Lição 02 A Nação Pecadora Texto Básico Is

Documentos relacionados
plena e na justificação pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At.10:43; Rm.10:13; 3:24-26; Hb.7:25; 5:9).

CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIRO ON LINE

Reforma Protestante

ENSINAR É... CONVENÇÃO BATISTA FLUMINENSE Revista Palavra e Vida Sugestões Didáticas - 4º Trimestre/2011 CRIAR OPORTUNIDADES. LIÇÃO 2 A NAÇÃO PECADORA

TEMA: O NOVO NASCIMENTO E A CONVERSÃO.

Lição 01 Uma Abordagem de Isaías Texto Básico: Is 1.1;

Slide 2

Slide 2

Diagnóstico de uma religião que perdeu o seu poder. (AMÓS )

A PALAVRA Serie: O que agrada a Deus

O Evangelismo é a força que move a Igreja! O Discipulado, Consolida. Página 21

A ELEIÇÃO DE DEUS RM

HAMARTIOLOGIA: DOUTRINA DO PECADO

Você conhece a sua bíblia?

O SENHOR DEUS. B) Argumentos Bíblicos para a Existência de Deus: Os autores bíblicos tanto presumem quanto defendem a existência de Deus.

Lição 1. A plenitude dos tempos 1 O mundo judaico

PLANO DE LEITURA DA BÍBLIA

O CHAMADO PROFÉTICO DE JEREMIAS LIÇÃO IV TRIMESTRE Preparado por: Pr. Wellington Almeida

O fardo e a cruz. A figura abaixo foi utilizada em uma lição para novos convertidos para ilustrar como o perdão do pecado ocorre:

A REVELAÇÃO E A MISSÃO DE DEUS (MISSIO DEI)

A Oração. Egmon Pereira. 23 de Agosto de Igreja Presbiteriana do Brasil. A Oração. Egmon Pereira. Texto Bíblico. Introdução.

1 Tessalonicenses 5.9. Pr. Fernando Fernandes. PIB em Penápolis, 20/02/2011

O que se define por revelação?

Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo 1

salvação, disse que haveria um Salvador nascido de mulher.

Lição 5 A identidade do Espírito Santo

PRIMEIRA IGREJA BATISTA EM GRAÇA ARANHA-MA

UMA IGREJA FAMÍLIA VIVENDO O AMOR DE CRISTO, ALCANÇANDO O PRÓXIMO E FORMANDO DISCÍPULOS

Lição 03 A Missão de Profeta Texto Básico: Is

Duas tarefas da aula anterior: 1ª) memorizar o versículo- chave;

O PENTATEUCO. servo, além de instruções a respeito do próprio Deus e como Ele conduz o universo.

Os Outros Seis Dias. Aula 02/08/2015 Prof. Lucas Rogério Caetano Ferreira

LIÇÃO 3 - O DIA DO SENHOR. Prof. Lucas Neto

A REVELAÇÃO E A MISSÃO DE DEUS (MISSIO DEI)

OS PROFETAS MENORES RESUMO

A REVELAÇÃO E A MISSÃO DE DEUS (MISSIO DEI)

A importância das profecias lá e aqui Aula 08/05/2016 Prof. Lucas Rogério Caetano Ferreira

O Espírito Santo. Ontem e Hoje

LIÇÃO 1 A LEI E A ALIANÇA Êxodo 19

HINOS DO HINÁRIO LUTERANO RELACIONADOS COM A SÉRIE TRIENAL

DECLARAÇÃO DE FÉ das Assembleias de Deus. Igreja Evangélica Assembleia de Deus - Campinas SP

DEUTERONÔMIO Devarim = םירבד

ONa sequência do estudo da Carta aos Hebreus, analisaremos hoje o capítulo 4.

INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE

Mentira ou Verdade - DRR Fernando Leite

OS LIVROS PROFÉTICOS A MISSÃO DOS PROFETAS: SUA VOCAÇÃO E CONFIRMAÇÃO

Aula 2. Até sexta, pela Graça de Deus, bons estudos.

Prefácio aos alunos...7 APRESENTAÇÃO À IGREJA...9. Lição 25 A identidade da Igreja Lição 28 As celebrações da Igreja Batismo nas Águas...

A DOUTRINA DA MORDOMIA

INTRODUÇÃO - A salvação do homem por Cristo Jesus era um mistério que só foi plenamente revelado com a encarnação do Verbo.

A REVELAÇÃO E A MISSÃO DE DEUS (MISSIO DEI)

O CAMINHO DE DEUS E NÃO O NOSSO 8º ESTUDO

ESBOÇOS DO ESTUDO-CRISTALIZAÇÃO

Slide 2

Você conhece a sua Bíblia?

ESBOÇOS DO ESTUDO-CRISTALIZAÇÃO

VERSO PARA MEMORIZAR: "O que oprime ao pobre insulta Aquele que o criou, mas a Este honra o que se compadece do necessitado" (Pv 14:31).

OA salvação do homem por Cristo Jesus era um mistério que só foi plenamente revelado com a encarnação do Verbo.

O JUIZO DO SERVO DE DEUS

Andando na vontade de Deus você experimenta a vontade de Deus

Lição 1. Deus existe? Texto Bíblico: Atos

Revelação além da capacidade Humana

PENSANDO COMO DEUS PENSA. Deus não pensa como você, mas ele pensa em você o tempo todo!

Mas o fruto do Espírito é amor (Gálatas 5:22)

ANO SANTO DA MISERICÓRDIA

- uma pessoa Divina - uma pessoa Humana

Slide 2

Igreja Batista Fonte 23 Junho 2019 Ano XVI Ed. 799 Impressão e distribuição interna

A esperança segundo a Bíblia. Devocional. Russell Shedd

Números 22:12; 23:8, 19 e 20.

ESTUDO BÍBLICO I A SALVAÇÃO EM JESUS CRISTO SAMUEL CORNÉLIO

EVANGELHO DO DIA E HOMILIA

AUTORIA DADE DA PROFECIA DIVINA II Pd 1 : 21/ II Sm 23 : 23

Aula 13. Para lembrar da criação e queda

PASSOS PARA A SALVAÇÃO I - OUVIR A PALAVRA DE DEUS - (Rm 10.17)

Ano Litúrgico Ano C

LIÇÃO IV TRIMESTRE 2015 ATOS SIMBÓLICOS. Preparado por: Pr. Wellington Almeida

Igreja Povo de Deus. I. Chamados

Os 5 Pontos do Calvinismo. Aula 13/07/2014 Prof. Lucas Rogério Caetano Ferreira

CURSO DE FORMAÇÃO DE OBREIRO ON LINE

VERDADES ESSENCIAIS. 2. Quem criou?

DECLARAÇÃO DE FÉ. CONPLEI Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígenas

temático A obra da salvação Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida. seja, a doutrina da salvação.

Em Cristo, Somos Perdoados e Restaurados

Slide 2

Tudo o que Deus faz é para beneficiar o ser humano que Ele criou, pois o homem é o seu alvo aqui na terra.

CONVENÇÃO BATISTA FLUMINENSE Revista Palavra e Vida Sugestões Didáticas - 4º Trimestre/2011 ESTAR DISPOSTO A APRENDER.

NÃO TERÁS OUTROS DEUSES

ESTUDO NO EVANGELHO DE JOÃO. Out-Nov 2010

O nome do Senhor é Torre Forte; o justo foge para ela e está seguro (Provérbios 18.10)

TRIMESTRE. O Filho LIÇÃO! 02.

A BÍBLIA ANUNCIA A SALVAÇÃO (I)

Ensino de Doutrinas. São as verdades fundamentais da Bíblia apresentadas de forma sistemática. Crenças bem definidas produzem convicções bem definidas

AMÓS A JUSTIÇA DIVINA JOEL GUIMARÃES / PAULO MARCOS

CALVINISMO & RESPONSABILIDADE AMBIENTAL. A QUEDA Professores Márcio Dionísio e Camilla Marques 18/03/2018

Declaração de Fé das Igrejas Batistas da Convenção Batista Nacional

FORMAÇÃO - INTERCESSÃO MÃES QUE ORAM 22/10/2016

O Reino de Deus. Estudo Bíblico e Sistemático

Curso de Teologia de Leigos

Transcrição:

Lição 02 A Nação Pecadora Texto Básico Is 1.1-17. A atitude de rebeldia do povo israelita é antiga (Êx 5.20-23). Mesmo após a libertação da opressão egípcia, tendo visto todas as ações poderosas do Senhor a seu favor, muitas e repetidas vezes houve murmurações e queixas (Êx 15.23,24; 16.1-3; 17.1-4; 32.1-8). A história desse povo é marcada por uma sucessão de manifestações rebeldes desde o começo até aqueles dias. Parece-nos difícil entender que o povo escolhido, guiado, sustentado, amparado, conhecendo os atos redentores do Senhor, recebendo Sua Lei, sendo instruído nos preceitos do Senhor, chegasse a um tal estágio espiritual como o descrito pelo profeta Isaías. 1- Expressões contundentes descrevem a condição espiritual do povo: Criei filhos* e os engrandeci, mas eles se rebelaram contra mim. Deus fala como Pai a filhos ingratos e maus (Is 1.2); Os animais* conhecem seus donos, mas o meu povo não tem entendimento (Is 1.3); Nação pecadora*, ao invés de nação santa; povo carregado de pecado, ao invés de carregado de piedade; descendência de malfeitores ao invés de benfeitores; praticantes de corrupção ao invés de praticantes de santificação (1.4). O Senhor toma o céu e a terra como testemunhas de seu lamento, no começo do verso 2. Certamente que a disciplina havia sido aplicada, sem qualquer resultado (Is 1.5 veja-se Am 4.6-12). O verso 6* descreve, simbolicamente, a situação espiritual do povo como a de um corpo enfermo em estado deplorável. O país* e a cidade de Jerusalém estão assolados (Is 1.7-10). Provavelmente este foi o resultado da invasão de Judá por Senaqueribe.

O culto formal (ritualista) é rejeitado por Deus por ser-lhe desagradável (1.11-15; 59.1-4). Esta situação e aquelas de Acaz (2Rs 16.1-20; 2Cr 28.1-27), as situações descritas nos capítulos 56.1-12; 57.1-21; 58.1-14 e 59.1-21 demonstram que tal rebeldia prolongou-se por muitas décadas durante o ministério de Isaías e a sua mensagem não produziu os resultados esperados. É conveniente lembrar que, depois de Isaías, o profeta Jeremias continuou a pregar em Jerusalém, enfrentando também rebeldia, cujo resultado foi a destruição de Jerusalém e Judá, por Nabucodonosor (Jr 52.1-34; 2Rs 25.1-21; 2Cr 36.11-21). 2- Resultados (consequências) da rebeldia contra Deus. Ao despedir-se de Israel, antes que este atravessasse o Jordão, Moisés lembralhe as ordenanças de Deus, falando das bênçãos e maldições como expressões da justa retribuição de Deus em sua reta justiça, conforme a obediência ou desobediência à sua lei, por seu povo (Dt 27.1-26; 28.1,2 ; 28.15). Deus, soberanamente, concede ao homem o direito de escolha, apontando-lhe os resultados. Chamamos a isso de condicionalidade relacional expressa por Se Então. Se Israel houvesse obedecido, teria recebido a justa recompensa: a Bênção. Não teria havido a rachadura com Roboão e as nações vizinhas teriam convivido com Israel, e não teriam causado dano a povo do Senhor. Os versos 11 a 15 mostram o povo misturando pecado e culto, ofendendo a Deus, como se Sua santidade fosse algo irrelevante: De que me serve a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Estou farto de ( v.11 ); vindes só pisar os meus átrios? (v.12); não as ouvirei (v.15). Há uma expressão de angústia da parte do Senhor* por causa da insensibilidade do povo, que lhe presta um culto leviano, como: Parai de trazer ofertas vãs não posso suportar a iniquidade associada ao ajuntamento solene (v.13). As vossas a minha alma as aborrece; já me são pesadas, estou cansado de as

sofrer (v.14) quando estendeis as vossas mãos ; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não ouvirei. Pensavam que os ritos Lhe agradassem, enquanto no coração a maldade reinava. A situação descrita no capítulo 59.1-21 é semelhante, o que demonstra a pertinácia da rebeldia. Deus reconhece tal hipocrisia e a condena (Is 29.13; Ez 33.31; Mt 15.7,8,9; Mc 7.6,7). O mensageiro entrega o recado divino, porém é ignorado. A situação era semelhante nos dias de Jeremias (Jr 1.4-9; 5.1-13; 26.1-15). O culto formalista é enganoso ao adorador (falso adorador), ofensivo a Deus, refletindo mera expressão externa, sem a sua verdadeira natureza, sem o verdadeiro significado (Jó 4.22,23,24). O perigo permanece em nosso contexto atual. 3- A Oferta de Oportunidade e Perdão (Is 1.16-18) Quando estudamos a Bíblia inteira e acompanhamos o desenrolar em processo contínuo do trabalho de Deus na história, Sua Revelação progressiva, podemos perceber a Boa Vontade do Senhor (Is 53.10). Bondade, paciência, perseverança, longanimidade, amor ilimitado, como expressão de seu caráter Santo. Uma avaliação de Isaías, Jeremias e Ezequiel nos deixa em perplexidade ante à maneira como o nosso Deus trata o seu povo (Êx 34.6,7; Dt 4.31; 2Cr 30.9; Sl 145.8,9,17; Jo 3.16; Rm 5.8). Numa situação como as descritas em Isaías, Deus manifesta sua misericórdia e convida ao arrependimento, oferecendo perdão e restauração: Lavai-vos purificai-vos; cessai de fazer o mal (Is 1.16); Aprendei a fazer o bem; buscai a justiça; acabai com a opressão (1.17); Vinde... arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como escarlata como o carmesim, eles se tornarão como a neve como a lã (1.18). Se quiserdes e me ouvirdes (1.19). O propósito do Senhor é a restauração (Ez 18.23,32).

Ainda que o povo vivesse no pecado, na rebeldia, na desobediência, o Deus amoroso, bondoso, imutável (Ml 3.6) apela ao arrependimento e jamais fecha a porta à oportunidade (voltaremos ao assunto em lição posterior). Aplicações 1- Deus se revelou ao seu povo, deu-lhe leis, preceitos e estatutos, a fim de fazê-lo bem-sucedido (Mq 6.8; Sl 1.2,3; Tg 1.22-25). 2- As ordenanças dadas pelo Senhor são adequadas, apropriadas à pessoa humana como imagem e semelhança do Criador, para viver como tal. O pecado subjacente à humanidade inteira manifesta-se em rebeldia e desobediência a Deus (Is 59.1-4 e 12-15). 3- O culto aparente, ritualista é enganoso ao adorador e ofensivo a Deus. Esta expressão é contundentemente condenada nos capítulos 1.11-15; 29.13-15; 59.1-18. 4- A mensagem do profeta, nos seus dias e no seu contexto, ajusta-se, aplica-se adequadamente ao nosso contexto. É necessário distinguir mera religiosidade, mera formalidade, mero ritualismo, de autêntica espiritualidade, verdadeira, legítima adoração. Jesus nos adverte fortemente sobre isto (Mt 15.6-9; Jo 4.21-24). Glossário e Notas Explicativas: Deus soberanamente concede direito de escolha: Há correntes no pensamento teológico que afirmam o determinismo, negando o livre-arbítrio humano, isto é, direito de escolha. Porém a Bíblia mostra claramente o contrário.precisamos entender que soberania não significa tirania. O conceito de soberano e soberania refere-se ao direito

natural, intrínseco que Deus possui para atuar ilimitadamente sobre o universo na sua totalidade. O homem é imagem e semelhança do Criador, habilitado a relacionar-se com Ele, atuar sobre a criação; é ser moral, responsável por sua ação. Por isso, Deus lhe deu leis, ordenanças, etc. A retribuição justa é aplicada de acordo com as expressões de vida de cada indivíduo. Agir moralmente é dever (deontologicamente = dever moral) no uso de sua liberdade pessoal. Sem liberdade de ação não há como estabelecer responsabilidade moral. Deus retribui a cada um conforme este conceito (Dt 24.16; Ez 18.4,20; Mt 16.27; Rm 2.1-11; 2Co 5.10; 1Pe 1.17; Ap 2.23; 20.12; etc.). Angústia do Senhor O texto descreve a reação do Senhor às ofensas que lhe são feitas por seu próprio povo. O agir daquela gente que existia como expressão de sua bondade, que conhecia sua Palavra, sabia dos atos de poder a seu favor, desagradava a Ele. Em vários passos bíblicos lemos de sentimentos surgidos no Senhor, provocados por ações perversas do ser humano (Gn 3.17; 6.5,6, etc). Ora, para nossa compreensão de que o nosso Deus é ser moral, que sente e reage às situações, a Bíblia usa expressões que nos ajudam a entender os sentimentos d Ele. Chamamos a esta maneira de referir aos sentimentos de Deus antropopatismo, palavra derivada do grego, que significa atribuir a Deus sentimentos humanos. SE ENTÃO Ação e resultados compatíveis. Cada ação nossa produz-nos resultados adequados, compatíveis com ela. Chama-se a isso condicionalidade da ação ao seu resultado correspondente. Isto acontece em muitos aspectos da vida; por exemplo, na física, na química, etc. Paulo o expressa numa relação causa-efeito: o que homem semear, isso ceifará (Gl 6.7,8,9). Ora, a Bíblia mostra que há uma clara condicionalidade relacional entre o homem e Deus (Dt 28.1,2,15; 2Cr 7.13,14; Is 1.19,20).

Deus revelou-nos o que é bom (Mq 6.8), mostrando-nos como fazer boas escolhas, colhendo bons resultados, sabendo que Ele retribui adequadamente (Is 59.18). Leituras Diárias segunda-feira Is 1.1-17 terça-feira Is 1.18-31 quarta-feira Is 5.1-17 quinta-feira Is 5.18-30 sexta-feira Is 29.1-16 sábado Is 59.1-21 domingo Is 7.1-9