ifisind3uf.se SINDICATO DOS TRABALHADORES DO PODER JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SERGIPE

Transcrição

1 ifisind3uf.se Av, Frankiin de Campos Sobral Grageru, Aracaju - SE. CEP: sindjufse.diretoriac^/gmail.com EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 20^ REGIÃO TRT 20a Região - Protocolo Geral Protocolo: TRT-01806/18 09/08/ : /18 ARACAJU/SE, 09 de agosto de 2018, Geraldo Ta\ :ès Santana ANALIST/V. DICIARÍO SINDJUF.se - SINDICATO DOS TRABALHADORES DO PODER JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE SERGIPE, inscrito no CNPJ sob o n / , com endereço na Av. Frankiin de Campos Sobral, n" 2185, Bairro Jardins, CEP , Aracaju/SE, neste ato representado por seu Coordenador Geral, Gilberto Oliveira Melo, atuando como substituto processual da categoria dos servidores públicos do Poder Judiciário Federal no Estado de Sergipe, vem expor o que segue: A Constituição Federal estabelece ser dever do Estado garantir educação infantil, creche e pré-escola para as crianças com até cinco anos de idade: Art. 79 São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; Art O dever do Estado com a educação será efetivado mediante^ garantia de: IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças, anos de idade;

2 tfisindjuf.se Av. Frankiiti de Campos Sobral, 2185, Grageru, Aracaju SE. CEP: seu artigo 54, IV: O Estatuto da Criança e do Adolescente corrobora este direito em Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade; No âmbito do Poder Executivo Federal, o Decreto 977/93 define o direito dos servidores públicos federais de receberem o auxílio pré-escolar: Art. 4" A assistência pré-escolar alcançará os dependentes na faixa etária compreendida desde o nascimento até seis anos de idade, em período integral ou parcial, a critério do servidor. 2" Tratando-se de dependentes excepcionais, será considerada como limite para atendimento a Idade mental, correspondente à fixada no caput deste artigo, comprovada mediante laudo médico. Com o objetivo de regulamentar o pagamento da vantagem aqui referida, o Tribunal Superior do Trabalho e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho editaram o Ato Conjunto número 3, de 1 de março de A referida norma regulamenta o pagamento do auxílio pré-escolar e estabelece em seu artigo 52, parágrafo 29 que o benefício pode ser concedido a portadores de necessidades especiais cujo desenvolvimento biológico e psicomotor corresponda a criança de até seis anos de idade, leia-se: Art. 59, São beneficiários do Programa de Assistência Pi^ dependentes dos magistrados e servidores do Tribunal Su

3 ifisindjuf.se Av. Franklin de Campos Sobral, 2185, Grageru, Aracaju - SE. CEP; sindjutse.djretoria<a>gmail.com Trabalho e da Justiça do Trabalho de e 2e graus, na faixa etária compreendida entre a data do nascimento e os cinco anos de idade; 22 O benefício será concedido também ao dependente portador de deficiência de qualquer idade, cujo desenvolvimento biológico e psicomotor correspondam a faixa etária prevista no caput deste artigo Para comprovar que o portador de necessidades especiais se enquadra nos critérios definidos pela norma foi estabelecida a obrigação de apresentar laudo emitido por profissional da saúde, conforme se extrai do artigo 92 do ato conjunto aqui referido: Art Quando se tratar de beneficiário portador de necessidades especiais, com desenvolvimento psicomotor correspondente a idade relativa à faixa etária de concessão do benefício deverá ser apresentado atestado emitido por profissional de saúde competente informando essa condição. Como é possível observar, o requisito único para deferimento do auxílio pré-escolar em caso de portadores de necessidades especiais é a prova de que o desenvolvimento psicomotor corresponde a de uma criança de até seis anos de idade. Acontece, Excelência, que alguns servidores pais de portadores de necessidades especiais estão enfrentando uma restrição ao recebimento do benefício, mesmo nos casos em que há comprovação médica acerca da idade mental de seus filhos. Este Tribunal tem dado às normas em testilha uma in^jerptetijçãó^ restritiva que impede o deferimento pleno do direito nos c^sos em qui

4 ifisinddurse Av. Frankiin de Campos Sobral, 2185, Grageru, Aracaju SE. CEP: portador de necessidades especiais, embora tenha idade mental compatível, lograram ser matriculados no ensino fundamental. O indeferimento se baseia no artigo 14, inciso III do Ato Conjunto do TST/CSJT n9 3/2013 que estabelece o seguinte; Art. 14. O dependente deixará de fazer parte do Programa de Assistência Pré-Escolar no mês subsequente aquele em que: III - começar a cursar o ensino fundamental ainda que nâo atingida a idade limite Acontece, Nobre Julgador, que esta condição não deve ser aplicada aos portadores de necessidades especiais, sobretudo pelo fato de o Decreto 977/93 não ter criado Impedimento algum para o deferimento do benefício. Não cabe a este Tribunal ir de encontro ao Decreto 977/93 que expressamente permite o deferimento do auxílio pré-escolar para portadores de necessidades especiais independentemente do ingresso no nível fundamental. A lei estabelece apenas a necessidade de demonstração da Idade compatível com o desenvolvimento psicológico. Na prática, os pais de crianças com necessidades especiais são orientados pelos profissionais competentes a matricular seus filhos no ensino fundamental em decorrência dos perigos gerados para os demais colegas de menor idade. Como o desenvolvimento do corpo e da força física sofrem alteração, as crianças podem oferecer risco as demais. Nestes casos, a matrícula no nível fundamental é nveramente burocrática, pois o desenvolvimento mental permanece compatív,^! com idadi

5 ifisinddurse Av. Frankiifi de Campos Sobral, 2185, Grageru, Aracaju - SE. CEP: sindjufse.diretoria(5>gmail.com Inferior. O conteúdo e o aprendizado ministrados seguem os mesmos, apenas haverá alteração formal da matrícula. Não é razoável que os pais sejam impedidos de obter o direito ao auxílio creche nesta hipótese. Outro ponto importante diz respeito ao fato de que a criança precisa seguir na escola em companhia dos amigos e colegas. Isso serve para aprofundar os laços de amizade e permitir desenvolvimento e saúde. O pedido ora feito, conta com precedentes no âmbito do Poder Judiciário Federal. A Instrução Normativa 33, de 26 de outubro de 2009 do Conselho Nacional de Justiça (artigo 14) e a Resolução número 4, de 14 de março de 2008 do Conselho da Justiça Federal (artigos 78, parágrafo único e 88) estabelecem condições mais ampliadas para o deferimento do benefício. As normas referidas não determinam a supressão da vantagem pela mera matrícula no ensino fundamental. Diante destes esclarecimentos, o SINDJUF.SE vem requerer a Vossa Excelência que determine o pagamento do auxílio creche aos servidores, pais de portadores de necessidades especiais, mediante apresentação de laudo que comprove o desenvolvimento biológico e psicomotor compatível com a faixa etária de O (zero) a 06 (seis anos), independente de eles estarem matriculados no ensino fundamental. Renovam-se votos de estipla e consideração. Coordenai Melo