Hemodinâmica. Cardiovascular. Fisiologia. Fonte: http://images.sciencedaily.com/2008/02/080226104403-large.jpg



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Transcrição:

Fonte: http://images.sciencedaily.com/2008/02/080226104403-large.jpg Fisiologia Cardiovascular Hemodinâmica

Introdução O sistema circulatório apresenta várias funções integrativas e de coordenação: Função primordial Transporte de oxigênio e nutrientes para os tecidos e remoção dos excretas; Organização em forma de bomba com uma série de tubos. Fonte: SCHMIDT-NIELSEN, 2002

O coração O coração está situado no mediastino (cavidade torácica) O coração está situado no mediastino (cavidade torácica) deslocado para a esquerda. Envolto por uma membrana o pericárdio; O coração humano possui 4 câmaras, dois átrios (átrios direito e esquerdo), dois ventrículos (ventrículos direito e esquerdo); As paredes do coração são formadas por tecido muscular cardíaco; O átrio direito recebe sangue venoso das veias cavas superior e inferior; O átrio esquerdo recebe sangue arterial das 4 veias pulmonares; Os ventrículos são funcionalmente similares: A parede do ventrículo direito é mais fina que a do ventrículo esquerdo; Ventrículo esquerdo bombeia sangue para artéria aorta; Ventrículo direito para o tronco pulmonar; Divisão funcional Coração direito e esquerdo. Coração direito bombeia sangue para a circulação pulmonar; Coração esquerdo bombeia sangue para a circulação sistêmica.

Circuito do sangue 1. O sangue venoso retorna ao coração através das grandes veias cava 2. O sangue venoso chega ao átrio direito e soma-se ao sangue venoso já presente do seio coronariano. 3. O sangue venoso passa para o ventrículo direito pela válvula tricúspide 4. O sangue venoso passa para o tronco pulmonar através das válvulas pulmonares; O tronco pulmonar se divide em duas artérias pulmonares 5. O sangue arterial retorna ao coração pelas veias pulmonares para o átrio esquerdo 6. O sangue arterial passa para o ventrículo esquerdo pela válvula bicúspide ou mitral 7. Após o aumento da pressão, o sangue é bombeado para a artéria aorta pela válvula aórtica.

O coração como tecido excitável Células miocárdicas ou contráteis Gerar força. Freqüência cardíaca Controlada pelo marcapasso do nodo sino atrial (AS). Células ativas Nodo átrio ventricular.

O coração é formado por tecido muscular O coração é formado por tecido muscular cardíaco Gera a pressão necessária para permitir a circulação de sangue pelos vasos e perfusão dos diferentes tecidos Coração miogênico: Células marca-passo (nodo sinoatrial) Geram impulsos elétricos periódicos que desencadeiam com a contração das câmaras cardíacas de modo sincronizado; Inicia-se no átrio e termina nos ventrículos (Feixe átrio-ventricular Fibras de purkinge); O centro de controle situa-se na medula: Nervo vago diminui o batimento através da acetilcolina (SNP) e o Nervo acelerador libera noradrenalina (SNS); Maior volume que chega aos ventrículos origina uma contração de maior força o músculo cardíaco sofre uma maior contração após ficar mais distendido.

Circulação sistêmica e pulmonar Circulação pulmonar: 1. Sangue + CO 2 chegam ao coração; 2. Ventrículo direito bombeia sangue para as artérias pulmonares; Obs: válvula pulmonar. 3. O sangue chega ao pulmão para a hematose (trocas gasosas); 4. Sangue + O 2 saem do pulmão para o coração pelas veias pulmonares; 5. O sangue chega ao átrio esquerdo (início da circulação sistêmica); Circulação sistêmica: 1. Sangue + O 2 saem do ventrículo esquerdo para artéria aorta; Obs: Válvula aórtica. 2. Sangue chega aos tecidos para as trocas gasosas; 3. Sangue + CO 2 retornam ao coração pelo átrio direito (início da circulação pulmonar). Vídeo

Características dos grandes territórios O sangue ao ser bombeado pelos ventrículos vai O sangue ao ser bombeado pelos ventrículos vai para as grandes artérias (artéria aorta e pulmonar); Aorta é o segmento de maior pressão da circulação com pressão sistólica (contração do músculo cardíaco) de 120 mmhg e diastólica (relaxamento do músculo cardíaco) de 80 mmhg; O volume sistólico é de 70 ml, este volume é maior que o interior do segmento inicial da aorta - ocorre aumento de diâmetro do vaso para acomodar o volume de sangue; Mecanismo de complacência Distensibilidadedas artérias

Tipos de vasos sanguíneos Aorta (20 a 30 mm) Arteríolas (70 µm) Metarteríolas 10 a 20 µm). Capilares (5 a 10 µm) Hemácias em fila indiana. -Densidade capilar: Alta e baixa. Veias (veia cava superior e inferior-13 mm de diâmetro) -Vênulas (menores veias: 20 a 30 µm).

Mecanismo de distensibilidade das artérias Uma vez distendida as artérias tendem a voltar ao seu diâmetro original. Isto força o sangue a passar para o próximo segmento do vaso.

Arteríolas As grandes artérias se ramificam em pequenas artérias de estrutura similar e As grandes artérias se ramificam em pequenas artérias de estrutura similar e menor calibre arteríola; Menor quantidade de fibras elásticas e menor diâmetro que artérias: Queda da velocidade e da pressão; Maior área de secção transversal (4,5 cm 2 para as artérias e 400 cm 2 para as arteríolas); Condições importantes para a microcirculação; Pressão baixa e baixa velocidade permite melhor perfusão e trocas de nutrientes e excretas; O músculo liso das arteríolas é bastante inervado por fibras nervosas (principalmente sistema nervoso simpático); Este controle acaba por influenciar na distribuição do fluxo sanguíneo para diversos órgãos:

A maior queda na pressão ocorre no leito arteriolar. A pressão cai a medida que o sangue flui pelas circulações sistêmica e pulmonar.

Capilares Entre a extremidade de uma arteríola e uma vênula existe uma rede de capilares: Local onde ocorrem as trocas; Constituídos apenas de uma camada de células endoteliais com poros de variam de 10 a 3.000 nmde diâmetro. Existem esfíncteres pré-capilares que controlam a entrada de sangue na rede (substâncias bioativas secretadas pelos pericitos). Vênulas e Veias Vênulas são vasos de paredes delgadas que se unem formando veias; Vênulas são vasos de paredes delgadas que se unem formando veias; As veias se tornam mais calibrosas a medida que se aproximam do coração; Nas veias a pressão é quase 0 mmhg: Obedece o principio físico de que o líquido vai do local de maior pressão para o de menor pressão; A baixa pressão não exige paredes espessas; Possui distensibilidade e atua como reservatório de sangue; Se ocorrer a necessidade de aumentar o fluxo sanguíneo para determinada parte do corpo ocorre venoconstrição(sn simpático); No repouso grande quantidade de sangue pode ser armazenado nas veias. As veias dos membros apresenta válvulas para permitir o fluxo unidirecional.

Hemodinâmica Velocidades do fluxo sanguíneo (velocidades linear) é definida pela razão entre o deslocamento de uma partícula por unidade de tempo, expressa em cm/s; Área de secção transversal: A área aumenta com as ramificações; A velocidade é inversamente proporcional a área; A redução da velocidade nos capilares é importante para as trocas gasosas; Cálculo do fluxo: Área x velocidade: Aorta em um cão: 40 cm/s x 1,2 cm 2 = 48 ml/s

Fluxo lamelar e turbilhonar Em condições normais, o fluxo é lamelar: Apresenta maior velocidade no centro do vaso; A viscosidade exerce força contrária; Após a atingir uma velocidade crítica o fluxo passa a ser turbilhonar; O fluxo turbilhonar: A resistência passa a ser a densidade; A pressão é responsável pelo surgimento do turbilhão; Aplicações: Durante o exercício físico, devido ao aumento do retorno venoso ocorre a formação do fluxo turbilhonar.

Volume minuto cardíaco (VMC): Volume minuto cardíaco (VMC): Débito cardíaco quantidade de sangue ejetada no ventrículo esquerdo por minuto; Depende da frequência cardíaca e do volume de sangue ejetado; FC = 65 e VS = 80 ml, Homem adulto com 70 kg = 5.200 ml/min Circulação em série e em paralelo: Série: Circulações pulmonar e sistêmica; Arteríolas renais (série); Paralelo: Circulação cerebral e coronariana; Aplicação:

Referências: Guyton, C.A., Hall, E.J. 6ed. 2003; Curi, J., Procopio, J. 2011.

Eletrocardiograma (ECG) Registro da atividade elétrica do coração por meio de eletródios colocados externamente às células miocárdicas; Onda de despolarização pelos átrios através do Nodo SA Onda P; Onda QRS Manifestação da despolarização ventricular; Intervalo P-RDespolarização atrial e ventricular; Onda T Repolarização ventricular;

Prática clínica

Exemplos Normal Bradicardia: Automatismo baixo FC<60 bpm

Taquicardia: Automatismo anormal FC>100 bpm Extra-sístole: abaixo do nodo AV; o complexo QRS é bizarro, sem formato definido; Padrão monomórfico;