Veriano Terto Jr Vice-presidente da ABIA Rio de Janeiro - RJ

Transcrição

1 Prevenção do HIV, das ISTs e das hepatites virais na população de gays e outros HSHs: como ressignificar o preservativo masculino no contexto da prevenção combinada Veriano Terto Jr Vice-presidente da ABIA Rio de Janeiro - RJ

2 ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO Os significados e ressignificações do preservativo ao longo da história da homossexualidade masculina e a AIDS. Os anos 80 liberdade x negação. Os anos 90 camisinha: brinquedo erótico ou estratégia de saúde pública? Os anos 2000 a camisinha ainda tem prazo de validade? 0s anos 2010 a camisinha combina bem com... Conclusão.

3 OS ANOS 80 - LIBERDADE X NEGAÇÃO Camisinha como significado de cerceamento e repressão ás liberdades conquistadas: negação do problema. De contraceptivo a salva-vidas. Reação: alguns grupos gays entram em cena e propõe o sexo mais seguro. Camisinha como parte do sexo mais seguro e combinada com negociação sexual. Camisinha: prática coletiva e luta comunitária pela manutenção de liberdades e prazeres.

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5 OS ANOS 90 CAMISINHA: BRINQUEDO ERÓTICO OU ESTRATÉGIA DE SAÚDE PÚBLICA O discurso do sexo mais seguro é absorvido por profissionais de saúde pública. Passa a significar e resumir o sexo seguro: use sempre camisinha em todas as relações! Esforço de ONGs e ativistas para propor a camisinha como ferramenta erótica suavizar o tom cada vez mais prescritivo e normativo da prevenção. Contra o discurso asséptico segmentos da mesma comunidade gay americana propõe o bareback como discurso e prática de resistência.

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7 OS ANOS 2000 A CAMISINHA AINDA TEM PRAZO DE VALIDADE? No inicio da década a camisinha parece ser sinônimo de prevenção. Desaparecem O SEXO MAIS SEGURO e a SEXUALIDADE da prevenção, apesar das resistências de comunidades e ONGs/AIDS. A agenda da prevenção se reduz à prescrição do preservativo a ditadura do preservativo se acirra. No final da década pesquisas apontam o cansaço/fadiga no uso da camisinha, apesar da adesão ainda alta. Apesar da alta adesão, apesar do cansaço em alguns contextos, o contexto conservador crescente ainda impede o acesso em presídios, escolas, instituições psiquiátricas, entre outras.

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9 0S ANOS 2010 A CAMISINHA COMBINA BEM COM... Em 2013, a Secretaria do Estado de Saúde de São Paulo divulgou que cerca de 42% dos jovens homossexuais do sexo masculino não faziam sempre o uso do preservativo. Além desses dados sobre o uso da camisinha, temos que os casos de HIV entre homens homossexuais subiram de 30,8% em 2007 para 50,2% em Assim, nos perguntamos: por que a camisinha não pegou?* Recrudescimento do conservadorismo e ameaças de retrocessos no contexto social e político no Brasil e no mundo. * Por que a camisinha não foi suficiente para barrar o HIV Revista Lado A

10 0S ANOS 2010 A CAMISINHA COMBINA BEM COM... (continuação) Entram em cena a PEP (2010), o Testar e Tratar (2013), o Tratamento como Prevenção, a PrEP (2017) que são as intervenções biomédicas e formam parte do que chamamos Prevenção Combinada. Serosorting, compensação de risco, segurança negociada: comportamentos e práticas que se visibilizam no cardápio da prevenção combinada. Qual prevenção combinada queremos? Combinação de intervenções biomédicas apenas, ou combinar intervenções biomédicas, comportamentais e estruturais?

11 Conclusão: como ressignificar o preservativo Trazer a sexualidade e o sexo para prevenção. O direito à prevenção também é direito humano. Quebrar com o discurso prescritivo/normativo em torno do preservativo. Colocar a voz e a experiências de pessoas e comunidades como evidências. Incorporar perspectivas de Redução de Danos também na transmissão sexual. Educação sobre ISTs. Valorizar a autonomia das pessoas e estimular o potencial de escolha. Disponibilização de insumos, informações, serviços. Garantir um ambiente jurídico, legal e cultural favorável. Enfrentar o estigma e o preconceito dentro e fora das populações LGBT. Ressignificar o preservativo é ressignificar e reinventar a prevenção.

12 Corpo Sensual!!

13 Obrigado!