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2 A Marco Zero tem como objetivo publicar obras com qualidade editorial e gráfica, consistência de informações, confiabilidade de tradução, clareza de texto, e impressão, acabamento e papel adequados. Para que você, nosso leitor, possa expressar suas sugestões, dúvidas, críticas e eventuais reclamações, a Marco Zero mantém aberto um canal de comunicação. Entre em contato com: CENTRAL DE ATENDIMENTO AO CONSUMIDOR R. Pedroso Alvarenga, andar São Paulo SP Fone: (11) Fax: (11) marcozero@editoramarcozero.com.br cigarro.indd 4 7/28/04 4:11:11 PM

3 ANDREA COELHO DUMORTOUT DE MENDONÇA Fumar pra quê? cigarro.indd 5 7/28/04 4:11:12 PM

4 2004 Andrea Coelho Dumortout de Mendonça Direitos desta edição reservados à AMPUB Comercial Ltda. (Marco Zero é um selo editorial da AMPUB Comercial Ltda.) Rua Pedroso Alvarenga, andar São Paulo - SP Fone: (11) Fax: (11) marcozero@editoramarcozero.com.br Supervisão editorial: Maria Elisa Bifano Revisão: Ana Maria Herrera, Flávia Portellada Capa: Aurélio Goveia Composição: Heloisa Moutinho Avilez Impressão: PROL Editora Gráfica Ltda. Publicado em 2005 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Mendonça, Andrea Coelho Dumortout de Fumar pra quê? / Andrea Coelho Dumortout de Mendonça São Paulo : Marco Zero, ISBN X 1. Fumar Interrupção Programas 2. Tabaco Hábito I. Título CDD Índices para catálogo sistemático: 1. Fumar : Interrupção : Bem-estar social Parar de fumar : Bem-estar social É PROIBIDA A REPRODUÇÃO Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrônicos ou gravações, sem a permissão, por escrito, do editor. Os infratores serão punidos pela Lei n 9.610/98. Impresso no Brasil / Printed in Brazil cigarro.indd 6 7/28/04 4:11:12 PM

5 Dedico este livro a todos os fumantes: aos que querem parar de fumar e àqueles que nunca pensaram em parar de fumar. Eu os convido a refletir. Em especial, dedico este livro a Nossa Senhora das Graças e sua medalha milagrosa. cigarro.indd 7 7/28/04 4:11:13 PM

6 AGRADECIMENTOS Aos mestres André Luiz Dumortout e Paulo Coelho: o primeiro, meu pai, por me mostrar que a vida é uma grande festa e o segundo, meu amigo e escritor favorito, por me ensinar quanto ler é bom. A minha avó Penha, que me ensinou a ter fé, e a minha mãe, que até hoje cuida de mim como se eu ainda fosse seu bebê. Ao meu anjo protetor, arcanjo Gabriel, à minha fiel guardiã, Nossa Senhora das Graças e sua medalha milagrosa, pois sem a ajuda deles não teria conseguido. A todos aqueles que me incentivaram a escrever este livro. Aos amigos que me apoiaram na sábia decisão de parar de fumar e aos amigos que me aturaram, por anos, como fumante. A todos os amigos que sempre me ajudam a sonhar, pois a vida sem sonhos não vale a pena. cigarro.indd 9 7/28/04 4:11:13 PM

7 Minha esperança é que você, leitor, se sensibilize com o que está escrito aqui, e, quem sabe, pare de fumar. Que as nossas impossibilidades se desafiem. Lembremos que as grandes proezas da história foram conquistadas por meio do que parecia ser impossível. Charles Chaplin cigarro.indd 11 7/28/04 4:11:13 PM

8 PREFÁCIO Droga pesada Fui dependente de nicotina durante vinte anos. Comecei ainda adolescente, porque não sabia o que fazer com as mãos quando chegava às festas. Era início dos anos 60 e o cigarro estava em toda parte: televisão, cinema, outdoors e com os amigos. As meninas começavam a fumar em público, de minissaia, com as bocas pintadas assoprando a fumaça para o alto. O jovem que não fumasse estava por fora. Um dia, na porta do colégio, um amigo me ensinou a tragar. Lembro que fiquei meio tonto, mas saí de lá e comprei um maço na padaria. Caí na mão do fornecedor por duas décadas; vinte cigarros por dia, às vezes mais. Fiz o curso de medicina fumando. Naquela época, começavam a aparecer os primeiros estudos sobre os efeitos do cigarro no organismo, mas a indústria tinha equipes de médicos encarregados de contestar sistematicamente qualquer pesquisa que ousasse demonstrar a ação prejudicial do fumo. Esses cientistas de aluguel negavam até que a nicotina provocasse dependência química, desqualificando o sofrimento da legião de fumantes que tentam largar e não conseguem. cigarro.indd 13 7/28/04 4:11:14 PM

9 Nos anos 70, fui trabalhar no Hospital do Câncer de São Paulo. Nesse tempo, a literatura científica já havia deixado clara a relação entre o fumo e diversos tipos de câncer: de pulmão, esôfago, estômago, rim, bexiga e os tumores de cabeça e pescoço. Já se sabia até que, de cada três casos de câncer, pelo menos um era provocado pelo cigarro. Apesar do conhecimento teórico e da convivência diária com os doentes, continuei fumando. Na irresponsabilidade que a dependência química traz, fumei na frente dos doentes a quem recomendava abandonar o cigarro. Fumei em ambientes fechados diante de pessoas de idade, mulheres grávidas e crianças pequenas. Como professor de cursinho durante quase vinte anos, fumei nas salas de aula, induzindo muitos jovens a adquirir o vício. Quando me perguntavam: Mas você é cancerologista e fuma?, eu ficava sem graça e dizia que ia parar. Só que esse dia nunca chegava. A droga quebra o caráter do dependente. A nicotina é um alcalóide. Fumada, é absorvida rapidamente nos pulmões, vai para o coração e, através do sangue arterial, se espalha pelo corpo todo e atinge o cérebro. No sistema nervoso central, age em receptores ligados às sensações de prazer. Esses, uma vez estimulados, comunicam-se com os circuitos de neurônios responsáveis pelo comportamento associado à busca do prazer. De todas as drogas conhecidas, é a que mais dependência química provoca. Vicia mais do que álcool, cocaína, morfina e crack. E vicia depressa: de cada dez adolescentes que experimentam o cigarro quatro vezes, seis se tornam dependentes para o resto da vida. A droga provoca crise de abstinência insuportável. Sem fumar, o dependente entra num quadro de ansiedade crescente, que só passa com uma tragada. cigarro.indd 14 7/28/04 4:11:14 PM

10 Enquanto as demais drogas dão trégua de dias, ou pelo menos de muitas horas, ao usuário do cigarro, as crises de abstinência da nicotina se sucedem em intervalos de minutos. Para evitá-las, o fumante precisa ter o maço ao alcance da mão; sem ele, parece que lhe falta uma parte do corpo. Como o álcool dissolve a nicotina e favorece sua excreção por aumentar a diurese, quando o fumante bebe, as crises de abstinência se repetem em intervalos tão curtos que ele mal acaba de fumar um, já acende outro. Em trinta anos de profissão, assisti às mais humilhantes demonstrações do domínio que a nicotina exerce sobre o usuário. O doente tem um infarto do miocárdio, passa três dias na UTI entre a vida e a morte e não pára de fumar, mesmo que as pessoas mais queridas implorem. Sofre um derrame cerebral, sai pela rua de bengala arrastando a perna paralisada, mas com o cigarro na boca. Na vizinhança do Hospital do Câncer, cansei de ver doentes que perderam a laringe por câncer levantarem a toalhinha que cobre o orifício respiratório aberto no pescoço, aspirarem e soltarem a fumaça por ali. Existe uma doença, exclusiva de fumantes, chamada tromboangeíte obliterante, que obstrui as artérias das extremidades e provoca necrose dos tecidos. O doente perde os dedos do pé, a perna, o pé, uma coxa, depois a outra, e fica ali na cama, aquele toco de gente, pedindo um cigarrinho pelo amor de Deus. Mais de 95% dos usuários de nicotina começam a fumar antes dos 25 anos, a faixa etária mais vulnerável às adições. A imensa maioria comprará um maço por dia pelo resto de suas vidas, compulsivamente. Atrás desse lucro cativo, os fabricantes de cigarro investem cigarro.indd 15 7/28/04 4:11:15 PM

11 fortunas na promoção do fumo para os jovens: imagens de homens de sucesso, mulheres maravilhosas, esportes radicais e a ânsia de liberdade. O fumo é o mais grave problema de saúde pública no Brasil. Assim como não admitimos que os comerciantes de maconha, crack ou heroína façam propaganda para os nossos filhos, todas as formas de publicidade do cigarro deveriam ser proibidas terminantemente. Afinal, que pais e mães somos nós? Drauzio Varella cigarro.indd 16 7/28/04 4:11:15 PM

12 SUMÁRIO Introdução CAPÍTULO I A mente é o caminho Querer é poder Pense nessa idéia Como se imaginar não-fumante e se reconhecer feliz? CAPÍTULO II Parar de fumar exige um esforço conjunto, um trabalho uno entre o físico e o mental A dependência: por que você fuma? O que é o cigarro? O caminho para vencer a dependência Driblando a dependência química Vencendo a dependência psicológica CAPÍTULO III A decisão de parar de fumar deve ser sua, de mais ninguém O momento de parar de fumar CAPÍTULO IV Os primeiros dias sem fumar Dicas úteis para os primeiros dias de abstinência Os meus primeiros dias sem fumar cigarro.indd 17 7/28/04 4:11:15 PM

13 CAPÍTULO V O mundo fuma Tabagismo passivo CAPÍTULO VI Como parar de fumar engordando muito pouco Minha experiência pessoal CAPÍTULO VII Dicas para não fumar: estratégias para não pensar no cigarro As atitudes que fazem diferença CAPÍTULO VIII A vida sem o cigarro Novas descobertas Um milhão de vantagens CAPÍTULO IX Recaída CAPÍTULO X Exemplos de algumas celebridades Cuidado CAPÍTULO XI Entrevistas com ex-fumantes, fumantes e não-fumantes CAPÍTULO XII As pessoas que podem ajudar você Unidades de saúde que prestam atendimento a fumantes, segundo metodologia preconizada pelo INCA Algumas opções que podem ajudar o fumante Conclusão cigarro.indd 18 7/28/04 4:11:16 PM

14 INTRODUÇÃO Antes de mais nada, gostaria de me apresentar a você, leitor, como sua mais nova amiga. Sou solteira, advogada, escritora e me vi livre da prisão! Exatamente, consegui me libertar de um dos piores vícios terrenos, o cigarro. Apesar do notório conhecimento sobre os males do cigarro, da tendência mundial de encarar o hábito de fumar como um ato anti-social e inconveniente, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) constata o aparecimento de mais fumantes a cada ano. Atualmente, dos mais de 40 milhões de fumantes brasileiros, 78% desejam parar de fumar; no entanto, segundo o INCA, 18 milhões dos fumadores vão precisar de apoio para abandonar o cigarro. Deixar de fumar é uma luta muito solitária, pois o fumante tende a achar que o cigarro é seu grande companheiro, e que, além da dor emocional da perda, há o incômodo da abstinência. Este livro tem a intenção de fazer companhia a você nessa luta, já que é mais fácil chegar a um objetivo trabalhando em conjunto. Exatamente, fazer companhia. Ou você acha que só o cigarro é que pode ser seu companheiro? Então você vai se surpreender com os companheiros que encontrará enquanto lê este livro. Quando parei de fumar, não tive companhia. Eu 19 cigarro.indd 19 7/28/04 4:11:17 PM

15 bem tentei arrastar meus pais, minha cozinheira, minhas irmãs, mas foi em vão. Hoje entendo por que eles não pararam de fumar junto comigo. Pararam alguns meses depois. Parar de fumar requer bom senso. Tem de haver critério e muita inteligência. Sei desse blá-blá-blá todo: eu fumo porque me dá prazer, eu gosto de fumar, um dia eu vou largar, etc. Resumindo, fumar é muito gostoso, quase tão bom quanto sexo! Eu também acho, mas não é por isso que eu vou fumar. Seja lá qual for o seu motivo, eu convido você a tentar se libertar dessa prisão. Aliás, eu faço um desafio. Você topa? Lembre-se: você não tem absolutamente nada a perder. No máximo, vai dar boas risadas comigo ao se identificar com as inúmeras situações que você também já viveu. Porque nós, fumantes, somos praticamente todos iguais: só muda o endereço! Se você já tentou deixar de fumar antes e não conseguiu, não desanime! Parar não é fácil nem todo mundo consegue logo na primeira tentativa: o importante é não desistir. As pessoas adoram reclamar, só comentam como é difícil deixar de fumar, só telefonam para contar desgraças, do tipo meu pai está com câncer e não larga o cigarro. Ninguém telefona para dizer: foi um sucesso, consegui deixar de fumar. 20 cigarro.indd 20 7/28/04 4:11:17 PM

16 No entanto, estou aqui para dar a boa notícia: parar de fumar é mil vezes mais fácil do que você imagina. Neste livro você encontrará várias dicas do que fazer quando der aquela vontade de fumar, aprenderá muitas estratégias para enfrentar a abstinência e se identificará com outros fumantes que venceram esse desafio. Tudo com muita alegria e leveza, meus amigos. Pra frente é que se anda. 21 cigarro.indd 21 7/28/04 4:11:18 PM

17 CAPÍTULO I A mente é o caminho Querer é poder Em primeiro lugar, o fumador tem de querer parar de fumar. Você precisa desejar abandonar o fumo, se divorciar do cigarro. Enfim, colocar um ponto final nessa relação de dependência. Do contrário, ficará igual àquelas pessoas que juram que vão fazer dieta na próxima segunda-feira. Atenção! O fumante é quem tem de desejar largar o vício. Esta é uma luta muito pessoal. Adiante falarei mais a respeito do tema no capítulo A decisão de parar de fumar deve ser só sua, de mais ninguém. Prepare sua mente e espírito para deixar de fumar, pois tudo começa na mente. Da sua mente virá o impulso para caminhar na direção do seu objetivo. E mais, quando você começa alguma coisa na cigarro.indd 23 7/28/04 4:11:18 PM