Acredito no planejamento estratégico que aprendi com o professor. Amílcar de Oliveira Lima, da equipe do Ministro Delfim Neto, ainda no Rio de

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1 Prezadas senhoras e prezados senhores, Acredito no planejamento estratégico que aprendi com o professor Amílcar de Oliveira Lima, da equipe do Ministro Delfim Neto, ainda no Rio de Janeiro, na década de 60. Será nosso instrumento de trabalho. Este Ministério tem competência múltipla: planejar e executar a política nacional de turismo; estimular as iniciativas privadas de desenvolvimento do setor; obter financiamento externo para projetos turísticos de estados e capitais; prover investimentos de infra-estrutura turística em cidades e localidades; gerir o Sistema Brasileiro de Certificação e Classificação de Atividades; gerir o Fundo Nacional de Turismo. Sem interromper programas em andamento, iniciaremos nossos trabalhos com um esforço concentrado de 120 dias, que conterá estes pontos: 1. Agilização da máquina administrativa como teste do que ela pode oferecer nos momentos de rotina e nos emergenciais; 2. Identificação e eliminação de áreas críticas pelas quais se escoam recursos públicos, como o financiamento de festas e folguedos; 3. Integração com os componentes do Conselho Nacional de Turismo; do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes; e com todo o trade que faz o turismo brasileiro avançar e crescer; 4. Dinamização das atividades, projetos e programas da Embratur; 5. Preparação, debate e aprovação do Plano Nacional de Turismo 2011/14.

2 Por sua vez, o Plano Nacional de Turismo, no qual estará inserido o esforço concentrado, incluirá os seguintes objetivos, dentre outros: 1º) Incrementar, com vistas a equilibrar a conta turismo, a vinda de visitantes estrangeiros ao Brasil; 2º) Tornar o turismo interno eficiente instrumento de inclusão social, gerador de receitas e de melhor qualidade de vida; 3º) Dinamizar esforços para obtenção junto ao BID e à Cooperação Andina de Fomento, de mais recursos para reforço do Prodetur Nacional; 4º) Promover o Prodetur e a disseminação dos seus recursos para benefício do maior número de entes; 5º) Ativar os programas de qualificação da mão de obra ligada ao setor, triplicando o percentual alcançado até aqui; 6º) Ampliar o turismo interno com a incorporação maior de jovens, idosos e deficientes; 7º) Expender esforços para a ampliação da infraestrutura turística aeroportuária e terrestre, com ênfase no número de vôos e escalas; 8º) Contribuir com os órgãos do governo tendo em vista a realização da Copa 2014 e das Olimpíadas 2016; 9º) Consolidar, ampliando estruturas e motivações, os 65 destinos domésticos de turismo; 10º) Atuar junto aos Ministérios próprios em favor do turismo cultural, ecológico e sustentável;

3 11º) Conseguir apoio do Congresso para o aumento da participação de capital estrangeiro em companhias aéreas nacionais; 12º) Obter apoio do Congresso para a flexibilização do visto para estrangeiros, garantida a reciprocidade. Concito, pois, os funcionários deste Ministério, a minha equipe, os integrantes do Conselho Nacional de Turismo, o Fórum de Secretários, o trade e os demais players da categoria, a que nos juntemos e, a um só tempo e voz, comecemos esta jornada que espero seja a mais profícua para o País, para o Turismo Brasileiro e para nossas vidas. Agora um pouco de mim. Iniciei minha vida como professor, comprovando capacitação para isso em exame aberto. Entrei no Banco do Brasil por concurso e ingressei no Ministério da Fazenda também por concurso público, agora para o cargo de Fiscal do Imposto de Consumo, o mais disputado da época. No Ministério da Fazenda passei mais de trinta anos. Na direção geral da Fazenda Nacional e na Secretaria da Receita Federal, que ajudei a criar, organizar e implantar, ainda no Rio de Janeiro, ocupei a maioria dos cargos de comando, exceto o de secretário. Fui secretário da Fazenda do Maranhão por duas vezes; deputado Estadual, uma; federal em seis legislaturas; há pouco conquistei o sétimo mandato. Na Câmara pertenço à Comissão de Finanças há vinte anos, tendo ali trabalhado em centenas de projetos sobre tributação e despesa. Por treze

4 vezes fui conduzido à Comissão Mista de Orçamento, ocupando relatorias setoriais em cinco oportunidades. Presidi comissões especiais como, por exemplo, a da emenda constitucional 163/95 que criou o Fundo Social de Emergência, passo inicial para a implantação do Plano Real. Também presidi a Comissão que discutiu a renovação da CPMF, da qual foi relator o Ministro Antônio Palocci que, merecidamente, teve seu trabalho aprovado em madrugada memorável. Igualmente, exerci relatorias em comissões especiais: como a da Lei de Responsabilidade Fiscal, a mais importante do País nos últimos vinte anos; e a da Lei da Super-Receita que reuniu em um só lugar os Fiscos da Previdência e da Receita Federal, marco da administração fiscal em todo o mundo. Cito também o relatório que produzi na Comissão Parlamentar de Inquérito da Dívida Pública, com 80 mil páginas. Em duas oportunidades anteriores, no Senado e na Câmara, os relatores de comissões de inquérito congêneres, não conseguiram ter seus trabalhos aceitos pelos respectivos pares, enquanto o meu foi aprovado no tempo devido. Nos meus seis mandatos integrei, como titular ou suplente, 50 comissões especiais, onde participei de estudos, debates e encaminhamento de solução de assuntos, em especial quando se tratou de finanças, tributação e direito administrativo. Por exemplo: o discurso intitulado Em Defesa da Honra da Nação, que ajudou a impedir a aprovação do Decreto-Lei 2065/83, do governo Figueiredo, que pretendia tanto aumentar o Imposto de Renda como reduzir salários; os estudos preparatórios da Lei Kandir; as tentativas de reforma tributária, exceto a última; a reforma do Regimento Interno; e as

5 diversas versões das resoluções do Congresso sobre o funcionamento da comissão de Orçamento. Criticam-me pelos oitenta anos; condenam-me. Afirmo: na minha vida inteira só fui hospitalizado duas vezes: há dez anos para ser operado de uma hérnia e na década de cinqüenta para a retirada das amídalas. Previno agora meus companheiros de trabalho: na última campanha eleitoral, andei mais de 40 mil quilômetros de carro e um sem número de avião monomotor. A convocação da presidenta Dilma Rousseff para que eu assumisse o Ministério do Turismo representou uma das maiores honrarias da minha vida pública. Infelizmente, a esta alegria logo se misturou grande indignação, ao me ver alvo de uma campanha de calúnia e ignomínias. Os ataques não me atingiram, contudo. Sustentou-me, nessa adversidade, o apoio de minha mulher Maria Helena e dos meus filhos, dos amigos, do meu partido e do governo. Acima de tudo, sustentou-me a certeza de não ter cometido nenhum ato de que possa me envergonhar. Minhas senhoras e meus senhores: Sinto-me no dever de agradecer ao competente Ministro Luiz Barreto a aula sobre turismo no encontro em que me franqueou instalações, serviços e auxiliares. Minhas homenagens também aos primeiros ocupantes da pasta, ministros Mares Guia e Marta Suplicy.

6 Nunca serei suficientemente grato ao meu líder Henrique Alves e ao meu vice-presidente Michel Temer pela indicação do meu nome que mereceu o respaldo das bancadas do PMDB da Câmara e do Senado, esta comandada pelo líder Renan Calheiros, pelo presidente do PMDB Valdir Raupp e pelo presidente José Sarney, amigo e mestre. Agora, com todas as minhas forças, desejo, de coração, agradecer à presidenta da República a minha inclusão na sua equipe. Ratifico aqui os princípios de seriedade e consciência pública que sempre ditaram os meus atos: eles terão continuidade plena no Ministério que passo a ocupar. Concluindo: quero transmitir à presidenta Dilma uma última palavra, esta extraída de carta do político romano Marcus Túlius Cícero, com a qual empenho, junto a Sua Excelência, minha dedicação e lealdade irrestrita: Totius Vita Quam Patria Carebo.