Projecções de população residente em Portugal Síntese metodológica e principais resultados
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1 Projecções de população residente em Portugal Síntese metodológica e principais resultados Edviges Coelho Instituto Nacional de Estatística Graça Magalhães Instituto Nacional de Estatística
2 Enquadramento Metodologia Mortalidade Fecundidade Migrações Principais resultados Síntese 2
3 Enquadramento As projecções de população, para além de procurarem conhecer e entender a dinâmica populacional e os factores que a podem influenciar, possibilitam informação de enorme relevância sobre possíveis evoluções futuras das populações, quer relativamente ao volume, quer relativamente à sua composição por sexos e idades, informação que se revela essencial em processos de tomada de decisão a nível social, económico e ambiental, providenciando também informação de base para outro tipo de projecções que não apenas de população. 3
4 Enquadramento Face à relevância da informação, o Instituto Nacional de Estatística executou um exercício de Projecções de população residente em Portugal, (INE), cujos resultados se encontram disponíveis em CACOESpub_boui= &PUBLICACOEStema=55466&PUBLICAC OESmodo=2 4
5 Enquadramento Uma apresentação mais detalhada da metodologia utilizada neste exercício Projecções de população residente: Portugal Metodologia, 2009 encontra-se disponível em Sest_boui= &ESTUDOStema=55466&ESTUDOSmodo=2 Edviges Coelho Instituto Nacional de Estatística Graça Magalhães Instituto Nacional de Estatística João Peixoto ISEG, Universidade Técnica de Lisboa Jorge Miguel Bravo Universidade de Évora/CEFAGE-UE 5
6 Metodologia Método das componentes por coortes diferentes cenários do tipo se x então y carácter condicional dos resultados diferentes evoluções das componentes fecundidade, mortalidade e migrações análise das tendências demográficas recentes em Portugal resultados de estudos científicos nestes domínios conclusões das discussões de peritos internacionais (no contexto do EUROPOP2008) opinião de peritos nacionais não foram considerados quaisquer factores não demográficos (políticos, económicos, catástrofes, guerras, epidemias ou descobertas revolucionárias no domínio da saúde ) 6
7 Aplicação do diagrama de Lexis Método das componentes por coortes População de base - População residente em Portugal, por sexos e idades, estimada para 1 de Janeiro de 2008 tn 100+ tn 1 Estimativa de população residente, por sexos e idades ano a ano, 1 de Janeiro de 2008 (equivalente a 31 de Dezembro de 2007) tn 0 População de partida 1 de Janeiro do ano t (ano de partida) 7
8 Método das componentes por coortes tn 100+ Caso particular do grupo etário 100+ tn 1 tn 0 envelhecer os efectivos populacionais, submetendo-os às probabilidades de sobrevivência probabilidades de sobrevivência por idade taxas de mortalidade (TMI) esperança média de vida à nascença 1 de Janeiro do ano t (ano de partida) 8
9 Método das componentes por coortes tn 100+ tn 1 tn 0 Adicionar os efectivos migratórios (saldo migratório ano t), por idades 1 de Janeiro do ano t (ano de partida) assume-se que só serão submetidos às condições de mortalidade no ano seguinte 9
10 Método das componentes por coortes tn 100+ índice sintético de fecundidade taxas de fecundidade por idade efectivos femininos em idade fecunda tn 1 tn 0 Adicionar os nados vivos, ano t 1 de Janeiro do ano t (ano de partida) 10
11 Mortalidade A análise das tendências passadas é usualmente utilizada para informar sobre o comportamento futuro do fenómeno a projectar Apesar do futuro não ser o espelho do passado, em sociedades em que se observam tendências relativamente estáveis, esta informação é extremamente valiosa para perspectivar o futuro, permitindo a definição de possíveis desenvolvimentos futuros É de certa forma consensual que as melhorias na mortalidade continuarão a verificar-se no futuro até quando e qual a dimensão dessas melhorias? 11
12 Análise histórica da mortalidade evolução das taxas de mortalidade específicas por idade e sexo esperança de vida à nascença por sexo para modelização e projecção da mortalidade foi considerado o período 1980 a 2007 por ser aquele que melhor espelhava o fenómeno demográfico mortalidade na realidade portuguesa recente Mortalidade pesquisa da literatura científica recente sobre os desenvolvimentos futuros da longevidade resultados das discussões internacionais ao nível do Eurostat no contexto do EUROPOP
13 Mortalidade evolução histórica Aumento significativo da esperança de vida à nascença (e 0 ). Tendência de declínio geral das taxas de mortalidade, nomeadamente em idades jovens e idosas. Crescente concentração dos óbitos em torno da idade média ao óbito Rectangularização da função de sobrevivência. Aumento da idade média ao óbito ao longo do tempo Expansão da curva de sobrevivência. Tendência histórica de alargamento do diferencial de longevidade entre homens e mulheres, observando-se na última década um ligeira redução do mesmo. 13
14 Mortalidade evolução histórica dx/l0, Homens e Mulheres 0,06 0,05 dx/l0 H 1950 dx/l0 H 1980 dx/l0 H 2000 dx/l0 H ,06 0,05 dx/l0 M 1950 dx/l0 M 1980 dx/l0 M 2000 dx/l0 M ,04 0,04 0,03 0,03 0,02 0,02 0,01 0,01 0,00 0,00 Fonte: INE, cálculos dos autores 14
15 Mortalidade evolução histórica Função sobrevivência x: lx/l0, Homens e Mulheres 1,00 0,90 0,80 lx/l0 H 1950 lx/l0 H 1980 lx/l0 H 2000 lx/l0 H ,00 0,90 0,80 lx/l0 M 1950 lx/l0 M 1980 lx/l0 M 0,70 0,70 0,60 0,60 0,50 0,50 0,40 0,40 0,30 0,30 0,20 0,20 0,10 0,10 0,00 0,00 Fonte: INE, cálculos dos autores 15
16 Mortalidade pistas para o futuro As análise das tendências e as opiniões dos peritos permitem perspectivar para o futuro que: Os aumentos na esperança média de vida da população continuarão a verificar-se no futuro, contudo a um ritmo mais lento; Podem ainda ser esperados declínios relevantes na mortalidade em idades mais avançadas; Não existe grande margem para ganhos futuros na mortalidade infantil; Podem esperar-se algumas melhorias na mortalidade evitável nas idades jovens e adultas, nomeadamente associadas à redução de risco de óbitos por causas externas, nomeadamente entre a população masculina (atenuação da bossa de acidentes); Continuação da tendência recente de estreitamento do diferencial de longevidade entre homens e mulheres. 16
17 Mortalidade Neste exercício, adoptou-se o modelo de Lee-Carter Lee, R. and Carter, L (1992). Modeling and Forecasting U.S. Mortality. Journal of the American Statistical Association, 87 (419), Brouhns, N., Denuit,M. and Vermunt, J. (2002). A Poisson Log-bilinear regression approach to the construction of projected lifetables. Insurance: Mathematics & Economics, 31, Bravo, J.M. (2007). Tábuas de mortalidade Contemporâneas e Prospectivas: Modelos Estocásticos, Aplicações Actuariais e Cobertura do Risco de Longevidade. Dissertação de Doutoramento em Economia, Universidade de Évora. Tendo-se estabelecido duas hipóteses de evolução hipótese optimista hipótese moderada 17
18 anos Mortalidade esperança média de vida à nascença, estimativas 82,0 projecções 89,4 87,9 83,5 82, , Homens hipótese optimista - H hipótese moderada - H Mulheres hipótese optimista - M hipótese moderada - M 18
19 Mulheres Homens Mortalidade probabilidades de sobrevivência, por sexo e idades ano a ano, para determinados anos ( ) 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 1,1 1,0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0,0 hipótese optimista hipótese moderada 19
20 Fecundidade A fecundidade, sendo uma das componentes influenciadoras da dinâmica demográfica, desempenha um duplo papel num contexto de projecções de população pelo seu efeito directo no número de efectivos populacionais projectados pelo impacto diferido o maior ou menor número de nascimentos (em particular de nascimentos de indivíduos do sexo feminino) num determinado momento, influencia à posteriori o número de novos nascimentos 20
21 Fecundidade Variável sensível a variações conjunturais, a sua projecção como segmento de um modelo de projecções de população reveste-se da maior importância, particularmente no contexto nacional actual, caracterizado por níveis de fecundidade particularmente reduzidos Os reduzidos níveis de fecundidade observados nos anos mais recentes em muitos dos países da UE27 (e não só), implicam uma forte incerteza quanto aos desenvolvimentos futuros 21
22 Fecundidade Para o estabelecimento das hipóteses subjacentes às projecções da fecundidade análise da tendência observada em Portugal (ISF, taxas de fecundidade e idade média ao nascimento de um filho), recorrendo às estatísticas demográficas para o período 1980 a 2007 análise dos valores observados em outros países da União Europeia (UE27) análise dos resultados do exercício EUROPOP2008 opiniões de especialistas nacionais 22
23 Fecundidade Face à possibilidade de alguma recuperação dos níveis de fecundidade a par com um aumento da idade média ao nascimento (até 2060) hipótese moderada aumento gradual do índice sintético de fecundidade, para 1,6 crianças por mulher; aumento da idade média ao nascimento de um filho para 30,4 anos hipótese pessimista manutenção dos valores actuais do ISF (1,3 crianças por mulher em 2060), aumento da idade média ao nascimento de um filho para 30,4 anos hipótese optimista recuperação mais acentuada dos níveis de fecundidade, para 1,75 crianças por mulher; aumento da idade média ao nascimento de um filho para os 30,9 anos 23
24 crianças por mulher Fecundidade Índice sintético de fecundidade estimativas projecções 2,1 1,8 1,6 1,1 1,3 1,6 1,3 estimativas hipótese optmista niv.subs.gerações hipótese moderada hipótese pessimista 24
25 0,14 0,12 0,1 0,08 0,06 0,04 Fecundidade Taxas de fecundidade por idade, 2007 e 2060 H Para a modelização das taxas de fecundidade específicas por idade recorreu-se ao modelo proposto por Schmertmann ol12/5/qsfit/qsfit.html 0,02 0 a P Hip Hip Hip _central moderada 2060_pessimista 2060_optimista 25
26 Migrações Face às dificuldades associadas à previsão de fluxos migratórios, adoptou-se como referencial de partida a média dos saldos migratórios estimados no período de 1993 a 2007 Hipótese de evolução moderada dos saldos migratórios média dos saldos migratórios estimados nos últimos 15 anos Hipótese de evolução elevada dos saldos migratórios aumento das entradas ( 30%) e redução das saídas ( 30%) Hipótese de evolução reduzida dos saldos migratórios redução das entradas e aumento das saídas Hipótese de evolução, sem migrações principal objectivo - análise comparativa dos resultados 26
27 Migrações Notas Entradas foi equacionada uma proporção relativa ao retorno de emigrantes Repartição dos migrantes por sexos e idades Aplicação de estruturas de acordo com dados Inquérito Movimentos Migratórios de Saída (saídas) Inquérito ao Emprego (retorno) Informação sobre entradas de população estrangeira, fonte SEF e MNE 27
28 milhares Migrações entradas 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0 0,0 observado* estimativas cen. Hip. moderado moderada cen. Hip. elevado elevada cen. Hip. reduzido reduzida cen. Hip. 0mig Sem migrações 28
29 milhares Migrações saídas 50,0 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 observado* estimativas cen. Hip. moderado moderada Hip. cen. elevada elevado Hip. cen. reduzida reduzido Hip. cen. Sem 0mig migrações 29
30 milhares 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0,0-10,0-20,0-30,0-40,0 Migrações saldos migratórios estimativas projecções 55,5 36,6 17,6 19,5 estimativas hipótese sem migrações hipótese elevada hipótese moderada hipótese reduzida Saldo migratório anual parte do último valor estimado (2007), atingindo o valor que se pretende de forma gradual até
31 Cenários Hip. Mortalidade Hip. Fecundidade Hip. Migrações optimista optimista elevada moderada moderada moderada pessimista reduzida Sem migrações CENÁRIOS baixo central elevado sem migrações 31
32 milhares Principais resultados População residente em Portugal, (estimativas e projecções) Estimativas Projecções , , , , , Estimativas Cenário baixo Cenário elevado Cenário central Cenário sem migrações 32
33 Principais resultados Homens Pirâmides etárias, Portugal, 2008 e 2030 Mulheres 100,0 50,0 0,0 50,0 100, cenário sem migrações cenário baixo cenário central cenário elevado 33
34 Principais resultados Homens Pirâmides etárias, Portugal, 2008 e 2060 Mulheres 100,0 50,0 0,0 50,0 100, cenário sem migrações cenário baixo cenário central cenário elevado 34
35 Principais resultados No cenário central Portugal manterá relativamente estável o volume de efectivos populacionais (por volta dos 10 milhões de residentes) Continuará a tendência de envelhecimento demográfico nos próximos anos em qualquer dos cenários considerados Diminuição da proporção de população jovem e da população em idade activa vs aumento da proporção de população idosa 35
36 Obrigada pela vossa atenção 36
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