Evolução dos cimentos provisórios durante o Tratamento



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Transcrição:

Evolução dos cimentos provisórios durante o Tratamento Endodôntico Development of provisional cements for endodontic treatment Chrystian Teoli Ruys*, Maria Letícia Borges Britto** *Aluno de Graduação do Curso de Odontologia da Universidade Cruzeiro do Sul **Professora Doutora do Curso de Especialização em Endodontia da Universidade Cruzeiro do Sul Descritores: Endodontia, CIMPAT, IRM, restauração provisória, selamento provisório, tratamento endodôntico. Introdução A maior preocupação na terapia endodôntica preconiza o combate a microorganismos pertencentes á flora endodôntica e a não recontaminação entre sessões. Especial importância tem sido dada ás restaurações coronárias sejam provisórios ou definitivos, pois o uso inadequado destas pode contribuir com o insucesso do tratamento endodôntico e até a não reparação de lesões quando existentes. Sendo assim a escolha e a utilização de um bom material provisório torna-se indispensável durante o tratamento. Os insucessos clínicos relacionados à microinfiltração poderiam ser reduzidos se houvesse materiais restauradores que selassem eficazmente a dentina, entretanto os materiais de uso odontológico não são inteiramente eficazes a este requisito, permitindo diferentes graus de infiltração

Esse material deve apresentar propriedades físico-químicas capaz de originar um bom vedamento marginal, estabilidade dimensional, adesividade e resistência mecânica durante aos esforços mastigatórios, bom selamento do próprio cimento (contra a porosidade); alterações dimensionais similares aquelas do dente, boa resistência à abrasão e compressão, resistência à corrosão, abrasão, compressão e infiltração, além de facilidade de inserção e remoção da cavidade, importantes para que o tratamento endodôntico obtenha sucesso. Existem diversos materiais temporários os a base de óxido de zinco e eugenol e sulfato de cálcio como o cavit, cimpat, coltosol, citodur e IRM entre outros cimentos a base de o cimento de policarboxilato e o ionômero de vidro e resinas fotopolimerizáveis como o Bioplic são utilizados na endodontia entre sessões ou quando o dente aguarda a restauração. Com esta diversificação de material é importante fazer um estudo da evolução da melhoria destes materiais seladores sejam usados sozinhos ou juntos para melhores resultados destes por meio de uma revisão da literatura. O propósito do presente estudo será o de realizar uma revisão da literatura analisando as propriedades dos cimentos provisórios utilizados na endodontia durante as fases endodonticas e quando obturado o sistema de canais radiculares quando aguarda a restauração definitiva.

Revisão de Literatura Fidel et al (1991) avaliaram in vivo o comportamento de três materiais seladores provisórios relacionando-os com as condições das cavidades endondônticas e concluiu que o cavit e o coltosol apresentaram-se superiores ao cimento de óxido de zinco e eugenol, em relação à resistência mecânica. Andrade et al (1996) relataram que a capacidade de selamento marginal do Clip, um novo material restaurador provisório fotopolimerizável, foi avaliada utilizando-se o corante azul-de-metileno, comparando-se a do Cimpat B e ao cimento de óxido de zinco e eugenol. Foram empregados 36 pré-molares superiores extraídos, que tiveram suas câmaras pulpares seladas com os materiais supracitados e submetidos à açäo do corante azul-de-metileno diluído em saliva artificial. As microinfiltraçöes foram mensuradas e submetidas à análise estatística. Os resultados apontaram que o restaurador fotopolimerizável Clip foi o mais eficaz no que concerne ao selamento hermético das cavidades. Polo et al. (1996) avaliaram a capacidade de vedamento cervical dos materiais temporários IRM, cimpat branco e a sua associação, e constataram que a capacidade de selamento do cimpat branco mostrou-se satisfatório. Ao observarem os espécimes preenchidos com IRM notaram infiltração em toda extensão da interface material/dente; já o grupo com selamento duplo houve a infiltração do corante na sua interface dente/irm e na junção dos dois materiais seladores

Bonetti Filho et al. (1998) analisaram comparativamente a capacidade seladora de cinco tipos de cimento provisório através da infiltração do corante azul-de-metileno, em ambiente normal e sob vácuo. Foram usados 100 dentes pré-molares em cavidades padronizadas e seladas com os materiais. Os dentes ficaram imersos no corante por 24 horas, em ambas as condições, permitindo, então, as análises das infiltrações. O vácuo possibilitou a eliminação de variáveis nas análises, uma vez que retirou os "bolsões de ar" das falhas do selamento. Foi constatado que a ordem do melhor selador para o menos eficiente com e sem vácuo foi: Lumicon, Coltosol, Pulpo San, IRM e Zoecim. Siqueira et al. (1999) afirmaram que a infiltração coronal pode ser uma causa importante do fracasso endodôntico. Salientaram que a recontaminação de canais pode ocorrer através de infiltração pelos materiais restauradores temporários ou permanentes: pela dissolução do selamento pela saliva; pela infiltração da saliva na interface material selador e parede do canal, e/ou entre material selador e guta percha, pela fratura da restauração do cimento temporária/permanente; ou pela demora em se restaurar permanentemente um dente tratado. Relataram ainda que quando o selamento coronal é perdido, os microorganismos e seus produtos podem invadir e recolonizar o sistema de canais, alcançando os tecidos perirradiculares através dos canais laterais ou das foraminas apicais, pondo desse modo em risco o resultado do tratamento. Fidel et al. (2000) avaliaram o grau de infiltração marginal de 9 materiais seladores provisórios utilizados por endodontistas, onde empregaram 90 dentes

humanos extraídos. Foram divididos em nove grupos: grupo I - Pulposan; grupo II - Po-li; grupo III - Coltosol; grupo IV - Cimento de Zinco (SS White); grupo V - Cimpat; grupo VI - Lee Smith; grupo VII - Cavit B; grupo VIII - Ci-Riv (cimento experimental de presa rápida); grupo IX - Vidrion R (SS White). Os grupos de prova foram impermeabilizados, corados com Rodamina B, selecionados em seu longo eixo e submetidos a 3 avaliadores calibrados. Os resultados foram tratados estatisticamente por ANOVA. Os autores concluíram que nenhum material desempenhou selamento hermético. Os que apresentaram menor grau de infiltraçäo marginal foram Pulposan e Cavit B. Vale et al. (2003) avaliaram o Citodur Hard original e umedecido o Citodur soft original e umedecido e o Cimpat Rosa. Os autores concluíram que todos os materiais estão indicados para uso clinico sendo que os umedecidos diminuem sua capacidade seladora. Cortez et al. (2003) compararam o selamento coronário do Bioplic, com Coltosol, IRM, selamento duplo com gutta-percha e IRM e selamento duplo com Coltosol e IRM. Os autores concluíram que o selamento coronário realizado com o Coltosol foi o mais eficiente seguido do vedamento conseguido com o Bioplic. Salazar-Silva et al. (2004), por meio de uma revisão da literatura buscaram estabelecer a importância do selamento cervical no sucesso do tratamento endodôntico, bem como subsidiar o clínico na escolha adequada do material a ser empregado. O uso de materiais temporários na endodontia é um fator importante para o sucesso do tratamento endodôntico. Nesse sentido, diferentes materiais

vêm sendo empregados, classificados como a base de óxido de zinco e eugenol reforçado, a base de óxido de zinco e eugenol e sulfato de cálcio e a base de resina composta fotopolimerizável, empregando-se também para esse fim a gutapercha o cimento de fosfato de zinco, o cimento de policarboxilato e o ionômero de vidro. Dentro destes materiais, os a base de óxido de zinco e eugenol e sulfato de cálcio, Cavit, Cimpat, Coltosol, Citodur, entre outros, mostraram melhor capacidade de vedamento, mas com pouca resistência aos esforços mastigatórios. Por tanto, sugere-se o selamento duplo como o procedimento de eleição para a prevenção da infiltração bacteriana. Novos estudos que levem ao estabelecimento definitivo das manobras técnicas prévias à inserção do material provisório, bem como ao estudo das propriedades físicas, químicas e biológicas destes materiais são necessários. Carvalho et al.(2005) estudaram a relação entre o selamento proporcionado pelo material temporário e o grau de infiltração marginal em diversos períodos de tempo (7, 14, 30, 90 dias). Os dentes foram divididos em 5 grupos, de acordo com o material selador empregado, e os grupos em 4 subgrupos, conforme o tempo de imersão em azul de metileno 2%: G1 (controle) û sem restauração provisória; G2 (controle) û sem impermeabilizante; G3 û selamento com Material Obturador Provisório Dentalville (MOPD); G4 selamento com IRM; e G5 û selamento com Vidrion R (VDR). Além disso, uma média de escores foi atribuída a cada subgrupo. Os dados foram submetidos ao teste de Kruskall-Wallis, mostrando diferença estatística entre os subgrupos. Frente aos

dados obtidos e nas condições estabelecidas para o presente estudo, concluímos que a ordem crescente de eficiência, quanto ao selamento, em todos os períodos de tempo, foi IRM, MOPD e VDR. Em relção ao MOPD, observou-se a absorção de corante pelo corpo da restauração. Marques et al. (2005) relataram que a utilização de materiais restauradores temporários entre sessões é um dos fatores que determina o sucesso ou o insucesso do tratamento endodôntico, uma vez que minimiza a percolação de bactérias, toxinas, e outros fluidos bucais para o interior do sistema de canais radiculares, bem como dificulta o escapamento de medicamentos colocados na câmara pulpar. O presente estudo teve por objetivo avaliar a capacidade seladora de quatro materiais restauradores temporários: Bioplic, Coltosol, Ionômero de Vidro e Resina Composta fotopolimerizável. Cavidades de acesso coronário padronizado (classe II) foram realizadas em quarenta e dois dentes pré-molares superiores humanos extraídos obtidos do Banco de Dentes Humanos da Faculdade de Odontologia da UFPE. Os espécimes foram restaurados temporariamente com os materiais estudados, termociclados a 125 ciclos de 5º a55ºc, com tempo de imersão de 15 segundos; após impermeabilização das raízes, foram corados em solução azul de metileno a 1 porcento. Todos os seladores testados apresentaram infiltração coronária, sendo que o Coltosol e o Bioplic apresentaram comportamento homogêneo no que se refere ao grau de infiltração (p>0,05) e foram considerados mais eficazes do que a Resina

Composta Híbrida e o Ionômero de Vidro, quando utilizados como material restaurador temporário. Cesar et al. (2006) relataram que o primeiro molar permanente em erupção é considerado um dente crítico, com risco de desenvolver cárie em sua superfície oclusal por apresentar esmalte imaturo, morfologia complexa, lento processo de erupção e localização posterior que dificulta o acesso para a higienização, favorecendo o acúmulo de biofilme bacteriano. No intuito de proteger a superfície oclusal desses dentes, a técnica do selamento provisório foi desenvolvida principalmente para crianças de alto risco à cárie ou que apresentam atividade de cárie com manchas brancas na região dos sulcos oclusais. O objetivo deste estudo foi verificar, com base na literatura, a aplicabilidade do cimento de ionômero de vidro (CIV) como selamento provisório de molares permanentes em erupção. Concluímos que o CIV pode ser aplicado para o selamento de fossas e fissuras de molares permanentes em erupção, que é uma técnica rápida, de fácil execução e baixo custo, apresentando bons resultados na prevenção da cárie nas superfícies oclusais desses dentes. Fachin et al (2007) avaliaram in vitro a capacidade seladora dos materiais restauradores provisórios Bioplic (bio-dinâmica), Cavit (3M), IRM (dentsply), Tempore (dfl), Coltosol (Vigodent) e Guta-percha (dentsply). Foram selecionados 120 dentes unirradiculares entre incisivos e caninos após a realização do acesso à câmara pulpar, os dentes foram impermeabilizados e divididos aleatoriamente em seis grupos. Cada grupo, composto por 20 dentes, foi selado com um dos tipos de

materiais a serem testados, e um grupo recebeu como selamento a guta-percha, representando o grupo controle. os materiais foram manipulados e inseridos na cavidade conforme instruções do fabricante e com espessura padronizada de 4 mm. as amostras foram imersas em solução de azul de metileno a 2% por um período de 24 horas. a microinfiltração marginal foi observada macro e microscopicamente e os diversos graus de infiltração receberam escores convencionados de 0 a 3. os resultados obtidos mostraram que existe diferença significativa entre os materiais testados, sendo que o Bioplic apresentou um excelente desempenho, mostrando-se superior aos demais materiais. O IRM demonstrou o pior comportamento, não apresentando diferença estatisticamente significativa com a guta-percha (grupo controle). Chaves et al. (2007) testaram in vitro a capacidade vedante de três materiais em forma de película seladora, aplicada sobre o terço cervical das obturações e assoalho da câmara pulpar, imediatamente pós-obturação de canais radiculares, visando prevenir a microinfiltração coronária, através da interface parede dentinária / material obturador do canal radicular. Utilizou-se de quarenta molares humanos com raízes completamente formadas, os canais radiculares instrumentados pela técnica de Oregon, irrigados com solução de hipoclorito de sódio a 0,5% e obturados pela técnica clássica de condensação lateral. Após a limpeza da câmara pulpar e das superfícies dentais, impermeabilizaram-se coroas e raízes com a utilização do esmalte para unhas incolor. Os dentes foram divididos aleatoriamente em quatro grupos de dez dentes, sendo um grupo controle e três

grupos experimentais. Diferentes materiais foram aplicados sobre o assoalho da câmara pulpar e terço cervical das obturações de cada grupo experimental: G1- Super Bonder; G2- Esmalte para unhas; G3- Primer & Bonder 2.1; e G4- nenhum material foi aplicado. Logo após aplicação, os elementos dentários foram termociclados e imersos na tinta Nankin por um período de cinco dias. Em seguida foram então lavados, secos e o esmalte para unhas aplicado superficialmente, removido. Os espécimes foram então descalcificados, desidratados e diafanizados sendo, posteriormente, examinados por três examinadores previamente calibrados. Os resultados, após testes estatísticos, segundo técnica descritiva e inferencial (Kruskal-Wallis e Comparação Pareada), determinaram que não houve diferença estatisticamente significante entre os três materiais. Os produtos, esmalte para unhas e Super Bonder mostraram-se estatisticamente superiores ao grupo controle. Kampfer et al. (2007) realizaram um estudo para avaliar a infiltração de Enterococcus faecalis provenientes de certos tipos de alimentos (como alguns tipos de queijo) em obturações temporárias feitas com Cavit W (4mm e 2mm de material na cavidade) em ambiente oral simulado. Foi concluído que uma dieta que inclua tais tipos de alimento contendo esses microorganismos leva os mesmos a entrar no canal radicular através da microinfiltração coronária através do selamento provisória, devido ao tempo de permanecia do microorganismo em contato com o cimento. Concluiu-se também que uma obturação contendo 4mm

de material obturador é significativamente mais eficaz no vedamento marginal coronário. Malmegrin et al. (2008) compararam a capacidade seladora do Bioplic, através da solução de azul de metileno a 2%. A câmara pulpar foi preenchida primeiramente com um bolinha de algodão e posteriormente com 5mm de material restaurador provisório. Os dentes foram cortados longitudinalmente no sentido vestíbulo- lingual para a avaliação dos diferentes graus de infiltração que foram analisadas por microscopia óptica. Os resultados revelaram que de maneira geral, o Bioplic apresentou o menor grau de infiltração marginal, seguido pelo fosfato de zinco, enquanto o cimento de oxido de zinco e eugenol apresentaram o maior grau infiltrativo, porém nenhum material apresentou selamento marginal hermético da câmara pulpar. Discussão e Considerações Finais: A infiltração coronal pode ser uma causa importante do fracasso endodôntico entre as fases do tratamento endodontico ou durante a espera para a restauração final após a obturação. Por isso se faz necessário o uso de um cimento provisório que possua propriedades como à resistência mecânica principalmente aos esforços mastigatórios; melhor capacidade de vedamento para não haver a infiltração de fluidos bucais, saída de medicamentos intracanais ou entrada de resíduos alimentares ao endodonto, impedindo que os microorganismos e seus produtos invadam e recoloniem o sistema de canais,

alcançando os tecidos perirradiculares através dos canais laterais ou das 13, 15 foraminas apicais, pondo desse modo em risco o resultado do tratamento. Diferentes materiais vêm sendo empregados IRM, Cavit, Cimpat branco ou rosa Coltosol- 2,6,8,12,14, Citodur 14,16, Tempore 7, Lumicon 2, Pulpo San, Bioplic 6, 7, 11,12,, Zoecim 2 que são classificados como a base de óxido de zinco e eugenol reforçado ou não, a base de óxido de zinco e eugenol e sulfato de cálcio e a base de resina composta fotopolimerizável 1,11. Existem também, empregando-se para esse fim a guta-percha- 7, o cimento de fosfato de zinco 14, o cimento de policarboxilato 14 e o ionômero de vidro 11. Podendo ser utilizados sozinhos ou por meio de selamentos duplos. Muitos estudos demonstraram que a maioria dos materiais disponível no mercado odontológico embora desempenhe alguma função para o fim que foi destinado, não existe um que seja 100% efetivo, apresentando mesmo que pequeno grau de microinfiltração marginal. Algumas manobras técnicas prévias à inserção do material provisório, bem como ao estudo das propriedades físicas, químicas e biológicas são necessárias como 4mm de material obturador é significativamente mais eficaz no vedamento marginal coronário, diversos períodos de tempo 3 Diversas metodologias são utilizadas para verificar a efetividade do selamento que analisando a infiltração em toda extensão da interface material/dente entre eles existe os corantes com Rodamina B, corante azul-demetileno 1,2,3,8, 13, pela presença de bactérias 12.

Frente a proposta e revisão do estudo pode se concluir que: Para manter a descontaminação entre uma sessão e outra ou então até o dente receber a restauração definitiva, é necessário que se faça o uso de um bom material que realize o selamento provisório, que impeça a entrada de bactérias, que seja resistente a esforços mastigatórios, e de fácil inserção e remoção. Existem vários cimentos no mercado como IRM, coltosol, citodur, ionômero de vidro, cimpat, Bioplic entre outros que desempenham a função seladora, onde cada um se adéqua em determinado caso como selante marginal Na maioria dos trablhos o IRM não foi tão efetivo para o objetivo Referências Bibliográficas 1- Andrade RFM, Cecília MS, Moraes IG. Avaliaçäo do selamento marginal de um material restaurador provisório fotopolimerizável. Rev. bras. odontol 1996; 53 ( 6 ):5-8. 2- Bonetti Filho I.; Ferreira FBA; Loffredo LCM. Avaliaçäo da capacidade seladora de cimentos provisórios através da infiltraçäo do corante azulde-metileno - influência do emprego do vácuo / Evaluation of the capacity to prevent seepage of the cement temporary throught the infiltration of the methylene blue dye - influence of the vaccum used. Rev. bras. odontol; 1998; 55(1): 53-6.

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