MARTINS, J. VALENTE, op. cit., p. 16. ( 53 ) É o caso de MARQUES, OLIVEIRA, op. cit., ps , que acrescenta, porém, que já nos sécs. XII e XIII se observavam formas de «pré-seguro», sucedâneos com o nome de empréstimo marítimo e, depois, de câmbio marítimo. ( 54 ) Cfr. CORDEIRO, MENEZES, Manual, cit., p ( 55 ) Cfr. também MARTINEZ, P. ROMANO, Direito dos seguros, relatório, cit., p. 92. ( 56 ) Como refere MARQUES, OLIVEIRA, op. cit., ps. 18 e s.. ( 57 ) Assim MARTINEZ, P. ROMANO, Direito dos seguros, relatório, cit., p. 92.

L 306/2 Jornal Oficial da União Europeia 23.11.2010

L 306/2 Jornal Oficial da União Europeia 23.11.2010 L 306/2 Jornal Oficial da União Europeia 23.11.2010 Projecto DECISÃO N. o / DO CONSELHO DE ASSOCIAÇÃO instituído pelo Acordo Euro-Mediterrânico que cria uma associação entre as Comunidades Europeias e

Leia mais

Mestrado Profissionalizante

Mestrado Profissionalizante Mestrado Profissionalizante Curso de Especialização Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDL) - Ano Lectivo 2010/2011 2.º Semestre Disciplina de REGULAÇÃO DA ECONOMIA PROGRAMA Coordenação Professor

Leia mais

Auditoria Geral do Mercado de Valores Mobiliários

Auditoria Geral do Mercado de Valores Mobiliários RELATÓRIO FINAL DA CONSULTA PÚBLICA DA AGMVM SOBRE A PROPOSTA DE REFORMA DO CÓDIGO DE MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS 1. Introdução No presente documento procede-se à análise das respostas recebidas no

Leia mais

MEDIDAS DE PROTECÇÃO DO CONSUMIDOR NA CELEBRAÇÃO DE CONTRATOS DE SEGURO DE VIDA ASSOCIADOS

MEDIDAS DE PROTECÇÃO DO CONSUMIDOR NA CELEBRAÇÃO DE CONTRATOS DE SEGURO DE VIDA ASSOCIADOS Informação n.º 27/2009 22 09 2009 MEDIDAS DE PROTECÇÃO DO CONSUMIDOR NA CELEBRAÇÃO DE CONTRATOS DE SEGURO DE VIDA ASSOCIADOS AO CRÉDITO À HABITAÇÃO O Decreto Lei n.º 222/2009, de 11 de Setembro, estabelece

Leia mais

27. Convenção da Haia sobre a Lei Aplicável aos Contratos de Mediação e à Representação

27. Convenção da Haia sobre a Lei Aplicável aos Contratos de Mediação e à Representação 27. Convenção da Haia sobre a Lei Aplicável aos Contratos de Mediação e à Representação Os Estados signatários da presente Convenção: Desejosos de estabelecer disposições comuns sobre a lei aplicável aos

Leia mais

Comissão Europeia Direcção-Geral da Justiça B-1049 Bruxelas JUST-CIVIL-COOP@ec.europa.eu N/Ref. Ent.13561 de 25/07/2012

Comissão Europeia Direcção-Geral da Justiça B-1049 Bruxelas JUST-CIVIL-COOP@ec.europa.eu N/Ref. Ent.13561 de 25/07/2012 Comissão Europeia Direcção-Geral da Justiça B-1049 Bruxelas JUST-CIVIL-COOP@ec.europa.eu N/Ref. Ent.13561 de 25/07/2012 ASSUNTO: Resposta da Ordem dos Advogados de Portugal à Consulta Pública sobre Prazos

Leia mais

circular ifdr Noção de Organismo de Direito Público para efeitos do cálculo de despesa pública SÍNTESE: ÍNDICE

circular ifdr Noção de Organismo de Direito Público para efeitos do cálculo de despesa pública SÍNTESE: ÍNDICE N.º 01/2008 Data: 2008/07/16 Noção de Organismo de Direito Público para efeitos do cálculo de despesa pública Elaborada por: Núcleo de Apoio Jurídico e Contencioso e Unidade de Certificação SÍNTESE: A

Leia mais

Decreto-Lei n.º 15/97/M. de 5 de Maio

Decreto-Lei n.º 15/97/M. de 5 de Maio Decreto-Lei n.º 15/97/M de 5 de Maio Desenvolveram-se, nos últimos tempos, as sociedades dedicadas à entrega rápida de pequenos valores em numerário, entre diversos países e territórios, prestando serviços,

Leia mais

Por outro lado, estabelece ainda o referido preceito a susceptibilidade da Norma Regulamentar emitida se aplicar igualmente aos mediadores de seguros.

Por outro lado, estabelece ainda o referido preceito a susceptibilidade da Norma Regulamentar emitida se aplicar igualmente aos mediadores de seguros. Não dispensa a consulta da Norma Regulamentar publicada em Diário da República NORMA REGULAMENTAR N.º 03/2010-R, DE 18 DE MARÇO DE 2010 Publicidade Pelo Decreto-Lei n.º 8-A/2002, de 11 de Janeiro, foram

Leia mais

CARTÕES DE CRÉDITO: BOAS RAZÕES PARA UMA BOA REGULAÇÃO

CARTÕES DE CRÉDITO: BOAS RAZÕES PARA UMA BOA REGULAÇÃO 1 CARTÕES DE CRÉDITO: BOAS RAZÕES PARA UMA BOA REGULAÇÃO 15.04.2008 SÃO PAULO SEMINÁRIO PROTESTE 2 CARTÕES DE CRÉDITO: BOAS RAZÕES PARA UMA BOA REGULAÇÃO 3 1. Meio de pagamento e instrumento de crédito

Leia mais

O ENVOLVIMENTO DOS TRABALHADORES NA ASSOCIAÇÃO EUROPEIA

O ENVOLVIMENTO DOS TRABALHADORES NA ASSOCIAÇÃO EUROPEIA PARECER SOBRE O ENVOLVIMENTO DOS TRABALHADORES NA ASSOCIAÇÃO EUROPEIA (Proposta de Regulamento sobre o Estatuto da AE e Proposta de Directiva que completa o estatuto da AE no que se refere ao papel dos

Leia mais

Informação complementar ao Relatório de Governo das Sociedades referente ao Exercício de 2007

Informação complementar ao Relatório de Governo das Sociedades referente ao Exercício de 2007 BANIF SGPS S.A. Sociedade Aberta Matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Funchal Sede Social: Rua de João Tavira, 30, 9004 509 Funchal Capital Social: 250.000.000 Euros * Número único de matrícula

Leia mais

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS 24 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS Os mercados de capitais na Europa e no mundo exigem informações financeiras significativas, confiáveis, relevantes e comparáveis sobre os emitentes de valores mobiliários.

Leia mais

«Parte geral», «Seguro de danos» e «Seguro de pessoas». NOVO REGIME GERAL DO CONTRATO DE SEGURO

«Parte geral», «Seguro de danos» e «Seguro de pessoas». NOVO REGIME GERAL DO CONTRATO DE SEGURO NOVO REGIME GERAL DO CONTRATO DE SEGURO «Parte geral», «Seguro de danos» e «Seguro de pessoas». No passado dia 16 de Abril foi publicado o Decreto-Lei n.º 72/2008 que consagra a implantação, num único

Leia mais

Restituição de cauções aos consumidores de electricidade e de gás natural Outubro de 2007

Restituição de cauções aos consumidores de electricidade e de gás natural Outubro de 2007 Restituição de cauções aos consumidores de electricidade e de gás natural Outubro de 2007 Ponto de situação em 31 de Outubro de 2007 As listas de consumidores com direito à restituição de caução foram

Leia mais

ASSEMBLEIA NACIONAL. Lei n 5/02 de 16 de Abril

ASSEMBLEIA NACIONAL. Lei n 5/02 de 16 de Abril ASSEMBLEIA NACIONAL Lei n 5/02 de 16 de Abril o amplo debate político e académico desenvolvido a partir de meados da década de 80 do século XX, no âmbito da implementação do Programa de Saneamento Económico

Leia mais

Decreto-Lei n.º 214/97 de 16 de Agosto. Seguros

Decreto-Lei n.º 214/97 de 16 de Agosto. Seguros Decreto-Lei n.º 214/97 de 16 de Agosto Seguros As apólices de seguros são instrumentos contratuais típicos de pré-disposição ao público de cláusulas contratuais gerais de elevado alcance social. Daí a

Leia mais

PROSPECTO SIMPLIFICADO (actualizado a 31 de Dezembro de 2008) Designação: Liberty PPR Data início de comercialização: 19 de Abril de 2004

PROSPECTO SIMPLIFICADO (actualizado a 31 de Dezembro de 2008) Designação: Liberty PPR Data início de comercialização: 19 de Abril de 2004 PROSPECTO SIMPLIFICADO (actualizado a 31 de Dezembro de 2008) Designação: Liberty PPR Data início de comercialização: 19 de Abril de 2004 Empresa de Seguros Entidades comercializadoras Autoridades de Supervisão

Leia mais

ANTEPROJECTO DE DECRETO-LEI RELATIVO AOS SEGUROS DE GRUPO

ANTEPROJECTO DE DECRETO-LEI RELATIVO AOS SEGUROS DE GRUPO ANTEPROJECTO DE DECRETO-LEI RELATIVO AOS SEGUROS DE GRUPO CONTRIBUTIVOS Nos contratos de seguro de grupo em que os segurados contribuem para o pagamento, total ou parcial, do prémio, a posição do segurado

Leia mais

DOCUMENTO DE CONSULTA PÚBLICA

DOCUMENTO DE CONSULTA PÚBLICA DOCUMENTO DE CONSULTA PÚBLICA N.º 8/2010 Projecto de Orientação Técnica relativa ao desenvolvimento dos sistemas de gestão de riscos e de controlo interno das entidades gestoras de fundos de pensões 31

Leia mais

IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA PROTECÇÃO DOS PRODUTOS TRADICIONAIS PORTUGUESES

IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA PROTECÇÃO DOS PRODUTOS TRADICIONAIS PORTUGUESES IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA PROTECÇÃO DOS PRODUTOS TRADICIONAIS PORTUGUESES A valorização comercial dos produtos agrícolas e dos géneros alimentícios que, ou pela sua origem ou pelos seus modos particulares

Leia mais

CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO ECONÔMICO CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO SUJEITO - OBJETO

CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO ECONÔMICO CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO SUJEITO - OBJETO CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO ECONÔMICO CONCEITO DE DIREITO ECONÔMICO SUJEITO - OBJETO CONCEITO DIREITO ECONÔMICO É O RAMO DO DIREITO QUE TEM POR OBJETO A JURIDICIZAÇÃO, OU SEJA, O TRATAMENTO

Leia mais

- Reforma do Tesouro Público

- Reforma do Tesouro Público - Reforma do Tesouro Público Em Novembro de 1997 foram definidas as opções estratégicas do Ministério das Finanças para a adopção da moeda Única ao nível da Administração Financeira do Estado. Estas opções,

Leia mais

Conselho Geral e de Supervisão REGULAMENTO SOBRE CONFLITOS DE INTERESSES E NEGÓCIOS ENTRE PARTES RELACIONADAS DA EDP

Conselho Geral e de Supervisão REGULAMENTO SOBRE CONFLITOS DE INTERESSES E NEGÓCIOS ENTRE PARTES RELACIONADAS DA EDP Conselho Geral e de Supervisão REGULAMENTO SOBRE CONFLITOS DE INTERESSES E NEGÓCIOS ENTRE PARTES RELACIONADAS DA EDP 29.07.2010 REGULAMENTO SOBRE CONFLITOS DE INTERESSES E NEGÓCIOS ENTRE PARTES RELACIONADAS

Leia mais

O REGIME DE EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2012

O REGIME DE EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2012 27 de Fevereiro de 2012 O REGIME DE EXECUÇÃO DO ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2012 Introdução O Decreto-Lei n.º 32/2012, de 13 de Fevereiro, que regula a execução do Orçamento do Estado para 2012, aprovado

Leia mais

Secção II 1* Fundos e sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional

Secção II 1* Fundos e sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional Secção II 1* Fundos e sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional Artigo 102.º Objecto É aprovado o regime especial aplicável aos fundos de investimento imobiliário para arrendamento

Leia mais

Legislação Farmacêutica Compilada. Portaria n.º 377/2005, de 4 de Abril. B, de 20 de Maio de 2005. INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso 59-C

Legislação Farmacêutica Compilada. Portaria n.º 377/2005, de 4 de Abril. B, de 20 de Maio de 2005. INFARMED - Gabinete Jurídico e Contencioso 59-C 1 Estabelece que o custo dos actos relativos aos pedidos previstos no Decreto- Lei n.º 72/91, de 8 de Fevereiro, bem como dos exames laboratoriais e dos demais actos e serviços prestados pelo INFARMED,

Leia mais

DELIBERAÇÃO Nº 72 / 2006. I - Introdução

DELIBERAÇÃO Nº 72 / 2006. I - Introdução DELIBERAÇÃO Nº 72 / 2006 I - Introdução A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) tem recebido, com muita frequência, um grande número de pedido de acessos a dados pessoais de saúde de titulares

Leia mais

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA. Artigo: 18º. Assunto:

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA. Artigo: 18º. Assunto: FICHA DOUTRINÁRIA Diploma: Artigo: Assunto: CIVA 18º Prestação de Serviços de telemarketing Processo: nº 3109, despacho do SDG dos Impostos, substituto legal do Director - Geral, em 2012-05-18. Conteúdo:

Leia mais

A visão Social da Previdência Complementar. Palestrante: Henda Mondlane F. da Silva

A visão Social da Previdência Complementar. Palestrante: Henda Mondlane F. da Silva A visão Social da Previdência Complementar Palestrante: Henda Mondlane F. da Silva Protecção Social Obrigatória vs Protecção Social Complementar As alterações efectuadas nos últimos anos ao Regime da Segurança

Leia mais

Projeto de resolução n.º 308/XII Recomenda ao Governo a criação de um Fundo de Garantia ao Crédito à Habitação. Exposição de motivos

Projeto de resolução n.º 308/XII Recomenda ao Governo a criação de um Fundo de Garantia ao Crédito à Habitação. Exposição de motivos Projeto de resolução n.º 308/XII Recomenda ao Governo a criação de um Fundo de Garantia ao Crédito à Habitação Exposição de motivos Os últimos meses têm revelado um aumento preocupante e muito significativo

Leia mais

PLANO/ ACORDO DE RECUPERAÇÃO

PLANO/ ACORDO DE RECUPERAÇÃO CONFERÊNCIA PLANO/ ACORDO DE RECUPERAÇÃO A. Raposo Subtil FINALIDADE DOS PLANOS/ ACORDOS PROCESSO DE INSOLVÊNCIA Art. 1º, do CIRE - Lei nº 16/2012, de 20-04 ( ) satisfação dos credores pela forma prevista

Leia mais

RECOMENDAÇÃO N.º 1/2013 INFORMAÇÃO DO IMPOSTO ESPECIAL DE CONSUMO NA FATURA DE GÁS NATURAL

RECOMENDAÇÃO N.º 1/2013 INFORMAÇÃO DO IMPOSTO ESPECIAL DE CONSUMO NA FATURA DE GÁS NATURAL RECOMENDAÇÃO N.º 1/2013 INFORMAÇÃO DO IMPOSTO ESPECIAL DE CONSUMO NA FATURA DE GÁS NATURAL Janeiro 2013 ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS Este documento está preparado para impressão em frente

Leia mais

SINDICATO DOS MÉDICOS DA ZONA SUL

SINDICATO DOS MÉDICOS DA ZONA SUL 1 INFORMAÇÃO N.º 12/2010 Medicina Geral e Familiar Clínica Geral HORÁRIO DE TRABALHO 1. O Acordo Colectivo da Carreira Especial Médica (ACCE) foi publicado, sob a designação de Acordo Colectivo de Trabalho

Leia mais

CNC CNC COMISSÃO DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA CONTABILIZAÇÃO DOS EFEITOS DA INTRODUÇÃO DO EURO DIRECTRIZ CONTABILÍSTICA Nº21 1. INTRODUÇÃO DO EURO

CNC CNC COMISSÃO DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA CONTABILIZAÇÃO DOS EFEITOS DA INTRODUÇÃO DO EURO DIRECTRIZ CONTABILÍSTICA Nº21 1. INTRODUÇÃO DO EURO DIRECTRIZ CONTABILÍSTICA Nº21 CONTABILIZAÇÃO DOS EFEITOS DA INTRODUÇÃO DO EURO INDICE 1. INTRODUÇÃO DO EURO 1 2. PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 3 3. DEFINIÇÕES 3 4. EFEITOS DA

Leia mais

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOBRE SEGUROS E FUNDOS DE PENSÕES. Sessão de Abertura

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOBRE SEGUROS E FUNDOS DE PENSÕES. Sessão de Abertura III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOBRE SEGUROS E FUNDOS DE PENSÕES Sessão de Abertura A regulação e supervisão da actividade seguradora e de fundos de pensões Balanço, objectivos e estratégias futuras É com

Leia mais

A evolução do conceito de liderança:

A evolução do conceito de liderança: A evolução do conceito de liderança: um bolo feito de camadas Departamento de Economia, Sociologia e Gestão Licenciatura em Gestão, 3º Ano, 2º semestre, 2011-2012 Liderança e Gestão de Equipas Docentes:

Leia mais

PROMOTORES: PARCEIROS/CONSULTORES: FUNCIONAMENTO RESUMO

PROMOTORES: PARCEIROS/CONSULTORES: FUNCIONAMENTO RESUMO CVGARANTE SOCIEDADE DE GARANTIA MÚTUA PROMOTORES: PARCEIROS/CONSULTORES: FUNCIONAMENTO RESUMO 14 de Outubro de 2010 O que é a Garantia Mútua? É um sistema privado e de cariz mutualista de apoio às empresas,

Leia mais

'(&,6 (6$3529$'$6325352&(',0(172(6&5,72

'(&,6 (6$3529$'$6325352&(',0(172(6&5,72 & Bruxelas, 26 de Março de 2001 7362/01 (Presse 120) (OR. en) '(&,6 (6$3529$'$6325352&(',0(172(6&5,72 O Conselho aprovou em 23 de Março de 2001, por procedimento escrito, as suas posições comuns tendo

Leia mais

Programa da disciplina de Direito Comercial II

Programa da disciplina de Direito Comercial II Universidade de Macau Faculdade de Direito Ano lectivo 2010/2011 Programa da disciplina de Direito Comercial II Regente: Mestre Augusto Teixeira Garcia Plano de Curso da Disciplina Direito Comercial II

Leia mais

Empreendedorismo e Segurança Jurídica. António Raposo Subtil Raposo Subtil & Associados Sociedade de Advogados, RL

Empreendedorismo e Segurança Jurídica. António Raposo Subtil Raposo Subtil & Associados Sociedade de Advogados, RL Empreendedorismo e Segurança Jurídica António Raposo Subtil Raposo Subtil & Associados Sociedade de Advogados, RL Empreendedorismo a criação/investimento num ambiente de risco acrescido.. Empreendedorismo

Leia mais

Primeira alteração à Lei-Quadro das Fundações. Lei n.º 150/2015

Primeira alteração à Lei-Quadro das Fundações. Lei n.º 150/2015 Primeira alteração à Lei-Quadro das Fundações Lei n.º 150/2015 Entrará em vigor, no próximo dia 11 de Outubro, a Lei n.º 150/2015, de 10 de setembro, que introduz a primeira alteração à Lei-Quadro das

Leia mais

Entendimento do ICP-ANACOM. Originação de chamadas nas redes móveis nacionais

Entendimento do ICP-ANACOM. Originação de chamadas nas redes móveis nacionais Entendimento do ICP-ANACOM Originação de chamadas nas redes móveis nacionais I. Enquadramento Os serviços de originação de chamadas prestados pelos operadores móveis nacionais são definidos como os serviços

Leia mais

Publicado no Diário da República, I série nº 79, de 28 de Abril. Decreto Presidencial N.º 95/11 de 28 de Abril

Publicado no Diário da República, I série nº 79, de 28 de Abril. Decreto Presidencial N.º 95/11 de 28 de Abril Publicado no Diário da República, I série nº 79, de 28 de Abril Decreto Presidencial N.º 95/11 de 28 de Abril O quadro jurídico-legal Geral das Instituições Financeiras, aprovado pela Lei n.º 13/05, de

Leia mais

OS MAIORES RISCOS DA INTERNACIONALIZAÇÃO

OS MAIORES RISCOS DA INTERNACIONALIZAÇÃO OS RISCOS DA INTERNACIONALIZAÇÃO CRESCIMENTO GLOBAL DO NEGÓCIO Com a crescente globalização e o crescimento acelerado das economias emergentes, as empresas, independentemente da sua dimensão, estão em

Leia mais

Índice Descrição Valor

Índice Descrição Valor 504448064 Índice Descrição Valor 1 Missão, Objectivos e Princípios Gerais de Actuação 11 Cumprir a missão e os objectivos que lhes tenham sido determinados de forma económica, financeira, social e ambientalmente

Leia mais

Avisos do Banco de Portugal. Aviso do Banco de Portugal nº 2/2010

Avisos do Banco de Portugal. Aviso do Banco de Portugal nº 2/2010 Avisos do Banco de Portugal Aviso do Banco de Portugal nº 2/2010 A Instrução nº 27/2003 consagrou no ordenamento jurídico nacional os procedimentos mais relevantes da Recomendação da Comissão nº 2001/193/CE,

Leia mais

Parte I: As modalidades de aplicação e de acompanhamento do Código voluntário;

Parte I: As modalidades de aplicação e de acompanhamento do Código voluntário; ACORDO EUROPEU SOBRE UM CÓDIGO DE CONDUTA VOLUNTÁRIO SOBRE AS INFORMAÇÕES A PRESTAR ANTES DA CELEBRAÇÃO DE CONTRATOS DE EMPRÉSTIMO À HABITAÇÃO ( ACORDO ) O presente Acordo foi negociado e adoptado pelas

Leia mais

18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas

18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas 18. Convenção sobre o Reconhecimento dos Divórcios e das Separações de Pessoas Os Estados signatários da presente Convenção, Desejando facilitar o reconhecimento de divórcios e separações de pessoas obtidos

Leia mais

Decreto-Lei n.º 146/93 de 26 de Abril

Decreto-Lei n.º 146/93 de 26 de Abril Decreto-Lei n.º 146/93 de 26 de Abril (Rectificado, nos termos da Declaração de Rectificação n.º 134/93, publicada no DR, I-A, supl, n.º 178, de 31.07.93) Objecto... 2 Obrigatoriedade do seguro... 2 Seguro

Leia mais

FEDERAÇÃO NACIONAL DAS COOPERATIVAS DE CONSUMIDORES, FCRL

FEDERAÇÃO NACIONAL DAS COOPERATIVAS DE CONSUMIDORES, FCRL COMENTÁRIOS DA FENACOOP PROCEDIMENTOS DE MUDANÇA DE COMERCIALIZADOR As cooperativas de consumo são, nos termos da Constituição e da Lei, entidades legítimas de representação dos interesses e direitos dos

Leia mais

Relatório de Atividade do Serviço de Provedoria do Cliente. Companhia de Seguros Allianz Portugal. Ano de 2014

Relatório de Atividade do Serviço de Provedoria do Cliente. Companhia de Seguros Allianz Portugal. Ano de 2014 Relatório de Atividade do Serviço de Provedoria do Cliente Companhia de Seguros Allianz Portugal Ano de 2014 O ano de 2014 continua a revelar o crescente interesse dos clientes da Allianz Portugal em apresentar

Leia mais

PRESIDÊNCIA DO GOVERNO Resolução do Conselho do Governo n.º 138/2015 de 15 de Setembro de 2015

PRESIDÊNCIA DO GOVERNO Resolução do Conselho do Governo n.º 138/2015 de 15 de Setembro de 2015 PRESIDÊNCIA DO GOVERNO Resolução do Conselho do Governo n.º 138/2015 de 15 de Setembro de 2015 Considerando que o desenvolvimento de ações e medidas tendentes à formação e à educação do consumidor é concretizado,

Leia mais

SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA, PRESTAÇÃO DE CONTAS E RESPONSABILIDADE

SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA, PRESTAÇÃO DE CONTAS E RESPONSABILIDADE V EUROSAI/OLACEFS CONFERENCE SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA, PRESTAÇÃO DE CONTAS E RESPONSABILIDADE CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES A V Conferência EUROSAI/OLACEFS reuniu, em Lisboa, nos dias 10 e 11 de Maio de

Leia mais

Julho 2009 IRECTIVA 2008/48/CE? QUEM GANHA COM A TRANSPOSIÇÃO DA DIRECTIVA

Julho 2009 IRECTIVA 2008/48/CE? QUEM GANHA COM A TRANSPOSIÇÃO DA DIRECTIVA Julho 2009 A LOCAÇÃO FINANCEIRA E O NOVO REGIME DOS CONTRATOS DE CRÉDITO A CONSUMIDORES: QUEM GANHA COM A TRANSPOSIÇÃO DA DIRECTIVA IRECTIVA 2008/48/CE? Para impressionar um potencial cliente numa reunião

Leia mais

disponibiliza a LEI DO VOLUNTARIADO

disponibiliza a LEI DO VOLUNTARIADO A disponibiliza a LEI DO VOLUNTARIADO Lei n.º 71/98 de 3 de Novembro de 1998 Bases do enquadramento jurídico do voluntariado A Assembleia da República decreta, nos termos do artigo 161.º, alínea c), do

Leia mais

Os privilégios creditórios em especial a sua influência no concurso de credores

Os privilégios creditórios em especial a sua influência no concurso de credores Os privilégios creditórios em especial a sua influência no concurso de credores I Traços gerais da figura do privilégio creditório (art.ºs 733.º a 753.º do Código Civil) 1. Espécies: em função da natureza

Leia mais

Perguntas e respostas frequentes. Extinção das Tarifas Reguladas Eletricidade e Gás Natural

Perguntas e respostas frequentes. Extinção das Tarifas Reguladas Eletricidade e Gás Natural Perguntas e respostas frequentes Extinção das Tarifas Reguladas Eletricidade e Gás Natural 1. O que significa a extinção das tarifas reguladas? A extinção de tarifas reguladas significa que os preços de

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DOS SEGUROS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DOS SEGUROS Organização Secção Portuguesa da AIDA Association Internationale de Droit des Assurances Colaboração Instituto de Seguros de Portugal Coordenação Prof. Doutor Pedro Romano Martinez Sessão de Abertura Presidente

Leia mais

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS E DE PROJECTOS PEDAGÓGICOS

AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS E DE PROJECTOS PEDAGÓGICOS AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS E DE PROJECTOS PEDAGÓGICOS Prof. Domingos Fernandes/Portugal* A avaliação é uma prática social cuja presença é cada vez mais indispensável para caracterizar, compreender, divulgar

Leia mais

SUBSÍDIO DE DESEMPREGO

SUBSÍDIO DE DESEMPREGO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO Recentemente foi publicado o Decreto-Lei n.º 220/2006 de 3 de Novembro, o qual alterou o quadro legal de reparação da eventualidade do desemprego dos trabalhadores por conta de outrem.

Leia mais

RECOMENDAÇÃO N.º 1/2012 INFORMAÇÃO DO IMPOSTO ESPECIAL DE CONSUMO NA FATURA DE ELETRICIDADE

RECOMENDAÇÃO N.º 1/2012 INFORMAÇÃO DO IMPOSTO ESPECIAL DE CONSUMO NA FATURA DE ELETRICIDADE RECOMENDAÇÃO N.º 1/2012 INFORMAÇÃO DO IMPOSTO ESPECIAL DE CONSUMO NA FATURA DE janeiro 2012 ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS Este documento está preparado para impressão em frente e verso Rua

Leia mais

VOLUNTARIADO E CIDADANIA

VOLUNTARIADO E CIDADANIA VOLUNTARIADO E CIDADANIA Voluntariado e cidadania Por Maria José Ritta Presidente da Comissão Nacional do Ano Internacional do Voluntário (2001) Existe em Portugal um número crescente de mulheres e de

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 320/XII/2.ª. Reorganização Administrativa do Território das Freguesias. Exposição de Motivos

PROJETO DE LEI N.º 320/XII/2.ª. Reorganização Administrativa do Território das Freguesias. Exposição de Motivos PROJETO DE LEI N.º 320/XII/2.ª Reorganização Administrativa do Território das Freguesias Exposição de Motivos A necessidade de reformar um mapa de freguesias que não conheceu alterações significativas

Leia mais

Acordo Especial de Cooperação no Domínio do Sector Eléctrico entre a República Popular de Moçambique e a República Portuguesa.

Acordo Especial de Cooperação no Domínio do Sector Eléctrico entre a República Popular de Moçambique e a República Portuguesa. Decreto n.º 87/79 de 20 de Agosto Acordo Especial de Cooperação no Domínio do Sector Eléctrico entre a República Portuguesa e a República Popular de Moçambique O Governo decreta, nos termos da alínea c)

Leia mais

REGULAMENTO DE BENEFÍCIOS do Montepio Geral Associação Mutualista Título II DISPOSIÇÕES PARTICULARES - MODALIDADES INDIVIDUAIS

REGULAMENTO DE BENEFÍCIOS do Montepio Geral Associação Mutualista Título II DISPOSIÇÕES PARTICULARES - MODALIDADES INDIVIDUAIS Artigo 1.º (Definições e Interpretação) 1. Nesta Secção, os termos e expressões iniciados por maiúsculas têm o significado que lhes é atribuído no Título VI (Glossário) do Regulamento. 2. Em caso de conflito

Leia mais

Condições Gerais.03 .03 .04 .04 .05 .05 .05 .05 .05 .06 .06 .06 .06 .06 .06 .06

Condições Gerais.03 .03 .04 .04 .05 .05 .05 .05 .05 .06 .06 .06 .06 .06 .06 .06 ÍNDICE Condições Gerais.03 Artigo 1º Definições.03 Artigo 2º Âmbito do Seguro.04 Artigo 3º Produção de Efeitos e Duração do Contrato.04 Artigo 4º Prémio do Seguro.05 Artigo 5º Inexactidão da Declaração

Leia mais

PARECER N.º 45/CITE/2011

PARECER N.º 45/CITE/2011 PARECER N.º 45/CITE/2011 Assunto: Parecer prévio à intenção de recusa de autorização de trabalho em regime de horário flexível a trabalhadora com responsabilidades familiares, nos termos do n.º 5 do artigo

Leia mais

Poderão contratar este seguro os colaboradores, incluindo os seus familiares directos.

Poderão contratar este seguro os colaboradores, incluindo os seus familiares directos. Ficha técnica 1. TOMADOR DO SEGURO / SEGURADO Poderão contratar este seguro os colaboradores, incluindo os seus familiares directos. São considerados familiares directos: - o cônjuge, desde que viva em

Leia mais

DECRETO-LEI N.º 51/2007, DE 7 DE MARÇO, ALTERADO PELO DECRETO-LEI N.º 88/2008,

DECRETO-LEI N.º 51/2007, DE 7 DE MARÇO, ALTERADO PELO DECRETO-LEI N.º 88/2008, DECRETO-LEI N.º 51/2007, DE 7 DE MARÇO, ALTERADO PELO DECRETO-LEI N.º 88/2008, DE 29 DE MAIO E PELO DECRETO-LEI N.º 192/2009, DE 17 DE AGOSTO Regula as práticas comerciais das instituições de crédito no

Leia mais

Caracterização dos cursos de licenciatura

Caracterização dos cursos de licenciatura Caracterização dos cursos de licenciatura 1. Identificação do ciclo de estudos em funcionamento Os cursos de 1º ciclo actualmente em funcionamento de cuja reorganização resultam os novos cursos submetidos

Leia mais

O NOVO ENQUADRAMENTO JURIDICO DAS EMPRESAS DE ANIMAÇÃO TURÍSTICA

O NOVO ENQUADRAMENTO JURIDICO DAS EMPRESAS DE ANIMAÇÃO TURÍSTICA O NOVO ENQUADRAMENTO JURIDICO DAS EMPRESAS DE ANIMAÇÃO TURÍSTICA 10 de Fevereiro de 2010 Elsa Correia Gavinho 1 Novo enquadramento jurídico das EAT 2 1 - As razões para a mudança 2 - As principais alterações

Leia mais

Jornal Oficial nº L 018 de 21/01/1997 p. 0001-0006

Jornal Oficial nº L 018 de 21/01/1997 p. 0001-0006 Directiva 96/71/CE do Parlamento Europeu e do Conselho de 16 de Dezembro de 1996 relativa ao destacamento de trabalhadores no âmbito de uma prestação de serviços Jornal Oficial nº L 018 de 21/01/1997 p.

Leia mais

ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS

ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS REGULAMENTO ÉTICO ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS Rua Dom Cristóvão da Gama n.º 1-3.º 1400-113 Lisboa Tel: 21 303 32 00 Fax: 21 303 32 01 e-mail: erse@erse.pt www.erse.pt Regulamento Ético

Leia mais

Ordem dos Advogados Largo São Domingos 14-1º, 1169-060 Lisboa Tel.: 218823550 Fax: 218862403 odc@cg.oa.pt www.oa.pt/odc

Ordem dos Advogados Largo São Domingos 14-1º, 1169-060 Lisboa Tel.: 218823550 Fax: 218862403 odc@cg.oa.pt www.oa.pt/odc Ficha Informativa 3 Março 2015 Ordem dos Advogados Largo São Domingos 14-1º, 1169-060 Lisboa Tel.: 218823550 Fax: 218862403 odc@cg.oa.pt www.oa.pt/odc SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS Quais são os serviços

Leia mais

Projecto de Norma Regulamentar Mediação de Seguros Alteração à Norma Regulamentar n.º 17/2006-R, de 29 de Dezembro

Projecto de Norma Regulamentar Mediação de Seguros Alteração à Norma Regulamentar n.º 17/2006-R, de 29 de Dezembro RESULTADOS DA CONSULTA PÚBLICA N.º 11/2007 Projecto de Norma Regulamentar Mediação de Seguros Alteração à Norma Regulamentar n.º 17/2006-R, de 29 de Dezembro I Enquadramento O Instituto de Seguros de Portugal

Leia mais

SEMINÁRIO A EMERGÊNCIA O PAPEL DA PREVENÇÃO

SEMINÁRIO A EMERGÊNCIA O PAPEL DA PREVENÇÃO SEMINÁRIO A EMERGÊNCIA O PAPEL DA PREVENÇÃO As coisas importantes nunca devem ficar à mercê das coisas menos importantes Goethe Breve Evolução Histórica e Legislativa da Segurança e Saúde no Trabalho No

Leia mais

Portaria n.º 129/2009, de 30 de Janeiro, Regulamenta o Programa Estágios Profissionais (JusNet 211/2009)

Portaria n.º 129/2009, de 30 de Janeiro, Regulamenta o Programa Estágios Profissionais (JusNet 211/2009) LEGISLAÇÃO Portaria n.º 129/2009, de 30 de Janeiro, Regulamenta o Programa Estágios Profissionais (JusNet 211/2009) ( DR N.º 21, Série I 30 Janeiro 2009 30 Janeiro 2009 ) Emissor: Ministério do Trabalho

Leia mais

Modelo de Contrato de Prestação de Serviços de Consultoria

Modelo de Contrato de Prestação de Serviços de Consultoria Modelo de Contrato de Prestação de Serviços de Consultoria Contrato de locação de serviços que entre si fazem (nome e qualificação de quem está contratando: natureza ou profissão, endereço e dados como

Leia mais

CURSO DE GESTÃO BANCÁRIA

CURSO DE GESTÃO BANCÁRIA CURSO DE GESTÃO BANCÁRIA PLANO CURRICULAR A análise referente ao Programa de Ensino e, em particular ao conteúdo do actual Plano de Estudos (ponto 3.3. do Relatório), merece-nos os seguintes comentários:

Leia mais

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA. Artigo: alínea c) do n.º 1 do artigo 18.º. Assunto:

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA. Artigo: alínea c) do n.º 1 do artigo 18.º. Assunto: FICHA DOUTRINÁRIA Diploma: Artigo: Assunto: CIVA alínea c) do n.º 1 do artigo 18.º Operações imobiliárias - Aplicação do modelo contratual de "Office Centre" Processo: nº 3778, despacho do SDG dos Impostos,

Leia mais

Legislação MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

Legislação MINISTÉRIO DAS FINANÇAS Diploma Decreto-Lei n.º 62/2005 11/03 Estado: Vigente Legislação Resumo: Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2003/48/CE, do Conselho, de 3 de Junho, relativa à tributação dos rendimentos

Leia mais

PROPOSTA DE LEI N.º 34/IX

PROPOSTA DE LEI N.º 34/IX PROPOSTA DE LEI N.º 34/IX ESTABELECE UM REGIME ESPECÍFICO DE REPARAÇÃO DOS DANOS EMERGENTES DE ACIDENTES DE TRABALHO DOS PRATICANTES DESPORTIVOS PROFISSIONAIS Exposição de motivos A Lei de Bases do Sistema

Leia mais

Mestrado em Sistemas Integrados de Gestão (Qualidade, Ambiente e Segurança)

Mestrado em Sistemas Integrados de Gestão (Qualidade, Ambiente e Segurança) Mestrado em Sistemas Integrados de Gestão (Qualidade, Ambiente e Segurança) 1 - Apresentação Grau Académico: Mestre Duração do curso: : 2 anos lectivos/ 4 semestres Número de créditos, segundo o Sistema

Leia mais

NOVOS DEVERES DE INFORMAÇÃO NO ÂMBITO DA PUBLICIDADE AO CRÉDITO

NOVOS DEVERES DE INFORMAÇÃO NO ÂMBITO DA PUBLICIDADE AO CRÉDITO TMT N.º 1/2009 MAR/ABRIL 2009 NOVOS DEVERES DE INFORMAÇÃO NO ÂMBITO DA PUBLICIDADE AO CRÉDITO A informação divulgada pelas Instituições de Crédito relativamente aos produtos que estas oferecem tem sido

Leia mais

CONFERÊNCIA AS RECENTES REFORMAS DO MERCADO LABORAL EM PORTUGAL: PERSPECTIVAS DOS PARCEIROS SOCIAIS 1

CONFERÊNCIA AS RECENTES REFORMAS DO MERCADO LABORAL EM PORTUGAL: PERSPECTIVAS DOS PARCEIROS SOCIAIS 1 CONFERÊNCIA AS RECENTES REFORMAS DO MERCADO LABORAL EM PORTUGAL: PERSPECTIVAS DOS PARCEIROS SOCIAIS 1 A atual conjuntura económica e financeira portuguesa, fortemente marcada pela contração da atividade

Leia mais

Consulta pública. Sistema de Cobertura do Risco de Fenómenos Sísmicos

Consulta pública. Sistema de Cobertura do Risco de Fenómenos Sísmicos MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Consulta pública Sistema de Cobertura do Risco de Fenómenos Sísmicos - Fundo Sísmico - Fundo de Solidariedade Outubro de 2010 1 ÍNDICE 1. Enquadramento

Leia mais

Quais as principais diferenças entre um seguro de vida individual e um seguro de vida de grupo?

Quais as principais diferenças entre um seguro de vida individual e um seguro de vida de grupo? SEGURO VIDA Que tipo de seguros são explorados no ramo vida? A actividade do ramo Vida consiste na exploração dos seguintes seguros e operações: Seguro de Vida, Seguro de Nupcialidade /Natalidade, Seguro

Leia mais

RESPONSABILIDADE SOCIAL EM PORTUGAL REALIDADE OU FICÇÃO?

RESPONSABILIDADE SOCIAL EM PORTUGAL REALIDADE OU FICÇÃO? RESPONSABILIDADE SOCIAL EM PORTUGAL REALIDADE OU FICÇÃO? O mundo sindical tem tido várias reacções a este conceito, nem sempre favoráveis, sendo certo que deve haver consciência de que uma certa medida

Leia mais