A U A UL LA O mundo romano: da monarquia à repúbica Os romanos deixaram marcas cuturais e poíticas que ajudaram a modar o mundo contemporâneo. Muitos traços da história romana estão presentes em nossa vida cotidiana. Em primeiro ugar, na íngua. O potuguês é derivado direto do atim, a íngua dos romanos. Também do atim derivam o espanho, o francês, o itaiano e o romeno. Na poítica, iguamente, a idéia de repúbica (que quer dizer res pubica, a coisa púbica ) se aprimorou, com os partidos poíticos, o Senado e as assembéias, com a representação popuar (pebéia pebéia) e aristocrática (patrícia patrícia). Houve também - é verdade que em poucos momentos - uma separação entre a propriedade púbica (do Estado) e a particuar. A justiça passou a ser mais bem distribuída no período repubicano. Até mesmo a questão da reforma agrária foi discutida. Na construção das cidades, com suas funções bem panejadas, já despontava nossa civiização do Ocidente. Na arquitetura, na rede de estradas que igava o extenso mundo abrangido peos romanos, nas artes em gera, pode-se notar a força de uma cutura que soube se apropriar das anteriores - da grega em especia - e criar sua própria identidade. Na fiosofia, no direito civi (de civitas, cidadania ; o direito do cidadão), na iteratura, os romanos deixaram traços fortes, que o tempo não apagou. Roma monárquica Você já deve ter ouvido faar da enda de Rômuo e Remo, os gêmeos jogados no rio Tibre ainda bebês, que foram aimentados por uma oba. Pois bem, essa enda conta a história dos irmãos que fundaram a cidade de Roma, na parte centra da penínsua Itáica. Lá, famíias de pastores atinos criaram várias adeias confederadas sob a iderança de Aba Longa. A partir dessa pequena adeia, os romanos construíram um império sem igua no mundo antigo. Espaharam sua íngua e criaram um tipo de vida muito particuar: uma sociedade essenciamente agrícoa, que utiizava mão-de-obra escrava e cujo espaço poítico e cutura foi a cidade.
A fundação de Roma (753 a. C.) A região do Lácio era baixa e pantanosa. Portanto, não era um ugar muito saudáve para viver. Apesar disso, os atinos decidiram ficar por á mesmo, e construíram suas adeias sobre as coinas da região para fugir das inundações do rio Tibre. Na época em que chegaram ao Lácio, os atinos encontraram os gregos ocupando o su da penínsua, a Magna Grécia; e os etruscos, que ocupavam o centro e o norte da penínsua. Pensando em aproveitar o rio Tibre para se defender dos etruscos, várias famíias de Aba Longa se fixaram no monte Paatino, que tinha uma boa visão em caso de agum ataque. No ano de 753 a.c., ees fundaram a adeia de Paatina. Agum tempo depois disso, outras famíias atinas se fixaram nas seis coinas da região e formaram a Liga dos Sete Montes. A adeia de Aba Longa comandava a Liga, pois era a adeia mais importante. Apesar de terem se fixado num ugar estratégico, os atinos não conseguiram conter o avanço dos etruscos, que dominaram o Lácio e o transformaram no centro da uta contra os gregos. Ees juntaram as adeias que formavam a Liga e criaram a cidade de Roma, na região das sete coinas. Depois disso, deixaram a cidade sob o governo de um rei absouto, como os reis do Oriente Médio que já estudamos. Os etruscos transformaram Roma numa cidade muito próspera. Durante esse período, a cidade foi governada por três reis: A U L A Tarquínio, o Antigo, embeezou a cidade, construiu um circo e a praça púbica, que ees chamavam de foro, construiu o esgoto principa, que existe até hoje. Sérvio Túio, evantou a primeira muraha da cidade e procamou as primeiras eis sociais. Tarquínio, o Soberbo, tentou conquistar as coônias gregas do su da penínsua, mas foi derrotado. Essa derrota, em 520 a.c., marcou o fim do domínio estrusco. Os atinos aproveitaram a derrota dos etruscos e os expusaram do Lácio, em 509 a.c. Depois disso, só restaram as ruínas de seus monumentos e sua cutura, que foi assimiada peos atinos. Rômuo e Reno amamentados pea oba - representação da enda.
A U L A A enda de Rômuo e Remo A enda que narra a fundação da cidade de Roma é conhecida no mundo inteiro. O escritor Virgíio, autor da Eneida, conta que Enéias, um príncipe troiano, fugiu para a penínsua Itáica depois que os gregos destruíram a cidade de Tróia. No Lácio, fundou a cidade de Aba Longa. A enda conta que Enéias foi sucedido por doze reis, até que houve uma briga entre dois irmãos que queriam ser os reis de Aba Longa. A disputa peo trono O irmão que venceu, mandou matar os fihos e os netos do outro irmão. Os gêmeos, Rômuo e Remo, foram jogados peo tio-avô no rio Tibre. Os deuses protegeram os meninos, que foram amamentados por uma oba e criados por uma famiia de pastores. Uma vez adutos, Rômuo e Remo votaram para Aba Longa, mataram o tio-avô e devoveram o trono da cidade ao egítimo sucessor, o avô dees. O avô permitiu que ees fundassem uma cidade. Assim, Rômuo fundou a cidade de Roma, sobre sete coinas, junto com aguns seguidores. O governo dos romanos A enda narrada por Virgíio também revea que depois de Rômuo, a cidade de Roma teve sete reis. Rômuo matou seu irmão, Remo, e foi o primeiro rei de Roma. Ee organizou o Senado, uma das principais instituições de governo em Roma, e dividiu a sociedade romana em dois grupos: os patrícios e os pebeus. Rômuo foi sucedido por outros três reis romanos. Depois disso, Roma foi governada por três reis etruscos, conforme já vimos. A sociedade romana Vejamos, agora, como era a sociedade romana durante a monarquia. O povo romano era formado peos descendentes das famíias que teriam participado da fundação de Roma. Ees eram os patrícios, descendentes dos pais da cidade. Só ees podiam ocupar os cargos púbicos e governar. Aém disso, tinham se apossado das mehores terras da região e formavam uma aristocracia de várias famíias igadas por aços de parentesco. Cada famíia formava uma gens. Os chefes das gens integravam o Senado romano. Os patrícios romanos se reuniam numa assembéia chamada comício, para propor e votar as eis da cidade. Os patrícios eram cassificados em trinta grupos de famíias chamados de cúrias. O comícios curiados escohiam os reis e os demais funcionários do governo. O outro grupo da sociedade romana era constituído peos pebeus. A pebe era formada peos estrangeiros e peos romanos que não tinham um antepassado que houvesse participado da fundação da cidade. Os pebeus viviam ivremente em Roma, embora não tivessem direitos e não participassem do governo. Para mehorar a situação de vida, muitos pebeus se tornavam protegidos,
ou cientes, de aguma famíia patrícia. Em troca, tinham de prestar favores a esses patrícios. Roma também contava com um grande número de escravos. Os escravos eram tratados como se fossem coisas. Ees nem existiam na egisação romana. Os pebeus que não pudessem pagar suas dívidas e os prisioneiros de guerra eram escravizados. A U L A A famíia romana A famíia teve um pape muito importante dentro da sociedade romana. Toda a organização da sociedade girava em torno dos aços de parentesco, e estes aços, por sua vez, estavam igados à reigião. A famíia romana era formada por todos aquees que prestavam homenagem a um antepassado. Isso incuía o pai, a mãe, os fihos, os cientes e até os escravos. A autoridade do pai era absouta dentro de casa. Ee tinha poder de vida e morte sobre a muher e os fihos. A figura da mãe era muito respeitada e gozava de muito prestígio. Apesar disso, a muher não participava da vida púbica nem tinha independência dentro de casa: á era subordinada ao pai, ao marido ou ao fiho mais veho. A reigião Os romanos eram muito reigiosos. Mas eram tão supersticiosos que achavam que tinham de adotar os deuses dos povos com os quais entravam em contato para faciitar a convivência entre ambos. Graças a isso, a reigião romana assimiou as crenças de vários povos. Os atinos praticavam o cuto doméstico, veneravam os espíritos dos antepassados e os ares, os gênios protetores da casa. O pai da famíia desempenhava o pape de sacerdote. Cada cidade tinha seu atar com fogo sagrado no tempo de Vesta, a deusa protetora do Estado. Lá, as vestais, virgens de famíias importantes, aimentavam o fogo sagrado. Sob o domínio dos etruscos, os atinos adotaram os deuses dees, seus rituais de adivinhação e presságios. A partir desse momento, tais rituais marcaram profundamente a vida púbica romana. Nessa época, os atinos assimiaram também os rituais sanguinários - as utas entre gadiadores. Dos gregos, os romanos assimiaram os deuses do Oimpo, embora hes tenham trocado os nomes. Roma repubicana (509 a.c.-27 a.c.) O estabeecimento da repúbica coincide com a expusão dos etruscos e o início da expansão territoria de Roma. Iniciamente, os patrícios mantiveram os priviégios que tinham sob a monarquia. Com o passar do tempo, foram obrigados a partihar o poder: os pebeus utaram para conquistar o direito de participação no governo. Nessa época surgiu entre os romanos um forte idea miitar. Em breve, dominariam todo o Mediterrâneo ocidenta e orienta.
A U L A As autoridades repubicanas A queda da monarquia romana não significou uma mudança no governo da cidade. A aristocracia patrícia continuou governando, apesar das pressões dos pebeus. A repúbica era governada pea casse dos patrícios. As únicas novidades que a repúbica trouxe, em termos de governo, foram as seguintes. O rei foi substituído por dois cônsues - uma vez por ano, cada cônsu era eeito peas cúrias patrícias; ees tinham os mesmos poderes que os reis. Em casos excepcionais, ou seja, em caso de guerra ou de agum acidente muito grave, os cônsues eram substituídos por um ditador, que governava durante seis meses; não precisava consutar ninguém para governar, e tinha até direito de vida e morte sobre os cidadãos romanos. O Senado, formado por trezentos membros vitaícios, ou seja, que só eram substituídos quando morriam, assumiu papéis cada vez mais importantes, tais como o controe sobre fundos púbicos e o poder de veto sobre os atos da Assembéia, formada por patrícios romanos escohidos peas gens. As utas sociais entre patrícios e pebeus A desiguadade socia imposta peos patrícios sobre o resto dos romanos foi contestada peos pebeus, que utaram durante duzentos anos para conquistar os mesmos direitos dos patrícios. No fina desses duzentos anos, os pebeus conquistaram muitos desses direitos sociais. A diferença que existia entre patrícios e pebeus praticamente desapareceu. Essas conquistas foram possíveis porque os pebeus formavam a maioria das tropas romanas. Se ees utavam nas guerras, era justo que ees também participassem do governo da cidade. Com o passar do tempo, os patrícios não tiveram outra saída senão ceder às pressões dos pebeus. Os magistrados pebeus Uma das primeiras conquistas dos pebeus foi a possibiidade de terem representantes, magistrados, no governo romano: eram os tribunos da pebe, que defendiam os interesses dos pebeus. Os edis, inspetores pebeus, ajudavam o trabaho dos tribunos, vigiavam a impeza da cidade, controavam os preços dos mercados e exerciam certas funções poiciais. Para equiibrar essas conquistas, os patrícios criaram os censores, que também eram patrícios. Ees eram encarregados de fazer as istas de todos os candidatos a cargos púbicos e os jugavam, para ver se eram dignos de ocupáos. Muitas vezes, os censores não permitiam que os candidatos que defendiam os interesses dos pebeus chegassem ao governo. As eis escritas Outra conquista dos pebeus foi o acesso às eis romanas. Só os patrícios podiam jugar as disputas que surgiam entre as pessoas, pois só ees conheciam as eis. Os pebeus não tinham como se defender. Em 454 a.c., formou-se uma comissão de dez juízes que se encarregaram de escrever as eis. A pubicação da Lei das Doze Tábuas, assim chamada porque estava escrita em doze pranchas de bronze, faciitou a defesa dos pebeus, e foi o ponto de partida do direito romano.
As assembéias popuares Com o passar do tempo, os pebeus conseguiram o direito de participar dos comícios. As eis começaram a ser discutidas nas assembéias dos integrantes das centúrias. Cada centúria constituía um batahão do exército. Essas assembéias eram chamadas de comícios centuriados. Como todos os romanos faziam parte do exército, todos participavam desses comícios. Apesar disso, os patrícios ainda tinham mais poder: o exército era formado evando em conta a riqueza dos cidadãos. Em 470 a.c., a cidade foi dividida em bairros chamados tribos. Cada bairro formava uma assembéia que tinha direito a voto. Nesses comícios por tribos, que também eram chamados de pebiscitos, os pebeus sempre eram a maioria. No início, os patrícios não aceitaram as decisões tomadas peos pebiscitos. Mas, com o passar do tempo, tiveram de se submeter a essa conquista da pebe. As eis icínias, promugadas em 367 a.c., obrigavam um dos dois cônsues a ser pebeu. As eis canuéias, promugadas em 345 a.c., permitiam que os pebeus se casassem com patrícios. Depois das conquistas obtidas peos pebeus, todo cidadão romano podia candidatar-se a quaquer cargo púbico e exercê-o, fosse ee pebeu ou mesmo patrício. A U L A A expansão romana na penínsua Itáica Quando as utas sociais se apaziguaram, Roma pôde dispor de seu poderoso exército para conquistar a penínsua Itáica, avançando em direção ao su e vencendo os samnitas e os gregos. Após dominar a região da Magna Grécia, em 265 a.c., Roma era dona absouta da penínsua Itáica. Suas aspirações, agora, incuíam terras de aém-mar.
A U L A Via Ápia: uma das principais estradas romanas. As guerras púnicas (264 a. C-146 a. C.) Depois da conquista da penínsua Itáica, Roma se tornou uma das cidades mais poderosas do Mediterrâneo. Era inevitáve, portanto, que seus interesses se chocassem com os de um vizinho muito poderoso: Cartago. No norte da África, a cidade de Cartago era o centro de um próspero império comercia de origem fenícia. O dueo entre romanos e cartagineses durou 120 anos e se desenvoveu em três etapas. Foram as chamadas guerras púnicas ("púnico", vem do atim poemi, quer dizer fenício). Na primeira guerra púnica (264 a. C.- 240 a. C.), Roma conseguiu tomar a iha da Sicíia. Na segunda guerra púnica (220 a. C.- 202 a. C.), Roma utou contra o grande genera cartaginês Aníba, que conseguiu várias vitórias mas não foi capaz de impedir os romanos de reafirmar seu poder sobre a penínsua. Cinqüenta anos após a derrota, Cartago tinha renascido, graças ao comércio. Roma não se conformou e atacou novamente: foi a terceira guerra púnica (150 a. C.-146 a. C.). Em 146 a.c., Cartago foi totamente arrasada, e seus habitantes, degoados. O Senado romano ordenou que se passasse um arado sobre as ruínas da cidade, sagou a terra e decarou o território amadiçoado. A partir desse momento, o norte da África transformou-se em mais uma província romana. Senhora absouta do Mediterrâneo, Roma empreendeu a conquista do Oriente, tomando territórios da Grécia e da Síria. Exercícios Exercício 1 Como estava organizada a sociedade romana no período monárquico? Exercício 2 Por que ocorreram utas sociais entre patrícios e pebeus, e o que resutou dessas utas? Exercício 3 Qua das conquistas dos pebeus que hes permitiu obter a maioria dos votos?