Palestra dado no I Congresso Brasileiro de Acadêmicos, Pesquisadores. Universidade de Brasília, Brasília D.F.



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ESSACIVILIZAÇÃONÃOTEMOQUEENSINAR PalestradadonoICongressoBrasileirodeAcadêmicos,Pesquisadores eprofissionaisindígenas,14a17dejulhode2009, UniversidadedeBrasília,BrasíliaD.F. LisioLili Eu fui convidado pelo Centro Indígena de Estudos e Pesquisas (CINEP) para falar sobre Políticas culturais e diversidade culturalindígena.éumassuntodeextremaimportânciapara os povos indígenas, e se reveste de maior importância ainda quando podemos discutir juntamente com os acadêmicos e especialistasindígenasdetodoobrasil.porissoresolvifalar. Vouiniciarcontandoumahistóriaeregistrarumaconstatação. Primeiroahistória.ElaéregistradanoUmolharsobreacultura brasileira de Francisco Weffort e Marcio Souza. Diz que um europeu,ofreidominicanogaspardecarvajal,noséculoxvi esteve no continente pesquisando e coletando objetos fabricados pelos índios. Quando estava na Amazônia viu e registrou maravilhado os mantos tecidos pelos Omagua dos AltosSolimõeseascerâmicasproduzidaspelosTapajós.Ante essesobjetosofradeexclamoufascinadoeespantadoqueeram coisas maravilhosas de se ver, que os índios trabalham e desenham como romanos, que pela autenticidade e qualidade estética, esses objetos eram dignos de figurar nas melhores coleçõesdaeuropa. Dizem que não temos nenhum inventário confiável da quantidade de peças transferidas para a Europa. São provas contundentes dessa preconceituosa forma de olhar a arte indígena;emboraoprodutosejareconhecidamentesofisticado erefinado,oprodutoréclassificadocomoselvagemebárbaro,

238 Lisio Lili easociedadequeaproduziucomoatrasada.aarteéconcebida de forma isolada e independente do artista e do conjunto de valoresetradiçõesculturaisqueamantém. Agora a constatação: resido atualmente na Capital de Mato Grosso do Sul, a cidade de Campo Grande, para ajudar a estabelecer politicamente o movimento indígena através da ArticulaçãodosPovosIndígenasdoPantanal(Arpipan)eoComitê Intertribal Memória e Ciência Indígena (ITC). Visito sempre as repartições públicas. Temos um parque imenso na cidade, muito bonito, aprazível e com, ao que parece, o objetivo de homenagearosíndiosdoestado tantoqueodenominaramde Parque das Nações Indígenas. Um portão recebeu o nome Portal Terena, outra entrada é nominada Portão Kaiowá. O povokadiwéuéhomenageadoatravésdeumaestátuadeum conhecido guerreiro Guaicuru. Temos neste mesmo local um museu com peças indígenas de outros Estados, portanto de outras etnias. Na Assembléia Legislativa ocorrem mais homenagensdessaordem.emhotéisvamosencontrarquadros, fotoseartefatos,semprecomaboaintençãodehomenagearos índios. Como se pode ver, tanto a história contada do século XVI, quantoaconstataçãoregistrada,naverdadenãopodemservir como exemplos de políticas públicas culturais. Se constituem em modelos ou práticas perversas de políticas publicas culturais do passado e do presente. Relacionando ao tema, possonoticiarqueaproduçãodadiversidadeculturalindígena vaimuitobem,poiséreconhecidatantonopassadoquantono presente (pois quem as desenvolve são os próprios índios). Mas,aspolíticaspúblicasculturaisnãoseemendam,continuam equivocadas. A Constituição Federal diz que são reconhecidos aos índios suaorganizaçãosocial,costumes,línguas,crençasetradições (artigo 231). Reconhecer não deve ser entendido apenas como avistar, ver os índios na sua diversidade, a partir das suas

Essa civilização não tem o que ensinar 239 diferenças, no seu viés cultural. Reconhecer aos índios, como escreve a Constituição Federal, não pode ser apenas homenageálosnasparedesounosmonumentos,comoquese osíndiosestivessemcircunscritosapenasnasdivisasdahistória brasileira,semlugarnopresente. É comum um dominador construir comandos a partir das realidades que o interessa. Quer parecer nesse caso que não interessa ao dominador a presença física do índio. Por isso começa a relacionar condicionantes para a presença de quem deveriaseroprotagonista.odicionáriodizqueprotagonistaé aquele que atua no papel principal, e nesse caso o papel principal está destinado aos índios e às suas organizações. O papel de protagonista não está destinado ao funcionário, não estádestinadoaoórgãopublico. Acausaindígenaéatemporal.Nãopodeestarsujeitaàordem cronológicaocidental.nãoháporqueentãomanterosíndiose sua história nas paredes, como que se a causa indígena estivesse apenas correlacionada ao passado. Não há como reconhecer aos índios apenas pelo que foram. Os índios têm lugarnopresenteassimcomotêmnopassado. Acoordenaçãodessesemináriofezbemaotrazerparaocentro da discussão esse assunto. Falando de diversidade cultural indígena,nãotemoscomoisentaroestadonacional.édoseu ofício a responsabilidade de fomentar as políticas públicas, inclusive as culturais. E esse Estado tem tido um propósito homogeneizador ao ensinarnos a pensar que o desenvolvimentotemapenasumaestrada,quesedesejamosou pretendemos algum desenvolvimento temos que renunciar a nossalógicacultural,esujeitarmosàlógicadesseúnicosistema disponívelqueéomercado. Anossahistóriaeodestemordosnossosantepassados,foram os fatores principais e a ponte para travessia da incivilidade para a civilidade. A nossa história inegavelmente representa

240 Lisio Lili nossas verdades. As nossas verdades são a caução da nossa verdadeiraorigem.éanossaidentidade.porissoosíndiosnão podem ser reconhecidos apenas pelo seu passado. Devem ser reconhecidos pelos direitos que conquistaram. A idéia de mumificálosnahistóriaéumaafrontaaosdireitosindígenas;é como não reconhecêlos como componentes da sociedade nacional,ou,comoreconhecêlosmasjánoextratodopassado. Quemnãoestápresente,nãopodesersujeitodesimesmo. Deacordocomessepensamentomumificador,oíndiopodeser sujeitodasuahistoria,desdequenaparede.nãoéàtoaqueos que são contrários aos direitos dos índios, gostam de contumazmente expressar aquele trocadilho perverso que somososprimeiroshabitantesdobrasil.quandoodominador faladessaforma,ficamoscomoqueextasiados,cheiosdenós. Mas na verdade o que ele faz é indicar o lugar do índio, e indicálonopassado. O verbo ser do ser reconhecidos está, porém, no tempo presente.oíndioéparteagoradasociedadenacional,eosseus direitosconquistadosdevemserimplementadosagora. Tudoissoquedigonãodeveserobjetodeconfusão.Sabemos honrar como ninguém a nossa história. É justamente por conhecêla, que enunciamos reiteradamente as bases do nosso ser e viver indígena, proclamando que o nosso desenvolvimento não é econômico, as transações não são monetárias,anossamedicinanãoémédica,anossadançaeo nosso canto dispensa platéias, as nossas preces não negociam perdão,anossaeducaçãonãoéescolar,anossamatemáticanão é contábil, a nossa formação não pode ser conformadora, a nossapráticaculturalésimbólica,anossamemóriaéoral,eo nossoporvirnãoésobreviver.avidaquevivemos,queremos vivela em eterna celebração. Enfim repetimos pela milésima vez:asnossaspráticasétnicassãodiferenteseternamente! Queridos jovens acadêmicos, estamos falando do sonho dos nossos antepassados, que planejaram sociedades autônomas e

Essa civilização não tem o que ensinar 241 queosnossoscontemporâneosseesmeraramemconquistarao lutarporgarantilasnaconstituiçãofederal. Esses direitos constitucionais foram conquistas de homens e mulheres dos mais diferentes povos que se constituem em memoriais eternos. Relaciono agora com nomes de heróis indígenas que a outra história quis omitir, como Arariboia, MarcolinoWolili.Falotambémdoslíderesmaisrecentes,como Mario Juruna, João Principe, Ibis Menino de Jesus, Angelo Kretã,IdiahurriKarajá,GaldinoPataxó,MarçalTupãGuarani, MartaGuarani,XicãoXucuru. Falo tudo isso porque sou de uma localidade onde o espaço territorial indígena é denominado de reserva indígena. O nomeéapropriado.sedestinaaopropósitodesaculturadordo dominador. Pretendiam desvestir os povos indígenas da sua dignidade. Essas reservas são, como disse o antropólogo Roberto Cardoso de Oliveira, espaços administrativos onde se tiradocumento,ondesereceberemédios,ondeserecebecesta básica,localdedormidademãodeobrabarata.masresistimos, nãoaceitamosessepresentedegrego.aindaqueemfarrapos, estamos aqui. O que estamos a lhes mostrar não é a nossa formação; resistimos inclusive a essa cultura conformadora. Estamos a lhes mostrar, além da nossa dor, também o nosso destemor.nãotivemosmedo,nãorecuamos,nãohesitamos. Parentes,estamosfalandodeesforçoempreendidonopassado pelos nossos ancestrais e no presente pelos nossos contemporâneos, que garantiram o transito à cidadania dos indígenas, para esse novo espaço denominado de Estado Democrático de Direito. O momento é de interlocução. Interlocução não é monólogo. Exige sujeitos, não pode prescindir de partes. Por isso não pode ser mais retórica, discurso.éconversação,éconvivência,sobretudonumpatamar deparidade.nãopodemaisninguém,mesmoaquelequetem atribuiçãodeassistir,alçarseaumpatamarmaiselevado.nós nuncamaisdevemosnosesquecerqueessaequivocadaforma

242 Lisio Lili de relação trouxe a sujeição, a assimilação, a integração e por fimatutela. DeacordocomaConstituiçãoFederalostemposmudaram,os índiosemcarneeossotêmqueestarpresentes!poressarazão temos que sempre alertar e, se possível, denunciar. Pois essa sociedade que se autodenomina de civilizada, é também decadente. Por isso essa civilização não tem o que ensinar. Ao contrário, temmuitooqueaprender.nãoestamosestimulandooposição, aintolerânciaéamarcadeles.masnãopodemosserfascinados apontoderenunciardonossomodoindígenadesereviver.de igual modo não podemos nos deslumbrar a ponto de renunciarmos do nosso próprio protagonismo, esse protagonismoquefoiconquistadopelosnossosmaisvelhos. Referências Brasil(1988)ConstituiçãoFederal. Weffort,F.andM.Souza(eds.)(1998)Umolharsobreaculturabrasileira.Rio dejaneiro:associaçãodeamigosdafunarte.