Importância do diagnóstico precoce de fraturas dentárias verticais

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1 Relevance of early diagnosis of vertical tooth fractures FERNANDES, Samuel Lucas ; ALCADE, Murilo Priori ; VIVAN, Rodrigo Ricci ; CAVENAGO, Bruno Cavalini ; FERNANDES, Gabriela Caroline ; DUARTE, Marco Antonio Hungaro 1. Mestrando em Endodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil. 2. Especialista em Endodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil. 3. Professor Doutor da Disciplina de Endodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil. 4. Mestre em Ciências Odontológicas Aplicadas, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil. 5. Graduanda em Odontologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.. Professor Associado da Disciplina de Endodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil. Endereço para correspondência: Samuel Lucas Fernandes Faculdade de Odontologia de Bauru USP Disciplina de Endodontia Alameda Octávio Pinheiro Brisola, 9-75 Vila Universitária Bauru São Paulo Brasil samuel.fernandes@usp.br Recebido:18/0/2014 Aceito: 29/08/2014 RESUMO Fraturas dentárias verticais ocorrem por vezes em dentes com destruições extensas e é frequentemente associada a dentes com tratamento endodôntico e a presença de retentores intracanais. Cada tipo de fratura demanda uma conduta especial. Essas fraturas têm seu desenvolvimento em meses ou até em anos, demorando a ser diagnosticada. Diagnosticar essas fraturas não é tarefa fácil para o cirurgião-dentista. Uma vez que a perda óssea é inerente ao desenvolvimento dessas fraturas, quanto antes forem diagnosticadas melhor será o prognóstico do caso. Essa revisão de literatura traz, com base na literatura atual, informações a respeito de como diagnosticar, das consequências, possibilidades de tratamento e prognóstico. Palavras-chave: Implantes dentários. Reabsorção óssea. Diagnóstico precoce. ABSTRACT Vertical tooth fractures sometimes occur in teeth with extensive destruction and is often associated with teeth with endodontic treatment and the presence of intracanal retainers. Each type of fracture requires a special approach. These fractures have their development in months or even years, slow to be diagnosed. Diagnose these fractures is not easy for the dentist. Since bone loss is inherent in the development of these fractures, the sooner they are diagnosed the better the prognosis of the case. This literature review brings, based on current literature, information about how to diagnose, consequences, treatment options and prognosis. Keywords: Dental implants. Bone resorption. Early diagnosis. 30 Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;9(2/3):30-34.

2 ARTIGO DE REVISÃO Fernandes SL, Alcade MP, Vivan RR, Cavenago BC, Fernandes GC, Duarte MAH INTRODUÇÃO As fraturas dentárias podem ocorrer em diversos 2,9 planos. Cada tipo de fratura demanda uma conduta 2,9 especial. Quando atingem a região coronária são de fácil visualização clínica, entretanto quando atingem a região radicular não são facilmente diagnosticadas, em especial as 2,24,27 fraturas verticais. Em sua grande maioria as fraturas verticais ocorrem por 1-14 vezes em dentes com extensas restaurações, após 1,7,30 tratamento endodôntico e até mesmo após a colocação de 1 pino intracanal. Essas fraturas têm seu desenvolvimento em 2,17 meses ou até em anos, demorando a ser diagnosticada. A fratura vertical pode ser completa ou incompleta, 2,17,20 sendo que após a sua ocorrência a perda óssea é inerente. A tábua óssea é rapidamente reabsorvida frente a fratura e essa rápida progressão da reabsorção deixa o caso com um 2,20 prognóstico sombrio substituição do dente por implante.. A exodontia é a terapia indicada e a 3 Sendo a perda óssea inerente ao processo, e se agravando com o passar do tempo, o diagnóstico precoce das fraturas são de fundamental importância para um plano de tratamento mais simples e melhor prognóstico do caso. Portanto, o objetivo desse trabalho foi revisar a literatura atual sobre a importância do diagnóstico precoce de fraturas dentárias verticais. REVISÃO DE LITERATURA Há anos as fraturas verticais têm sido associadas à 8,1 destruição periodontal. Com o advento dos implantes, as perdas periodontais têm recebido uma atenção especial, uma vez que o dente será perdido e para que a região seja reabilitada com implantes é necessário um suporte ósseo mínimo. Tabela 1 - Relação dos artigos dos últimos cinco anos relacionando as fraturas verticais e a perda óssea. Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;9(2/3):

3 Tabela 2 -Relação dos artigos dos últimos cinco anos que trazem as principais causas de fratura vertical. Diagnosticar as fraturas verticais sempre foi motivo de busca uma vez que quanto antes se diagnosticar mais favorável será o prognóstico do caso e o clínico terá mais 11,13 opções de intervenção. Para um correto diagnóstico o 18 estabelecimento de causa é um fator determinante. Tabela 3 - Relação dos artigos dos últimos cinco anos que trazem as principais formas de diagnóstico de fraturas verticais. DISCUSSÃO Para diagnosticar precocemente um estado patológico é importante que se conheça as causas da patologia. Neste trabalho foi realizada uma revisão da literatura visando esclarecer as causas, consequências e possibilidades de diagnosticar as fraturas verticais. Existem condições dentárias que são consideradas de risco para as fraturas dentárias verticais. Uma revisão da literatura onde mostrou que dentes restaurados com materiais de incrustação como ouro e amalgama 23 representam uma maior quantidade de fratura vertical. Muitas vezes há associação dos dentes tratados endodonticamente e/ou com pino intracanal com a fratura 5-,12,15,25,28 vertical, mostrado então que usem dente tratado endodonticamente com restaurações extensas devem ser acompanhados com mais cuidado uma vez que a associação engloba os dois dos principais fatores etiológicos das fraturas verticais. A oclusão também é fator importante para a ocorrência de fraturas verticais uma vez que o trauma oclusal e a mastigação de alimentos duros tem ampla 12,15,22,29,31 associação com as fraturas verticais. Alguns dentes estão associados ao risco de fratura vertical, incisivos centrais superiores tratados 12,22, endodonticamente, pré-molares superiores e molares 12,22,29,31 inferiores. As fraturas verticais podem levar a consequências desastrosas nos tecidos de suporte, e em sua maioria estão associadas à perda óssea em toda a extensão da fratura. Os 10 principais tipos de perda observados são lesões de furca e 15,24-25 perda da tábua óssea vestibular, o que acarreta di culdades no processo reabilitador. Diagnostica-la precocemente seria evitar que a lesão presente se estenda ainda mais, uma vez que o tamanho da lesão é proporcional à di culdade no processo reabilitador. O diagnóstico não é tarefa fácil para o cirurgião dentista, este deve lançar mão de alguns métodos de diagnóstico e ter conhecimento das respostas características de cada método. 32 Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;9(2/3):30-34.

4 ARTIGO DE REVISÃO Fernandes SL, Alcade MP, Vivan RR, Cavenago BC, Fernandes GC, Duarte MAH Recomenda-se o uso combinado de diferentes métodos de diagnóstico para a detecção de ssuras e inspecionar minuciosamente o elemento dentário em todas as suas faces. O teste de mordida é con ável para a reprodução de sintomas. Entretanto a con rmação visual é importante.caso não haja a con rmação visual e nem pela radiogra a convencional, procedimentos e exames com 12,29,31 maior grau de precisão são indicados. A TCFC é a indicação de primeira escolha caso esteja ao alcance do paciente e do cirurgião dentista, e se não for esclarecedora o 12,15,23,28-29,31 su ciente a cirurgia exploratória é a opção restante. A TCFC é um exame complementar que favorece com 5,15,29 uma ótima acurácia a detecção das fraturas verticais, sendo indicada para complementar o exame clínico e contribuir no fechamento do diagnóstico e na determinação do plano de tratamento. As fraturas completas de maneira geral têm sua 5,10,12,24,22,29 indicação de tratamento na exodontia enquanto que nas fraturas incompletas, o selamento da fratura, combinado com uso de substitutos ósseos são terapias mais indicadas 23,25 com previsibilidade de sucesso. Avaliar a possibilidade de aumento da trinca é preciso uma vez que o aumento da extensão da trinca fatalmente estará associado ao aumento da perda óssea. As opções de tratamento apresentam-se em duas vertentes, onde a mais utilizada é a exodontia e colocação de 5,10,12,22,24,2,29 implante ou o selamento da fratura e manutenção 15,17-19 do elemento dental. Apesar do índice de sucesso ser alto para os dois procedimentos, o procedimento mais indicado é a exodontia imediatamente após a detecção e a colocação de implantes, muitas vezes associados àbiomateriais. Esse procedimento apresenta um alto índice de sucesso e previsibilidade, sendo, portanto o mais indicado. CONCLUSÃO Com base na literatura apresentada pode-se a rmar que diagnosticar precocemente uma fratura vertical incompleta é determinante para a manutenção de um elemento dentário, e que a detecção de uma fratura completa é determinante para que a perda óssea não se estenda ainda mais di cultando o processo reabilitador com implantes. REFERÊNCIAS based on a systematic review of literature. Clin Oral Implants Res. 2014;25(8):94-5. Dua KK, Kundabala M, Bhat KS. Endodontic miscellany:1. an unusual vertical root fracture. Endodontology. 2004;1(1):23-. Edlund M, Nair MK, Nair UP. Detection of vertical root fractures by using cone-beam computed tomography: a clinical study. J Endod. 2011;37(): Fayad MI, Ashkenaz PJ, Johnson BR. Different representations of vertical root fractures detected by cone-beam volumetric tomography: a case series report. J Endod. 2012;38(10): Haueisen H, Gärtner K, Kaiser L, Trohorsch D, Heidemann D. Vertical root fracture: prevalence, etiology, and diagnosis. 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