EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE LONDRINA ESTADO DO PARARÁ.
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- Natália de Escobar Aires
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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE LONDRINA ESTADO DO PARARÁ. PETIÇÃO INICIAL CONEXA COM OS AUTOS DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA PARA A RESPONSABILIZAÇÃO PELA PRÁTICA DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, Nº , EM TRÂMITE NA 1ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DE LONDRINA. O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ, por seus Promotores de Justiça que ao final subscrevem, em exercício nas Promotorias Especializadas de Proteção ao Patrimônio Público de Londrina e GAECO, no uso de suas atribuições legais, com fundamento nas disposições contidas nos artigos 129, inciso III, da Constituição da República, art. 120, inciso III, da Constituição do Estado do Paraná, art. 25, inciso IV, da Lei n.º 8.625/93, art. 1º, inciso IV, da Lei n.º 7.347/85, e na Lei n.º 8.429/92, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO CIVIL PÚBLICA PARA A RESPONSABILIZAÇÃO PELA PRÁTICA DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, contra: 1) HOMERO BARBOSA NETO, brasileiro, casado, jornalista, filho de Jessé de Lima Barbosa e de Maria Tereza de Moura Barbosa, portador da cédula de identidade RG n.º SSP/PR, inscrito no Cadastro de pessoas físicas CPF n.º , natural de Santa Rita do Passa 1
2 Quatro/SP, nascido em 19/09/1966, residente e domiciliado na Rua Santiago, n.º 833, bairro Bela Suíça, Londrina; 2) JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, brasileiro, casado, contador, filho de Joaquim Ribeiro e de Florinda Martins, portador da cédula de identidade RG n.º SSP/PR, natural de Cornélio Procópio/PR, nascido em 05/10/1943, residente e domiciliado na Rua Deputado Ferrari, n.º 1003, Londrina; 3) KARIN SABEC VIANA, brasileira, casada, professora, portadora do RG n , inscrita no CPF nº , residente na Rua Pio XII, nº. 481, apto. 13, Londrina/PR; 4) MARCO ANTONIO CITO, brasileiro, casado, sociólogo, filho de Guiseppe Cito e de Sonia Maria Gonçalves, portador da cédula de identidade RG n.º SSP/PR, inscrito no Cadastro de pessoas físicas CPF n.º , natural de Cambará/PR, nascido em 13/08/1979, residente e domiciliado na Rua Paraíba, n.º 450, apartamento 1404, centro, ou na Av. São Paulo, nº. 550, apto. 1209, Centro, Londrina; 5) LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, brasileiro, casado, contador, filho de Nelson Mota dos Santos e de Ilda Tavares Mota, portador da cédula de identidade RG n.º SSP/PR, inscrito no Cadastro de pessoas físicas CPF n.º , natural de Paranavaí/PR, nascido em 30/05/1967, residente e domiciliado na Rua Antônio Pisicchio, n.º 300, apartamento 1101, bairro Gleba Palhano, Londrina; 6) FÁBIO CESAR REALI LEMOS, brasileiro, filho de Rubens Manoel Lemos e de Maria Helena Reali Lemos, portador da cédula de identidade RG n.º SSP/PR, inscrito no Cadastro de pessoas físicas CPF n.º , natural de Natal/RN, nascido em 28/05/1967, residente e 2
3 domiciliado na Rua Rangel Pestana, n.º 452, apartamento 401, bairro Campo Belo, Londrina; 7) FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, brasileiro, casado, advogado, filho de Fidélis Canguçu e de Lourdes Soares Canguçu, portador da cédula de identidade n SSP/PR, nascido em Arapongas, no dia 27/09/1975, residente e domiciliado Av. Curitiba, n.º 246, fundos, na cidade de Apucarana/PR; 8) FÁBIO PASSOS DE GOES, brasileiro, solteiro, administrador de empresas, filho de José Diógenes Ribeiro de Goes e Giselda Passos de Goes, portador da cédula de identidade RG nº /SSP-BA, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas CPF sob nº , natural de Rio de Janeiro RJ, nascido no dia 25/03/1969, residente e domiciliado na Rua das Codornas, nº , Edifício Mar Grand, apto. 204, Ibuí, Salvador-BA, ou na Rua Parque Luiz Viana, nº 03, Centro, Jequié-BA; 9) MARCOS DIVINO RAMOS, brasileiro, convivente, empresário, filho de José Francisco Ramos e de Maria Aparecida Ramos, portador das cédulas de identidade RG n.º SSP/PR e n.º SSP/SP, inscrito no Cadastro de pessoas físicas CPF n.º , natural de Itambaracá/PR, nascido em 26/04/1972, residente e domiciliado na Rua Maranhão, n.º 982, apartamento 111, jardim Santa Paula, na cidade de São Caetano do Sul/SP; 10) PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, brasileira, convivente, filha de Maria Aparecida Martoni, portadora da cédula de identidade RG n.º SSP/SP, natural de Santo André/SP, nascida em 15/11/1977, residente e domiciliada na Rua Maranhão, n.º 982, apartamento 111, jardim Santa Paula, na cidade de São Caetano do Sul/SP; 3
4 11) ELIANE ALVES DA SILVA, brasileira, filha de Maria Aparecida Alves Ribeiro, portadora da cédula de identidade RG n.º SSP/SP, inscrita no Cadastro de pessoas físicas CPF n.º , natural de São Paulo/SP, nascida em 22/03/1979, residente e domiciliada na Rua José Alves Fidalgo, n.º 26, na cidade de São Paulo/SP e endereços comerciais na Rua Amazonas, n.º 439, sala 62, Centro, e na Rua Amazonas, n.º 521, conj. 17, 1º andar, Centro, ambos na cidade de São Caetano do Sul/SP; 12) JÚLIO MANFREDINI, brasileiro, empresário, filho de Linda Bernardo Manfredini, portador do CPF e do RG SSP- SP, nascido em 04/01/1952, com endereço comercial na Avenida Angélica, 2.578, 10º ao 12º andar, Consolação, (11) ou Fax (11) , ou endereço residencial na Rua Batatais nº 507, ambos em São Paulo-SP; 13) DANIEL MANFREDINI, brasileiro, empresário, filho de Fátima Aparecida Manfredini, portador do CPF e do RG SSP-SP, nascido em 11/03/1980, com endereço comercial na Avenida Angélica, 2.578, 10º ao 12º andar, Consolação, (11) ou Fax (11) , ou endereço residencial na Rua Batatais nº 507, ambos em São Paulo-SP; 14) WILSON MAKOTO YOSHIDA, brasileiro, casado, empresário, filho de Yoshitaka Yoshida e de Yuriko Yoshida, portador das cédulas de identidade RG n.º SSP/PR e n.º SSP/SP, inscrito no Cadastro de pessoas físicas CPF n.º , natural de Apucarana/PR, nascido em 13/10/1961, residente e domiciliado na Rua Maria Montessori, n.º 167, jardim Albino Biachi, na cidade de Apucarana/PR; 15) CRISTINA INUMARU YOSHIDA, brasileira, casada, filha de Yoshico Inumaru e de Issamy Inumaru, portadora da cédula de identidade RG n.º SSP/PR, inscrita no Cadastro de pessoas físicas CPF n.º 4
5 , natural de Londrina/PR, nascida em 12/10/1962, residente e domiciliada na Rua Maria Montessori, n.º 167, jardim Albino Biachi, na cidade de Apucarana/PR; 16) JOSÉ LEMES DOS SANTOS, brasileiro, separado, gerente financeiro, filho de Dalico Lemes dos Santos e de Santa Maria de Lemes, portador das cédulas de identidade RG n.º SSP/PR e n.º SSP/GO, inscrito no Cadastro de pessoas físicas CPF n.º , natural de Faxinal/PR, nascido em 13/07/1965, residente e domiciliado na Rua João Huss, n.º 455, apartamento 1004, bairro Gleba Palhano, Londrina; 17) PEDRO VICTOR BRESCIANI, brasileiro, casado, contador, filho de Nivando Bresciani e de Maria Aparecida Paulo Bresciani, portador da cédula de identidade RG n.º SSP/PR, inscrito no Cadastro de pessoas físicas CPF n.º , natural de Apucarana/PR, nascido em 25/02/1975, residente e domiciliado na Rua Liberato Noli, n.º 644, Residencial Interlagos, na cidade Apucarana/PR; 18) CLAUDIANE MANDELLI, brasileira, solteira, filha de Claudio Mandelli e de Elizabete Mandelli, portadora da cédula de identidade RG n.º SSP/PR, inscrita no Cadastro de pessoas físicas CPF n.º , natural de Apucarana/PR, nascido em 30/08/1979, residente e domiciliada na Rua Cambuí, n.º 71, apartamento 1404, 19) G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA atual FIO PARANÁ COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA-EPP, pessoa jurídica inscrita no CNPJ nº / , situada na Rua Amazonas nº 521, Conjunto 17, 1º andar, Centro CEP n , na cidade de São Caetano do Sul-SP; 20) CDF INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SUPRIMENTOS EDUCACIONAIS E INDUSTRIAIS LTDA., nome fantasia: CIA FUTURO, pessoa 5
6 jurídica inscrita no CNPJ sob o nº / , situada na Rua Ivaí, nº. 250, Jd. Santa Maria, CEP , São Caetano do Sul-SP. 21) IRIDIUM IND. CONFECÇÕES LTDA., pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o nº /001-53, situada na Rua SENAC, nº. 50, Bairro: Pq Industrial Zona Oeste, CEP , Apucarana-Pr; 22) CAPRICORNIO S/A, pessoa jurídica inscrita no CNPJ nº / , situada na Avenida Cel. Marcos Konder, nº 1313, Sala 806, 8º Andar- Centro, CEP , Itajaí/SC; 23) KRISWILL INDUSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES E BOLSAS LTDA., pessoa jurídica inscrita no CNPJ sob o nº / , situada na Rua Capistrano de Abreu, nº. 200, Jd. Shangri-la, CEP , Apucarana-Pr; Pelas razões de fato e de direito, a seguir descritas: I CONEXÃO- DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA A Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público da Comarca de Londrina ajuizou em 19/04/2012, AÇÃO CIVIL PÚBLICA PARA A RESPONSABILIZAÇÃO PELA PRÁTICA DE ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA, Autos nº , em trâmite na 1ª Vara da Fazenda Pública de Londrina (DOC 01), contra KARIN SABEC VIANA, MARCO ANTONIO CITO, FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR; G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA; CAPRICORNIO S/A, CDF INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SUPRIMENTOS EDUCACIONAIS E INDUSTRIAIS LTDA., IRIDIUM IND. CONFECÇÕES LTDA.; BYD INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES LTDA.; KRISWILL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES E BOLSAS LTDA. 6
7 A petição inicial imputou à então Secretária Municipal de Educação, KARIN SABEC VIANA, ao ex- Secretário Municipal de Gestão Pública, MARCO ANTONIO CITO e a FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, Procurador-Geral do Município, à época, e aos terceiros 1 a prática de atos de improbidade administrativa que causaram lesão ao erário e atentaram contra os princípios que norteiam a atividade administrativa, ao concorrerem para que o Município de Londrina aderisse às atas de registros de preços ( Carona ) de uniformes escolares do Município de São Bernardo do Campo/SP, utilizando-se de motivações inválidas e ilegítimas, com o propósito de justificar contratações contrárias ao interesse público e lesivas ao erário, beneficiando as empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS E REPRESENTAÇÕES E CAPRICÓRNIO S/A, que figuravam como vencedoras nas referidas Atas de registro de Preços. Com base nos fundamentos de fato e direito expostos na referida Ação Civil Pública, pleiteiou-se a Invalidação dos PROCESSOS ADMINISTRATIVOS PAL/SMGP 0786/2010 E PAL/SMGP 1373/2010 que deram origem AOS PROCESSOS DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO Nº IN/SMGP 071/2010 E IN/SMGP 0378/2010 da Secretaria Municipal de Gestão Pública, do TERMO DE CONVALIDAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS que ampararam as contratações das empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA E CAPRICÓRNIO S/A., com a consequente responsabilização dos requeridos KARIN SABEC VIANA, MARCO ANTONIO CITO, FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA, CAPRICÓRNIO S/A., CDF CIA FUTURO, IRIDIUM IND. CONFECÇÕES LTDA, BYD INDUSTRIA E COMÉRCIO DE CONFECÇÕES LTDA e KRISWILL INDUSTRIA E COMERCIO DE CONFECÇÕES E BOLSAS LTDA, pela prática de atos de improbidade administrativa previstos nos arts. 10 e 11 da Lei nº 8.429/92. Pleiteou-se, ao final, a imposição das sanções previstas em Lei, inclusive a 1 Observa-se que, naquela ocasião, os demais servidores que assinaram documentos referentes às Inexigibilidades de Licitação não foram incluídos no pólo passivo da ação, por não haver, até então, elementos para a imputação da prática dos atos ímprobos, o que veio a surgir com os desdobramentos das investigações. 7
8 devolução do valor total pago às empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS e CAPRICÓRNIO S/A, na importância de R$ ,23 (seis milhões, seiscentos e oitenta e oito mil, oitocentos e setenta e nove reais e vinte e três centavos- valor da época). Ocorre que, após o ajuizamento da Ação Civil Pública nº , em trâmite na 1ª Vara da Fazenda Pública de Londrina, com as investigações conjuntas sobre os fatos, promovidas pelo GAECO e PROMOTORIA DE PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO no âmbito criminal (Inquérito Policial nº 13/GAECO/2012, nº único DOC 02), e nas novas investigações promovidas por esta Promotoria de Justiça (Inquéritos Civis Públicos nº e DOC 03), envolvendo outras contratações das empresas dos GRUPOS G8 e KRISWILL foi possível identificar que além daqueles que já figuram no polo passivo da Ação Civil Pública nº , várias outras pessoas concorreram para a prática dos atos ilegais que macularam a validade das contratações decorrentes dos PROCESSOS DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO Nº IN/SMGP 071/2010 E IN/SMGP 0378/2010 da Secretaria Municipal de Gestão Pública. Na sequência das investigações, verificou-se que os fatos constantes da Ação Civil Pública já ajuizada por esta Promotoria de Justiça, representaram apenas um dos inúmeros episódios ilícitos perpetrados pela organização criminosa constituída por agentes públicos e terceiros que se uniram para praticar crimes contra a administração pública (notadamente de fraude à licitação, peculatos e corrupções), proporcionando a contratação, pelo Município de Londrina, de empresas dos GRUPOS G8, CAPRICÓRNIO E KRISWILL, para o fornecimento de uniformes escolares, tênis e mochilas, com preços superfaturados, mediante o pagamento de propinas a agentes públicos municipais. De efeito, apurou-se a existência de uma organização criminosa, formada por dois núcleos distintos: um liderado pelo então Prefeito Municipal HOMERO BARBOSA NETO e formado pelos agentes públicos JOSÉ 8
9 JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR e por FABIO CESAR REALI LEMOS e o outro núcleo formado por terceiros liderados por MARCOS DIVINO RAMOS que agia em concurso com PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, Como resultado das investigações, o Ministério Público do Estado do Paraná, ofereceu denúncia 2 contra os vários requeridos pela prática dos crimes previstos no art. 288, caput, do Código Penal; art. 317, 1º, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.; art. 333, único 1º, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.; art. 89, caput, da Lei nº 8.666/93, c/c art. 29 do C.P.; art. 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.; art. 1º, inciso V, da Lei nº 9.613/98, 3 c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.; art. 90 da Lei nº 8.666/93, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.; todos com incidência do disposto no art. 62, inciso I, do Código Penal, e na Lei nº 9.034/95. Os fatos contidos na peça exordial acusatória, além de caracterizarem crimes, materializam atos de Improbidade Administrativa que ensejaram o enriquecimento ilícito de agentes públicos, e violaram os princípios que regem a Administração Pública, sujeitando os requeridos às sanções previstas no artigo 12, incisos I, II e III da Lei 8.429/92. Observa-se, portanto, que há identidade de partes e causa de pedir entre a ação civil pública nº e a presente Ação Civil Pública, embora as partes e a causa de pedir desta Ação sejam mais amplas do que aquela que já tramita perante esse R. Juízo. Assim, havendo conexão, nos termos do art. 103 do Código de Processo Civil, encaminha-se a presente ação a esse Juízo, consoante gizado no art. 253 do mencionado Diploma Processual Civil. 2 Cópia anexa DOC.09 3 Atual artigo 1º, caput, da Lei nº , conf. alterações da Lei nº /12. 9
10 II- FATOS II.1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS: No curso das investigações promovidas no âmbito do Inquérito Policial nº. 13/GAECO/2012, nº. único e dos Inquéritos Civis Públicos nº e DOC 03) apurou-se a existência de uma organização criminosa, formada por dois núcleos distintos: um liderado pelo então Prefeito Municipal HOMERO BARBOSA NETO e formado pelos agentes públicos JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR e por FABIO CESAR REALI LEMOS e o outro núcleo formado por terceiros liderados por MARCOS DIVINO RAMOS que agia em concurso com PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, que foi constituída e passou a operar na forma a seguir narrada. No período compreendido entre os anos de 2009 e 2012, até 28 de agosto deste ano, nos Municípios de Apucarana-PR e São Caetano-SP, os requeridos MARCOS DIVINO RAMOS, PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, dolosamente, associaram-se sob a forma de organização criminosa, para o fim de cometerem atos de improbidade administrativa e crimes diversos, sobretudo contra a Administração Pública (notadamente de fraude a licitação, peculato e corrupção ativa), de lavagem de dinheiro e de falsidade documental, com a finalidade de obterem lucros ilícitos provenientes do erário, mediante o pagamento de propinas a agentes públicos. 10
11 Para a concretização dos referidos atos ilícitos, MARCOS DIVINO RAMOS, sua mulher PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA e sua funcionária ELIANE ALVES DA SILVA, valeram-se das empresas pertencentes (de fato) ao primeiro, especialmente a SOMAR BR IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE ARTIGOS ESCOLARES LTDA, CDF SUPRIMENTOS EDUCACIONAIS E INDUSTRIAIS LTDA e G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA, além de outras, bem como da empresa CAPRICÓRNIO S/A que era, em alguns lugares, representada por MARCOS, enquanto que, por outro lado, os requeridos WILSON MAKOTO YOSHIDA, sua mulher CRISTINA INUMARU YOSHIDA, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, PEDRO BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, o primeiro na condição de sócio de fato, a segunda de sócia de direito, o terceiro na qualidade de responsável pelo setor financeiro, o quarto na qualidade de contador e a quinta na qualidade de secretária e sócia de direito, utilizaram das empresas KRISWILL INDÚSTRIA E COMERCIO DE CONFECCOES E BOLSAS LTDA, EXPRESS INDÚSTRIA DE CONFECCOES LTDA, BYD INDÚSTRIA E COMERCIO DE CONFECCOES LTDA 4 e IRIDIUM INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES EIRELI LTDA, além de outras. Da mesma forma, os requeridos JÚLIO MANFREDINI e DANIEL MANFREDINI, proprietários e representantes da CAPRICÓRNIO S/A, empregaram tal empresa, que possuía tradição e longevidade no mercado de fornecimento de uniformes para entes públicos, para participar de procedimentos licitatórios fraudulentos, delegando, em muitas ocasiões, a representação da CAPRICÓRNIO para MARCOS DIVINO RAMOS, com o qual mantinham vínculo associativo, razão pela qual este, sem prejuízo das empresas de sua propriedade, utilizou-se para a prática das mencionadas fraudes bem como das contratações ilícitas que visavam o desvio de dinheiro público, da empresa CAPRICÓRNIO S/A, já que representava os interesses da aludida pessoa jurídica junto à região que abrangia o Município de Londrina. 4 Não se incluiu esta empresa no polo passivo desta Ação por entender que a sua responsabilidade em relação aos fatos já se encontra esgotada na Ação Civil Pública nº da 1ª VFP. 11
12 Desse modo, os requeridos uniram esforços entre si para a prática de fraudes a licitações e respectivas contratações ilícitas por parte de entes públicos diversos, cooptando, para tanto, agentes públicos mediante oferta de vantagens indevidas, tudo no escopo de obterem proveito com o desvio de recursos públicos decorrentes de contratações que as empresas de sua propriedade e/ou por eles representadas (e outras dos grupos) conquistassem. Para alcançar o fim almejado pelo grupo, os requeridos MARCOS DIVINO RAMOS, JÚLIO MANFREDINI e DANIEL MANFREDINI, cujas empresas possuem sede no Estado de São Paulo, entabularam ajustes com WILSON MAKOTO YOSHIDA, com empresas localizadas em Apucarana-PR, no sentido de figurarem, mediante simulação, como concorrentes em certames licitatórios ou em contratações de fornecimento de uniformes e outros materiais escolares por intermédio das empresas pertencentes a todos eles, além de outras que eventualmente fossem ligadas aos seus grupos. Nesta perspectiva, incumbia a MARCOS, inclusive agindo por delegação de JÚLIO e DANIEL, a função precípua de cooptar, mediante corrupção, agentes públicos, com o fim de obter a contratação das empresas pertencentes aos requeridos, além de fornecer a matéria prima necessária à confecção dos uniformes escolares. O requerido WILSON, por seu turno, fornecia mão-de-obra à produção dos materiais contratados pelas empresas de MARCOS (G8, CDF e outras) e de JÚLIO e DANIEL (CAPRICÓRNIO). Aos demais, PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, além de outras funções, competia a assinatura de propostas, orçamentos e outros documentos fraudulentos, a movimentação e a contabilização dissimulada de valores utilizados para pagar vantagens indevidas a agentes públicos, além de figurarem como sócios em algumas das empresas a fim de ocultar o fato de que pertenciam ao mesmo grupo criminoso. MARCOS DIVINO RAMOS, PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO 12
13 YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, dolosamente, estabeleceram, assim, que conseguiriam, por meio de procedimentos licitatórios fraudulentos, a contratação das empresas dos GRUPOS G8, CAPRICÓRNIO e KRISWILL, com sobrepreços ou superfaturamento, usando parte desses valores desviados para pagar os agentes públicos cooptados, sempre mediante a dissimulação da origem e da natureza dos recursos empregados para pagamento de propina, mantendo-se dolosamente associados, para fins do cometimento de crimes de peculato, corrupção ativa, fraude a licitação, lavagem de dinheiro e outros, ao menos durante o período compreendido entre o ano de 2009 e o dia 28/08/ Por outro lado, entre os anos de 2010 e 2012, na Comarca de Londrina, os requeridos agentes públicos HOMERO BARBOSA NETO, Prefeito de Londrina, JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, vice Prefeito de Londrina, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, 6 Secretário da Fazenda, MARCO ANTONIO CITO, 7 Secretário de Gestão e de Governo, KARIN SABEC VIANA, 8 Secretária da Educação, FÁBIO PASSOS DE GÓES 9, Chefe de Gabinete e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, 10 Procurador-Geral do Município, estabeleceram organização criminosa incrustada na Administração Pública do Município de Londrina, que tinha por finalidade a contratação fraudulenta de empresas para prestar serviços ou fornecer mercadorias ao Município de Londrina, desviando recursos públicos em proveito dos particulares responsáveis por tais empresas, e de angariar vantagens indevidas em virtude da má utilização 5 Data da operação que levou à prisão WILSON, JOSÉ LEMES, PEDRO BRESCIANI e MARCOS DIVINO RAMOS. 6 Nomeado para o cargo de secretário de Fazenda em 15/04/2010 e exonerado em 21/05/2011, tendo sido nomeado novamente para o mesmo cargo em 02/08/2012 e exonerado em 11/09/2012, segundo relatório do Departamento Pessoal da Prefeitura de Londrina. 7 Exerceu o cargo de Coordenador do PROCON-LD de 01/05/2009 a 13/10/2009; o cargo de secretário municipal de Governo de 07/06/2011 a 03/04/2012; acumulou o cargo de secretário de Gestão Pública de 08/10/2009 a 01/06/ Nomeada para o cargo de secretária de Educação por meio do decreto-ato nº 00599/2010, em 15/06/2010, segundo relatório do Departamento Pessoal da Prefeitura de Londrina, e exonerada de tal cargo em 03/04/ Primeiramente exerceu o cargo de Secretário de Planejamento entre 01/05/2009 e 21/12/2009. Em seguida foi nomeado para o cargo de chefe de gabinete em 30/12/2009 e exonerado em 02/05/2011. Depois, exerceu o cargo de secretário de Planejamento do dia 02/05/2011 a 11/07/ Nomeado para o cargo de Procurador-Geral do Município em 03/12/2010 e exonerado em 10/05/
14 dos cargos ocupados por todos no Executivo Municipal. O requerido HOMERO BARBOSA NETO, que foi empossado Prefeito Municipal no dia 01/05/2009, dolosamente dirigindo as ações dos demais, idealizou aproveitar-se das funções inerentes aos cargos para os quais nomeou cada um de seus comparsas, ajustando com estes que fariam gestões concertadas para alcançar o desiderato da quadrilha, tudo de forma a que o seu líder, o então prefeito, não ficasse exposto a riscos de descoberta de seu concurso para os atos ilícitos, indicando aos seus subordinados as atividades que deveriam promover no interesse do grupo de ímprobos. 11. Nesse contexto, HOMERO BARBOSA NETO, JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, todos vinculados à Prefeitura Municipal de Londrina, uniram-se sob a liderança do primeiro, o qual, na condição de prefeito municipal, organizava e dirigia as ações dos demais, que lhe eram subordinados (do ponto de vista administrativo), determinando de maneira velada a execução de contratações de serviços e aquisições de materiais de maneira fraudulenta, de modo a permitir o desvio de recursos públicos em proveito de particulares e, de consequência, proporcionar o recebimento de vantagens indevidas (propinas) desses mesmos particulares interessados em fornecer serviços ou materiais ao Município de Londrina. Dando concretude aos propósitos ímprobos, no início do segundo semestre do ano de 2010, HOMERO BARBOSA NETO, JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, MARCO ANTONIO CITO, FÁBIO PASSOS DE GÓES e KARIN SABEC VIANA, na condição de agentes públicos, mantiveram contatos com MARCOS DIVINO RAMOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA e JOSÉ LEMES DOS SANTOS, com a finalidade de ajustar vantagens indevidas que seriam oferecidas para os ocupantes de cargos na Prefeitura Municipal de Londrina em troca do desvio de recursos públicos municipais, bem como a simulação de processos aparentemente lícitos de contratação das empresas 11 Vide atos de nomeação e exoneração dos agentes públicos (DOC 05) 14
15 pertencentes a tais particulares, de modo a propiciar condições de cometer os crimes pretendidos pelos ora requeridos, com a obtenção de lucros ilícitos para todos. Em razão desses ajustes ilícitos e diante da identidade de propósitos consistente em desfalcar o erário municipal com o fim de obter o enriquecimento ilícito de todos, mediante o pagamento de propinas aos agentes públicos, entre os anos de 2010 e 2012, os requeridos HOMERO BARBOSA NETO, JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES, FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, FÁBIO CÉSAR REALI LEMOS 12 MARCOS DIVINO RAMOS, PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, agindo com identidade de propósitos e em divisão de tarefas associaram-se para o fim de praticarem atos de improbidade administrativa que propiciaram o enriquecimento ilícito de agentes públicos, causaram lesão ao erário e violaram os princípios regentes da administração pública. Para atingir os propósitos ilícitos, os requeridos estabeleceram que os agentes públicos facilitariam a contratação de empresas dos demais requeridos (terceiros) ou representadas por estes, notadamente a G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA., a CAPRICÓRNIO S/A LTDA., a CDF SUPRIMENTOS EDUCACIONAIS E INDUSTRIAIS LTDA e a IRIDIUM INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES EIRELI LTDA, sempre por meio de procedimentos ilegais ajustados entre todos, de modo que fosse possível o desvio de recursos públicos do Município de Londrina em proveito dessas empresas e, em contrapartida, o pagamento de vantagens indevidas (propinas) pelos particulares ao prefeito Municipal HOMERO BARBOSA NETO, ao vice-prefeito JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO e aos 12 Nomeado para o cargo de secretário de Gestão Pública em 22/09/2011 e aderiu aos propósitos ímprobos e criminosos do grupo. Fabio Reali foi exonerado em 02/08/
16 demais integrantes do grupo de ímprobos pertencentes ao primeiro escalão da Administração Pública local. Com as contratações ilegais, os requeridos convencionaram que os agentes públicos propiciariam o enriquecimento ilícito das empresas e seus representantes, por meio de sobrepreços ou superfaturamento que fossem ajustados nos processos licitatórios fraudulentos que desenvolvessem, sendo que os particulares usariam parte desses valores desviados para pagar os agentes públicos cooptados, sempre mediante a dissimulação da origem e da natureza dos recursos empregados para pagamento de propina. 13 Como resultado das investigações, o Ministério Público do Estado do Paraná, ofereceu denúncia 14 contra os vários requeridos pela prática dos crimes previstos no art. 288, caput, do Código Penal; art. 317, 1º, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.; art. 333, único 1º, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.,; art. 89, caput, da Lei nº 8.666/93, c/c art. 29 do C.P.; art. 1º, inciso I, do Decreto-lei nº 201/67, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.; art. 1º, inciso V, da Lei nº 9.613/98, 15 c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.,; art. 90 da Lei nº 8.666/93, c/c artigos 29 e 69, ambos do C.P.,; todos com incidência do disposto no art. 62, inciso I, do Código Penal, e na Lei nº 9.034/95. Os fatos contidos na peça exordial acusatória, além de caracterizarem crimes, materializam atos de Improbidade Administrativa que ensejaram o enriquecimento ilícito de agentes públicos, no valor total de R$ ,85 (quinhentos e oitenta e nove mil, seiscentos e treze reais e oitenta e cinco centavos DOC 06), causaram lesão ao erário no valor de R$ ,56 (nove milhões, quatrocentos e vinte e cinco mil, trezentos e trinta e nove reais e cinquenta e dois centavos-doc 06.15), destacando-se 13 Em meados do ano de 2011, em decorrência das investigações concernentes à chamada operação antissepsia, referente à subtração de recursos públicos destinados à saúde pública, e dos processos resultantes de tais investigações, HOMERO BARBOSA NETO promoveu ou recomendou a exoneração de FÁBIO PASSOS DE GÓES, de FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR e de LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, enquanto que o então vice-prefeito, JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, por imposição partidária, desligou-se politicamente de BARBOSA NETO, razão pela qual teriam deixado de integrar a quadrilha a partir de então. 14 Cópia anexa DOC Atual artigo 1º, caput, da Lei nº , conf. alterações da Lei nº /12. 16
17 que desse valor, R$ ,04 (quatro milhões, quinhentos e vinte e nove mil, seiscentos e vinte dois reais e quatro centavos), referem-se aos superfaturamentos decorrentes das contratações dos Procedimentos de Inexigibilidade de Licitação nº 071/2010 e nº IN/SMGP 0378/2010, Pregão Presencial nº 156/2011 e Pregão Presencial nº 0021/2012 e violaram os princípios que regem a Administração Pública, sujeitando os requeridos às sanções previstas no artigo 12, incisos I,II e III da Lei 8.429/92. pública, com vistas a: Por estas razões, propõe-se a presente ação civil - liminarmente, ser deferida a indisponibilidade de bens de todos os requeridos; - ao final, julgar-se procedente a presente pretensão, condenando os requeridos às sanções encartadas no art. 12, incisos I, II e III da Lei n.8429/92; FATOS II.2., II.3, II.4: ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (CORRUPÇÕES) E LESÃO AO ERÁRIO RELACIONADAS AOS PROCESSOS DE INEXIGIBIDADE DE LICITAÇÃO Nº 071/2010 e 0378/2010, CARONA II.2. PRIMEIRA CORRUPÇÃO VANTAGEM INDEVIDA A HOMERO BARBOSA NETO NO VALOR DE R$ ,00 - AJUSTE PARA CONTRATAÇÃO MEDIANTE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO- CARONA Por volta do início do segundo semestre de 2010, exatamente em virtude dos ajustes anteriores, por meio dos quais os integrantes do primeiro escalão da Prefeitura Municipal de Londrina, HOMERO BARBOSA NETO, JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, agindo sob a liderança do primeiro, contribuiriam para os propósitos ilícitos do grupo liderado por MARCOS DIVINO RAMOS, este, agindo em conluio com PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANDREDINI, DANIEL 17
18 MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, que concorriam para sua conduta ao prestarem auxílio moral e material, objetivando conseguir que o Município de Londrina contratasse empresas de sua propriedade ou que eram por ele representadas, especialmente a G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA., a CAPRICÓRNIO S/A LTDA., a CDF SUPRIMENTOS EDUCACIONAIS E INDUSTRIAIS LTDA e a IRIDIUM INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES EIRELI LTDA., passou a tratar com o então prefeito municipal de Londrina, HOMERO BARBOSA NETO e os demais agentes públicos, a respeito de como seriam feitas as contratações ilícitas das empresas pertencentes ou representadas por MARCOS, bem como a maneira como estabeleceriam os valores de tais contratos de tal modo que permitissem incluir uma parcela considerável de dinheiro público a ser desviado em proveito dos particulares, mediante o pagamento de propinas aos agentes públicos. Assim, em data não especificada, porém no início do segundo semestre de 2010, o requerido MARCOS DIVINO RAMOS, agindo em concurso de vontades com PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, levando em conta as vinculações ilícitas que estavam sendo estabelecidas, notadamente para a contratação ilegal da G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA. e/ou da CAPRICÓRNIO S/A LTDA. pelo Município de Londrina, ofereceu a HOMERO BARBOSA NETO vantagem indevida em dinheiro para este e para os demais integrantes do primeiro escalão da Administração Municipal prestassem auxílio para a consecução dos objetivos do grupo, com o fim de que o então prefeito e seus subordinados praticassem atos de ofício, consistentes em contratar a G8 e a CAPRICÓRNIO para fornecer materiais para o Município, fixando preços que incluíssem quantias de dinheiro público a 18
19 serem desviadas em proveito dos particulares, bem como efetuassem os pagamentos correspondentes e permitissem o enriquecimento ilícito destes. Interessado nos ganhos ilícitos, indicados nas tratativas com MARCOS DIVINO RAMOS e com outros particulares do grupo, HOMERO BARBOSA NETO estabeleceu contatos com os correqueridos JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, e informou que deveriam proceder como proposto por MARCOS, isto é, contratar a G8 e/ou a CAPRICÓRNIO para fornecer materiais para o Município, por meio de processos de inexigibilidade de licitação, mediante a utilização do carona, Adesão às Atas de registro de Preço do Município de São Bernardo do Campo, em que figuravam como vencedoras, as empresas G8 e Capricórnio. Em virtude desses ajustes ilícitos, em meados de setembro de 2010, o requerido MARCOS DIVINO RAMOS, agindo em concurso com PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, por meio da divisão de tarefas, identidade de propósitos e atendendo aos interesses ilícitos dos integrantes do grupo e das empresas G8 e CAPRICÓRNIO, beneficiários da corrupção, ofereceu vantagem indevida a HOMERO BARBOSA NETO, na época prefeito municipal de Londrina, consistente no valor de R$ ,00 (cinquenta mil reais) em espécie, importância que o requerido HOMERO BARBOSA NETO, aceitou para, em razão das funções de prefeito municipal de Londrina, contando com o concurso de JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, praticarem atos de ofício concernentes aos seus cargos. Para tanto, HOMERO BARBOSA NETO estabeleceu que JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO e KARIN SABEC VIANA deveriam 19
20 receber pessoalmente os valores oferecidos como vantagem indevida, evitando que ele, BARBOSA NETO, como prefeito municipal, tivesse que receber a propina diretamente dos particulares, bem como definiu que tais valores deveriam ser produto de transações bancárias sucessivas, culminando com saque em espécie, de maneira a dissimular e ocultar a natureza dos mesmos, isto é, que se referiam a pagamento de corrupção. Dessa forma, no dia 15 de setembro de 2010, MARCOS DIVINO RAMOS, com apoio de PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI e DANIEL MANFREDINI, todos com a finalidade de ocultar e dissimular a origem e a natureza dos recursos para pagamento de vantagem indevida a agentes públicos, promoveu o depósito de R$ ,00 na conta nº , do Banco Mercantil do Brasil, pertencente à empresa IRIDIUM INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES EIRELI LTDA, de propriedade de WILSON MAKOTO YOSHIDA e de CRISTINA INUMARU YOSHIDA, porém tendo como sócia formal a secretária destes, CLAUDIANE MANDELLI. Ato contínuo, no dia 17/09/2010, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, com apoio de WILSON MAKOTO YOSHIDA e de CRISTINA INUMARU YOSHIDA, que eram seus empregadores de fato, bem como de PEDRO VICTOR BRESCIANI, contador das empresas do grupo, e de CLAUDIANE MANDELLI, secretária das empresas do grupo, todos ocultando e dissimulando a origem e a natureza dos recursos para pagamento de vantagem indevida a agentes públicos, emitiu e descontou o cheque nº da mesma conta nº , do Banco Mercantil do Brasil, em igual valor de R$ ,00 (cinquenta mil reais), sacando tal quantia em espécie 16. Na sequência, como ajustado com os demais requeridos, JOSÉ LEMES DOS SANTOS e WILSON MAKOTO YOSHIDA se encontraram, nas imediações do Banco Mercantil do Brasil, em Londrina, e entregaram a de R$ ,00 (cinquenta mil reais) sacada em espécie, para 16 Transações financeiras que seguem descritas no relatório n.º 034/2012, da auditoria do Ministério Público, (DOC 06.1) 20
21 JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO e KARIN SABEC VIANA, os quais, agindo com dolo, em decorrência dos ajustes criminosos com HOMERO BARBOSA NETO receberam dita importância e a entregaram para BARBOSA NETO. Em consequência da oferta e entrega da vantagem indevida de R$ ,00 (cinquenta mil reais), os requeridos HOMERO BARBOSA NETO, em razão das funções de prefeito municipal de Londrina, e os requeridos JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, cada qual em sua função pública, praticaram atos de ofício infringindo dever funcional, isto é, defenderam os interesses ilícitos das empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA. e/ou da CAPRICÓRNIO S/A LTDA. junto à Prefeitura Municipal de Londrina, para que fossem contratadas por meio da adesão a atas de registros de preços do Município de São Bernardo do Campo- SP, nas quais tais empresas constavam como vencedoras. Com tais comportamentos, o requerido HOMERO BARBOSA NETO, então Prefeito Municipal de Londrina, na condição de agente público, agindo em concurso com os também agentes públicos, requeridos JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR, e dos terceiros MARCOS DIVINO RAMOS, PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANDREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, estes últimos utilizando-se da empresa IRIDIUM INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES EIRELI LTDA, obteve vantagem patrimonial indevida no valor de R$ ,00 (cinquenta mil reais) como parte de um ajuste que propiciaria, no momento seguinte, a contratação das empresas dos Grupos G8 e Capricórnio, por meio do procedimento do carona, consubstanciando as hipóteses de improbidade administrativa previstas nos art. 9º caput e inciso I, e 11 caput e inciso I, c/c art. 3º, todos da Lei 8.429/92. 21
22 FATO II.3 CONTRATAÇÕES ILEGAIS DECORRENTES DA ADESÃO ÀS ATAS DE REGISTRO DE PREÇOS DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO CARONA - (Frise-se que parte dos fatos descritos neste tópico constitui objeto da já constam da Ação Civil Pública nº que tramita na 1ª VFP. Estabelecidos os ajustes entre o grupo de agentes públicos liderado por HOMERO BARBOSA NETO e aquele capitaneado por MARCOS DIVINO RAMOS, sobretudo no que concerne ao pagamento, a título de corrupção, da importância de R$ ,00 (cinquenta mil reais), o que efetivamente ocorreu em 17/09/2010, entre os meses de agosto e novembro de 2010, o então prefeito HOMERO BARBOSA NETO, em concurso com JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, FÁBIO PASSOS DE GÓES e de MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR (ressalte-se que estes três últimos requeridos já figuram no polo passivo da ação civil pública nº ), determinou que o Município de Londrina instaurasse dois processos administrativos de INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO, o de Nº IN/SMGP 071/2010 (PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 786/2010) e o de Nº IN/SMGP 0378/2010 (PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº 1373/2010) 17, para a compra de uniformes escolares, determinando a adesão a atas de registro de preço do Município de São Bernardo do Campo/SP, sem justificativa hábil a respaldar a contratação direta de processo de licitação e a amparar a opção pelas atas de registro de preços que tinham como fornecedoras as empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA e CAPRICÓRNIO S/A., ambas empresas pertencentes ou representadas pelo grupo dos particulares ora requeridos, MARCOS DIVINO RAMOS, PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON 17 Cópias integrais dos processos de inexigibilidade n.º 071/2010 e 0378/2012, DOC 07 22
23 MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, os quais aderiram ao comportamento dos agentes públicos com a pretensão de concorrer para a ilegalidade e serem beneficiados com as contratações. Para tanto, HOMERO BARBOSA NETO, JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR convencionaram utilizar justificativas inválidas e ilegítimas para a compra direta dos uniformes junto às empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA e CAPRICÓRNIO S/A., invocando-as para beneficiar, indevidamente, as referidas empresas com as contratações a serem efetivadas pela administração pública municipal. Cumprindo os ajustes entabulados com os demais agentes públicos requeridos, sobretudo as orientações do então prefeito HOMERO BARBOSA NETO, o Município de Londrina adquiriu parte dos itens que compunham os kits de uniformes descritos nas atas de registro de preço do Município de São Bernardo do Campo/SP por intermédio da Inexigibilidade de Licitação nº IN/SMGP 071/2010 (Processo Administrativo nº 786/2010- uniformes de verão) e, posteriormente, instaurou novo processo de compra, visando a aquisição dos demais itens desses kits, por intermédio da Inexigibilidade de Licitação nº IN/SMGP 0378/2010 (Processo Administrativo nº 1373/2010- uniformes de inverno. 18 Do exame dos termos de recebimento dos kits de uniformes nas escolas, verificou-se que os itens de verão foram entregues entre os meses de fevereiro a maio de 2011, enquanto que os de inverno foram entregues nas escolas entre os meses de março a abril de 2011, não se justificando a aquisição separada dos uniformes de verão e de inverno, já que a 18 Observa-se que se os uniformes escolares destinavam-se aos alunos do ano letivo de 2011, na forma sustentada pela requerida na Inexigibilidade de Licitação nº IN/SMGP 071/2010- Processo Administrativo n 786/2010, não havia motivo para que a Administração Pública deixasse de instaurar processo licitatório destinado à aquisição de uniformes de verão e de inverno (em tamanho e quantidade que atendessem às necessidades dos alunos), já que havia tempo hábil para a instauração do certame (iniciado em 2010). 23
24 entrega dos materiais ocorreu praticamente no mesmo período, nem a contratação direta desses itens pelo Município de Londrina sem procedimento licitatório. Apurou-se, ainda, que: os itens adquiridos pelo Município de Londrina não eram iguais aos constantes das atas de registros de preços de São Bernardo do Campo/SP; que grande parte dos materiais adquiridos pelo Município de Londrina não atendeu às necessidades dos alunos da rede municipal; que a aquisição dos materiais não representou vantagem econômica para o Municio de Londrina; que restou evidente a insubsistência das justificativas apresentadas, seja pela invocada necessidade de aquisição imediata dos uniformes, seja pela economicidade, para amparar a utilização da ata de registros de preços do Município de São Bernardo do Campo/SP. Dessa forma, os requeridos agentes públicos HOMERO BARBOSA NETO, JOSÉ JOAQUIM MARTINS RIBEIRO, LINDOMAR MOTA DOS SANTOS, MARCO ANTONIO CITO, KARIN SABEC VIANA, FÁBIO PASSOS DE GÓES e FIDELIS CANGUÇU RODRIGUES JUNIOR deixaram de realizar procedimento licitatório destinado à compra dos uniformes escolares para os alunos da rede pública municipal matriculados no ano letivo de 2011, adquirindo o referido material das empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA, por meio da adesão à ata de registros de preços do Município de São Bernardo do Campo, pelo valor de R$ ,00 (um milhão, novecentos vinte e dois mil e setecentos reais), e CAPRICÓRNIO S/A., na importância de R$ ,00 (quatro milhões, quatrocentos cinquenta e nove mil, setecentos e oitenta reais) decorrente da somatória dos dois contratos = R$ ,00 + R$ ,00, 19 impossibilitando a obtenção de proposta mais vantajosa para a Administração Pública e a aquisição de produtos realmente compatíveis com a demanda da Secretaria de Educação, o que resultou na contratação dessas empresas no valor de R$ ,29 (sete milhões, cento e setenta e cinco mil, cento e quarenta e seis reais e vinte e nove centavos DOC 06.15) 20, 19 Somatória dos valores das compras de uniformes de verão e inverno valores atualizados. 20 Somatória dos valores das compras de uniformes de verão e inverno valores atualizados (DOC 06.2) 24
25 propiciando o enriquecimento ilícito das empresas e dos requeridos MARCOS DIVINO RAMOS, PAULINA APARECIDA DUARTE DE SOUZA, ELIANE ALVES DA SILVA, JÚLIO MANFREDINI, DANIEL MANFREDINI, JOSÉ LEMES DOS SANTOS, WILSON MAKOTO YOSHIDA, CRISTINA INUMARU YOSHIDA, PEDRO VICTOR BRESCIANI e CLAUDIANE MANDELLI, proprietários e representantes das aludidas empresas, mediante o pagamento de propinas a agentes públicos. Para atender aos propósitos ilícitos convencionados com os demais requeridos, isto é, a contratação das empresas G8 COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E REPRESENTAÇÕES LTDA e CAPRICÓRNIO S/A. mediante a realização de processo de inexigibilidade de licitação pretensamente regular (com simulação da licitude), sobretudo com o fim de cumprir as orientações do então prefeito HOMERO BARBOSA NETO, no dia 18 de agosto de 2010 KARIN SABEC VIANA, Secretária Municipal de Educação, dolosamente solicitou ao então Secretário de Gestão Pública, MARCO ANTONIO CITO, a aquisição de uniformes escolares, tênis e mochilas. 21 No documento, KARIN SABEC VIANA, dolosamente objetivando cumprir o que havia sido ajustado com os demais requeridos, solicitou que a compra desses uniformes fosse realizada sem licitação pública, adotandose o procedimento conhecido como carona 22, sob o falso argumento de que o procedimento do carona proporcionaria maior celeridade à aquisição dos uniformes, já que o primeiro semestre do ano letivo de 2010 havia se findado sem que os alunos estivessem uniformizados. Observa-se, portanto, que a motivação inicial para a 21 Foram adquiridos os seguintes itens: camisetas masculinas para o Ensino Fundamental e Educação Especial, camisetas femininas para o Educação Fundamental e Educação Especial, bermudas masculinas para o Ensino Fundamental e Educação Especial, bermudas femininas para o Ensino Fundamental e Educação Especial, meias masculinas para o Ensino Fundamental e Educação Especial, meias femininas para o Ensino Fundamental e Educação Especial, mochilas para o Ensino Fundamental, pares de tênis para o Ensino Fundamental. 22 Denominação dada ao tipo de adesão em que um órgão ou ente público utiliza a ata de registro de preços de outro órgão ou ente público, sem que tivesse participado da elaboração do edital de licitação que originou os preços registrados. Está regulamentado pelo 3º ao artigo 8º do Decreto Federal nº 3.931/2000 (que regulamenta o sistema de registro de preços no âmbito federal), e que é considerado inconstitucional por parte da doutrina, jurisprudência e pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná. 25
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