Química Encantada: Os jogos no ensino da Química. Joseila Aparecida Bergamo



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Transcrição:

FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA - FGF NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA DE DOCENTES NA ÁREA DE LICENCIATURA EM QUÍMICA Química Encantada: Os jogos no ensino da Química Joseila Aparecida Bergamo Fortaleza-CE 2012

Joseila Aparecida Bergamo Química Encantada: Os jogos no ensino da Química Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título do grau do Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes na Área de Licenciatura em Química, da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza-FGF, sob a orientação da Prof.ª Dra. Maria Eugenia Silva Vargas. Fortaleza-CE Abril/2012

Monografia apresentada como requisito necessário para a obtenção do grau de Licenciatura, do Curso de Graduação em Química, da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza-FGF Joseila Aparecida Bergamo Monografia aprovada em.../.../... Profa. Dra. Maria Eugenia Silva Vargas Orientadora Profa. MS. Célia Maria Carneiro da Cunha Diógenes Nogueira Coordenadora do Curso

DEDICATÓRIA Ao meu filho João Paulo, razão da minha força e felicidade, pelas horas, dias e momentos deixados de compartilhar juntos.

AGRADECIMENTOS A Deus, por me presentear com tantas coisas boas todos os dias, colocando pessoas maravilhosas em meus caminhos e me ensinando que viver é saber aceitar que tudo tem seu tempo certo e que devemos amar o próximo. Aos meus familiares pelo apoio durante toda essa jornada de estudos. Ao Osmar, meu esposo, por seu amor, carinho, dedicação e compreensão em todos os momentos. Ao meu filho João Paulo que suportou a minha ausência durante todo esse período se comportando como um verdadeiro homenzinho. A Professora Maria Eugênia Silva Vargas por sua paciência e dedicada orientação. A Professora Coordenadora do Curso de Química, Célia Maria Carneiro da Cunha Diógenes Nogueira pela disponibilidade em colaborar com este trabalho. A amiga Karla Angélica de Morais Lima pelo apoio e suporte durante toda esta caminhada e pela amizade construída. A amiga, irmã e comadre Rubiana que sempre me apoiou, acreditando que a melhor coisa que se pode ter é o estudo e pelos momentos que passamos juntas durante essa etapa de nossas vidas. Minha eterna gratidão ao Alander e Rubiana, amigos verdadeiros, pelo presente que me deram ao encerrar essa caminhada, que veio fortalecer nossos laços ainda mais, o Alexandre, meu afilhado, que é fonte de alegria e esperança. Aos amigos Josélia, Jordana, Paulo Acácio e o Juquinha pela acolhida e disponibilidade em todas as vezes que estive em Maringá. A minha coordenadora Sara Macruz Sampaio, pelo companheirismo e compreensão na flexibilização de meus horários de trabalho e que me incentivou a cada dia ser uma profissional mais qualificada. A todos cujos nomes não foram citados, mas que em algum momento deram sua contribuição direta ou indiretamente.

Nada na vida deve ser temido, somente compreendido. Agora é hora de compreender mais para temer menos. Marie Curie

RESUMO A utilização de jogos como alternativas pedagógicas ao ensino de química é a principal temática deste trabalho. Além, da questão da inserção de atividades lúdicas no ensino é abordado também a importância deste tipo de material didático como meio facilitador da aprendizagem e a sua relevância na melhoria do ensino. A adaptação de jogos tradicionais em jogos específicos para o ensino de Química mostra-se uma ferramenta muito útil para o ensino de conceitos de Química que normalmente são considerados pouco atrativos pelos alunos do ensino médio e estudantes de graduação dos ciclos básicos. Os jogos possuem a vantagem de, ao mesmo tempo em que ensinam, divertem. Outra vantagem dos jogos é que tanto crianças quanto adultos gostam de brincar, de jogar, e deixam a "adultificação" de lado. Além disso, o aluno pode usar esses jogos em casa ou até mesmo em outros ambientes, onde poderá aprender enquanto se diverte, sempre com um fim educativo os jogos lúdicos arescentam uma nova visão no aprender, despertando o gosto pelo conteúdo. Desta maneira, este trabalho analisa o quanto uma atividade lúdica pode ser além de uma brincadeira uma forma eficaz de ensinar conteúdos nem tanto atrativos de uma forma geral. Palavras chave: Química, Atividades Lúdicas, Educação.

SUMÁRIO 1. Introdução... 9 2. Referencial Teórico... 13 2.1. O que é Química?... 13 2.2. Por que estudar Química... 13 2.3. O Lúdico no Ensino... 13 2.4. O Ensino de Química e atividades lúdicas... 15 2.5. Jogos que podem ser utilizados em sala de aula... 17 2.5.1. Super Trunfo de Química... 17 2.5.2. Soletrando o Br-As-I-L com Símbolos Químicos... 18 2.5.3. Memória Orgânica... 20 2.5.4. Bingo Químico... 20 2.5.5. Bingo Atômico... 21 3. Material e Métodos... 23 4. Resultados e Discussões... 25 5. Conclusões... 38 6. Referências Bibliográficas... 40 7. Anexos... 43 Questionário 01 Grupo Controle... 43 Questionário 02 Grupo Experimental... 44

ÍNDICE DE FIGURAS Figura 01: Carta do jogo super trunfo da tabela periódica. Fonte: (Química nova na Escola, 2010).... 18 Figura 02: Mapa do Brasil. Fonte: (Química nova na Escola, 2009).... 19 Figura 03: Avalia a visão dos alunos quanto a disciplina de Química.... 26 Figura 04: Rendimento dos alunos na disciplina de Química.... 27 Figura 05: Avaliação por parte dos alunos quanto à metodologia utilizada pelo professor.... 28 Figura 06: Importância da Química no dia a dia para os alunos.... 30 Figura 07: Aplicação de jogos lúdicos no ensino da Química pode facilitar a aprendizagem... 30 Figura 08: Aceitação dos alunos na utilização de jogos lúdicos como metodologia de ensino no auxílio à sua aprendizagem.... 32 Figura 09: Os jogos lúdicos de Química despertam o interesse pelo conteúdo.... 33 Figura 10: A disciplina de Química vista após a aplicação da metodologia alternativa... 34 Figura 11: Impressão geral do uso de jogos lúdicos no ensino da Química... 35 Figura 12: Quanto ao caráter de competividade da atividade... 36 Figura 13: Notas obtidas pelos grupos controle e experimental durante a pesquisa 37

9 1. INTRODUÇÃO É notória a existência de uma grande dificuldade no ensino de ciências exatas, pois geralmente os alunos têm uma grande aversão às disciplinas relacionadas com a área por considerarem os conteúdos complexos ou pouco inteligíveis. Esta constatação, causada por vários fatores é uma das fontes da dificuldade de ensinar as disciplinas da área e influencia o aprendizado dos alunos causando mais aversão. Por outro lado, o desenvolvimento da aprendizagem de ciências naturais é um processo que requer uma prontidão de habilidades, como pensamento lógico, capacidade de abstração, noções de espaço tridimensional, resoluções da álgebra e aritmética, que muitos alunos na pré-adolescência ainda não dominam. Apesar de que, nessa fase, os estudantes têm o desenvolvimento cognitivo adequado ao pensamento lógico formal, de acordo com a Teoria de Aprendizagem de Piaget. Várias pesquisas em ensino de ciências têm demonstrado que a dificuldade de aprender conceitos científicos em sala de aula está muito relacionada à maneira pela qual o professor trata a disciplina, objeto do seu ensino. Na oitava série, que normalmente corresponde a uma faixa etária de 13 a 15 anos, já são apresentados conceitos químicos de maneira muito abstrata. Muitas vezes é exigida memorização, reprodução de conceitos em detrimento da construção coletiva ou individualizada de conceitos científicos, acabando por desestimular os alunos. Nem todos os estudantes estão interessados em tudo que lhes ensinam, embora isto nem sempre seja levado a uma ação corretiva por parte dos professores ou da escola, permanecendo velhas concepções empíricas sobre o processo de ensino/aprendizagem. Deste modo, pretende-se com este trabalho criar uma forma alternativa para o ensino de química, através de abordagens práticas em sala de aula, elaboração de materiais didáticos, jogos e outros recursos, para melhorar a percepção e a motivação dos alunos da oitava série do ensino fundamental sobre a química e conduzi-los a uma melhor aprendizagem dos conceitos científicos no ensino médio. A utilização de lúdicos em sala de aula desenvolvendo jogos, brincadeiras e propondo problemas que desenvolvem uma postura crítica ante qualquer situação onde cada hipótese/estratégia formulada ou cada jogada desencadeia uma série de

10 questionamentos que leva o aluno a apresentar soluções, através da reflexão e da socialização das descobertas. Toda situação vem acompanhada de um problema, e através da observação dos fatos que a cerca, surgem questionamentos para depois chegar as soluções, ou chegar a uma solução intuitiva, desta forma se torna imprescindível, independente, de estar certa ou errada que se questione e procure saber como se chegou a ela. A importância dos questionamentos está no entender o que se faz como se faz e saber por que se faz. Ao jogar, a necessidade de vencer ressignifica a necessidade de aprender e as regras estabelecidas pelo grupo provocam a descentralização do pensamento, ou seja, a coordenação de vários pontos de vista, o que torna fundamental o entendimento das informações que circulam entre aqueles que jogam. Jogar implica em tomar decisões, fazer representações mentais, elaborar estratégias, fazer previsões. Desta forma, a proposta é dar oportunidade aos alunos de elaborar, de um modo pessoal, diferentes procedimentos de resolução, comparar esses procedimentos e criar argumentos para justificá-los, aprender a detectar seus erros e aqueles cometidos pelos colegas, questionar, reformular e condensar idéias, produzir informação ao relacionar dados, avaliar e emitir seu próprio julgamento. Quando a criança joga trabalha os recursos adquiridos e vai em busca de outras aquisições de maior nível de dificuldade, ou seja, ele busca e constrói o seu saber através da análise das situações que se apresentam no processo. Este dado é de extrema importância na realização do trabalho pedagógico, pois dependendo da interferência do professor, a criança poderá avançar mais ou menos. Assim, o professor deve interferir adequadamente, propondo variações através de questionamentos que levem os alunos a mudanças de hipóteses, apresentando situações que forcem a reflexão ou a socialização das descobertas dos grupos, ele não deve dar soluções prontas, mas fornecer pistas que levem as soluções, propondo questões que facilitem a resolução de questões mais complexas. A tarefa do professor, inicialmente, é levar o aluno a perceber os caminhos trilhados na resolução do problema proposto, pois este ao ser questionado passa também a questionar, assumindo uma postura crítica frente a todo problema que ele encontra pela frente. É aconselhável que o professor faça o mínimo possível de interferência, enquanto os alunos jogam. O conhecimento a ser adquirido não está no jogo em si, mas naquilo que circula entre os participantes como suas

11 hipóteses, suas estratégias e atitudes. É importante também que os jogos não percam seu caráter lúdico. Se isto acontecer, ele deixa de ser estratégia de construção de conhecimento e passa a ser uma mera tarefa a ser cumprida. Algumas técnicas ou forma de resolução de problemas aparecem naturalmente durante os jogos destacando entre elas a de tentativa e erro, redução de um problema a outro mais simples, resolução de um problema de trás para frente, montagem de gráficos, desenhos ou tabelas, inferências através de problemas semelhantes. Na concepção de Polya (apud, SANTANA e REZENDE, 2007) na tentativa de corrigir jogadas fracassadas o aluno começa a se organizar, controlando seu comportamento, fazendo leitura atenta das regras do jogo, desenvolvendo estratégias a partir da formulação de hipóteses e percepção de métodos que o levem a vitória. A criação e desenvolvimento de jogos têm a perspectiva de motivar e facilitar o processo ensino-aprendizagem da Matemática, dando um estímulo adicional as faculdades de pensamento e expressão verbal. Uma preocupação é com relação a competição. Segundo Macedo (1992) a competição não é boa nem má. Ela caracteriza uma situação onde duas pessoas desejam a mesma coisa ou dela necessitam ao mesmo tempo. Esses fatos ocorrem também na vida. O autor não critica a sua existência, mas sim a forma de se reagir diante dela. As regras são as mesmas para todos, se as competências são as mesmas é vencedor aquele que tiver mais sorte. Além disso, o ganhador é sempre o referencial para o que perde, em face do que ele precisa melhorar ou quais os aspectos que deve considerar na próxima partida. Segundo nos afirma Huizinga (apud SANTANA e REZENDE, 2007), em sua obra clássica sobre o jogo, a respeito da competição, é que ela possui todas as características formais e a maior parte das características funcionais do jogo. O jogo e a competição estão intimamente ligados, e o jogo social não pode existir ou não tem graça sem esta competitividade. É fato, absolutamente lógico, de que na ausência de um vencido, não pode haver um vencedor, assim na impossibilidade de eliminar o caráter competitivo do jogo, o melhor é procurar utilizálo no sentido de valorizar as relações, acentuando a colaboração entre os participantes do grupo. O professor não dando tanta importância somente ao ganhador e encarando a competição de forma natural, percebe-se que minimiza o caráter competitivo.

12 Agindo desta forma, verifica-se que as crianças também não dão tanta importância a quem ganhou ou perdeu, eliminando as gozações dos vencedores e as lamentações dos perdedores. Embora, isso não impeça que as crianças se empenhem ao máximo em ganhar o jogo, já que este é o seu objetivo. Ao jogar, as emoções vão se equilibrando, transformando a derrota em algo provisório e a vitória em algo a ser partilhado.

13 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O que é Química? A química pode ser conceituada como a atividade do químico. É tudo aquilo que o químico faz e como ele faz. A atividade do químico apresenta dois aspectos: um aspecto prático, de modificar a matéria de certa maneira, e um aspecto teórico, de pensar sobre a matéria e suas modificações em termos de átomos e moléculas, ou seja, da teoria molecular. A atividade do químico é sempre uma interação entre esses dois aspectos complementares, interdependentes, dialéticos: o fazer e o pensar, a prática e a teoria. Mas como são essa prática e essa teoria do químico? 2.2 Porque Estudar Química Olhe ao seu redor. Tudo o que você vê ou toca, cheira ou sente sabor são substâncias químicas. Muitas dessas substâncias são naturais e estão presentes no seu corpo, no solo, na vegetação, no ar etc. Muitas outras são sintéticas, isto é, são produzidas pelo ser humano nos laboratórios e nas indústrias, por exemplo: os plásticos, as fibras têxteis e os medicamentos. Na vida moderna, essas substâncias químicas sintéticas têm grande importância. A produção de diversos materiais e produtos que utilizamos em nosso dia-a-dia: a borracha, o náilon e o metal são resultado de conhecimentos de química e de sua aplicação industrial. A química é a ciência que estuda a estrutura, a composição, as propriedades e as transformações da matéria. Assim, podemos dizer que a química é uma ciência que ocupa uma posição central, sendo fundamental em todos os campos do conhecimento humano. (USBERCO & SALVADOR; 2005). 2.3. O Lúdico no Ensino Segundo Luckesi (2002), há uma necessidade de se abordar a questão das atividades lúdicas de um ponto de vista interno, ou seja, compreender a experiência lúdica como uma experiência interna de quem a vivencia. Dessa

14 maneira, surgem questões como: o que é a atividade lúdica para o sujeito que a vivencia? Enquanto vivencia, quais são os efeitos que essa experiência pode produzir? A partir dessas questões é necessário traçar uma linha de raciocínio que leve a compreensão dessa experiência em cada fase da vida de um individuo, uma vez que a atividade lúdica possui diferentes significados no decorrer do desenvolvimento cognitivo. Ainda para Luckesi (2002) em cada momento de nossa existência há um modo de jogar que somente pelo ato em si é profundo e ao mesmo tempo leve e que influencia nos processos de desenvolvimento. Essa relação jogo e processos de desenvolvimento é fundamentada historicamente pelas civilizações Grega e Romana, nas quais era comum a utilização de jogos com a perspectiva de preparação dos jovens para a vida adulta. Segundo Furtado (2008): A natureza da pedagogia apresentada por Platão não era apenas teórica. Ele pretendia demonstrar que a educação seria uma forma de permitir que o indivíduo atingisse a plenitude humana, na vida coletiva ou no Estado. Assim, ele entendia que os primeiros anos de formação da criança deveriam ser ocupados por jogos educativos e sugeria jogos lúdicos em vez de exercícios pesados para não prejudicar o corpo das crianças em seu desenvolvimento normal, para que fossem habituadas a compreenderem e descobrirem as tendências naturais de cada um. De acordo com Kishimoto, apud Soares e Cavalheiro (2006) o jogo educativo tem duas funções. A primeira é a função lúdica, propiciando diversão e o prazer quando escolhido voluntariamente. A segunda é a função educativa, ensinando qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber e sua compreensão de mundo. Podemos então simplificar a definição de jogo educativo como uma ferramenta didática que possui uma natureza dupla, ensinar e divertir. Retomemos então o questionamento de Luckesi (2002) a respeito de o que é o jogo para quem o vivencia? Se considerarmos o jogo como uma atividade voluntária e livre conforme citado por Huizinga (1938) e o jogarmos pelo simples ato de jogar e nos entreter, a natureza da atividade lúdica será essencialmente a diversão.

15 O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento e tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da vida quotidiana. (HUIZINGA, 1938). Entretanto, não podemos negar a natureza educativa do jogo, uma vez que ao ditar regras e estabelecer um espaço delimitado de atuação age reavivando inconscientemente nos indivíduos participantes um sentimento de aquisição de postura e aceitação das regras de conduta da atividade na qual estão inseridos, onde se estabelece um processo educativo presente na atividade independentemente da sua finalidade. Por tanto, não podemos restringir a função educativa do jogo somente aos jogos educativos e sim compreender a forma de atuação dessa função no ato de jogar. Dessa maneira, o jogo pode servir como meio capaz de fomentar essa aprendizagem de uma maneira significativa ao dar a possibilidade do participante recriar-se, reorganizando e hierarquizando os conceitos abordados na atividade lúdica. 2.4. O Ensino de Química e atividades lúdicas Vários estudos e pesquisas mostram que o Ensino de Química é, em geral, tradicional, centralizando-se na simples memorização e repetição de nomes, fórmulas e cálculos, totalmente desvinculados do dia-a-dia e da realidade em que os alunos se encontram. A Química, nessa situação, torna-se uma matéria maçante e monótona, fazendo com que os próprios estudantes questionem o motivo pelo qual ela lhes é ensinado, pois a química escolar que estudam é apresentada de forma totalmente descontextualizada. Por outro lado, quando o estudo da Química faculta aos alunos o desenvolvimento paulatino de uma visão crítica do mundo que os cerca, seu interesse pelo assunto aumenta, pois lhes são dadas condições de perceber e discutir situações relacionadas a problemas sociais e ambientais do meio em que estão inseridos, contribuindo para a possível intervenção e resolução dos mesmos. (SANTANA, 2006).

16 Uma proposta que contribui para a mudança desse ensino tradicional é a utilização de jogos e atividades lúdicas. O uso dessas atividades no Ensino de Ciências ou de Química é recente, tanto nacional como internacionalmente. Russel (1999), em extensa revisão bibliográfica, descreve artigos que utilizam jogos para ensinar nomenclatura, fórmulas e equações químicas, conceitos gerais em Química (massa, propriedades da matéria, elementos químicos e estrutura atômica, soluções e solubilidade), Química Orgânica e Instrumentação. O jogo mais antigo descrito pela autora data do ano de 1935, em um total de 73 artigos, que se distribuem entre apenas 14 autores. De acordo com Soares (2004), trabalhos ausentes da revisão de Russel (1999), inclusive os da própria autora, apresentam jogos relacionados aos conceitos de ácidos e bases e, também, há um jogo de tabuleiro para se discutir tabela periódica. As atividades lúdicas, no ensino Fundamental e Médio, são práticas privilegiadas para a aplicação de uma educação que vise o desenvolvimento pessoal do aluno e a atuação em cooperação na sociedade. São também instrumentos que motivam, atraem e estimulam o processo de construção do conhecimento, podendo ser definida, de acordo com Soares (2004), como uma ação divertida, seja qual for o contexto lingüístico, desconsiderando o objeto envolto na ação. Se há regras, essa atividade lúdica pode ser considerada um jogo. A promoção do conhecimento e a formação de cidadãos comprometidos com os princípios sociais têm quebrado paradigmas, visando incorporar ao ensino, atividades que promovam o desenvolvimento de habilidades necessárias às práticas educacionais da atualidade (MESQUITA & MEDEIROS, 2006). Segundo Santana (2007) essas atividades oportunizam a interlocução de saberes, a socialização e o desenvolvimento pessoal, social e cognitivo. São notórias as dificuldades no processo de ensino-aprendizagem de Química. Os professores encontram-se atrelados a uma metodologia tradicional e os alunos costumam ter aversão aos conteúdos desta disciplina, por considerá-los de difícil compreensão. Isso nos leva a uma busca incessante por alternativas que possam reverter ou modificar essa realidade, para tanto, muitos estudos têm sido realizados, com o objetivo de encontrar essas alternativas que possam melhorar o ensino de Química (WANDERLEY et al, 2005). Para tanto, é necessário que todos estejam empenhados em alcançar resultados positivos e significativos para a educação. Professor, alunos e a

17 comunidade escolar como um todo, são sujeitos que devem participar ativamente do processo de ensino-aprendizagem, pois sabe-se que existem dificuldades, desmotivação e pouco incentivo, mas isso não pode ser um empecilho na busca para melhorar o ensino (SOUZA & FALCONIERI, 2006). Como forma de melhorar a assimilação e conseqüentemente a aprendizagem, propõe-se a aplicação de metodologias alternativas para o ensino de química que possam inserir professores e alunos numa discussão no que diz respeito às relações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente (SILVA & OLIVEIRA, 2008). O uso do lúdico pode ser uma maneira de despertar o interesse do aluno pela Química e também pode funcionar como meio de transformação deste aluno em termos sociais, direcionando-o a uma vida integrada com a sociedade, comprometidos com os valores sociais e os princípios de solidariedade (BARBOSA & JÓFILI, 2004). Portanto, pretende-se apresentar a professores e alunos, um caminho praticamente desconhecido apesar do seu poder de aplicabilidade, os jogos como abordagem de conhecimento químico sendo incorporada como estratégia de ensino de forma a facilitar o processo de ensino-aprendizagem em química. 2.5. Jogos que podem ser utilizados em sala de aula 2.5.1. Super Trunfo de Química O jogo Super Trunfo da Tabela Periódica foi desenvolvido baseado no jogo de cartas comercialmente existente chamado Super Trunfo, que são encontrados em diversas formas e assuntos diferentes, inclusive com alguns tópicos de biologia. Dessa forma, utilizando-se essa estrutura, foi desenvolvido um jogo Super Trunfo com cartas tendo como tema central a Tabela Periódica dos elementos químicos (Figura 1), promovendo, assim, uma abordagem diferente do assunto aos alunos do Ensino Médio e Fundamental (GODOI et al; 2010).

18 Figura 1: Carta do jogo super trunfo da tabela periódica. Fonte: (Química nova na Escola, 2010). 2.5.2. Soletrando o Br-As-I-L com Símbolos Químicos Segundo Mariscal (2009) a memorização dos nomes e símbolos dos elementos químicos sempre foi uma tarefa aborrecida para o estudante por tratar-se de um grande número de termos sem uma aplicação prática na sua vida cotidiana. No entanto, a aprendizagem dos elementos químicos e da tabela periódica constitui uma parte muito importante dos programas de Química no Ensino Médio. O conhecimento do sistema periódico é fundamental na escola, por isso, deve-se começar a trabalhar desde essa etapa educativa tanto os nomes como os símbolos químicos dos elementos mais importantes. De acordo com Mariscal (2009), nesse marco teórico, o objetivo deste jogo é a apresentação das possibilidades didáticas que tem o emprego de um material educativo inovador, que permite praticar e aprender os elementos químicos, ao se utilizar da geografia do Brasil. O professor deve apresentar o mapa do Brasil junto com os países que fazem fronteiras e um texto, como demonstra a Figura 2.

19 Figura 2: Mapa do Brasil. Fonte: (Química nova na Escola, 2009). Brasil faz fronteira a norte com a _ E Z _ E (vanádio, neônio, urânio, lantânio), a G A (sódio, iodo, urânio), o _ E (nitrogênio, amerício, iodo, enxofre, urânio) e com o departamento ultramarino da G A _ A (enxofre, cério, nitrogênio, rádio, flúor, sódio, iodo, urânio); a sul com o _ G _ A _ (urânio, iodo, rutênio); a sudoeste com a _ (titânio, nitrogênio, sódio, argônio, germânio) e o A _ (iodo, fósforo, urânio, argônio, prata); a oeste com a A (boro, lítio, iodo, oxigênio) e o (fósforo, urânio, érbio) e, por fim a noroeste com a L _ M A (oxigênio, bismuto, cobalto). A atividade consiste em identificar, no mapa, o nome de cada país, a partir do conjunto de elementos químicos que contribuem como pista. Para isso, o aluno deve seguir estes passos: 1. Identificam-se os símbolos dos nomes dos elementos químicos que aparecem em cada país. Em caso de dúvida, pode-se consultar uma tabela periódica; 2. Uma vez identificados, colocam-se esses símbolos ordenadamente sobre as linhas em branco até que se possa ler o nome de cada país. Alguns símbolos químicos podem aparecer repetidos. Como ajuda, colocam-se algumas letras adicionais em vários países. O professor pode utilizar textos sobre os estados e cidades brasileiras, despertando o interesse do aluno não só para química, como também para a geografia.

20 2.5.3. Memória Orgânica O Memória Orgânica tem o mesmo princípio do jogo da memória, porém, os pares de cartões são formados por perguntas e respostas, sendo que os versos dos cartões de pergunta apresentam cor distinta dos versos dos de respostas. Essas perguntas referem-se aos compostos orgânicos, abordando nomenclatura, propriedades, e sua presença em situações cotidianas ou peculiares. Os cartões são dispostos de tal maneira que o verso dos cartões de perguntas fique ao lado do verso dos de respostas (WATANABE & RECENA; 2008). Segundo Watanabe & Recena (2008), as respostas contemplam a(s) função (ões) orgânica(s) respectivas às perguntas. Foi elaborado um total de 22 pares de cartões, com funções orgânicas discutidas no ensino médio. O jogo é uma ferramenta didática para ser aplicado em sala de aula, com tempo de execução de no máximo 40 minutos, incluindo a explicação das regras por parte do professor, bem como a organização do espaço físico das cadeiras e carteiras. Regras De acordo com Watanabe & Recena (2008), inicialmente, define-se a ordem dos jogadores. O recomendado é a formação de grupos de quatro alunos, no máximo. O jogador, primeiramente, vira um cartão de pergunta e lê o conteúdo em voz alta, para os demais participantes. Em seguida, ele vira um cartão de resposta, sempre com o intuito de buscar a resposta correta à pergunta, no sentido de formar o maior número de pares possíveis de perguntas e respostas. Em caso de discordância entre a pergunta e a resposta, os cartões voltam ao seu lugar com o verso para cima, dando sequência ao próximo jogador. O vencedor será aquele que adquirir, no decorrer do jogo, o maior número de pares. É válido ressaltar que, ao término da partida, os pares deverão ser analisados dentre os participantes, verificando se o par formado está correto. 2.5.4. Bingo Químico Confecção do jogo Segundo Santana (2006), foram selecionados 60 elementos da tabela periódica para serem utilizados no bingo, possuindo, em cada cartela, 30 elementos

21 escolhidos de forma aleatória. As cartelas possuem apenas os símbolos dos elementos. Os materiais utilizados na construção das cartelas foram: Cartolina Guache colorida para servir de base para as cartelas do bingo, papel ofício ou cartão para imprimir as cartelas, fita dupla face, para fixar as cartelas em sua respectiva base, plástico transparente (papel contact) para plastificar as cartelas, tesoura, computador e impressora (SANTANA; 2006). Tornou-se necessário a confecção de 60 peças dos elementos químicos para serem sorteadas no bingo. Nessas 60 peças, que eram para serem utilizadas no sorteio, existiam os nomes e símbolos dos elementos. Os materiais utilizados para a confecção dessas peças foram, emborrachado EVA, na forma arredondada, tesoura para contar o emborrachado, papel cartão ou ofício para imprimir as 60 peças, fita dupla face para melhor fixação do papel no emborrachado, um saco ou uma caixa para guardar as peças. (SANTANA; 2006) Regras De acordo com Santana (2006), é distribuída uma cartela para cada aluno, em seguida, o professor sorteia os símbolos químicos. O jogo acaba quando um aluno preencher, completamente, uma cartela, e esta for conferida pelo professor. 2.5.5. Bingo Atômico O jogo bingo atômico foi desenvolvido pelo Prof. Dr. Marcos Nobre e aborda o tema sobre a tabela periódica. Composição do Jogo Os jogos são compostos por cartelas como a do bingo tradicional, só que ao invés de números, a cartela é composta com elementos da tabela periódica, e por fórmulas inorgânicas. Também possui 40 cartões. Cada cartão possui cinco dicas sobre os elementos da tabela periódica e sobre as funções inorgânicas.