Arcadi Volodos. arcadi volodos marco borggreve

Transcrição

1 Arcadi Volodos arcadi volodos marco borggreve 4 nov 2018

2 Ciclo de Piano 04 NOVEMBRO DOMINGO 18:00 Grande Auditório Arcadi Volodos Piano Franz Schubert Sonata para Piano em Mi maior, D. 157 Allegro ma non troppo Andante Menuetto: Allegro vivace Moments musicaux, D. 780 Moderato Andantino Allegro moderato Moderato Allegro vivace Allegretto intervalo Sergei Rachmaninov Prelúdio em Dó sustenido menor, op. 3 n.º 2 Prelúdio em Sol bemol maior, op. 23 n.º 10 Prelúdio em Si menor, op. 32 n.º 10 É bom estar aqui, op. 21 n.º 7 (arr. de A. Volodos) Sérénade em Si bemol menor, op. 3 n.º 5 Étude-Tableux em Dó menor, op. 33 n.º 3 Alexander Scriabin Mazurka, op. 25 n.º 3 Caresse dansée, op. 57 n.º 2 Énigme, op. 52 n.º 2 Flammes sombres, op. 73 n.º 2 Poème, op. 71 n.º 2 Vers la flamme, op. 72 música e natureza estágios gulbenkian para orquestra concertos de domingo ciclo piano coro gulbenkian principal gulbenkian música Duração total prevista: c. 2h Intervalo de 20 min. 03

3 Franz Schubert Viena, 31 de janeiro de 1797 Viena, 19 de novembro de 1828 Sergei Rachmaninov Semyonovo, 1 de abril de 1873 Beverly Hills, 28 de março de 1943 Sonata para Piano em Mi maior, D. 157 composição: 1815 duração: c. 23 min. Em outubro de 1814, e no rescaldo da estreia auspiciosa da Missa em Fá maior, D. 105, por ocasião do centenário da igreja matriz de Lichtenthal, Franz Theodor Florian ( ), o pai de Franz Schubert, ofereceu ao filho de dezoito anos um pianoforte com cinco oitavas. Foi ante as teclas imaculadas do instrumento que o jovem prodígio se entregou aos primeiros esboços daquela que se viria a tornar na sua primeira sonata para piano, a Sonata em Mi maior, D Ao primeiro andamento, Allegro ma non troppo, composto hesitantemente desde o início do mês de fevereiro de 1815, Schubert juntou, pouco depois, mais dois andamentos, Andante e Menuetto, sendo certo que pretendia dar continuidade à obra com um quarto andamento, conducente à tonalidade principal, o que não veio a suceder. A obra ficou, pois, incompleta, mas o seu potencial intrínseco de ideias musicais não deixa dúvidas sobre o desenvolvimento ulterior da carreira de Schubert neste domínio musical. A veia comunicativa e aberta do andamento inicial aponta para a influência da música italiana e não é por acaso que Schubert se socorreu de expedientes musicais provindos desta esfera nacional, como é o caso do famoso Baixo de Alberti, para servirem de traves-mestras ao discurso melódico orientado para a expressão de sentimentos eloquentes e espontâneos, na linha do estilo galante. Já o Andante, na tonalidade homónima de Mi menor, inflete num pathos introspetivo que chega a prenunciar a beleza deslumbrante das derradeiras páginas para piano solo, compostas em setembro de Por fim, o Menuetto irrompe, Allegro vivace, na tonalidade dominante de Si maior, ultrapassando os limites convencionais da dança que se converteu num dos eixos da música classicista, fosse no domínio da música para piano, fosse na música de câmara ou mesmo na música sinfónica. Moments musicaux, D. 780 composição: duração: c. 28 min. A música de dança deixou também marca indelével na série de seis Moments musicaux, D. 780, originada entre 1823 e o derradeiro ano de Os traços do minueto, por exemplo, estão presentes nas peças extremas da recolha, enquanto as peças de permeio partilham, por sua vez, de vários outros padrões rítmicos e melódicos associados a esta matriz musical secular. o jovem schubert, por josef abel, c dr Prelúdio em Dó sustenido menor, op. 3 n.º 2 Prelúdio em Sol bemol maior, op. 23 n.º 10 composição: 1892 duração: c. 4 min. Verdadeira joia do legado para piano solo de Sergei Rachmaninov, o Prelúdio em Dó sustenido menor, op. 3 n.º 2 é um dos Morceaux de Fantaisie op. 3, levados à estampa da firma russa de Alexander Gutheil em O Prelúdio op. 3 n.º 2 viria a tornar-se uma das peças mais famosas da carreira pianística de Rachmaninov, o que se ficou a dever, em parte, ao facto de o músico a inserir muitas vezes como peça extraprograma, no termo dos seus próprios recitais e concertos. Misto de poderio sonoro e jogo de sensibilidades contrastantes, a peça evolui inexoravelmente até à derradeira pacificação, envolta em mistério, não sem antes o piano dar mostras do seu estatuto de soberano inquestionável do virtuosismo instrumental romântico. prelúdio op. 3 n.º 2. leipzig bosworth & co., 1896 dr composição: 1903 duração: c. 4 min. Prelúdio em Si menor, op. 32 n.º 10 composição: 1910 duração: c. 6 min. No presente recital sucedem-se os Prelúdios em Sol bemol maior, op. 23 n.º 10, e em Si menor, op. 32 n.º 10, duas facetas complementares da arte feérica do génio russo. Inspirado pelos modelos do noturno chopiniano, o Prelúdio em Sol bemol maior mostra uma notável coesão interna, assente no princípio do ostinato. Já o Prelúdio em Si menor inflete numa dimensão marcadamente contemplativa, reforçada pelas sonoridades em bloco, a evocar uma série de técnicas arcaicas de composição polifónica. Na secção central, a textura esboça um crescendo progressivo e majestoso que a conduz a um extremo de expressão, vindo depois a reencontrar a calma e a serenidade. É bom estar aqui, op. 21 n.º 7 (arr. de A. Volodos) composição: 1900 duração: c. 3 min. É bom estar aqui (Zdes khorosho), op. 21 n.º 7, integra a recolha de canções para voz e piano intitulada Doze Romances (Dvenadtsat Romansov), cuja composição se estendeu de 1900 a 1902, período marcado pela afirmação profissional de Rachmaninov e pelo seu casamento com Natal ya Satina. Na transcrição e arranjo que ora nos oferece, o pianista Arcadi Volodos sublinha o carácter idílico deste hino à natureza, moldado no texto da poetiza russa Glafira Galina ( )

4 Sérénade em Si bemol menor, op. 3 n.º 5 composição: 1892 duração: c. 3 min. Étude-Tableux em Dó menor, op. 33 n.º 3 composição: 1911 duração: c. 5 min. A Sérénade em Si bemol menor, op. 3 n.º 5 provém da já mencionada recolha Morceaux de Fantaisie, op. 3. São aqui as ressonâncias melódicas e rítmicas da música espanhola que impelem e animam a textura. De composição posterior à dos Prelúdios op. 23 Alexander Scriabin e op. 32, os Études-Tableaux foram igualmente compostos em duas séries, op. 33 (1911) e op. 39 ( ). A primeira série reunia originariamente nove peças distintas, mas o compositor afastou da recolha, à partida, três dessas peças, com o fim de as publicar em separado. O Étude-Tableaux op. 33 n.º 3, foi uma delas, vindo somente a aparecer em edição póstuma da firma moscovita Muzgiz, em Às sonoridades graves e sombrias da primeira secção, sucede-se um patamar de contemplação serena, desta feita em modo maior, capaz de impressionar o ouvinte tanto pela carga emocional como pelo requinte da construção musical. Moscovo, 25 de dezembro de 1871 Moscovo, 14 de abril de 1915 Flammes sombres, op. 73 n.º 2 composição: 1914 Poème, op. 71 n.º 2 composição: 1914 Do ano de 1914 data a publicação das duas danças op. 73, intituladas, respetivamente, Guirlandes e Flammes sombres, saídas da tipografia moscovita de Pyotr Jurgenson. Esta última obra reveste-se de pendor conturbado, evidenciando jogos permanentes de contraste entre as duas mãos, quais labaredas incertas em busca de algo para consumir. O apaziguamento sobrevirá apenas, abruptamente, nos compassos finais. Os coevos dois Poèmes op. 71 intensificam a mesma linha de expressão abstrata, na derradeira fase criativa do compositor. O título do Poema n.º 2, En Révant, ilustra bem a dimensão difusa e caleidoscópica dos sentimentos e das sensações que o músico procurou evocar. Vers la flamme, op. 72 composição: 1914 duração: c. 6 min. Com as peças anteriores, Scriabin abriu caminho para a sua última página pianística com proporções significativas, também composta em 1914: Vers la flamme, op. 72, fresco sonoro magnífico, de uma intensidade expressiva sem precedentes, forjado no compromisso entre o conceito tipicamente romântico da música programática e a tumultuosa ânsia interior que se vai revelando, em progressivo crescendo, até à libertação do último sopro de energia criativa, a percorrer todos os registos do teclado. notas de rui cabral lopes Mazurka, op. 25 n.º 3 composição: 1899 Entre as peças pianísticas de breve escala produzidas por compositores russos, as Mazurkas de Alexander Scriabin ocupam um lugar destacado, no seguimento das propostas de Mily Balakirev ( ) neste mesmo domínio musical. As nove Mazurkas op. 25, publicadas em Leipzig pelo filantropo e editor russo Mitrofan P. Belayeff, no ano de 1899, sobressaem pela sua originalidade de escrita. A Mazurka op. 25 n.º 3, em Mi menor, é uma página extremamente evocativa, cujo acentuado recorte cromático sugere nevoeiros misteriosos que pontualmente se dissipam para deixar entrar a luz. Caresse dansée, op. 57 n.º 2 composição: 1907 Énigme, op. 52 n.º 2 composição: 1906 duração: c. 4 min. De carácter bastante diferente, Caresse dansée, op. 57 n.º 2, é a segunda e última peça desta recolha, publicada em 1908 pela mesma tipografia de M. Belayeff. Scriabin cultiva aqui um universo sonoro feérico, povoado por subtis apelos à dança, com recortes rítmicos fortemente sincopados. Por sua vez, Énigme, op. 52, n.º 2, faz parte da apreciada trilogia composta no ano de 1906, marcada por uma abordagem extremamente refinada ao idioma pianístico. gustav klimt - birkenwald i, 1903 dr 06 07

5 arcadi volodos marco borggreve Juntos na paixão pela cultura Arcadi Volodos Piano Arcadi Volodos nasceu em São Petersburgo (então Leninegrado) em A sua formação inicial incidiu sobretudo nos domínios do canto e da direção coral, mas progressivamente o interesse pelo piano foi-se afirmando como a sua paixão principal. Em 1987 ingressou no Conservatório de São Petersburgo e posteriormente estudou no Conservatório de Moscovo, com Galina Egiazarova, no Conservatório de Paris, com Jacques Rouvier, e na Escuela Superior de Música Reina Sofía, em Madrid, com Dmitri Bashkirov. Arcadi Volodos optou inicialmente por não seguir o percurso tradicional de solista de concerto, tendo recusado entrar em concursos. Em 1996 foi ouvido numa audição privada por um diretor da editora Sony Classical que, de imediato, lhe propôs a assinatura de um contrato discográfico. O primeiro disco, intitulado Piano Transcriptions (que contém transcrições do próprio pianista), foi lançado em 1997, tendo sido alvo de várias distinções, 08 incluindo o Prémio da Crítica Discográfica Alemã. Outras aclamadas gravações se seguiriam de forma regular, sendo premiadas com Echo Klassik, Diapason d Or, ou Gramophone. A partir da sua estreia em Nova Iorque, em 1996, o brilhante percurso de Volodos viria a afirmá-lo entre os grandes pianistas do nosso tempo. Apresentou-se nos principais palcos da Europa, das Américas e da Ásia, em recital e em concerto, para além de prestigiados festivais como o Ruhr Klavierfestival, o Festival Beethoven de Bona, o Festival La Roque d Antheron, ou o Festival de Salzburgo. Em 2014/15 foi artista residente do Konzerthaus de Berlim. Pianista de espírito intimista, Arcadi Volodos é seletivo nas suas escolhas, nomeadamente nas suas apresentações em concerto. Colabora com maestros de renome internacional como L. Maazel, J. Levine, Z. Mehta, S. Ozawa, P. Järvi, R. Chailly, D. Gatti, V. Gergiev, Y. Temirkanov, C. Eschenbach ou L. Foster. Tem-se também apresentado com regularidade nas temporadas de música da Fundação Gulbenkian, tanto em colaboração com a Orquestra Gulbenkian como em recital a solo. Acreditamos no impacto que a cultura tem, pois ela é essencial no desenvolvimento de uma sociedade. Um dos desafios da PwC Portugal passa por acrescentar valor aos nossos clientes através de um serviço de qualidade nas áreas de auditoria, assessoria de gestão, fiscalidade e formação de executivos. Conheça-nos melhor em países colaboradores Siga-nos 736 escritórios 2018 PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. Todos os direitos reservados. PwC refere-se à PwC Portugal, constituída por várias entidades legais, ou à rede PwC. Cada firma membro é uma entidade legal autónoma e independente. Para mais informações consulte

6 O MELHOR BANCO EM PORTUGAL. O BPI foi eleito O Melhor Banco em Portugal pelo Euromoney Awards for Excellence Country Pedimos que desliguem os telemóveis durante o espetáculo. A iluminação dos ecrãs pode igualmente perturbar a concentração dos artistas e do público. Não é permitido tirar fotografias nem fazer gravações sonoras ou filmagens durante os espetáculos. Programas e elencos sujeitos a alteração sem aviso prévio. A revista Euromoney atribuiu ao BPI o prémio Melhor Banco em Portugal em 2018, no âmbito da iniciativa Euromoney Awards. Esta classificação resulta da combinação de critérios quantitativos e qualitativos como a rentabilidade, crescimento, eficiência, qualidade,capacidade de inovação e compromisso social. O vencedor deste prémio é selecionado pela equipa de editores, jornalistas e analistas da revista Euromoney, uma das mais conceituadas referências editoriais do setor financeiro a nível internacional. O BPI exprime o seu orgulho por esta distinção e dedica-a especialmente a todos os seus Clientes. Este prémio é da exclusiva responsabilidade da entidade que o atribuiu. direção criativa Ian Anderson design e direção de arte The Designers Republic tiragem 500 exemplares preço 2 Lisboa, Novembro 2018

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