ESTRUTURAS RITUAIS PRÉ-COLONIAIS NA COSTA DO AMAPÁ* JOÃO SALDANHA**, MARIANA CABRAL***

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1 ESTRUTURAS RITUAIS PRÉ-COLONIAIS NA COSTA P DO AMAPÁ* JOÃO SALDANHA**, MARIANA CABRAL*** Resumo: o Amapá foi o local de florescimento de culturas arqueológicas caracterizadas por estilos cerâmicos com uma diversidade de formas de construção e uso de estruturas cerimoniais. Algumas delas são monumentais, como megalitos, poços e cavernas. Elas apresentam um desejo de intervir na paisagem, ativando locais através de deposições específicas. Apresentaremos aqui uma síntese das práticas relacionadas com estas estruturas rituais, encarando-as como uma sequência de ação ritual que tem com finalidade estabelecer ligações simbólicas com locais específicos, comunicando significados através de sua forma, conteúdos e qualidades simbólicas. Palavras-chave: Ritual. Estruturas funerárias. Arqueologia Amazônica. Arqueologia do Amapá ráticas rituais e modificações na paisagem há muito tem sido temas centrais para o estudo das ocupações pré-coloniais tardias da Amazônia (BARRETO, 2005; SCHAAN, 2012). O debate se focou no modo como, por um lado, a intensificação de rituais e, por outro lado, o aumento das modificações paisagísticas (formação de terras pretas (PE- ARTIGO 73 * Recebido em: Aprovado em: ** Doutorando em Arqueologia no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP. Mestre em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da PUCRS. Graduado em História pela UFRGS. Arqueólogo do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá. jodanha@ gmail.com. *** Doutora em Antropologia, com área de concentração em Arqueologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPA. Mestre em História pelo Programa de Pós-graduação em História da PUCRS. Graduada em História pela UFRGS. Professora no Departamento de Antropologia e Arqueologia da UFMG. nanacabral75@gmail.com.

2 TERSEN; NEVES et al., 2001), construção de estradas e fossos (HECKENBERGER, 2004), Mounds, sistemas hidráulicos, geoglifos (SCHAAN, 2012) e megalitos (NIMU- ENDAJÚ, 2004; CABRAL, SALDANHA, 2009) estão relacionados com aumentos de desigualdades sócio-políticas, crescimento populacional, territorialidade e ideologia. Tais mudanças são geralmente correlacionadas como evidências da transformação de sociedades de pequena escala em formações sociais mais complexas, algumas vezes referidas como cacicados. A região costeira do Amapá foi local do desenvolvimento de culturas arqueológicas caracterizadas não só por cerâmicas altamente decoradas (muitas vezes com a representação plástica de seres humanos e animais), mas também pela construção de estruturas monumentais ou uso de abrigos-sob-rocha e cavernas, ambos utilizados como lugares funerários e rituais. A exploração destes dados nos dá uma oportunidade muito boa para entender a relação entre práticas rituais, construção de monumentos e mudança cultural nesta região da Amazônia durante a pré-história tardia. O presente artigo apresenta uma síntese das práticas relacionadas à construção e uso de monumentos e lugares naturais na região, baseada na literatura e recentes escavações em estruturas megalíticas, poços funerários, bolsões e cavernas no Amapá. Tentamos mostrar a extrema complexidade das práticas rituais, adicionando informações novas sobre as formações sociais no período pré-histórico tardio na região. AS OCUPAÇÕES PRÉ-COLONIAIS TARDIAS DO AMAPÁ A partir dos trabalhos de Meggers e Evans (1957) foram definidas quatro culturas arqueológicas para a região onde hoje encontra-se o estado do Amapá, denominadas Aruã, Aristé e Mazagão e Maracá. Desde o início destas pesquisas, dentro de um paradigma que misturava as correntes do Evolucionismo Cultural de Steward e do histórico-culturalismo, houve uma grande preocupação em delinear o espaço e o tempo de ocorrência destes fenômenos, os considerando implicitamente como reflexo, ou marcador da presença, de grupos étnicos específicos. Neste contexto, a equação cultura material = grupo étnico foi considerada como válida e não problemática, e a análise levada a cabo foi feita dentro de fases e tradições. Este pode ser considerado um fardo conceitual que até hoje se impõe sobre a maneira que pensamos a pré-história da região. Lidar com as evidências materiais desta forma levou à uma tendência homogeneizante ao interpretar o passado, considerando que formas materiais (especialmente a cerâmica) compartilhadas sejam indicadores de identidades culturais específicas. Mas e se rejeitássemos esta concepção de cultura material como um reflexo direto de sociedades humanas? Tendências teóricas iniciadas na década de 90 apontam como uma grave falha de inúmeras arqueologias considerar a cultura material como algo passivo, desprovido de significados, indicando simplesmente formas derivadas de uma norma cultural ou refletindo a economia de grupos (HODDER, 1992; SHANKS, TILLEY, 1992 [1987]; THOMAS, 1996). Aliado a esta perspectiva de cultura material está uma forte tendência da Arqueologia brasileira de definição e delimitação de grupos humanos a partir de 74

3 fósseis-guias. A mera presença destes elementos em sítios arqueológicos, não importa o quão pequena e pouco representativa ela seja, é considerada como diagnóstico da presença de identidades específicas nestes locais. Rejeitamos estes postulados a fim de procurar diferentes perspectivas para a Arqueologia da região. A cultura material, incluindo a paisagem, é aqui considerada como um elemento ativo na relação entre os seres humanos, sendo capaz de criar, manter e transformar relações sociais. A partir deste ponto de vista, a cultura material pode ser manipulada por atores sociais com o objetivo de expor símbolos sociais, formar e negar fronteiras, legitimar e impor poder. Mas de que forma a cultura material participa na criação de significados? Thomas (1996) argumenta que é a partir de uma série de padrões de associação da cultura material que seus significados emergem. Este é um ponto que Hodder (1992) já deixava explícito. Para ele, o significado da cultura material, diferentemente dos significados linguísticos, emerge das associações derivadas de sua produção, uso e descarte, sendo desta forma não arbitrário e contingencial. Fica assim claro que uma abordagem contextual dos objetos, procurando sua gênese, seu uso e padronização do descarte é fundamental para entendermos os grupos humanos do passado. Assim, uma arqueologia que leve em conta a espacialidade envolvida nas evidencias materiais possui uma grande possibilidade interpretativa para as sociedades do passado. Ao fazer uma Arqueologia interpretativa, procurando estruturas e práticas na região costeira do Amapá, partimos do princípio, defendido principalmente por Tilley (1996, p. 3), que a grande força desta abordagem é a preocupação diferenciada com a relação entre pessoas e cultura material, ou seja, the manner in wich material forms constitute a vital médium through wich persons constructo, manipulate and transform their worlds in the long. Assim concebida, a Arqueologia deveria envolver uma etnografia temporal dos artefatos e da maneira como eles se relacionam com estruturas e eventos, procurando ler as evidencias em termos de interações entre componentes normativos e expedientes na produção e descarte destes artefatos. Neste processo, a cultura material é ativa na construção dos sistemas de significação: [ ]the humble artefact is not a mere adjunt to what really matters persons and social relations but is fundamentally involved in the construction of those relations. Material culture is as importante, and as fundamental, to the constitution of the social world as language (TILLEY, 1996, p. 3-4). 75 Entendendo a Arqueologia desta forma, ficamos em uma posição privilegiada para o estudo de grupos humanos. Não só a evidência arqueológica deixa de ser pobre em informações, mas também ela nos dá uma habilidade única de monitorar continuidades e mudanças estruturais e sua relação com a experiência e a prática em uma longa duração. Os debates mais recentes na Arqueologia têm dado grande ênfase na consideração das práticas diárias para leitura de estruturas e eventos. O destaque nesta leitura é como as regras sociais, significados e relações de poder estão embebidos nas práticas mundanas da vida diária.

4 Bourdieu (1977) demonstrou como atividades diárias como comer, sentar, dormir e se movimentar no espaço podem ser mecanismos através dos quais as pessoas são socializadas em regras e orientações particulares. Desenvolvendo suas atividades diárias, as pessoas podem apreender regras através dos movimentos do corpo, se tornando assim corporificadas. Assim as regras e disposições sociais se tornam embebidas nas práticas corporais mundanas. Desta forma, as práticas diárias se tornam práticas sociais elas possuem uma dimensão que se relaciona com estruturações e reestruturações sociais. POR UMA ARQUEOLOGIA DAS ESTRUTURAS RITUAIS Dentro deste contexto, podemos considerar que a construção e manejo de estruturas, além do uso dos materiais envolvidos nelas ocupam espaço, possibilitando ou constrangendo o modo como as pessoas se movem e vivenciam o tempo e o espaço. Neste processo, as pessoas constroem, desconstroem e reconstroem culturas (INGOLD, 2000). A construção e uso de estruturas envolve pessoas formando e vivenciando identidades, fazendo e inscrevendo memórias e reinterpretando práticas e tradições materialmente, espacialmente, temporalmente e corporalmente. Possibilita desta forma que pessoas afirmem ou contestem estruturas sócio-políticas quando, ao se relatarem ao passado, possam definir o presente e restringir o futuro (THOMAS, 1996, p. 192). A proposta é que existam cadeias operatórias formais na construção de monumentos no Amapá, com a escavação, preparação e inserção de pedras ou postes de madeira, a preparação da parafernália ritual, e, por fim, o uso e reuso das estruturas. O saber envolvido neste processo está relacionado às estruturas rituais, como contingente ou motivado por tentativas de evitar práticas e memórias ou significados associados à construção, o que adiciona um elemento político no processo, pois envolve trabalho coletivo ou performances coordenadas, criando desta forma sensibilidades comunitárias ou resistências à elas, o que é memorializado na forma física da estrutura elaborada (BRADLEY, 2000). Também há de se ter em mente que a corporalidade e gestual destas práticas culturais podem ter recursivamente criado sensibilidades ou subjetividades em relação à paisagem onde estas experiências tomaram lugar, imbuindo-as de memórias e significados (INGOLD, 2000). Postes, potes e pedras não só estão relacionados com o local de obtenção das matérias-primas necessárias para sua materialização, mas durante seu uso podem ter sido removidos e reutilizados de diferentes maneiras, criando biografias repletas de significados. Assim, as matérias que constituem as estruturas rituais são simultaneamente objetos portáteis, peças da paisagem e corporificação de trabalho, sociabilidade e identidade. É desta forma que podemos compreender as estruturas arqueológicas. ESTUDOS DE CASO: AS COSTAS ATLÂNTICAS E ESTUARINAS DO AMAPÁ As estruturas rituais características do Amapá são os megalitos, poços e cavernas, que encontram-se intimamente ligados. Tais contextos são referenciados na bibliografia desde o final do século 19 e início do século 20, com os trabalhos de Goeldi (1905) e Nimuendajú (2004). Apesar de reconhecidos desde esta época, foi só nos 76

5 últimos anos que trabalhos de escavação intensivos foram realizados nestes tipos de estruturas. A Prática da Monumentalidade: megalitos, postes e poços 77 Monumentos podem ser definidos como estruturas que são intencionalmente construídas para marcar simbolicamente um espaço. Na costa atlântica do Amapá a monumentalidade stricto-sensu nas estruturas cerimoniais é marcada pela presença de megalitos e poços. Um sítio megalítico foi intensamente escavado, denominado AP-CA-18: Rego Grande, localizado no município de Calçoene. As escavações deste sítio, que possui datações a partir de 1000 anos A.P. 1 mostraram uma grande intensidade de uso do monumento, com diferentes tipos de deposições no interior da estrutura. Uma destas deposições é de vasilhas inteiras em fossas rasas, parcialmente escavadas na laterita estéril e, posteriormente, forradas com fragmentos cerâmicos antes da deposição das vasilhas. Outras deposições são caracterizadas por densas concentrações de fragmentos cerâmicos, que sugerem deposições intensivas em alguns locais do sítio. Algumas destas deposições são bastante extensas, podendo chegar a mais de dois metros de diâmetro máximo e 30cm de espessura, enquanto outras são pequenas e restritas, dando a impressão de serem pequenos caches de fragmentos envoltos em algum tipo de recipiente orgânico não preservado. As observações de campo e as remontagens em laboratório permitem afirmar que estes depósitos foram feitos com o material já fragmentado e misturado, e não vasilhas inteiras depositadas e, posteriormente, fragmentadas. Vasilhas quebradas in situ também foram encontradas. Nestes casos, as vasilhas cerâmicas estavam diretamente relacionadas com monólitos em pé, como uma espécie de oferenda, demonstrando seu caráter votivo. Foi notado que os fragmentos estavam fortemente erodidos, contrastando com outros fragmentos soltos encontrados no entorno, indicando a exposição das vasilhas às intempéries antes de sua fragmentação. As escavações de quatro poços funerários mostraram diferentes temporalidades no uso destas estruturas: enquanto dois deles foram certamente resultado de um só evento, com a deposição de urnas e acompanhamentos, outros poços foram re-utilizados, com sua abertura, remoção dos vasilhames originais, deposição de novas urnas e, finalmente, entulhamento do restante do poço com os fragmentos das urnas originais somados a outros vasos quebrados e conjuntos de fragmentos. As escavações no sítio AP-CA-18 indicam que ele é formado por um palimpsesto de diferentes tipos de eventos ocorridos dentro do recinto megalítico. Estes eventos podem ser assim descritos: diferentes tipos de deposição de cerâmica (ritualmente mortas, deposição de fragmentos, vasilhas inteiras colocadas aos pés dos monólitos); abertura de poços de diferentes tamanhos para deposição funerária e seu fechamento com blocos de rocha; reabertura destes poços e modificações do material no seu interior juntamente com novas deposições. Poços e megalitos, desta forma, entrecruzam-se como espaços construídos e como espaços de transformação das paisagens. As atividades de visita e revisita a estes monumentos, às vezes ao longo de centenas de anos, reforçam seu papel na construção e na manutenção das estruturas sociais que organizam estes grupos.

6 Figura 1: Megalitos e poços funerários da costa atlântica do Amapá Já na costa estuarina do Amapá temos também a presença de poços, porém correlacionados a outros tipos de estruturas. Uma escavação em área ampla no sítio Curiaú Mirim forneceu importantes evidências da estruturação de espaços rituais nesta região costeira. Este sítio está localizado junto à várzea do Amazonas, na cidade de Macapá, sendo caracterizado pela presença de terra preta e pelo sepultamento de urnas. A escavação realizada mostrou o uso diversificado do espaço, com a ocorrência de estruturas de casas, caracterizadas por buracos de poste, cercando áreas contendo estruturas funerárias. As estruturas funerárias podem aparecer em grupos ou isoladas, em diferentes profundidades em relação à superfície atual do terreno, algumas logo abaixo de 20 cm, enquanto outras podem estar enterradas a mais de 150 cm localizadas dentro de poços (alguns deles com câmara lateral, semelhantes aos descritos para a cerâmica Aristé). O sítio também mostrou uma grande diversidade de estilos cerâmicos presentes no mesmo local, com cerâmicas com decorações características das fases Marajoara, Mazagão e Caviana sepultadas lado a lado neste mesmo sítio. Uma análise mais particular dos contextos onde encontram-se estas cerâmicas, principalmente os poços funerários, forneceu uma luz à esta diversidade de estilos cerâmicos. Apesar das diferenças morfológicas dos poços, o que os une são seus conteúdos e contextos semelhantes. Em todos os poços, à primeira vista, encontramos grandes quantidades de artefatos que poderiam ser encaradas como estruturas de refugo ou lixeira, porém ao examinarmos com maior cuidado percebemos algumas recorrências entre essas estruturas, o que nos permitiu aproximarmos de seus possíveis significados. A maioria destes artefatos jogados e misturados com muitos carvões e restos ósseos de animais dentro dos poços, em formato de bolsão, são relacionados à fase 78

7 Marajoara. Após ultrapassar este contexto inicial de deposição, surge um contexto mais estruturado, claramente arranjado, de urnas das fases Mazagão e Caviana (que tecnologicamente são idênticas, com exceção da policromia e antropomorfismo da segunda), em associação com ossos humanos. As datações realizadas, situadas entre 1000 e 700 A.P. permitiram verificar a contemporaneidade das fases, o que nos traz as seguintes problemáticas: 1- a fase Caviana, que até então era um estilo separado dos demais por ser reconhecida apenas por coleções de museus (ROSTAIN, 2013) corresponderia, de fato, à presença do antropomorfismo e da policromia na fase Mazagão? As cerâmicas da fase Marajoara neste contexto estariam relacionadas a festins acompanhando os sepultamentos? Além disto, circundando os poços localizamos uma série de bolsões, bastante semelhantes aos que encerram as deposições funerárias. No entanto, no fundo, ao invés de sepultamentos, localizamos negativos de esteio bastante significativos no fundo destas estruturas. A dispersão espacial destes bolsões marcados por esteios parecem marcar e celebrar o espaço funerário do poço, em um contexto semelhante ao megalitismo, mas ao invés de pedras estarem marcando o espaço ritual, troncos erigidos serviram para este propósito. Figura 2: Detalhe de poço funerário e o mesmo poço cercado por bolsões rituais contendo negativos de poste no seu fundo 79

8 Figura 3: Planta baixa de poço funerário cercado por bolsões contendo negativos de poste e interpretação da estrutura com os postes ainda erigidos Monumentalidade pela Prática: cavernas e abrigos Outro tipo de sítio ritual presente na costa do Amapá são as cavernas ou abrigos com a presença de urnas funerárias. Apesar de não serem estruturas intencionalmente construídas, pelo seu conteúdo e qualidade semelhantes, estes sítios podem ser considerados verdadeiros monumentos naturais, exaltados pela prática. Pelo menos dois tipos de grutas foram utilizadas para o uso cerimonial: abrigos de granito e cavernas na laterita. Em ambos casos, os tipos de deposição são as mesmas: vasilhas cerâmicas, às vezes inteiras, às vezes fragmentadas, dispostas contra as paredes dos abrigos. No caso das grutas Maracá, as urnas antropomorfas estão certas vezes dispostas em círculo (GUAPINDAIA, 2001). Trabalhos recentes foram por nós realizados no sítio Aragbus, localizado na bacia do rio Urucauá, dentro da Terra Indígena Uaçá, através de um projeto conjunto com os Palikur (do grupo Arawak), a antropóloga Lesley Green e o videografista David Green (a origem deste projeto e seus primeiros resultados podem ser encontrados em GREEN, GREEN; NEVES 2003). Aragbus é um grande conjunto de blocos graníticos formando vários abrigos, alguns contendo cerâmica. O sítio possui este nome, Aragbus, por conta de duas pedras em pé, próximas a abrigos rochosos, que os índios Palikur associam com a mira de um arcabuz. Apesar de seu formato extremamente sugestivo, são formações naturais e não megalitos. Em Aragbus existem quatro abrigos-sob-rocha contendo material arqueológico em superfície. O maior e com mais alta densidade de artefatos circunda um grande bloco granítico e foi denominado Abrigo 1, cuja superfície abrigada é de cerca de 21x14 metros. 80

9 81 Ao sul deste primeiro abrigo, existe um menor, que mede 8x4 metros, formado por uma placa encostada a um grande bloco, tendo sido denominado Abrigo Himeket. O denominado Abrigo 2 está localizado a oeste das pedras Aragbus, sendo o menor de todos os abrigos que continham material, medindo 6x2 metros. O denominado Abrigo 3 está mais afastado dos outros abrigos, localizado ao norte do conjunto, medindo 10x4 metros. Todos os abrigos contêm cerâmica em superfície. No entanto, parece haver uma diferenciação funcional entre os abrigos. Enquanto o abrigo Himeket possuía uma clara deposição funerária, com presença de urnas e ossos humanos, os demais abrigos pareciam ser deposições de vasilhames, possivelmente com caráter votivo, devido à natureza não-doméstica da cerâmica (vasilhames muito decorados, ausência de marcas de uso). Duas datações atestam a longa duração de uso de Aragbus, indo desde o século 12 até o século 15 D.C 2. Outras grutas bem conhecidas arqueologicamente localizam-se nas colinas de Ouanary, na Guiana Francesa. Todas são recessos formados na carapaça laterítica. Alguns abrigos são claramente funerários, contendo urnas e ossos humanos. Outros, devido à natureza dos próprios abrigos (com poucas condições de habitabilidade) e da cerâmica presente (altamente decorada e sem marca de uso) foram identificados como cerimoniais e localizam-se próximos aos abrigos funerários (ROSTAIN, 1994). Da mesma forma que os poços funerários, estas grutas mostram diferentes temporalidades no seu uso: enquanto algumas estão intactas e sugerem um único evento de deposição, outras são formadas por uma grande deposição de fragmentos de urnas juntamente com poucas peças inteiras, sugerindo reutilização, com a destruição intencional das urnas antigas e deposição de novas urnas no abrigo. No caso das grutas Maracá as revisitas a estes sítios podem se dar inclusive para reparo de urnas fragmentadas, como sugerido pelas evidências de remontagem de fragmentos através de resinas naturais (GUAPINDAIA, 2001). Como os megalitos e poços artificiais, também estes lugares naturais atestam uma prolongada relação com os grupos indígenas que os utilizavam, indicando que as práticas de visitas e revisitas perduraram por um longo período e por uma extensa área. DISCUSSÃO Barret (1991) define teoricamente dois tipos de rituais mortuários. Estes rituais, segundo ele, não são nem um reflexo passivo de filiação étnica, nem um meio de representar o prestígio relativo do morto. Antes disto, eles constituem um elemento de um conjunto de práticas através das quais o social é continuamente trabalhado. A performance destes rituais possui o efeito de renegociar as relações entre os vivos e os mortos e as relações entre os próprios vivos. Dívidas, autoridade e filiações podem ser transformadas ou reinscritas durante o curso dos rituais. De acordo com Barret (1994), para além dos rituais funerários, explicitamente preocupados com o sepultamento e com a reorganização das relações entre os acompanhantes do sepultamento de uma determinada pessoa, existem rituais de ancestrais, que trazem os vivos para a presença dos mortos ancestrais. Este tipo de ritual nem sempre precisa envolver o sepultamento de um morto. Os ancestrais podem ser invocados durante atividades funerárias e a deposição de mortos serve para produzir os restos, mas este tipo de ritual é fundamentalmente preocupado em invocar a presença dos mortos, com o objetivo de estruturar as atividades entre os vivos. Esta invocação deve acontecer em um local especialmente destinado a este objetivo, que irá conter os restos dos ancestrais, que podem ser fisicamente encontrados, manuseados durante o curso destes ritos.

10 Figura 4: Abrigos em granito e deposições de urnas em cavernas Este parece ser especificamente o que ocorre nas estruturas funerárias do litoral do Amapá. São locais abertos, como as cavernas e grutas e alguns intencionalmente marcados por megalitos ou postes erigidos, com possibilidade de visita às urnas ou reabertura de jazigos e manuseio dos restos mortais dispostos no seu interior. Isto, segundo Thomas (2000), parece envolver um conceito específico de ancestralidade. No litoral do Amapá, os mortos estão de certa forma junto aos vivos, no presente, com a possibilidade de encontro e manuseio de seus restos materiais. Assim as práticas funerárias realizadas parecem cumprir um papel de mediador ideológico para estruturação social dos grupos. No litoral do Amapá as identidades de indivíduos seriam negociadas através do uso de monumentos megalíticos, poços marcados por postes e grutas com urnas altamente elaboradas, construindo laços e um sentido de comunidades amplos. Tal proposta encontra muito eco em trabalhos atuais sobre práticas rituais na arqueologia amazônica. Schaan (2012), através de amplas escavações e análises de padrões de assentamento associados com estruturas funerárias, afirma que a cultura marajoara atingiu um nível de complexidade social com marcado contraste em relação ao ethos igualitário característico das sociedades ameríndias amazônicas. Na base de tal complexidade estariam a utilização de tesos da elite da sociedade marajoara que, através da deposição de urnas funerárias altamente elaboradas em seu interior, legitimariam o controle de recursos econômicos (tanques de peixes) e sua preponderância sócio-política frente aos demais grupos desta sociedade. Barreto (2009), baseando-se em críticas e reavaliações das etnografias e arqueologia amazônica em relação às práticas funerárias, ressalta que conceitos da etnologia amazônica, tais como predação e perspectivismo (VIVEIROS DE CASTRO, 2002) 82

11 não necessariamente seria um impeditivo para a constituição de unidades políticas estáveis e complexas. Neste sentido, os rituais funerários na Amazônia pré-colonial estariam engendrados em uma cosmopolítica onde os grupos seriam constituídos pela ligação com uma linhagem ancestral articulada e mantida através de urnas e práticas ritualísticas. Tal constituição garantiria uma estabilidade de identidades comunitárias, permitindo a constituição de estruturas sócio-políticas mais complexas. CONCLUSÕES 83 A área do atual Estado do Amapá foi ocupada por complexos cerâmicos distintos desde, pelo menos, 5 milênios antes do presente. Após hiatos na cronologia, seguidos por uma gradual ocupação a partir do início da nossa era, a região torna-se uma das mais diversificadas em termos de estilos cerâmicos da Amazônia. No entanto, novos dados, provindos tanto das análises cerâmicas quanto dos padrões de assentamento, estão indicando que esta diversidade reconhecida (através de cerâmicas mais decoradas), pode estar, ao fundo, mostrando outros tipos de processos e não necessariamente uma diferenciação étnica como sugere o termo Fase (DIAS, 1995, SCHAAN 2007). Estes problemas desafiam nossa tradicional ênfase em aspectos tipológicos e classificatórios baseados somente na cerâmica, sugerindo que isto deve ser ultrapassado e a ênfase deveria ser dada à associação entre os artefatos, estruturas e padrões de assentamento, reconhecendo que as formas, os conteúdos e as associações das deposições artefatuais encontradas nos sítios, são resíduos de uma sequência de ação, cuja finalidade é estabelecer ligações materiais com lugares específicos. Desta maneira, estes resíduos podem ser vistos como deposições estruturadas (RICHARDS; THOMAS 1984), comunicando significados através de sua forma, conteúdo e qualidades simbólicas. Isto pode ser feito, conforme Barreto sugere, integrando: [ ] the vast amounts of data being produced from environmental studies and settlement histories with stylistic analysis of ceramics. This promises to improve understanding of the rich mosaics of particular and pan-amazonian cultural identities which flourished in the two millennia before the European conquest (BARRETO, 2016, p. 12). No caso do Amapá, apesar da alta diversidade propalada na bibliografia da região (como referenciado mais acima) podemos perceber, a partir dos artefatos e deposições, um conjunto litorâneo de uma tradição monumental ligada à contextos cerimoniais com uso de áreas de sepultamento em poços, com deposição de urnas cercadas por megalitos ou troncos erigidos inseridos em bolsões contendo fragmentos de cerâmicas altamente decoradas, cujo conjunto sugerimos ser derivado de grupos do tronco linguístico Arawak. Este conjunto integraria as fases Aristé, Mazagão\Caviana\Marajoara e Maracá. De fato, esta ampla área litorânea seria, de acordo com fontes etno-históricas e a história êmica dos atuais grupos Palikur, território de diversos grupos Arawaks ou Arawakanizados que formavam, já no século XVII, uma grande confederação de clãs (GRENAND, GRENAND, 1987; ROSTAIN, 1994; PASSES, 2004). De outro lado, temos um conjunto mais do interior, não explorado aqui, e ligado à fase Koriabo. Os sítios são mistos, ao mesmo tempo habitação e funerário, e

12 densos, com espessas camadas de terra preta. Os conjuntos decorados raramente estão associados à sepultamentos, mas sim à bolsões cerimoniais. O antropomorfismo não está ligado à forma da cerâmica, mas sim compondo figuras aplicadas no corpo das vasilhas, em associação com zoomorfos e incisões com formas abstratas. Sugerimos que este conjunto, devido à correlação de datações de sítios arqueológicos associadas às fontes etno-históricas, estaria ligado a grupos de fala Karib. Para a região costeira do Amapá foi identificada a presença de estruturas rituais que sugerem alguma forma de acesso desigual à força de trabalho, indicando uma certa centralização sócio-política. Para legitimação desta centralização, sugerimos que um tipo de discurso material pode ter surgido centrado em práticas diárias, onde a regulação de disciplinas espaciais relacionadas às práticas rituais naturaliza a constituição social de grupos. Neste sentido é que as práticas relacionadas ao tratamento dos mortos e sua relação com a paisagem são extremamente importantes, na medida em que a relação entre os vivos e os mortos são fundamentais para a estruturação social. Por fim, ressaltamos que a interpretação proposta é ainda exploratória, mas que outros aspectos que não puderam ser abordados neste curto artigo, também a sustentam. PRE-COLONIAL RITUAL STRUCTURES IN AMAPÁ COAST Abstract: Amapá was a region of flourishing of local archaeological cultures characterized by ceramic styles with a variety of forms of construction and use of ceremonial structures. Some of them are monumental, as megaliths, pits and caves. They demonstrate a clear desire to intervene in the landscape, activating places through specific depositions. We present here a summary of practices related to these ritual structures, facing them as a ritual action sequence that has an aim to establish symbolic links to specific sites, communicating meanings through their form, content and symbolic qualities. Keywords: Ritual. Funerary Structures. Amazonian Archaeology. Amapá Archaeology. Notas 1 Para o sítio AP-CA-18 existem seis datações radiocarbônicas: BP (BETA ), BP (BETA ), BP (BETA ), BP (BETA ), BP (BETA ) e BP (BETA ). 2 Para o sítio Aragbus temos duas datações radiocarbônicas: BP (BETA ) e BP (BETA ). Referencias BARRET, John. Towards an archaeology of ritual. In: GARWOOD, P.; JENNINGS, D.; SKEATES, R.; TOMS, J (Eds). Sacred and Profane. Oxford: Oxford University Press, 1991, p BARRET, John. Fragments from Antiquity. Oxford: Blackwell Publishers, BARRETO, Cristiana. Meios Místicos de Reprodução Social: Arte e Estilo na Cerâmica Funerária da Amazônia Antiga. Tese de Doutorado (Programa de Pós-Graduação em Arqueologia). Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de Sao Paulo,São Paulo,

13 85 BARRETO, Cristiana. Figurine Traditions from the Amazon. In: INSOLL, T. (Editor) Handbook of Prehistoric Figurines. Oxford, Oxford University Press, no prelo, BARRETO, Cristiana. Social complexity and inequality in ancient Amerindian societies: perspectives from the Brazilian Lowlands. Centre for Brazilian Studies. Oxford, University of Oxford, p , BOURDIEU, Pierre. Outline of a theory of practice. Cambridge: Cambridge University Press, BRADLEY, Bruce. An archaeology of natural places. London/ New York: Routledge, CABRAL, Mariana e SALDANHA, João. Note sur des strucures mégalithiques en Guyane Brésilienne, Amapá. Journal de la Société des Américanistes, Paris, v. 95, n, 1, p , DIAS, Adriana. Um projeto para a arqueologia brasileira: breve histórico da implementação do PRONAPA. Revista do Cepa, Santa Cruz do Sul, n. 22, v. 19, p , GOELDI, Emílio. Excavações archeologicas em ª parte: As cavernas funerarias atificiaes dos indios hoje extinctos no rio Cunany (Goanany) e sua ceramica. Memorias do Museu Goeldi, Belem, p. 1-45, GREEN, Lesley, GREEN, David e NEVES, Eduardo. Indigenous Knowledge and Archaeological Science: The Challenges of Public Archaeology in the Reserva Uaça. Journal of Social Archaeology, v. 3, n. 3. p , GRENAND, Françoise e GRENAND, Pierre Grenand. La côte d Amapá, de la bouche de l Amazone à la baie d Oyapock, a travers la tradition orale Palikur. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Antropologia, Belém, v. 3, n. 1, p. 1-77, GUAPINDAIA, Vera. Encountering the ancestors. The Maraca Urns. In: MCEVAN, Colin, BARRETO Cristiana; NEVES, Eduardo, Unknown Amazon. London: British Museum Press, p , HECKENBERGER, Michael. The ecology of power: culture, places and personhood in the southern Amazon, AD Londres: Routledge, HODDER, Ian. theory and practice in archaeology. London/ New York: Routledge, INGOLD, Tim. The perception of the environment: essays on livelihood, dwelling and skill. London: Routledge, MEGGERS, Betty e Clifford EVANS. Archaeological investigations at the mouth of the Amazon. Bulletin of the Bureau of American Ethnology, Washigton, n.167, p , NIMUENDAJÚ, Curt. In pursuit of a past Amazon - archaeological researches in the brazilian Guyana and in the Amazon region by Curt Nimuendajú: a posthumous work compiled and translated by Stig Rydén and Per Stenborg., Ethnological Studies. Goteborg, n., p.i-380, PASSES, Alan. The gathering of the clans: the making of the Palikur Naoné. Etnohistory, v. 51, n. 2, p , PETERSEN, James, NEVES, Eduardo; HECKENBERGER, Michael. Gift from the Past: terra preta and prehistoric amerindian Occupation in Amazonia. In: MCEWAN,

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