Inquérito Civil n.º COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO MINUTA



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Parágrafo único. A instalação dos equipamentos e mobiliários referidos no art. 2º desta Lei deverá respeitar o direito à paisagem.

Transcrição:

Inquérito Civil n.º COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO MINUTA Aos xx dias do mês de xxx de 2009, nas dependências da Promotoria de Justiça de XXXXXXXXX, localizada na Av., n.º xxx, xxxxxxxxx/rs, O MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO GRANDE DO SUL, na pessoa do Promotor de Justiça Dr. xxxxxxxxxxxxxxxxx, da Promotoria de Justiça de XXXXXXXXXX, doravante denominado Compromissário; e O MUNICÍPIO DE xxxxxxx, pessoa jurídica de direito público, CNPJ n. XXX, com sede na XXX, RS, representado pelo(a) Prefeito(a) Municipal, Sr(a). XXX, e pelo Procurador(a)-Geral do Município, Dr(a). XXX, ora denominado Compromitente; Considerando a previsão do artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil, de que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações ; Considerando que a Constituição da República, em seu artigo 23, define ser de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outros deveres, os de proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas (inciso VI) e de promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico (inciso IX); Considerando que o artigo 30, inciso VIII, da Constituição da República, estatui ser de competência dos Municípios promover, no que couber, adequado

ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano, e que o artigo 182 da Carta Magna define que a política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes ; Considerando que a Lei n 10.257/2001 (Estatuto da Cidade), editada para dar concreção aos preceitos da política urbana contidos nos arts. 182 e 183 da Constituição Federal, consagra o direito a cidades sustentáveis e, ao conceituá-lo, agrega o saneamento ambiental (ou saneamento básico) como um de seus elementos constitutivos (art. 2, inciso I); Considerando que o saneamento básico ou ambiental é citado pelo Estatuto da Cidade de forma explícita (arts. 2, inciso I, e 3º, inciso III), bem como implicitamente, quando alude a equipamentos urbanos ou infra-estrutura urbana (arts. 2, incisos V e VI, c, 26, inciso V, 35, inciso I, e 37, inciso II); Considerando que a Lei n 6.766/1979 (Lei do Parcelamento do Solo Urbano) considera urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos e coleta de águas pluviais (art. 5º, parágrafo único), e inclui no conceito de infra-estrutura básica de um loteamento os equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, redes de esgoto sanitário e de abastecimento de água potável (art. 2º, parágrafo 5º, com redação dada pela Lei n.º 9.785/1999); Considerando que a Lei nº 9.605/1998 (Lei dos Crimes Ambientais), em seu art. 54, prevê tipificação criminal para a provocação de poluição de qualquer natureza, inclusive dos recursos hídricos, evidenciando o repúdio da ordem jurídica nacional à tal procedimento, bem como a necessidade de se combater energicamente o descarte de esgotos não tratados no meio natural; Considerando que a Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, em seu

artigo 250, ratifica que o meio ambiente é bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, cabendo a sua proteção a todos os órgãos do Estado, além de estatuir, no parágrafo 2 desse artigo, que o causador de poluição ou dano ambiental será responsabilizado e deverá assumir ou ressarcir ao Estado, se for o caso, todos os custos financeiros, imediatos ou futuros, decorrentes do saneamento do dano. Considerando que a Constituição Estadual, na Seção II, do Capítulo III, que trata do Saneamento Básico, dispôs em seu art. 247 que o saneamento básico é serviço público essencial e, como atividade preventiva das ações de saúde e meio ambiente, tem abrangência regional. 1º - o saneamento básico compreende a captação, o tratamento e a distribuição de água potável; a coleta, o tratamento e a disposição final de esgotos cloacais e do lixo, bem como a drenagem urbana. 2º - é dever do Estado e dos Municípios a extensão progressiva do saneamento básico a toda população urbana e rural, como condição básica da qualidade de vida, da proteção ambiental e do desenvolvimento social. Considerando a entrada em vigor da Lei n 11.445, de 05 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, impondo ao titular desse serviço público formular política pública de saneamento básico, mediante elaboração de plano de saneamento básico (arts. 9º e 19), dentre outras medidas; Celebram o presente COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO com as seguintes cláusulas: I PLANO DE SANEAMENTO BÁSICO MUNICIPAL CLÁUSULA PRIMEIRA: O Compromitente assume OBRIGAÇÃO DE FAZER, consistente em elaborar, diretamente ou por delegação, e apresentar ao Compromissário, no prazo de XXX a contar desta data, Plano de Saneamento Básico Municipal, elaborado por profissionais técnicos habilitados, com emissão da respectiva ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), observadas as disposições da Lei n 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Tal plano deverá conter, no mínimo, diagnóstico completo da situação da zona urbana do Município no

que concerne ao abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, bem como estipular objetivos e metas de curto, médio e longo prazo para a implementação das soluções de todas as irregularidades e problemas detectados; estabelecer programas, projetos e ações necessárias para o atingimento dos objetivos e metas, com seus respectivos prazos de execução; prever ações para emergências e contingências, bem como mecanismos e procedimentos para avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas. PARÁGRAFO PRIMEIRO: Caso o Compromitente opte pela delegação da elaboração do Plano de Saneamento Básico Municipal, assume a OBRIGAÇÃO DE FAZER consistente em formalizar o respectivo instrumento contratual, no prazo de XXXXXX, a contar desta data, observadas as formalidades e requisitos legais pertinentes; PARÁGRAFO SEGUNDO: Quanto ao esgotamento sanitário, o plano supramencionado deverá especificar todas as medidas necessárias para implementação da coleta, tratamento e destinação final adequada dos esgotos sanitários (águas negras e cinzas) na zona urbana, de modo a evitar poluição do meio ambiente e danos à saúde pública, estabelecendo cronograma de atividades que priorize a solução das situações de maior risco ambiental e/ou epidemiológico diagnosticadas, e definindo o responsável pela implementação de cada uma dessas medidas (o Município ou empresa concessionária de serviço público, mediante formalização do devido instrumento contratual); PARÁGRAFO TERCEIRO: Para a concepção do Plano de Saneamento Básico Municipal, o Compromitente valer-se-á, obrigatoriamente, de instrumentos de gestão democrática, que oportunizem a participação popular e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade. II FISCALIZAÇÃO DOS SISTEMAS INDIVIDUAIS CLÁUSULA SEGUNDA: a título de ação emergencial, visando a mitigação dos

impactos ambientais e sanitários dos despejos de esgotos sem tratamento, o compromitente assume as seguintes OBRIGAÇÕES DE FAZER: a) exercer poder de polícia administrativa quanto a existência, regular funcionamento e eficiência dos sistemas individuais de tratamento de esgotos sanitários nas unidades residenciais e comerciais situadas na zona urbana do Município, realizando vistorias, promovendo notificações, lavrando autos de infração e aplicando todas as sanções administrativas cabíveis para compelir os responsáveis pelo despejo irregular de esgotos a adequarem suas instalações à legislação e às normas técnicas em vigor; b) requerer, judicialmente, através de ação cominatória positiva, que sejam instalados fossa séptica, filtro anaeróbio (ou biológico) e sumidouro, para aqueles casos em que as providências administrativas não surtirem o efeito desejado, sob pena de fechamento do ponto de lançamento de esgoto clandestino; c) apresentar ao Compromissário, a cada 06 (seis) meses a contar desta data, relatórios circunstanciados das providências administrativas adotadas para o cumprimento da obrigação assumida na alínea anterior, devidamente instruído com documentação pertinente (laudos de vistoria, fotografias, notificações, autos de infração etc.), durante o período inicial de 02 (dois) anos. PARÁGRAFO PRIMEIRO: as fossas sépticas deverão ser construídas segundo a NBR 7229 (Norma Brasileira Registrada, da Associação Brasileira de Normas Técnicas). PARÁGRAFO SEGUNDO: a fossa séptica, o filtro anaeróbico e o sumidouro, deverão ser projetados e construídos sob orientação técnica de profissional legalmente habilitado (arquiteto ou engenheiro civil), devendo constar obrigatoriamente os seguintes requisitos: a) a fossa séptica deve ser construída em área livre, na frente do imóvel, sobre o recuo de jardim, para facilitar a conexão à futura rede de esgoto cloacal, ressalvada a hipótese de fossa séptica já existente;

b) a fossa deve estar afastada de construções, de divisas do terreno e cano de entrada de água em pelo menos 1,50 metros; c) a fossa deve estar afastada de árvores e de rede pública de abastecimento de água em pelo menos 3,00 metros; d) a fossa deve estar afastada de poços de água, arroios, riachos, banhados, etc., em pelo menos 30,00 metros, respeitando às áreas de preservação permanente; e) a fossa pode ser redonda ou retangular, com as seguintes medidas internas mínimas: profundidade 1,20 m; diâmetro 1,10 m; largura 0,80 m. Nas fossas retangulares o comprimento deverá ser no mínimo 2 vezes maior que a largura, e no máximo 4 vezes; f) a fossa deve ter sua base (fundo) executado em concreto armado. As paredes, se não forem de concreto, deverão ser rebocadas internamente; g) a fossa deve ter tampa(s) com largura mínima de 0,60 m. A tampa é necessária para vistorias e limpeza periódica do lodo acumulado. Deve estar no nível do terreno e à vista; h) águas pluviais (da chuva) não podem ser ligadas ao esgoto cloacal; i) também não se admite ligar os efluentes da fossa ao esgoto pluvial; CLÁUSULA TERCEIRA: O Compromitente assume a OBRIGAÇÃO DE NÃO- FAZER consistente em abster-se de conceder habite-se às edificações situadas no perímetro urbano sem aferir previamente, mediante vistorias in loco devidamente documentadas, realizadas no curso da execução das obras, a regular instalação e funcionamento dos sistemas individuais de tratamento de esgotos sanitários, bem como a adequada destinação final desses efluentes, em conformidade com o que dispõem a legislação e as normas técnicas pertinentes em vigor. CLÁUSULA QUARTA: As famílias em situação de vulnerabilidade social e/ou de baixa renda, assim definidas pela Secretaria Municipal de Habitação, considerando que a instalação dos sistemas de fossa séptica requer orientação técnica especializada (arquiteto ou engenheiro civil), serão atendidas pelo MUNICÍPIO com a construção da fossa séptica, filtro anaeróbico (ou biológico) e sumidouro, no mesmo prazo previsto na CLÁUSULA SEGUNDA, alínea c, para a

apresentação do primeiro relatório. III LIGAÇÃO AOS SISTEMAS COLETIVOS CLÁUSULA QUINTA: O Compromitente assume OBRIGAÇÃO DE FAZER consistente em encaminhar, no prazo de xxx dias, projeto de lei visando a obrigatoriedade do proprietário do imóvel a ligá-lo a rede de esgoto, caso esteja disponível, sob pena de adoção de medida coercitiva a ser estipulada na lei. CLÁUSULA SEXTA: Em relação às redes de esgoto já existentes, o Compromitente assume OBRIGAÇÃO DE FAZER consistente em notificar, no prazo de 30 dias, todos os proprietários dos imóveis abrangidos por ela para fazer a ligação no prazo de xxxxx dias. CLÁUSULA SÉTIMA: Em relação às novas redes de esgoto, o Compromitente assume OBRIGAÇÃO DE FAZER consistente em notificar, no prazo de 30 dias a contar da conclusão da rede, todos os proprietários dos imóveis abrangidos por ela para fazer a ligação no prazo de xxxxxx dias. CLÁUSULA OITAVA: Caso não haja a comprovação da ligação à rede de esgoto no prazo assinalado após a notificação prevista nas CLÁUSULA SEXTA E SÉTIMA, o Compromitente assume OBRIGAÇÃO DE FAZER, consistente em aplicar a legislação municipal, promovendo notificações, lavrando autos de infração e aplicando todas as sanções administrativas cabíveis. PARÁGRAFO PRIMEIRO: Se as providências administrativas não surtirem o efeito desejado, o Compromitente assume OBRIGAÇÃO DE FAZER, consistente em requerer judicialmente, por meio de ação cominatória positiva, que o imóvel em questão faça a ligação à rede de esgoto. PARÁGRAFO SEGUNDO: Enquanto não houver Lei Municipal, o Compromitente aplicará as cominações previstas na Lei Federal nº 6.437/1977.

IV - DISPOSIÇÕES GERAIS CLÁUSULA NONA: o presente ajustamento de conduta será preliminar e parcial, tendo em vista a necessidade de ulterior pactuação complementar quanto aos prazos para a efetiva implantação do Plano de Saneamento Básico Municipal, conforme sua complexidade e o montante de investimentos que se fizerem necessários para o cumprimento das metas, caso o Compromitente não providencie formalmente a delegação dos serviços necessários para tanto, nos termos da legislação aplicável (notadamente das Leis Federais n 8.666/93, n 8.987/95, e n 11.445/2007), em até 06 (seis) meses após a apresentação do Plano de Saneamento Básico Municipal ao Ministério Público. CLÁUSULA DÉCIMA: O cumprimento das obrigações aqui assumidas não dispensa o Compromitente de satisfazer quaisquer exigências previstas na legislação federal, estadual ou municipal, tampouco de cumprir as imposições de ordem administrativa concernentes às atividades que exerce. Promotor de Justiça. Prefeito(a) de XXX Municipal Procurador(a)-Geral Município de XXX do