Responsabilidade Tributária. Dissolução Irregular como Infração à Lei. Prof. Marcus Lívio
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- Victorio da Mota Casqueira
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1 Responsabilidade Tributária. Dissolução Irregular como Infração à Lei Prof. Marcus Lívio
2 CTN Art São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I - as pessoas referidas no artigo anterior; II - os mandatários, prepostos e empregados; III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
3 Código Civil Art O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.
4 Código Civil Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
5 Código Civil Arts e (Obrigação do sócio-gerente de manter atualizados registros relativos à sua empresa) Lei dos Registros Mercantis (Lei 8.934/94) (Exige a manutenção dos dados cadastrais das empresas, incluindo sua localização)
6 NATUREZA JURÍDICA DO ART. 135, CTN Para alguns doutrinadores não há nem solidariedade, nem subsidiariedade, pois a responsabilidade é pessoal e exclusiva do terceiro; para outros há solidariedade entre responsável e contribuinte, podendo o Fisco exigir ou dirigir a execução contra ambos ou contra apenas um deles (jurisprudência).
7 JURISPRUDÊNCIA DO STJ STJ, 435. Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.(14/04/2010)
8 PREMISSAS Presunção relativa. Indício de dissolução irregular da sociedade, não é, por si só, apto a ensejar a responsabilidade pessoal dos sócios, já que se depreende pela interpretação do art. 50 do CC que sua aplicação depende da verificação de que a personalidade jurídica esteja sendo utilizada com abuso de direito ou fraude nos negócios e atos jurídicos. A teor do art. 50, CC, é admitida a desconsideração da personalidade jurídica em situações excepcionais, devendo as instâncias ordinárias, observando os fatos ocorridos, concluir, fundamentadamente, pela ocorrência do desvio de sua finalidade ou confusão patrimonial desta com a de seus sócios, requisitos objetivos sem os quais a medida torna-se incabível. Questão de complexidade e repercussão patrimonial, empresarial, fiscal e econômica. Deve-se buscar amparo em interpretações sistemática e teleológica, adicionando-se os comandos da Constituição Federal, do Código Tributário Nacional e do Código Civil para alcançar-se uma resultante legal que, de forma coerente e juridicamente adequada, não desnature as Sociedades.
9 VOTO VENCIDO no REsp /BA, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/08/2013, DJe 17/12/2013) Não é possível o redirecionamento de execução fiscal contra os sócios por dissolução irregular da sociedade na hipótese em que tal redirecionamento se baseia apenas na certidão do Oficial de Justiça que constatou que a empresa deixou de funcionar no endereço informado. Isso porque a declaração de dissolução irregular implica o reconhecimento de uma infração, sendo inadmissível tal conclusão sem prévio procedimento de sua comprovação. A prova do ato infracional compete a quem o alega, no caso, à Fazenda Pública. A inteligência que se deve ter da Súmula 435 do STJ é de que a não localização da empresa no endereço fiscal é indício de sua dissolução irregular, mas, por si só e independente de qualquer outro elemento, é insuficiente para o pronto redirecionamento da execução fiscal, que depende de prévia apuração das razões pelas quais tal fato ocorreu, bem como da comprovação do elemento subjetivo na conduta ilícita do sócio.
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