FACULDADE DE PARÁ DE MINAS - FAPAM ANA CAROLINA DE SOUSA PENA FARIA COMENTÁRIOS REFERENTE A LEI DE 04 DE ABRIL DE 2017

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1 FACULDADE DE PARÁ DE MINAS - FAPAM ANA CAROLINA DE SOUSA PENA FARIA COMENTÁRIOS REFERENTE A LEI DE 04 DE ABRIL DE 2017 PARÁ DE MINAS - MG 2017

2 ANA CAROLINA DE SOUSA PENA FARIA COMENTÁRIOS REFERENTE A LEI DE 04 DE ABRIL DE 2017 Trabalho Científico apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Direito Civil IV, ministrada pelo professor Ronaldo Galvão no Curso de Direito da Faculdade de Pará de Minas FAPAM. PARÁ DE MINAS - MG 2017

3 SUMARIO 1. LEI DE 04 DE ABRIL DE TITULO I Disposições Gerais TITULO II Dos Direitos e Garantias TITULO III Da Escuta Especializada e do Depoimento Especial TITULO IV Da Integração das Políticas de Atendimento CAPÍTULO I Das Disposições Gerais CAPÍTULO II Da Saúde CAPÍTULO III Da Assistência Social CAPÍTULO IV Da Segurança Pública CAPÍTULO V Da Justiça TITULO V Dos Crimes TITULO VI Disposições Finais e Transitórias CONCLUSÃO REFERÊNCIAS... 39

4 Comentários a respeito da Lei de 04 de abril de 2017 Ana Carolina de Sousa Pena Faria 1 Resumo Este trabalho apresenta a recente Lei de 04 de abril de 2017, proveniente do Projeto de Lei da Câmara n o 21, de 2017, de autoria da Deputada Federal Maria do Rosário, que visa normatizar e organizar o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítimas ou testemunha de violência. O depoimento especial para menores é assunto que já vem sendo tratado há alguns anos pelo CNJ, expresso na Recomendação número 33 de 23 de novembro de 2010, que considerava toda legislação e dispositivos que garantem e asseguram os direitos de forma prioritária e efetiva dos menores e com isso recomendava a criação de serviços especializados para escuta de crianças e adolescentes. A nova lei vem regulamentar os procedimentos de oitiva de menores, consubstanciada nas garantias constitucionais e infraconstitucionais das crianças e dos adolescentes, visando garantir o melhor interesse da criança, evitando maior sofrimento e traumas relativos a situações que já são de extremo sofrimento ao menor. Agora de forma normatizada, iremos aqui comentar a lei /2017. Palavras chave: Depoimento Especial. Lei /2017. Crianças e Adolescentes. 1 FAPAM. Faculdade de Pará de Minas. Aluno da disciplina de Direito Processual Civil IV, turma 7º B, do Curso de DIREITO. E- mail anacarolpena@hotmail.com. 5

5 1. LEI DE 04 DE ABRIL DE TITULO I Disposições Gerais Art. 1 o Esta Lei normatiza e organiza o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência, cria mecanismos para prevenir e coibir a violência, nos termos do art. 227 da Constituição Federal, da Convenção sobre os Direitos da Criança e seus protocolos adicionais, da Resolução n o 20/2005 do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas e de outros diplomas internacionais, e estabelece medidas de assistência e proteção à criança e ao adolescente em situação de violência. O dispositivo 1º dessa lei enuncia seu objeto, citando como embasamentos legais que nortearam seu desenvolvimento, o Art. 227 da Carta Magna, a resolução 20/2005 do ECOSOC, dentre outros. O primeiro dispositivo dispondo sobre o amplo dever da família, da sociedade e do Estado em garantir de forma prioritária todos os direitos fundamentais inerentes às crianças e aos adolescentes e ainda enfatiza o dever de coloca-los a salvo de negligências, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. O segundo, de forma mais específica traz como objetivo algumas diretrizes para a justiça em assuntos envolvendo crianças vítimas ou testemunhas de crimes estabelecendo boas práticas baseadas em normas, padrões e princípios internacionais e regionais relevantes. Cita como princípios norteadores: a dignidade da criança como um ser humano único e valioso, com necessidades especiais de proteção e respeito; a não discriminação tendo os menores o direito de serem tratados de forma justa e igual, independentemente de raça, cor, gênero, língua, religião ou qualquer outra forma de discriminação; o melhor interesse da criança, incluindo o direito a proteção e ao desenvolvimento harmonioso com um padrão de vida adequado ao crescimento físico, mental, espiritual, moral e social. Ainda sobre a Resolução 20/2005 do ECOSOC, é contextual transcrevermos as definições aplicáveis às diretrizes já citadas 2 : 2 RESOLUÇÃO n o 20/2005 do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas - Anexo, Inciso IV Definições. 6

6 (a) "Crianças vítimas ou testemunhas" designa crianças e adolescentes menores de 18 anos vítimas de crime ou testemunhas de crimes, independentemente do seu papel na infração ou no julgamento do suposto infrator ou de grupos de delinquentes; (b) "Profissionais" refere-se a pessoas que, no contexto de seu trabalho, estão em contato com crianças vítimas ou testemunhas de crimes ou são responsáveis por atender às necessidades das crianças no sistema de justiça e para quem essas Diretrizes são aplicáveis. Isto inclui, mas não está limitado aos seguintes: defensores de crianças e vítimas e pessoas de apoio; Profissionais de serviços de proteção à criança; Pessoal de agências de assistência à infância; Promotores de Justiça e, se for caso disso, os advogados de defesa; Pessoal diplomático e consular; Pessoal do programa de violência doméstica; Juízes; Funcionários do tribunal; Funcionários responsáveis pela aplicação da lei; Médicos e profissionais de saúde mental; e, Assistentes sociais; (c) "Processo de justiça" abrange a detecção do crime, a apresentação da queixa, a investigação, a acusação e o julgamento e os procedimentos posteriores ao julgamento, independentemente de o caso ser tratado num sistema de justiça penal nacional, internacional ou regional para adultos ou jovens, ou em um sistema de justiça costumeiro ou informal; e, (d) "Sensível às crianças" denota uma abordagem que equilibra o direito da criança à proteção e que tem em conta as necessidades e pontos de vista individuais da criança. Nesse sentido, embasada nos dispositivos citados no caput do Art. 1º, essa Lei busca humanizar os depoimentos das crianças vítimas ou testemunhas violência, evitando que elas sofram ainda mais consequências danosas ao seu desenvolvimento em virtude de tal violência sofrida ou presenciada. Art. 2 o A criança e o adolescente gozam dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sendo-lhes asseguradas a proteção integral e as oportunidades e facilidades para viver sem violência e preservar sua saúde física e mental e seu desenvolvimento moral, intelectual e social, e gozam de direitos específicos à sua condição de vítima ou testemunha. Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios desenvolverão políticas integradas e coordenadas que visem a garantir os direitos 7

7 humanos da criança e do adolescente no âmbito das relações domésticas, familiares e sociais, para resguardá-los de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, abuso, crueldade e opressão. O Artigo 2º reforça os direitos fundamentais da criança e do adolescente já tão protegidos pelo nossa Constituição e principalmente pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. As garantias inerentes ao princípio da Dignidade Humana, além de ser um direito amplo e garantido a todos pela Constituição Federal, é ainda mais aplicável aos menores, já que estes se encontram num estado incompleto de desenvolvimento, sendo extremamente necessário um especial respeito à sua condição de pessoa humana. Além da Carta Magna, como garantia a dignidade humana dos menores, o Artigo 17 do ECA faz referência ao respeito como inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, garantindo a eles prioridade em receber proteção e socorro, precedência de atendimento nos serviços públicos, preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas e destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção da Infância e da Juventude. A Proteção Integral um dos mais importantes princípios norteadores dos direitos das crianças e dos adolescentes engloba toda proteção efetiva e prioritária aos menores, mais uma vez entendendo as necessidades desses de cuidados amplos e especiais. Em resumo, a Proteção Integral trata a criança e o adolescente como sujeitos de direito, destinatários de absoluta prioridade e total respeito às suas condições peculiares de pessoa em desenvolvimento. Nessa mesma linha, visando garantir a efetividade desse princípio, o Parágrafo Único enuncia o desenvolvimento conjunto de políticas públicas por todos os entes federativos do país, de forma coordenada e integrada que garanta os Direitos Humanos das crianças. Esse dispositivo visa evitar aquele jogo de empurra que acontece entre os entes federados que não querem assumir a responsabilidade mediante uma prestação administrativa e ou jurisdicional que foi negligenciada, reforçando o Artigo 227 da CF/88, que define a proteção à criança como dever de todos. 8

8 Art. 3 o Na aplicação e interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento, às quais o Estado, a família e a sociedade devem assegurar a fruição dos direitos fundamentais com absoluta prioridade. Parágrafo único. A aplicação desta Lei é facultativa para as vítimas e testemunhas de violência entre 18 (dezoito) e 21 (vinte e um) anos, conforme disposto no parágrafo único do art. 2 o da Lei n o 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Esse Artigo apresenta normas formais de aplicabilidade da lei. Em consonância com o Artigo 6º do Estatuto da Criança e do Adolescente, a interpretação dessa Lei deve considerar os fins sociais a que ela se destina, que deve ser entendido como objetivos comuns da sociedade em relação à lei, sendo anseios gerais a justiça, a segurança, a solidariedade, o respeito, o cuidado, a paz. E especialmente as condições peculiares das crianças e dos adolescentes como pessoas em desenvolvimento que merecem atenção especial devido a sua vulnerabilidade, necessitando assim de regime especial que resguardem seus direitos. Além da vulnerabilidade, a sociedade busca proteger absoluta e prioritariamente os menores, com o objetivo de proporcionar-lhes uma formação sadia, integra e que garanta um completo desenvolvimento já que são seres garantidores do futuro de uma sociedade livre, justa e solidária. Conforme expresso no Parágrafo Único, é possível a aplicação dessa lei para as vítimas e testemunhas de violência que tenham entre 18 e 21 anos de idade, em consonância com o Art. 2º, parágrafo único do ECA. Art. 4 o Para os efeitos desta Lei, sem prejuízo da tipificação das condutas criminosas, são formas de violência: I - violência física, entendida como a ação infligida à criança ou ao adolescente que ofenda sua integridade ou saúde corporal ou que lhe cause sofrimento físico; II - violência psicológica: 9

9 a) qualquer conduta de discriminação, depreciação ou desrespeito em relação à criança ou ao adolescente mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, agressão verbal e xingamento, ridicularização, indiferença, exploração ou intimidação sistemática (bullying) que possa comprometer seu desenvolvimento psíquico ou emocional; b) o ato de alienação parental, assim entendido como a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou por quem os tenha sob sua autoridade, guarda ou vigilância, que leve ao repúdio de genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculo com este; c) qualquer conduta que exponha a criança ou o adolescente, direta ou indiretamente, a crime violento contra membro de sua família ou de sua rede de apoio, independentemente do ambiente em que cometido, particularmente quando isto a torna testemunha; III - violência sexual, entendida como qualquer conduta que constranja a criança ou o adolescente a praticar ou presenciar conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso, inclusive exposição do corpo em foto ou vídeo por meio eletrônico ou não, que compreenda: a) abuso sexual, entendido como toda ação que se utiliza da criança ou do adolescente para fins sexuais, seja conjunção carnal ou outro ato libidinoso, realizado de modo presencial ou por meio eletrônico, para estimulação sexual do agente ou de terceiro; b) exploração sexual comercial, entendida como o uso da criança ou do adolescente em atividade sexual em troca de remuneração ou qualquer outra forma de compensação, de forma independente ou sob patrocínio, apoio ou incentivo de terceiro, seja de modo presencial ou por meio eletrônico; c) tráfico de pessoas, entendido como o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento da criança ou do adolescente, dentro do território nacional ou para o estrangeiro, com o fim de exploração sexual, mediante 10

10 ameaça, uso de força ou outra forma de coação, rapto, fraude, engano, abuso de autoridade, aproveitamento de situação de vulnerabilidade ou entrega ou aceitação de pagamento, entre os casos previstos na legislação; IV - violência institucional, entendida como a praticada por instituição pública ou conveniada, inclusive quando gerar revitimização. 1 o Para os efeitos desta Lei, a criança e o adolescente serão ouvidos sobre a situação de violência por meio de escuta especializada e depoimento especial. 2 o Os órgãos de saúde, assistência social, educação, segurança pública e justiça adotarão os procedimentos necessários por ocasião da revelação espontânea da violência. 3 o Na hipótese de revelação espontânea da violência, a criança e o adolescente serão chamados a confirmar os fatos na forma especificada no 1 o deste artigo, salvo em caso de intervenções de saúde. 4 o O não cumprimento do disposto nesta Lei implicará a aplicação das sanções previstas na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). O Artigo 4º, nos seus incisos I a IV, define os tipos de violência a que estão sujeitos crianças e adolescentes, sem prejuízo das condutas criminosas já tipificadas em outras legislações pertinentes. A Violência física é toda ação infligida contra a criança ou adolescente que lhe cause sofrimento físico ou que ofenda a sua integridade ou saúde corporal. Em resumo, a violência física é a violência que deixa lesões corporais no menor, seja ela de natureza, leve, grave ou gravíssima. Estudos científicos comprovam que a violência sofrida na infância se estende, já que o agredido tende a repetir as ações sofridas quando mais velho, seja na adolescência e até mesmo na idade adulta. Assim, a violência física se torna um ciclo onde o agredido com o tempo se torna agressor de outros menores. Diante disso a necessidade de coibir as agressões com o endurecimento das leis e punições, de forma a diminuir tal violência contra crianças e adolescentes. 11

11 Em 2014, a Lei popularmente conhecida como a Lei da Palmada, inovou no que diz respeito a violência física contra criança, ampliando o Artigo 18, criando o 18-A e 18-B do ECA, definindo o castigo físico (ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente...) e delimitando a educação dos pais. Essa lei causou grande polêmica, pois muitos a viram como uma intervenção excessiva do Estado no âmbito particular, infringindo o princípio da autonomia privada. Na realidade, o projeto dessa lei buscou resguardar os menores da violência física praticada não somente pelos pais, mas também por cuidadores, instituições, como escolas, abrigos, unidades de internação, dentre outras. Um outro objetivo que pautou esse projeto foi de alguma forma mudar a cultura de que para educar é preciso bater. Essa cultura vem impregnada na sociedade por muitos anos, e o simples tapinha por vários fatores externos como alcoolismo, imaturidade, sentimento de impotência dos pais passam a ser espancamentos que causam marcas não somente físicas nos menores, mas também grandes marcas psicológicas. A violência psicológica normalmente acompanha os outros tipos de violência, seja física, sexual ou institucional. A violência psicológica é uma ação ou omissão que causa ou visa causar dano à autoestima, à identidade ou ao desenvolvimento da pessoa. Inclui ameaças, humilhações, agressões, chantagens, discriminação e exploração. É a prática mais difícil de ser identificada, embora ocorra com muita frequência. Pode levar a criança a se sentir desvalorizada, ansiosa e adoecer com facilidade. Em situações mais graves pode até levar ao suicídio (Arruda, et al., 2003) 3. O Artigo 4º faz menção expressa ao bullying que é uma violência psicológica muito sofrida pelas crianças, principalmente no ambiente escolar. O ECA no seu Artigo 18, enuncia o dever de todos de manter a salvo crianças e adolescentes de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor, fazendo referência à Lei de 2015, que instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying). Essa lei conceitua o Bullying, em seu Artigo 1º 1º, todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. 3 Arruda, S., Zamora & M. H., Barker, G. Org. (2003). Projeto Fortalecendo Bases de Apoio Familiares e Comunitárias para Crianças e Adolescentes. Cuidar sem Violência, Todo Mundo Pode. Guia Prático para Famílias e Comunidades.108 pp. 12

12 Também como violência às crianças e adolescentes, esse artigo faz referência a alienação parental, outra forma bastante recorrente de violência psicológica a crianças e adolescentes. A alienação parental é tratada pelo Direito na Lei de agosto de 2010 e o seu Artigo 2º traz a definição do instituto 4 : Artigo 2º da Lei /2010: Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. Com o advento da Lei de 22 de dezembro de 2014 que instituiu a Guarda Compartilhada vem notando-se uma diminuição significativa na alienação parental contra os menores, já que a criança tem um convívio quase que igualitário com os dois genitores e seus familiares. Além do que para manter esse tipo de guarda é de extrema importância o bom relacionamento entre os pais, pois as definições, tomadas de decisões e tudo que for referente a criança deve ser feito em conjunto. Um outro tipo de violência que esse artigo 4º inciso III vem coibir, além de todas as outras leis que também o fazem, é a violência sexual contra menores. Inúmeras campanhas são vistas, já que a violência sexual é uma prática constante no Brasil e muito pouco se consegue contra ela, visto que muitas vezes é incentivada e respaldada pelos próximos pais. Um destaque é a citação feita a exposição ao corpo através de meios eletrônicos que hoje é o meio mais utilizado para essa disseminação e que traz consequências gravíssimas aos menores. O Inciso IV traz como outra forma de violência, a Institucional que é cometida pelos órgãos públicos que deveriam ser os maiores garantidores dos direitos dessa classe mais vulnerável. Normalmente essa violência é praticada em hospitais, postos de saúde, escolas, delegacias através dos agentes públicos. A maior forma dela é a negligência e certamente a mais difícil de ser combatida, mesmo com a infinidade de leis que versam sobre tal questão. 4 Artigo 2º da Lei de 26 de agosto de

13 Os parágrafos trazem suscintamente a forma como os menores, vítimas dessas violências devem ser ouvidas e se relatarem espontaneamente como os maiores devem agir. A oitiva deve ser feita por escuta especializada e depoimento especial e caso seja feita espontaneamente, deve ser encaminhada ao órgão responsável para que o depoimento seja formalizado através das formas acima citadas. Caso não seja seguidos os procedimentos dessa lei, as responsabilizações serão feitas na forma do ECA TITULO II Dos Direitos e Garantias Art. 5 o A aplicação desta Lei, sem prejuízo dos princípios estabelecidos nas demais normas nacionais e internacionais de proteção dos direitos da criança e do adolescente, terá como base, entre outros, os direitos e garantias fundamentais da criança e do adolescente a: I - receber prioridade absoluta e ter considerada a condição peculiar de pessoa em desenvolvimento; II - receber tratamento digno e abrangente; III - ter a intimidade e as condições pessoais protegidas quando vítima ou testemunha de violência; IV - ser protegido contra qualquer tipo de discriminação, independentemente de classe, sexo, raça, etnia, renda, cultura, nível educacional, idade, religião, nacionalidade, procedência regional, regularidade migratória, deficiência ou qualquer outra condição sua, de seus pais ou de seus representantes legais; V - receber informação adequada à sua etapa de desenvolvimento sobre direitos, inclusive sociais, serviços disponíveis, representação jurídica, medidas de proteção, reparação de danos e qualquer procedimento a que seja submetido; silêncio; VI - ser ouvido e expressar seus desejos e opiniões, assim como permanecer em 14

14 VII - receber assistência qualificada jurídica e psicossocial especializada, que facilite a sua participação e o resguarde contra comportamento inadequado adotado pelos demais órgãos atuantes no processo; VIII - ser resguardado e protegido de sofrimento, com direito a apoio, planejamento de sua participação, prioridade na tramitação do processo, celeridade processual, idoneidade do atendimento e limitação das intervenções; possível; IX - ser ouvido em horário que lhe for mais adequado e conveniente, sempre que X - ter segurança, com avaliação contínua sobre possibilidades de intimidação, ameaça e outras formas de violência; XI - ser assistido por profissional capacitado e conhecer os profissionais que participam dos procedimentos de escuta especializada e depoimento especial; XII - ser reparado quando seus direitos forem violados; XIII - conviver em família e em comunidade; XIV - ter as informações prestadas tratadas confidencialmente, sendo vedada a utilização ou o repasse a terceiro das declarações feitas pela criança e pelo adolescente vítima, salvo para os fins de assistência à saúde e de persecução penal; XV - prestar declarações em formato adaptado à criança e ao adolescente com deficiência ou em idioma diverso do português. Parágrafo único. O planejamento referido no inciso VIII, no caso de depoimento especial, será realizado entre os profissionais especializados e o juízo. O Artigo 5º enumera direitos e garantias processuais que são assegurados ao menor quando da aplicação da lei. Nossa Carta Magna traz um Título Especial aos Direitos e Garantias Fundamentais aplicados a todos. Não obstante, o Artigo 5º dessa disposição legal, enumera os direitos e 15

15 garantias processuais específicas aos menores, estendendo e complementando o que diz a Constituição. A prioridade absoluta é um direito da criança e do adolescente já expresso no Artigo 4º do ECA que garante precedência nos atendimentos públicos, preferência na formulação e execução das políticas sociais e destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e a juventude e prioridade em receber proteção e socorro. O tratamento digno e abrangente já está incluído no princípio que rege o Estatuto da Criança e do Adolescente que o da Proteção Integral e no qual também é pautado todos os dispositivos garantidores dessa lei. A intimidade das crianças deve ser protegida em quaisquer circunstâncias, penalizando aqueles que de alguma forma expõe os menores que estão passando por procedimentos judiciais que possam constrange-los ainda mais. Ter a intimidade e as condições pessoais protegidas quando vítima ou testemunha de violência é uma consequência dessa proteção abrangente e integral, na qual essa lei vem especificar os moldes e formas de garantir ao máximo a proteção desses menores nessa situação. A discriminação é um ponto também citado no ECA em seu Artigo 5º, visando a proteger os menores contra qualquer tipo de discriminação. Aqui no inciso IV desse artigo, a discriminação é especificada, citada e enumerada, de forma a complementar e respaldar o dispositivo do ECA, afirmando que esta não deve ocorrer, independentemente de classe, sexo, raça, etnia, renda, cultura, nível educacional, idade, religião, nacionalidade, procedência regional, regularidade migratória, deficiência ou qualquer outra condição sua, de seus pais ou de seus representantes legais. O inciso V traz um direito bastante importante que é o da informação aos adolescentes e crianças em relação aos seus direitos, inclusive em relação a serviços disponíveis, representação jurídica, medidas de proteção, reparação de danos e qualquer procedimento a que seja submetido. Muitos sofrem calados muita violência e negligência por desconhecimento da proteção que lhe é conferida, adultos aproveitam do desconhecimento dos menores para ameaçar, coagir e violentar de todas as formas, com a certeza do silêncio desses e da consequente impunidade. Aqui todo o procedimento judicial a que esse menor está 16

16 sendo submetido, deve ser a ele explicado e informado, para que tenha ciência dos seus direitos e garantias. Os adolescentes e as crianças vítimas e testemunhas de violência têm o direito de serem ouvidos e expressar seus desejos e opiniões, mas também, se assim preferirem, podem permanecer em silêncio. Esse direito de silêncio, deve ser comunicado aos menores. Uma outra garantia e essa é um dos fatores principais dessa disposição legal, é a previsão de receber assistência jurídica qualificada e psicossocial especializada, que facilite a sua participação e o resguarde contra comportamento inadequado adotado pelos demais órgãos atuantes no processo. A assistência prestada aos menores durante o processo deve respeitar todos os direitos já resguardados pelo ECA e também agora, através dessa lei deve garantir assistência psicossocial e assistência qualificada, principalmente no que diz respeito a oitiva dos menores. Todo o aparate aqui trazido, visa resguardar e proteger os seres em desenvolvimento do sofrimento, ou melhor, de mais sofrimento, conforme expõe o inciso VIII. Essa proteção vem através do direito de apoio, de planejamento de sua participação, prioridade na tramitação do processo, celeridade processual, idoneidade do atendimento e limitação das intervenções. Ainda nessa linha, é garantido ao menor ser ouvido em horário que lhe for mais adequado e conveniente, sempre que possível, não atrapalhando a sua rotina diária, de forma que o envolvimento com o judiciário lhe traga dificuldades e transtornos. A proteção a esses depoentes deve ser feita de forma efetiva e que venha realmente a resguardar a integridade física e psicológica deles. Uma avaliação continua deve ser planejada e executada por agentes especializados sobre possibilidades de intimidação, ameaça e outras formas de violência. Os profissionais que irão assistir esses menores na escuta e depoimento devem ser especializados e com formação adequada ao procedimento e linha de trabalho que será seguida. Para garantir um depoimento sincero e que condiz com a realidade vivida pelo menor, é de extrema importância que esse tenha uma mínima confiança no profissional. Para isso é necessário que se conheçam e possam em momentos diversos estabeleceram essa relação de confiança. 17

17 Qualquer ato que viole os direitos processuais dos menores trazidos por essa lei garante a eles a reparação. Por isso a importância dos representantes, como pais, acompanhantes, advogados conhecerem tal direito de forma que possa fiscalizar e exigir se assim o for necessário. A criança e adolescente nesse período de intervenção judicial em sua vida, pelo menor tempo que seja, tem o direito de conviver em família e comunidade, não podendo ser privado desse direito mesmo em decorrência das oitivas, a não ser para resguardar sua integridade física e/ou psicológica, conforme já mencionado. Todas as informações prestadas em depoimentos devem ser tratadas confidencialmente, sendo vedada a utilização ou o repasse a terceiro das declarações feitas pela criança e pelo adolescente vítima, salvo para os fins de assistência à saúde e de persecução penal. Mais uma vez a lei busca a proteger a intimidade do menor e da sua vida privada, com o objetivo de não constrange-la de também de protege-la de eventuais retaliações. Também é garantido aos menores deficientes a prestação de declarações de forma especializada, com todas as garantias e direitos reservados as crianças e adolescentes. Para isso, dependendo da deficiência do menor, o judiciário deve providenciar condições físicas estruturais bem como profissionais capacitados a atender a necessidade do menor deficiente. Para os menores que fala idioma diverso do português, deve ser garantido o tradutor. Art. 6 o A criança e o adolescente vítima ou testemunha de violência têm direito a pleitear, por meio de seu representante legal, medidas protetivas contra o autor da violência. Parágrafo único. Os casos omissos nesta Lei serão interpretados à luz do disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), na Lei n o , de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), e em normas conexas. As provas testemunhais são muito importantes para o sistema processual e para o desvelamento do crime. Por estarmos lidando com seres humanos, muitos são os cuidados que devem ser despendidos a esse tipo de prova, pois circunstancialmente a gravidade das ameaças sofridas pelas vítimas e testemunhas impossibilitam uma tratativa normal. Medidas de segurança e proteção devem ser garantidas pelo Estado. 18

18 A lei 9.807/1999 confere proteção especial às vítimas e testemunhas de crimes que estejam coagidas ou expostas a grave ameaça em razão de colaborarem com a investigação ou processo criminal. As crianças e adolescentes como seres em desenvolvimento ainda mais necessitam de tal proteção, segurança e cuidado. Nessas condições, os menores possuem tal proteção já estabelecidas no ECA e de forma complementar os dispositivos dessa linha previstos na Lei Maria da Penha que protege as mulheres. Agora de forma específica, o Artigo 6º vem resguardar e corroborar ainda mais esse direito de estarem protegidos os menores que são vítimas e testemunhas de violência, garantindo a eles pleitearem através de seus representantes legais as mediadas protetivas cabíveis contra o autor da violência. Para que não haja qualquer divergência ou omissão por parte dos aplicadores do direito o parágrafo único veio para cobrir qualquer lacuna que possa ocorrer, assim o que não estiver especificado ou claro nessa lei em relação as medidas protetivas, deve ser de forma complementar coberto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e também pela Lei Maria da Penha TITULO III Da Escuta Especializada e do Depoimento Especial Art. 7 o Escuta especializada é o procedimento de entrevista sobre situação de violência com criança ou adolescente perante órgão da rede de proteção, limitado o relato estritamente ao necessário para o cumprimento de sua finalidade. O Artigo 7º traz a definição de Escuta Especializada. Inicialmente refere-se ao Órgão da Rede de Proteção, que é uma rede de órgãos compostos por algumas entidades públicas, e também conta com o auxílio de entidades privadas, fundacionais, organizacionais que têm o objetivo geral de contribuir para diminuição de violência doméstica contra crianças e adolescentes. Além da Escuta especializada ser realizada perante um órgão da rede de proteção, o relato deve ser conduzido de forma que seja dimensionado estritamente ao necessário, sem 19

19 ampliar assuntos que envolvam muito a criança com todo o universo de violência que vivenciou, com o único objetivo de cumprir sua finalidade que é saber o que, e como ocorreram os fatos. Os cuidados com a escuta das crianças são essenciais pois os traumas que um procedimento desses pode trazer aos menores pode ser tão grande quanto a própria violência sofrida e agravar ainda mais o estado psicológico e emocional dessa criança. Limitar o direcionamento dessa escuta diretamente ao assunto que se faça necessário ao cumprimento da finalidade é primordial para garantir um menor sofrimento a criança, de forma a evitar que reviva intensamente todos os fatos da violência. Nesse sentido também é primordial a sensibilidade do profissional que estará conduzindo a escuta, buscando retirar do menor as informações de forma sutil, com metodologias apropriadas para que ele se expresse de forma efetiva, sincera e verdadeira, mas que não lhe cause um impacto de extremo sofrimento. Art. 8 o Depoimento especial é o procedimento de oitiva de criança ou adolescente vítima ou testemunha de violência perante autoridade policial ou judiciária. O 8º traz a definição de Depoimento Especial. O depoimento especial consiste na oitiva do menor perante a autoridade judicial ou policial. Esse depoimento será intermediado por profissionais especializados que esclarecerão à criança os seus direitos e como será conduzida a entrevista. De forma a garantir o que diz a Carta Magna, no que tange a oitiva de menores, o Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 28, 1o e 100, parágrafo único, inciso XII já garante que a criança deve ser ouvida e sua opinião considerada e que essa oitiva deve ser de forma que não constranja a criança e perto de alguém que ela confie. O depoimento Especial que já vem sendo aplicado em algumas comarcas, mesmo antes da Legislação, por recomendação do CNJ, consiste em uma metodologia diferenciada na escuta de crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência. 20

20 Contudo, a Lei /2017, vem compilar todos esses dispositivos em um único, trazendo considerações e evoluções modernas para oitiva de menores e legalizando o Instituto doutrinário do Depoimento Especial. menores. Nos artigos seguintes veremos como serão esses novos procedimentos para escuta dos Art. 9 o A criança ou o adolescente será resguardado de qualquer contato, ainda que visual, com o suposto autor ou acusado, ou com outra pessoa que represente ameaça, coação ou constrangimento. Resguardar a criança do contato com o suposto autor ou acusado da violência por ela sofrida tem o grande objetivo de não intimidação desse menor que está em desenvolvimento e é bastante vulnerável a qualquer tipo de ameaça. Estar em contato com aquele que a agrediu pode levar a criança a omitir fatos por medo de uma nova violência, e até mesmo mentir sobre os fatos vivenciados com o intuito de se resguardar de uma outra agressão. Existem muitos relatos de operadores do direito de que frequente crianças entram chorando muito na audiência, após ficar frente a frente com o suposto agressor, e os juízes ficam sem saber se adia o julgamento, ou se começa mesmo assim. Sem ter muita alternativa, por vezes os juízes acabam pedindo para que o agressor se retire da sala. Além da intimidação, o contato com o agressor trará a criança a lembrança latente do ocorrido podendo aumentar o sofrimento e traumatizar ainda mais esse menor. Dessa forma, evita-se a revitimização. Art. 10. A escuta especializada e o depoimento especial serão realizados em local apropriado e acolhedor, com infraestrutura e espaço físico que garantam a privacidade da criança ou do adolescente vítima ou testemunha de violência. Na prática, salas especiais devem ser criadas para que a criança esteja em um ambiente reservado e adequado ao mundo infantil, diferentemente do que é uma sala de audiência, com toda a sua hostilidade e envolvimento com as violências trazidas pelos adultos. 21

21 O responsável pela inquirição da criança ou adolescente, seja este psicólogo ou assistente social, recebe o menor em uma sala apropriada, de preferência com decoração lúdica e brinquedos, buscando fugir daquele ambiente frio e torná-lo um pouco mais aconchegante, na tentativa de gerar um certo conforto a vítima. Em um ambiente apropriado e que envolva a criança, essa certamente irá se sentir acolhida e mais à vontade para conversar com os profissionais que conduzem a escuta. É importante lembrar que a preocupação com o ambiente onde a criança irá ser ouvida vem pautado nos grandes princípios do direito que protegem os menores, o melhor interesse e a proteção integral. Art. 11. O depoimento especial reger-se-á por protocolos e, sempre que possível, será realizado uma única vez, em sede de produção antecipada de prova judicial, garantida a ampla defesa do investigado. 1 o O depoimento especial seguirá o rito cautelar de antecipação de prova: I - quando a criança ou o adolescente tiver menos de 7 (sete) anos; II - em caso de violência sexual. 2 o Não será admitida a tomada de novo depoimento especial, salvo quando justificada a sua imprescindibilidade pela autoridade competente e houver a concordância da vítima ou da testemunha, ou de seu representante legal. Nos termos do Artigo 11, a criança é ouvida apenas uma vez, sendo que o testemunho serve como prova antecipada em todo o processo. Até então, nos moldes que são seguidos hoje, ela tem que dar o depoimento por diversas vezes em órgãos como delegacias de polícia, Conselho Tutelar, no Ministério Público, além da audiência na Justiça. As crianças, principalmente na fase de 6, 7 e 8 anos de idade vivem mentalmente momentos de fantasias e ficções podendo criar fatos imaginários e liga-los a realidade. Quanto mais uma criança é induzida a contar o mesmo fato, ela pode a cada relato 22

22 fantasiar momentos de formas diferentes. Diante de tudo isso, é importante o relato único, pois estudos comprovam que a primeira fala de uma criança nessa fase é bastante condizente com a realidade, diferentemente do que acontece quando ela relata por diversas vezes. Nesse sentido, Guilherme Nucci, em seu artigo A escuta, o depoimento especial e o novo crime de violação de sigilo processual, faz suas considerações 5 : O ideal, segundo o art. 11, é a colheita do depoimento uma única vez, em produção antecipada de prova judicial, garantida a ampla defesa do investigado, o que certamente é um benefício a todos, visto que a mente (e a memória) infanto -juvenil trabalha com fantasias e ficções, que podem mesclar-se com o fato ocorrido quanto mais o tempo passar. Impõe-se o depoimento especial em produção antecipada de provas em duas situações: a) criança ou adolescente menor de 7 anos; b) casos de violência sexual. Não vemos óbice a que o delegado represente ao juiz para que, também noutras situações, haja a colheita antecipada e única da prova. Art. 12. O depoimento especial será colhido conforme o seguinte procedimento: I - os profissionais especializados esclarecerão a criança ou o adolescente sobre a tomada do depoimento especial, informando-lhe os seus direitos e os procedimentos a serem adotados e planejando sua participação, sendo vedada a leitura da denúncia ou de outras peças processuais; II - é assegurada à criança ou ao adolescente a livre narrativa sobre a situação de violência, podendo o profissional especializado intervir quando necessário, utilizando técnicas que permitam a elucidação dos fatos; III - no curso do processo judicial, o depoimento especial será transmitido em tempo real para a sala de audiência, preservado o sigilo; IV - findo o procedimento previsto no inciso II deste artigo, o juiz, após consultar o Ministério Público, o defensor e os assistentes técnicos, avaliará a pertinência de perguntas complementares, organizadas em bloco; 5 Artigo A escuta, o depoimento especial e o novo crime de violação de sigilo processual, de Guilherme Nucci, disponível em 23

23 V - o profissional especializado poderá adaptar as perguntas à linguagem de melhor compreensão da criança ou do adolescente; VI - o depoimento especial será gravado em áudio e vídeo. 1 o À vítima ou testemunha de violência é garantido o direito de prestar depoimento diretamente ao juiz, se assim o entender. 2 o O juiz tomará todas as medidas apropriadas para a preservação da intimidade e da privacidade da vítima ou testemunha. 3 o O profissional especializado comunicará ao juiz se verificar que a presença, na sala de audiência, do autor da violência pode prejudicar o depoimento especial ou colocar o depoente em situação de risco, caso em que, fazendo constar em termo, será autorizado o afastamento do imputado. 4 o Nas hipóteses em que houver risco à vida ou à integridade física da vítima ou testemunha, o juiz tomará as medidas de proteção cabíveis, inclusive a restrição do disposto nos incisos III e VI deste artigo. 5 o As condições de preservação e de segurança da mídia relativa ao depoimento da criança ou do adolescente serão objeto de regulamentação, de forma a garantir o direito à intimidade e à privacidade da vítima ou testemunha. 6 o O depoimento especial tramitará em segredo de justiça. O Artigo 12 relata os procedimentos acerca do Depoimento Especial, enumerando cada especialidade dessa oitiva. Primeiramente, os profissionais que estarão diretamente com os menores devem ser especializados para atuarem como intermediadores do depoimento. Deve esclarecer as testemunhas quais são os seus direitos e principalmente o que estão fazendo naquele momento, qual a finalidade daquela conversa, mas de uma forma adequada a idade daquele menor. Vedar a leitura da denúncia é mais uma forma de evitar maior sofrimento do menor, assim fica claro a preocupação do legislador com a revitimização. 24

24 Em seguida, o menor terá o direito de se expressar livremente, narrar os fatos da forma e maneira dele, sem ser induzido. O papel do profissional intermediador é intervir em momentos necessários, com o objetivo de elucidar os fatos. Quando a criança estiver confusa em algum relato, dar melhores condições a ela para se expressar, utilizando-se de técnicas apropriadas para condução do relato. As salas apropriadas para o depoimento dos menores, além de sua arquitetura e decoração estarem propícia às crianças, nelas deverão conter câmeras e microfones para transmitir em tempo real a narrativa da testemunha ao juiz que estará acompanhando da sala de audiência. O sigilo das informações transmitidas é preservado. Terminado o relato espontâneo do menor, o juiz, MP, defensor e assistentes avaliarão a necessidade, pertinência e possibilidade de fazerem perguntas que possam ajudar nos esclarecimentos dos fatos. Essas perguntas complementares devem ser feitas em blocos. Os profissionais especializados receberão as perguntas do juiz através de um ponto eletrônico e da maneira mais adequada a transmitirá ao menor, podendo adapta-las da melhor forma para adequar-se no correto entendimento da testemunha. Necessariamente os depoimentos deverão ser gravados em áudio e vídeo. Mesmo com todas as justificativas dadas para que os depoimentos sejam colhidos pelos profissionais competentes e especializados, ainda assim é garantido ao menor prestar o depoimento diretamente ao juiz. O sigilo das audiências que envolvem menores vítimas de violência sexual é preservado e garantido no parágrafo primeiro desse artigo, de forma a não expor a intimidade e privacidade da vítima ou testemunha. A lei é explícita quanto a segurança das mídias gravadas já que nessas constarão todo o relato da criança e o vazamento ilegal dessas compromete o direito de sigilo. O depoimento especial correrá em segredo de justiça. Ainda em relação à segurança, mas agora falamos em segurança física, esse artigo traz as garantias de manter o autor longe do menor depoente no momento da audiência se assim se fizer necessário e ainda é garantido as medidas protetivas cabíveis, conforme já mencionado anteriormente. 25

25 1.4. TITULO IV Da Integração das Políticas de Atendimento CAPÍTULO I Das Disposições Gerais Art. 13. Qualquer pessoa que tenha conhecimento ou presencie ação ou omissão, praticada em local público ou privado, que constitua violência contra criança ou adolescente tem o dever de comunicar o fato imediatamente ao serviço de recebimento e monitoramento de denúncias, ao conselho tutelar ou à autoridade policial, os quais, por sua vez, cientificarão imediatamente o Ministério Público. Parágrafo único. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão promover, periodicamente, campanhas de conscientização da sociedade, promovendo a identificação das violações de direitos e garantias de crianças e adolescentes e a divulgação dos serviços de proteção e dos fluxos de atendimento, como forma de evitar a violência institucional. Esse artigo trata da obrigatoriedade de comunicação a ente público de violência contra criança e adolescente da qual se tenha conhecimento. E ainda autoriza os entes federativos a promover campanhas de conscientização da sociedade. Esse dispositivo pode ser considerado uma extensão dos princípios pautados no ECA e também no Artigo 227 da CF/88, no que tange o dever de todos em preservar e resguardar os direitos das crianças e adolescentes e trata-las como prioridade absoluta. O ECA e a CF/88 preconiza que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar aos menores com prioridade absoluta todos os direitos fundamentais e agora esse dispositivo reafirma esse dever e o expande obrigando aqueles que são testemunhas de violências contra menores, seja por ação ou omissão a comunicar o órgão competente. Art. 14. As políticas implementadas nos sistemas de justiça, segurança pública, assistência social, educação e saúde deverão adotar ações articuladas, coordenadas e efetivas voltadas ao acolhimento e ao atendimento integral às vítimas de violência. 1 o As ações de que trata o caput observarão as seguintes diretrizes: 26

26 I - abrangência e integralidade, devendo comportar avaliação e atenção de todas as necessidades da vítima decorrentes da ofensa sofrida; II - capacitação interdisciplinar continuada, preferencialmente conjunta, dos profissionais; III - estabelecimento de mecanismos de informação, referência, contra referência e monitoramento; IV - planejamento coordenado do atendimento e do acompanhamento, respeitadas as especificidades da vítima ou testemunha e de suas famílias; V - celeridade do atendimento, que deve ser realizado imediatamente - ou tão logo quanto possível - após a revelação da violência; VI - priorização do atendimento em razão da idade ou de eventual prejuízo ao desenvolvimento psicossocial, garantida a intervenção preventiva; VII - mínima intervenção dos profissionais envolvidos; e VIII - monitoramento e avaliação periódica das políticas de atendimento. 2 o Nos casos de violência sexual, cabe ao responsável da rede de proteção garantir a urgência e a celeridade necessárias ao atendimento de saúde e à produção probatória, preservada a confidencialidade. Esse artigo prevê ações articuladas das políticas nos sistemas de justiça, segurança pública, assistência social, educação e saúde, segundo diretrizes expressas. As necessidades das vítimas decorrentes da violência sofrida devem ser consideradas e ações tomadas que satisfaçam e supram de forma abrangente e integralmente tal necessidade, seja ela relativa à educação, saúde, segurança, assistência ou qualquer outra. Os profissionais especializados devem receber capacitação interdisciplinar de forma que possam atender, compreender e conduzir da melhor forma o depoimento da criança e do adolescente. Essa capacitação deve ser continuada evitando assim que os conhecimentos adquiridos fiquem ultrapassados e obsoletos e que o profissional esteja atualizado em relação 27

27 as habilidades que precisará desenvolver com o menor. Ainda, preferencialmente essa capacitação deve ser feita conjuntamente entre os profissionais, para que troquem experiências e contribuam uns com os outros com as experiências vividas em cada situação de depoimento e vivência com os menores. Com o objetivo de garantir a proteção das vítimas e testemunhas, as políticas públicas devem conduzir e estabelecer mecanismos e critérios de informações, referências e monitoramento desses depoentes. O Estado deve ter total condição de respaldar e assegurar esses menores e também acompanhar e planejar atendimentos as famílias, atendendo a cada especificidade. A celeridade processual é um tema trazido e garantido nessa lei, de forma que o depoimento deva ser realizado de forma imediata após a revelação da violência. Não é possível aceitar que o depoimento da criança demore um logo tempo para ser colhido com o risco dessa ser influenciada a não falar, a mentir, a fantasiar e até mesmo correr o risco de se perder os detalhes que podem fazer total diferença no relato e entendimento da justiça. Prioridade absoluta é um tema direcionado aos menores pelo ECA e aqui mais uma vez é garantido a eles a priorização do atendimento, seja em razão da idade, ou por eventual prejuízo ao desenvolvimento psicossocial. Uma outra garantia e essa de extrema importância e relevância, é a intervenção preventiva, que se trabalhada seguindo regras temporais de periodicidade poderá ser extremamente efetiva na redução da violência. Em relação a todas essas políticas públicas de atendimento essa lei é expressa e garante a fiscalização, avaliação e monitoramento dessas. Para evitar o perecimento de prova, nos casos de violência sexual, deve-se garantir a urgência e celeridade no atendimento de saúde do menor e preservar a confidencialidade nos procedimentos pertinentes à conclusões e laudos. Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar serviços de atendimento, de ouvidoria ou de resposta, pelos meios de comunicação disponíveis, integrados às redes de proteção, para receber denúncias de violações de direitos de crianças e adolescentes. Parágrafo único. As denúncias recebidas serão encaminhadas: 28

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