ANÁLISE DO POTENCIAL GENOTÓXICO E MUTAGÊNICO DA Luffa operculata Cong.

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Transcrição:

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA MEC UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ UFPI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PRPPG Coordenadoria Geral de Pesquisa CGP Campus Universitário Ministro Petrônio Portela, Bloco 06 Bairro Ininga Cep: 64049-550 Teresina-PI Brasil Fone (86) 215-5564 Fone/Fax (86) 215-5560 E-mail: pesquisa@ufpi.br; pesquisa@ufpi.edu.br ANÁLISE DO POTENCIAL GENOTÓXICO E MUTAGÊNICO DA Luffa operculata Cong. Dailane de Sousa Moura (bolsista ICV/UFPI), Elisângela Cláudia Alves de Oliveira (Orientadora, CAFS, UFPI). INTRODUÇÃO As plantas medicinais foram descobertas pelo homem por meio da procura por alimentos e desde então, foram utilizadas empiricamente para o tratamento de diversas patologias (RODRIGUES, 2011). O uso de plantas no tratamento e na cura de enfermidades, portanto, é tão antigo quanto à própria origem das civilizações, sendo relatadas em praticamente todas as populações conhecidas. Apesar dos grandes avanços observados na medicina moderna, as plantas medicinais ainda desempenham importante papel na saúde mundial (VEIGA et al 2008) e simbolizam às vezes, o único recurso de muitas comunidades e etnias. Ainda hoje em regiões pobres e até mesmo nas grandes cidades, elas são comercializadas em feiras livres e mercados populares, sendo também facilmente encontradas em jardins ou quintais residenciais. No Brasil, pesquisas demonstram que 91,9% da população fazem uso de alguma planta medicinal, sendo que 46% inclusive mantêm o cultivo caseiro destas plantas (ETHUR et al 2011). Dessa forma, a população mantém a prática do consumo de plantas e fitoterápicos, tornando válidas as informações terapêuticas que foram sendo acumuladas durante séculos (SOARES, 2006). De acordo com Rodrigues (2011) alguns dos principais problemas na utilização de plantas medicinais e fitoterápicos é a crença de que produtos de origem vegetal são isentos de reações adversas e efeitos tóxicos, além do que, a escolha de uma terapia baseada em plantas medicinais é quase sempre sem orientação médica. A Luffa operculata, conhecida popularmente como cabacinha, é uma dicotiledônea trepadeira da família Cucurbitaceae, muito utilizada pela população para o tratamento de rinites e sinusites e como abortiva. Alguns estudos de toxicidade foram realizados com a L. operculata, entretanto, nenhum conclusivo quanto ao seu exato mecanismo de ação. MATOS (2000) cita a espécie L. operculata como responsável por intoxicações graves e sintomas que incluem diarréia, vômitos, bradicardia. O mesmo autor relaciona a toxicidade da espécie com a presença de saponinas e cucurbitacinas, referindo-se a estas substâncias como inflamatórias (MATOS, 2000).

Este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial genotóxico, mutagênico e citotóxico da espécie L. operculata, através do sistema teste Allium cepa, e do Bioensaio com Artemia salina. Realizou-se também a caracterização fitoquímica da infusão do fruto da espécie Luffa operculata para a identificação dos metabólitos secundários presentes, a fim de correlacioná-los com seus possíveis efeitos toxicológicos. METODOLOGIA As concentrações estabelecidas para os todos os experimentos foram de 1; 5; 10; e 20 mg/ml de acordo com OLIVEIRA, 2000. O sistema teste Allium cepa foi utilizado para detectar a possível atividade genotóxica e mutagênica da Luffa operculata. Este teste consistia em tratar bulbos de cebolas com as concentrações da infusão da Luffa operculata em ausência de luz. Decorridas 48 horas de tratamento, as raízes eram removidas e fixadas em solução Carnoy por 24hs e estocadas em Álcool 70%. Os meristemas eram lavados em água destilada, seguida de hidrólise com HCl1N por 12 min,seguido de outra lavagem. As raízes eram transferidas para o reativo Schifft, por aproximadamente 2 horas e posteriormente lavadas em água destilada para a preparação das lâminas. Para a coloração da amostra, era adicionada uma gota de carmim acético 2% cobrindo-as com lamínulas. As lâminas preparadas eram analisadas em microscópio óptico em um aumento de 400X. No Bioensaio de Toxicidade em larvas de Artemia salina, cistos eram colocados em uma solução salina, sob iluminação e aeração constante, durante 48 horas. Em seguida, os náuplios eclodidos eram separados e 10 larvas de Artemia salina eram transferidas para os tubos de ensaio com as concentrações de 1 mg/ml; 5 mg/ml; 10 mg/ml; 20 mg/ ml. As larvas eram expostas às soluções da infusão da Luffa operculata por 24horas e após este período era feita a análise e contagem das larvas mortas em vidro relógio. Também foi realizada análise fitoquímica qualitativa dos extratos com a utilização de padrões e reveladores específicos para alcalóides, saponinas, flavonóides, taninos, quinonas, terpenos e/ou esteróis e cumarinas. Posteriormente a análise fitoquímica quantitativa de fenóis e flavonóides. O teor de fenóis foi medido no comprimento de onda (λmáx) 750nm, usando uma curva analítica de ácido gálico e o teor de flavonóides totais foi medido no comprimento de onda (λmáx) 510nm, usando uma curva analítica de rutina. A absorbância obtida em ambos os casos foi aplicada na equação da reta. Todos os ensaios foram realizados em triplicatas e repetidos ao menos duas vezes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Nos experimentos realizados com o teste Allium cepa, o valor do índice mitótico, o tamanho das raízes e a presença de aberrações cromossômicas apresentaram alterações significantes na concentração de 1 e 5 mg/ml em relação ao controle negativo. Nas concentrações de 1 e 5 mg/ml observou-se um largo espectro de aberrações cromossômicas, desde atrasos e fragmentos cromossômicos até cromossomos soltos e pontes. embora os efeitos tenham sido mais acentuados para a menor concentração. Para as concentrações de 10mg/ml e 20 mg/ml não observou-se o crescimento radicular em A. cepa. A infusão da L. operculata nestas concentrações deve apresentar alta toxicidade celular à raiz, impedindo o crescimento ou desenvolvimento das mesmas. Portanto, após a análise das aberrações cromossômicas induzidas pela L. operculata no sistema Allium cepa, os resultados demonstram uma forte atividade genotóxica e clastogênica da espécie L. operculata nas concentrações analisadas, já que a espécie também resulta em lesões do tipo quebras cromossômicas. Como não foi identificada a presença de micronúcleos nas células meristemáticas dos bulbos de Allium cepa analisadas após o tratamento com a Luffa operculata nas concentrações de 1 e 5mg/ml, considera-se que esta espécie não apresente atividade mutagênica neste ensaio. Os resultados obtidos podem ser corroborados por Medeiros (1982) que utilizou a infusão de L. operculata em diversos sistemas biológicos como Aspergillus nidulans e análise citogenética em ratos Wistar nas concentrações de 1, 5 mg/ml e 4, 8; 16; 32 e 64 mg/kg, respectivamente. Este autor observou uma diminuição do índice mitótico das células tratadas, presença de anáfases atípicas, cromossomos soltos e quebras cromossômicas. Foram observadas também metáfases poliplóides. MEDEIROS (1982) Na análise da atividade citotóxica utilizando larvas de Artemia salina, observou-se a 100% de mortalidade das larvas em todas as concentrações testadas, ou seja, não houve qualquer crescimento de A. salina nas condições observadas. Diante desse resultado, sugerimos um elevado grau de toxicidade para a espécie L. operculata. no sistema empregado, o que corrobora os dados de citotoxicidade da espécie no sistema Allium cepa. Através da análise fitoquímica da infusão da Luffa operculata, foi possível detectar compostos fitoquímicos como taninos, triterpenos, alcalóides, flavonóides, saponinas e esteróides, porém ausência de cumarinas e quinonas. O valor obtido para flavonóides foi de 5,07 µg e o de compostos fenólicos foi 25,5 µg.

CONCLUSÃO Diante dos resultados obtidos neste trabalho, é possível concluir que a infusão da Luffa operculata, nas concentrações testadas é citotóxica, comprovada pela redução do Índice Mitótico e ausência de crescimento radicular no teste Allium cepa; é tóxica comprovada pelo bioensaio com Artemia salina; é genotóxica no teste de Allium cepa comprovada pela presença considerável de aberrações cromossômicas nas células meristemáticas da raiz; é não mutagênica no teste Allium cepa, comprovada pela ausência de micronúcleos nesse sistema; e é rica em compostos fitoquímicos como taninos, triterpenos, alcalóides, flavonóides, saponinas e esteróides, porém, ausente em cumarinas e quinonas.

REFERÊNCIAS ALMEIDA, A.E; CARDOSO, C.R.P; ALMEIDA, D.V; MOREIRA, R.R.D, SILVA, M; VARANDA, E. A. Mutagenic activity of glycoallkaloids from Solanum palinacanthum Dunal (Solanaceae) found in the Brazilian cerrado. Lat Am J Pharm. 2010. BRUNETON, J. Pharmacognosy: phytochemistry medicinal plants. 2. ed. Paris: Lauvoisier, 1999. MATOS, F.J. A. Plantas Medicinais: Guia de seleção e emprego de plantas usadas no nordeste do Brasil. 2a ed., Fortaleza: Imprensa universitária UFC, 2000. MEDEIROS, M.G. Possível Ação Mutagênica do Chá de Luffa operculata usado como abortivo na região Nordeste do Brasil. Tese de Mestrado-Ribeirão Preto-SP. 1982. MUELLER-HARVEY, I. & MCALLAN, A. B., 1992. Tannins: their bio chemistryand nutritional properties. Advances in Plant Cell Biochemis tryand Biotechnology. 1: 151 217. Manole, São Paulo, 1992. RODRIGUES, H.G,; MEIRELES, C.G et al. Efeito embriotóxico, teratogênico e abortivo de plantas medicinais. Revista Brasileira de Plantas medicinais, vol. 13, n.3 Bocatu 2011. SANTOS, F. J. B.; Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Piauí, Brasil, 2005; VEIGA JUNIOR, V. F.; PINTO, C. A.Medicinal plants: safe cure?quim. Nova, Vol. 28, No. 3, 519-528, 2008. PALAVRAS CHAVE Luffa operculata. Alium cepa. Artemia salina. Fitoquímica