MEDIDA 3.6 Implantação de Redes de Banda Larga de Nova Geração, em Zonas Rurais 1. Eixo (s) em que se insere Eixo 3 Qualidade de vida nas zonas rurais e diversificação da economia rural 2. Enquadramento Regulamentar Artigo 52 alínea b) i); Artigo 56º do Reg.(CE) n.º 1698/2005 Anexo II ponto 5.3.3.2.1 do Reg. (CE) n.º 1974/2006 Anexo III do Reg.(CE) n.º 1698/2005 Códigos de medidas no Anexo II do Reg. (CE) n.º 1974/2006: 321 321 Serviços básicos para a economia e a população rural 3. Fundamentação da Intervenção Sendo a conectividade em banda larga uma componente essencial do desenvolvimento, da adopção e utilização das tecnologias de informação e da comunicação (TIC) na economia e na sociedade, a sua disponibilização aos cidadãos das zonas rurais revela-se de grande importância estratégica, devido à sua capacidade para tornar as zonas rurais mais atractivas, travando a tendência para o declínio económico e social, bem como a desertificação dessas zonas. Neste contexto, a estratégia de banda larga é uma componente importante do Plano de Relançamento da economia europeia que consiste no reforço do investimento em sectores estratégicos que contribuam a curto prazo para apoiar a economia e, a mais longo prazo, criar as infra-estruturas essenciais para um crescimento económico sustentável. As redes de Banda Larga de Nova Geração têm capacidade para fornecer serviços de acesso de banda larga com características melhoradas, tais como débitos mais elevados, em comparação com os que são fornecidos pelas redes de cobre existentes. Para além disso, estas redes permitem o acesso livre por parte dos utilizadores às redes concorrentes e a serviços à sua escolha e suportam mobilidade generalizada. O desenvolvimento e a inovação tecnológica são um instrumento poderoso na promoção do desenvolvimento económico e social. Os investimentos como os das redes de Banda Larga de Nova Geração têm uma natureza territorial disseminada e, assegurando melhores comunicações, têm importantes repercussões na eficiência da economia e dos agentes económicos, de forma transversal aos vários sectores, contribuindo assim decisivamente para estimular o desenvolvimento do país, pelo relevante impacto na dinâmica empresarial e na geração de emprego. Existem actualmente, conforme reconhecido pela Comissão Europeia, diferenças significativas na oferta e adopção de serviços em linha e no acesso à internet em banda larga não só entre os diversos Estados-Membros como, dentro destes, entre área urbanas e áreas rurais, sendo que o grosso da população rural recebe serviços de qualidade inferior e a preços mais altos. A implementação de redes de Banda Larga de Nova Geração nas áreas rurais contribuirá assim para a igualdade de oportunidades entre todos os cidadãos, promovendo-se decisivamente a info-inclusão e a valorização do capital humano e contribuindo para que, a prazo, possam surgir externalidades na política de desenvolvimento rural, no plano do emprego, do crescimento, da competitividade e da sustentabilidade das indústrias sediadas nestas áreas. É consensual, na generalidade dos estudos desenvolvidos a este respeito, que dois dos principais factores críticos para a viabilidade empresarial de projectos de investimento em redes de nova geração são a densidade populacional determinante dos custos e o rendimento per capita determinante do potencial de receitas.
A conjugação destes dois factores permite identificar três tipos de regiões: As zonas urbanas, em que pelo menos uma das duas variáveis é claramente favorável, e é expectável que os mercados por si só conduzam ao desenvolvimento de redes de nova geração; As zonas suburbanas, onde alguma das variáveis não é particularmente favorável, pelo que o mercado não conduzirá no curto prazo a uma situação de implementação deste tipo de redes, pelo que só a médio prazo isso poderá acontecer sem algum tipo de intervenção pública; E as zonas rurais, onde nenhuma das variáveis é favorável, não sendo de todo provável que alguma vez se venham a implementar redes de nova geração sem a iniciativa pública. Os custos de implementação das redes de Banda Larga de Nova Geração nas áreas rurais são extremamente elevados, quando comparados com áreas urbanas e suburbanas, o que tem a ver, fundamentalmente, com maiores comprimentos dos lacetes locais em conjugação com uma maior dispersão populacional. Isto, em articulação com rendimentos per capita que tendem a ser, em regra, inferiores aos existentes nas áreas urbanas e suburbanas, a par da existência de populações mais envelhecidas (tipicamente menos predispostas à adesão a serviços inovadores) e de uma menor intensidade da concorrência (com provável repercussão a nível dos preços) tende a condicionar a viabilidade da implementação e exploração das Redes de Nova Geração, nas áreas rurais, em condições de mercado. Assim, o critério definido para a identificação dos concelhos abrangidos pela presente intervenção permite que a iniciativa do Estado se centre apenas nas zonas onde é indispensável para assegurar que nas áreas rurais se possam implementar e explorar redes de Banda Larga de Nova Geração, acelerando nitidamente o ciclo de investimento e suprindo lacunas que surgiriam na ausência de apoios públicos nestas áreas. O critério adoptado para a identificação dos concelhos susceptíveis de atribuição de financiamento, no presente âmbito, traduz-se no preenchimento cumulativo das seguintes condições: a) Natureza rural das respectivas freguesias; b) Inexistência de operadores co-instalados nas centrais da PT Comunicações; c) Inexistência de prestação de serviços suportados em rede de cabo coaxial. As condições elencadas nas alíneas b) e c) permitem caracterizar zonas onde, apesar da evolução que se tem verificado no sector da comunicações em Portugal, se revelou uma falha de mercado, caracterizada quer pelo facto de não haver quaisquer operadores coinstalados, para além do incumbente PT Comunicações, quer pelo facto de não haver qualquer rede de cabo coaxial. Nesse contexto, não se prevê que possa ser o mercado a assegurar a cobertura com redes de Banda Larga de Nova Geração. Ou seja, nas zonas em que se vai intervir, não só as redes de Banda Larga de Nova Geração não existem actualmente, como não se prevê que venham a ser construídas por investidores privados e a estar plenamente operacionais num futuro próximo (5 anos), pelo que podem ser consideradas como zonas brancas NGA. Assim, através desta medida, será possível apoiar a instalação de redes de Banda Larga de Nova Geração nas Zonas Rurais que se caracterizem pela inexistência de rede de cabo coaxial e pela inexistência de outros operadores instalados para além da PT Comunicações. Concursos Públicos Com o objectivo de seleccionar os potenciais candidatos aos apoios disponibilizados (FEDER e FEADER), o Estado Português tem em curso concursos públicos internacionais para diferentes regiões do País (Norte, Centro, Alentejo e Algarve). Em cada um destes concursos, aos quais corresponde um determinado lote de concelhos, será aprovada apenas uma candidatura. A candidatura aprovada será a que for economicamente mais vantajosa, ou seja, a candidatura que, cumprindo os requisitos
técnicos impostos pelo concurso, solicite menor apoio de fundos públicos para a execução do investimento. As redes de comunicações electrónicas de alta velocidade objecto destes procedimentos devem garantir uma cobertura de, pelo menos, 50% da população da área geográfica de cada um dos concelhos abrangidos, garantindo sempre um débito mínimo teórico de referência, por utilizador final, no sentido descendente, de 40 Mbps e devem ser exploradas como rede aberta. Para o efeito, e por todo o período de duração do contrato, deverá ser assegurada a disponibilização de uma oferta grossista destinada a garantir o acesso à rede a todos os operadores e prestadores de serviços de comunicações electrónicas interessados na respectiva utilização, para o fornecimento de serviços aos utilizadores finais. As propostas irão incluir a caracterização da zona abrangida pelo concurso, nomeadamente numa perspectiva geográfica, demográfica e económica, tendo em consideração os principais indicadores gerais por concelho/freguesia, incluindo os relativos a área, população residente, número de edifícios existentes, número de alojamentos de residência habitual, densidade populacional, Índice de Poder de Compra, taxa de desemprego, número de sedes de empresas, volume total de negócios e número de estabelecimentos. Os concorrentes devem ainda caracterizar o acesso por parte das populações a serviços de comunicações electrónicas, considerando, nomeadamente, os operadores/prestadores de serviços que actuam na área e a respectiva oferta de serviços, bem como as redes de comunicações electrónicas disponibilizadas e as condutas e outras infra-estruturas de alojamento existentes. Nesta data foram já lançados os primeiros concursos públicos, um para a região do Centro e outro para as regiões do Alentejo e Algarve. Os concursos foram lançados na dependência do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, com instrução a cargo do ICP - Autoridade Nacional de Comunicações (ICP-ANACOM). A estes concursos públicos podem concorrer todas as pessoas singulares ou colectivas, constituídas ou a constituir, incluindo: a) Municípios ou associações de Municípios; b) Empresas Públicas municipais e intermunicipais; c) Agências ou Consórcios de Desenvolvimento Regional ou Local; d) Quaisquer entidades privadas. A adjudicação será feita segundo o critério da proposta economicamente mais vantajosa, avaliada tendo em conta o montante do financiamento público requerido, a percentagem do investimento realizado pelo concorrente com recurso a capitais próprios ou alheios, a qualidade técnica da proposta, a qualidade do Plano Económico-Financeiro e a qualidade da oferta grossista de acesso às redes. Nos termos do programa de concurso, o respectivo contrato será celebrado sob condição suspensiva, estando o início da respectiva execução dependente da aprovação da candidatura a fundos comunitários apresentada pelo adjudicatário, para efeitos de obtenção do financiamento público requerido. O adjudicatário em cada um dos concursos públicos internacionais mencionados será o único candidato a poder concorrer aos apoios a disponibilizar no âmbito desta medida. Sinergia com a intervenção do FEDER A presente medida apresenta sinergias com tipologia de operações Economia Digital e Sociedade do Conhecimento (EDSC) do Eixo Prioritário 1 (Competitividade, Inovação e Conhecimento) dos Programas Operacionais Regionais do Continente, do Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013 (QREN), que tem por objectivos criar condições para a generalização do acesso à INTERNET e para a produção de conteúdos on-line por forma a permitir a prossecução dos objectivos definidos no âmbito das políticas públicas nacionais para as áreas da Sociedade da Informação e do Conhecimento contribuindo para a competitividade e afirmação das regiões portuguesas, incluindo, entre outras tipologias de operações, as Infra-estruturas de Banda Larga em áreas onde o mercado não encontre condições operacionais de disponibilização destes serviços, por questões de limiares demográficos.
As duas intervenções co-financiadas pelo FEADER e pelo FEDER são implementadas em estreita articulação de forma a potenciar ao máximo o resultado que se pretende atingir em termos de cobertura das Zonas Rurais por banda larga de alta velocidade, sendo a sua demarcação concretizada após o apuramento dos resultados dos concursos públicos referidos anteriormente. 4. Objectivos Disponibilizar as redes de Banda Larga de Nova Geração à população e aos agentes económicos das zonas rurais; Disponibilizar o acesso aos serviços de Banda Larga de Nova Geração à população e aos agentes económicos rurais; Aumentar a competitividade das empresas e a geração de emprego nas zonas rurais, através da disponibilização de serviços inovadores, assentes nas redes de Banda Large de Nova Geração; Contribuir para o desenvolvimento socioeconómico das zonas rurais; Combate à info-exclusão. 5. Âmbito Território Esta medida apoia os investimentos de construção e instalação de infra-estruturas de redes de Banda Larga de Nova Geração em concelhos localizados em Zonas Rurais. Beneficiários Pessoas singulares ou colectivas, constituídas ou a constituir, incluindo: Municípios ou associações de Municípios; Empresas Públicas municipais e intermunicipais; Agências ou Consórcios de Desenvolvimento Regional ou Local; Quaisquer entidades privadas. Os beneficiários serão necessariamente as entidades que forem adjudicatárias em cada um dos concursos públicos internacionais mencionados anteriormente. Os auxílios concedidos no âmbito desta medida estão em conformidade com o Regulamento de minimis (CE) n.º 1998/2006, bem como com o Quadro comunitário temporário relativo às medidas de auxílio estatais destinadas a a apoiar o acesso ao financiamento durante a actual crise financeira e económica - Auxílio de Estado N 13/2009 - aprovado para Portugal pela Autorização de auxílios concedidos pelos Estados no âmbito das disposições dos artigos 87º e 88º do Tratado CE a respeito dos quais a Comissão não levanta objecções n.º 2009/C 37/01 de 14/02/2009. 6. Tipologia dos investimentos e das despesas elegíveis Criação de infra-estruturas de redes de banda larga de Nova Geração e respectivo acesso, incluindo meios de transmissão (backhaul) e equipamento usado no solo; Melhoria da infra-estrutura de banda larga existente; Instalação de infra-estruturas de redes de banda larga de Nova Geração passivas, como obras de engenharia civil, tais como condutas, e outros elementos da rede
como fibra escura, em sinergia com outras infra-estruturas (energia, transportes, água, redes de esgotos, etc). 7. Critérios de demarcação de outros instrumentos financeiros da UE A demarcação dos investimentos financiados pelo FEDER e pelo FEADER vai ser definida a nível territorial em função do resultado dos concursos públicos, isto é, consoante o montante do financiamento público requerido nas propostas vencedoras será definida, por articulação entre os dois Fundos, a lista dos concelhos/freguesias rurais que irão ser financiadas pelo FEADER e as que irão ser financiadas pelo FEDER. 8. Financiamento Tipologia e nível do apoio: A ajuda é atribuída sob a forma de incentivo não reembolsável até 100% da despesa elegível, resultante, se for o caso, da dedução das receitas (líquidas de encargos) ao custo total. Custo Total (estimado) - 70 000 000 Despesa Pública - 33 333 333 Contribuição FEADER 30 000 000 Uso de verbas temporárias ou novas relacionadas com o co-financiamento do FEADER : Pacote de Recuperação 9. es de Acompanhamento e Avaliação es de Execução Financeira (input) Acção CE_Medida PDRc Meta Despesa Pública realizada ( ) 321 3.6 33 333 333 Total Medida 33 333 333 FEADER ( ) 321 3.6 30 000 000 Total Medida 30 000 000 Metas Quantificadas para os es Comunitários Tipo de Realização (output) Resultado Impacto N.º de acções apoiadas CE_Medida Acção PDRc Meta 321 3.6 3 Volume total de investimento (estimado) 70 000 000 População das zonas rurais que beneficia dos serviços das redes de nova geração 800 000 Aumento da penetração da Internet nas zonas rurais Valor Acrescentado Líquido (%) N.º adicional de empregos líquidos criados (medido em Equivalente Tempo Inteiro FTE)
Metas Quantificadas para os es Adicionais Específicos do Programa Tipo de Resultado Nº de domicílios beneficiados pelos serviços das redes de nova geração CE_Medida Acção PDRc Meta