II-241- OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES OPERACIONAIS NA REMOÇÃO DE CROMO EM COLUNA DE CARVÃO

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Transcrição:

II-241- OTIMIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES OPERACIONAIS NA REMOÇÃO DE CROMO EM COLUNA DE CARVÃO Roselene Maria Schneider (1) Engenheiro Químico pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Mestranda em Engenharia Química na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Cíntia Fernandes Cavalin Graduanda em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Maria Angélica Simões Dornellas de Barros Engenheiro Químico pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mestre em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Doutora em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Célia Regina Granhen Tavares Engenheiro Químico pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Mestre em Engenharia Química pela Universidade de São Paulo (USP). Doutora em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFPR). Pós-doutorado na Université de Montpellier II (Scienc. Et Tech Du Languedoc), U.M. II França. Endereço (1) : Avenida Colombo, 5790 Bloco D90 - Maringá PR - CEP: 87020-900 Brasil Tel: (44) 261-4345 - e-mail: roselenems@yahoo.com.br RESUMO Este trabalho tem por objetivo encontrar as melhores condições para a remoção do Cr(III) de efluentes líquidos, em colunas de carvão. Primeiramente foram estudadas as características texturais e químicas do material adsortivo, ou seja, a determinação da área superficial, volume e diâmetro de poros e a determinação dos grupos funcionais presentes na superfície do carvão. Os métodos utilizados nestas determinações foram a adsorção de N 2 a 77 K e o método de Boehm. Obtida a isoterma de adsorção de nitrogênio, típica de carvão microporoso, foi possível encontrar, pelo método de Dubunin-Radushkevich (DR), a área de microporos (993 m 2 /g) e volume de microporos (0,35 cc/g). Também, a partir dessa isoterma, foram determinadas a área superficial BET (763 m 2 /g), e o diâmetro médio de poros (18 Å) pelo modelo BJH. A utilização do método de Boehm identificou grupos superficiais existentes na amostra de carvão. Os grupos encontrados compreendem 0,05mmol/g de grupos carboxílicos, 0,0750mmol/g de grupos lactônicos e 0,0950mmol/g de grupos fenólicos. Tais resultados indicam que a retenção do cromo no carvão pode ocorrer tanto por fisissorção nos microporos bem como por quimissorção nos sítios dos grupos funcionais. Antes de se iniciar os ensaios em coluna, um ensaio em batelada foi realizado com o objetivo de se determinar o melhor ph de operação. Valores de ph foram corrigidos entre 2 e 6, a fim de saber quais destes valores poderiam levar à precipitação do cromo. Valores de ph no intervalo 2-4,5 foram testados para determinar qual valor proporcionaria uma remoção. O ensaio consistiu em colocar em contato uma solução de cromo com ph variando de 2 a 4,5. Foi observado que em valores de ph entre 4 e 4,5 ocorreu a maior adsorção de cromo. A partir destes valores foram realizados testes dinâmicos em coluna, a fim de otimizar o processo de adsorção de cromo (III). A otimização constituiu em determinar em que vazão levaria a uma maior quantidade de material poluente adsorvido por massa de carvão ativado. Os experimentos de adsorção foram realizados em colunas de leito fixo. A solução alimentava uma coluna de carvão de 8,3 cm em fluxo ascendente a 30 o C. Os ensaios foram realizados para vazões definidas no intervalo entre 1-4 ml/min. As curvas de ruptura assim obtidas mostraram que a vazão de 2 ml/min foi a que se apresentou mais próxima a um degrau, indicando, portanto, a menor zona de transferência de massa e, conseqüentemente, a maior capacidade de retenção de cromo. Também foram observados, para esta vazão, a menor variância adimensional e a menor razão operacional, o que comprova que nestas condições as resistências difusionais, foram minimizadas. PALAVRAS-CHAVE: Cromo, Caracterização do Carvão, Otimização da Vazão. INTRODUÇÃO O impacto ambiental e a toxicidade acumulativa dos metais pesados têm sido motivo de grande preocupação nos últimos anos. Isso tem proporcionado um aumento significativo de pesquisas com o intuito de desenvolver ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1

tecnologias alternativas efetivas para a remoção de substâncias potencialmente nocivas ao ambiente provenientes de efluentes industriais. A contaminação por metais pesados ocorre devido ao tratamento inadequado dos efluentes de muitas indústrias, tais como as de instalações de produção de chapas de metal, de operações de exploração de minas e de curtimentos. Alguns metais associados a estas atividades são o cádmio, o cromo, o chumbo e o mercúrio. Os metais pesados não são biodegradáveis e tendem a se acumular em organismos vivos (Bailey et al., 1998). Particularmente, o cromo pode causar sérios efeitos em seres humanos, tanto no sistema psíquico quanto biológico (Bautista-Toledo et al., 1993), e quando a concentração aproxima-se de 0,1 mg/g de peso corporal, pode ser letal (Richard e Bourg, 1991). A maioria dos processos industriais que utiliza o cromo, leva à geração de efluentes contendo este metal na forma Cr 3+. Justifica-se portanto, o estudo de remoção do Cr 3+ em conseqüência de sua ação nesta forma e também a sua possível oxidação à Cr 6+. O cromo nesta forma causa mais preocupação do que na forma trivalente, uma vez que esse integra a listagem da EPA (Agência Ambiental dos EUA) dos 129 poluentes mais críticos. Uma das alternativas para a remoção do Cr 3+ é a utilização de adsorventes, em sistemas de tratamento terciário (refino). Num processo de adsorção, são inseridas colunas de leito fixo após os tratamentos convencionais. Dentre os materiais adsorventes que podem reter os íons cromo, destaca-se o carvão ativado. Para a utilização deste adsorvente no tratamento terciário de efluentes industriais, torna-se necessário inicialmente compreender o mecanismo de retenção do cromo nos sítios de adsorção. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi o de caracterizar o material adsorvente e encontrar as melhores condições para a remoção do cromo(iii) de soluções sintéticas. MATERIAIS E MÉTODOS CARACTERIZAÇÃO DO CARVÃO O adsorvente utilizado para os ensaios de remoção de cromo (III) em coluna foi o carvão de casca de coco, o qual é utilizado comercialmente em filtros de água. Para a caracterização da área superficial, distribuição do tamanho de poros e natureza química do carvão ativado de casca de coco foi utilizada a combinação dos resultados da adsorção de N 2 a 77K e o método de Boehm. A determinação do tamanho de partícula do material adsorvente foi realizada pelo processo de peneiramento. Adsorção de N 2 O método de adsorção de N 2 baseia-se na teoria das multicamadas, na qual se considera que a adsorção sobre camadas com um número de moléculas, que podem variar entre zero e infinito, seja equivalente à condensação do adsorvato liquido sobre a superfície. As quantidades de gás adsorvido são determinadas para diferentes pressões de equilíbrio. Para a isoterma de N 2 foram ajustados os modelos de Dubunin-Radushkevich (DR), Barret, Joynere, Halenda (BJH) e Brunauer, Emmett, Teller (BET). Método de Boehm O método de Boehm é uma técnica experimental na qual se coloca uma massa conhecida do adsorvente em contato com um volume da base correspondente e sua posterior titulação com ácido clorídrico ou hidróxido de sódio. O método de Boehm detecta os seguintes grupos funcionais: ácido carboxílico, grupos lactônicos e grupos fenólicos (Rodríguez-Reinoso e Molina-Sabio, 1998). Para a realização dos ensaios foi adicionada 0,200 grama de carvão em 20 ml de soluções 0,02N de HCl, NaHCO 3, Na 2 CO 3 e NaOH, os quais foram lacrados com parafilme e agitados durante 48 h a 30ºC. A determinação de cada grupo funcional foi feita de acordo com Rodríguez-Reinoso e Molina-Sabio (1998). Peneiramento O peneiramento foi realizado com o objetivo de determinar o diâmetro médio da partícula de carvão. Peneiras de 20, 28 e 35 mesh foram utilizadas. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2

AVALIAÇÃO DO PH DAS SOLUÇÕES Para a avaliação do ph, foram realizados ensaios em batelada com e sem adsorvente. No primeiro caso, o objetivo era a avaliação do ph no qual iniciava-se a precipitação do hidróxido de cromo, ou seja, o teste em branco. Neste caso, foram avaliados valores de ph na faixa de 2,0 a 6,0. O segundo ensaio teve por objetivo colocar em contato as mesmas soluções com o carvão a fim de verificar a faixa de ph na qual se observava a maior remoção do cromo da fase líquida somente pelo processo de sorção, sem a precipitação do hidróxido. Neste caso foi mantido o procedimento anterior e adicionada uma massa de 0,25 g de carvão. A faixa de ph para o segundo ensaio foi de 2,0 a 4,5. A restrição dos ensaios em 4,5 e não em 6,0 se deveu ao fato de que a partir de 4,5 existiria a possibilidade de precipitação do hidróxido de cromo. Em ambos os sistemas o ph foi corrigido com a adição de solução de NaOH ou HCl 0,02 e 0,2 N. Após o período de 24 horas a 30ºC as amostras de solução de cromo foram filtradas e suas concentrações finais foram determinadas por absorção atômica. METODOLOGIA ANALÍTICA A solução de cromo utilizada foi preparada a partir do reagente P.A. CrCl 3.6H 2 O. A determinação de cromo nas amostras foi realizada por espectrometria de absorção atômica utilizando-se o equipamento Varian SpectrAA-10 PLUS. A composição da chama utilizada foi de acetileno-óxido nitroso a fim de inibir a interferência dos íons sódio, presentes em solução. O padrão de 1000 ppm do elemento cromo foi preparado com solução da ampola Titrisol diluída para 1000 ml. A partir deste foram obtidos os padrões de 0 a 15 ppm de acordo com as recomendações do equipamento. ENSAIOS EM COLUNA O módulo utilizado para os ensaios em coluna consistiu em um reservatório de solução de alimentação e de um reservatório de água desionizada utilizada para uniformizar o leito e estabilizar a vazão. O módulo ainda contava com uma bomba peristáltica, Cole Parmer, que alimentava o leito encamisado de diâmetro interno de 0,9 cm. Para cada experimento realizado, o leito era montado de forma que continha primeiramente um quarto de esferas de vidro, sobre as quais era colocado um pequeno chumaço de algodão, garantindo que o carvão não penetrasse entre as esferas. Depois deste procedimento, o carvão era colocado na coluna e então água desionizada era passada de forma a retirar as possíveis bolhas de ar presente na coluna de adsorvente. De forma a manter a coluna de carvão fixa, outro chumaço de algodão era colocado e em seguida, esferas de vidro. Depois, ambos, vazão e temperatura eram ajustados nos valores desejados e o ensaio era iniciado fechando-se a válvula de água e abrindo-se a de solução. A alimentação da coluna ocorria em fluxo ascendente e as amostras eram coletadas em intervalos de tempo pré-definidos até a saturação do leito. Com a análise da concentração de cromo em cada amostra, foi possível construir as curvas de ruptura, isto é, C / C 0 versus tempo. Para as curvas de ruptura, o comportamento curvilíneo delineia uma região do leito na qual está ocorrendo a troca ou adsorção. Esta região é definida como a zona de transferência de massa (ZTM), ou seja, é a extensão do leito na qual a concentração passa do ponto de ruptura (C/C 0 =5%) ao ponto de exaustão, onde o leito está saturado. Quanto mais próximo a um degrau, menor é o comprimento da ZTM, ou seja, mais próximo da idealidade o sistema se encontra. O cálculo da ZTM, do tempo útil da coluna (t u ) e o tempo de exaustão da coluna (t t ), foram realizado de acordo com Geankoplis (1993). O tempo médio de residência no leito foi estimado de acordo com o proposto por HILL (1997). A dispersão da distribuição ou variância adimensional 2 ( σ ) foi calculada como em Barros (2003). Quanto mais estreita a dispersão, maior será a aproximação a uma curva de ruptura ideal, na qual as resistências difusionais são minimizadas. Assim juntamente com o comprimento da ZTM, este parâmetro indica a existência das etapas limitantes no processo de troca iônica ou adsorção na coluna. Uma medida indireta da distância entre a condição ótima da coluna e a condição de operação utilizada é dada por Barros (2003) e sua expressão está descrita na equação 1: ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3

t tu R0 = equação (1) t u Valores de R 0 próximos a zero indicam que a condição operacional ( t ) está próxima à condição ideal de trabalho ( tu ), ou seja, a condição ótima de operação. Portanto, a razão operacional R0 pode ajudar na análise das condições de mínimas resistências difusionais. Os valores de q tt, quantidade total de cromo adsorvido por massa de adsorvente, foram calculados pela equação 2: q tt ttt. Q. C0 = equação (2) ms em que Q é a vazão da solução alimentada na coluna, em L/min e ms é a massa seca de adsorvente utilizado, em gramas. OTIMIZAÇÃO DOS ENSAIOS EM COLUNA Os experimentos de remoção de cromo em coluna foram realizados com o objetivo de se determinar qual a melhor vazão de operação para a coluna, ou seja, minimizar as resistências difusionais, para posterior obtenção de isotermas dinâmicas. Os ensaios foram conduzidos à temperatura de 30ºC, concentração inicial de 0,99 meq/l e massa de 2,5g, o que corresponde a uma altura de leito de aproximadamente 8,3 cm. Foram investigadas as vazões de 1,0; 2,0; 3,0 e 4,0 ml/min. uma vez que estudos prévios indicaram que nesta faixa ocorre a mínima resistência difusional para leito de carvões neste sistema (Pereira et al., 2004). RESULTADOS E DISCUSSÕES CARACTERIZAÇÃO DO CARVÃO O carvão ativado utilizado é um material obtido pela carbonização da casca de coco a 600ºC e ativado com vapor a 950ºC. Isotermas de N 2 A isoterma de N 2 propiciou a caracterização da área superficial do carvão, de forma a determinar a área, o volume e o diâmetro dos poros. A Figura 1 apresenta a isoterma de N 2 para o material estudado. Observa-se a presença de um platô, sem histerese, típico de materiais microporosos (Sing, 2001). Figura 1: Isoterma de adsorção e dessorção de N 2 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4

Os resultados encontrados foram: área de microporos, pelo modelo DR, de 993 m 2 /g, volume de microporos de 0,35 cc/g. A área BET encontrada foi de 763 m 2 /g e através do modelo BJH obteve-se o diâmetro médio de poros que foi de 18 Å, o que confirma a predominância da microporosidade do carvão em estudo. Os resultados de caracterização física encontrados estão próximos aos valores encontrados em literatura (Nevskaia et al., 1999; Heinem et al., 2000; Rodrígues-Reinoso e Molina-Sabio, 1998), indicando que os efeitos difusionais estão presentes de forma significativa na adsorção em carvões. Peneiramento O diâmetro médio aproximado encontrado para as partículas do material carbonáceo utilizado como adsorvente foi de 0,51 cm. Método de Boehm Pelo método de Boehm os grupos superficiais existentes na amostra foram identificados. A acidez total encontrada no carvão foi de 0,22 mmol/g. Este valor é a soma dos grupos carboxílicos, lactônicos e fenólicos existentes na superfície do adsorvente. Os grupos carboxílicos compreendem 0,05 mmol/g; os lactônicos, 0,0750 mmol/g e os fenólicos, 0,0950 mmol/g. Estes valores, se comparados com os encontrados por Lyubchik et al. (2004), para outros tipos de carvão, são valores baixos. De acordo com Strelko et al. (2002), espera-se que a alta quantidade relativa e distribuição dos grupos ácidos superficiais presentes nos carvões influencie na capacidade de sorção e seletividade de remoção de diferentes espécies iônicas da solução. Portanto, a sorção de Cr 3+ neste carvão deve ocorrer possivelmente com predominância de adsorção física. AVALIAÇÃO DO PH Na avaliação do ph para a solução sem adsorvente foi observado que existe uma diferença entre a concentração antes e depois da correção de ph, porém, esta discrepância não está ligada a precipitação do cromo, mas sim a provável diluição da solução quando da correção de ph e também a erros associados à determinação da concentração por absorção atômica. Apesar de não ter sido observada a formação de precipitados, para valores de ph maiores de 4,5, optou-se pelo teste do efeito do ph na adsorção sendo esse o máximo valor testado. Esta limitação foi devido ao fato de que na realização dos experimentos em coluna, a remoção do cromo poderia levar a um aumento do ph, o que poderia ocasionar a precipitação do cromo. Desta forma a distinção do processo de remoção não poderia ser definida como sendo precipitação ou adsorção. Como pode ser observado pela Tabela 1, depois de um dia de contato entre a solução e o carvão, vê-se que a maior porcentagem de remoção para os valores de ph testados ocorreu para a faixa de ph entre 4,0 e 4,5. Portanto, o ph das soluções de alimentação para os ensaios em colunas foram corrigidos para esta faixa. Tabela 1: Efeito do ph na adsorção ph % REMOVIDA 2,0 6,9 2,5 17,7 3,0 44,0 3,5 66,3 4,0 75,3 4,5 83,4 EFEITO DA VARIAÇÃO DE VAZÃO As curvas de ruptura obtidas para as vazões testadas podem ser vistas na Figura 2. A saturação de algumas curvas não foi apresentada para que as inclinações de cada curva foram avaliadas com mais detalhes. A saturação para o ensaio com vazão de 1 ml/min ocorreu em 600 minutos enquanto que para aqueles de vazões ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5

de 2,0; 3,0 e 4,0 ml/min a saturação ocorreu em 258, 182 e 190 minutos, respectivamente. Portanto, o aumento da vazão de alimentação levou a uma saturação mais rápida do adsorvente, o que já era esperado e que concorda com os os resultados de Rupp (1996), Chern e Chien (2004), Ko et al. (2001), Zulfadhly et al. (2001) e Zambon et al (2004). Observa-se pela Figura 2 que os pontos de ruptura de cada ensaio diminuem também com o aumento da vazão, o que nem sempre ocorre. De fato, quando o material adsorvente possui poros que promovem problemas difusionais logo na abertura dos canais, os pontos de ruptura para distintas vazões são muito próximos entre si (Barros et al. 2003). O decréscimo do ponto de ruptura com o aumento da vazão, portanto, indica que o tamanho de poro de 18 Å não interfere tão significativamente na entrada dos íons cromo nos microporos. Por outro lado, a inclinação das curvas de ruptura mostra que estas não são paralelas entre si e que a vazão interfere na resistência difusional interna à partícula (Barros, 2003). Segundo Geankoplis (1993), quanto mais inclinada a curva de ruptura, ou seja, quanto mais próxima a um degrau, menor serão as resistências difusionais e, como conseqüência, melhor é o processo de adsorção. Realmente, este fenômeno pode ser visto para as zeólitas em Barros (2003) e Sanches et al. (2004). Porém, no caso específico de carvões observa-se curvas de ruptura que possuem, em muitos casos, um início de saturação com uma parte convexa até o ponto de ruptura bastante acentuada (Pereira et al., 2004). Nestes casos, a curva mais próxima a um degrau pode não apresentar a menor zona de transferência de massa. Desta forma, observa-se que a curva de ruptura para 2mL/min possui uma concavidade bastante grande, o que pode indicar que esta vazão seja aquela que, dentre as estudadas minimiza os efeitos difusionais. De fato, a Tabela 2, que apresenta os dados quantitativos dos parâmetros difusionais, mostra que na vazão de 2mL/min houve o menor comprimento da ZTM, a maior quantidade de cromo retida até o ponto de ruptura (q tu ) e também até a saturação (q tt ). Além disso, os valores de R 0 e σ 2 são os menores para a vazão de 2mL/min, indicando também uma menor resistência difusional no processo. 1 C/C0 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 0 50 100 150 200 Tempo/min Figura 2: Curvas de ruptura para diferentes vazões ( - 1 ml/min; 2 ml/min; 3 ml/min; 4 ml/min) É interessante notar que os valores da razão operacional são bem menores para materiais bem mais seletivos ao cromo trivalente, tais como as zeólitas (Barros, 2003). A distância entre a condição ótima da coluna e a condição de operação, (R o ) pode ser utilizado como uma medida indireta da seletividade de adsorventes em colunas de mesma dimensão. Pequenos valores de R o possivelmente indicam adsorventes mais seletivos para as mesmas condições operacionais. Esta comparação pode, inclusive, ser realizada para adsorventes de mesmo tipo tais como os carvões. Pereira et al. (2004) estudou a remoção de cromo utilizando carvão de caroço de azeitona, e também obteve para o mesmo sistema, a vazão ótima de trabalho de 2 ml/min porém com um valor menor da razão operacional e maior quantidade de cromo retida até t u. Vale ressaltar ainda que o carvão de coco, como visto, possui poucos grupos superficiais em relação ao de azeitona estudado por Pereira et al. (2004). Tal fato evidencia a importância da quimissorção (Lyubchik, et al. 2004) e/ou troca iônica no mecanismo de retenção de cátions metálicos no carvão. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6

Tabela 2: Parâmetros determinados a partir dos experimentos a diferentes vazões Vazão (ml/min) ZTM (cm) q tu (meq/g) q tt (meq/g) R o σ 2 1 5,9 0,013 0,043 2,3 0,9 2 5,4 0,020 0,056 2,0 0,6 3 5,6 0,014 0,045 4,2 0,9 4 6,3 0,009 0,045 4,5 2,3 Portanto, a retenção de Cr 3+ no carvão depende da química da superfície e das propriedades físicas dos adsorventes (Hu et al., 2003), e, por este motivo a porosidade, e, conseqüentemente, o processo de ativação são muito importantes. Além disso, a quimissorção, por necessitar de maior energia do que a fisissorção (Sing, 2001), precede e muitas vezes se confunde, com o processo de troca iônica. A retenção de um cátion de carga elevada como o cromo trivalente depende muito, portanto, desta propriedade. Assim sendo, provavelmente a existência de um grande número de grupos superficiais que atraiam eletrostaticamente o íon promove a retenção do mesmo. Isto explica porque as zeólitas, por exemplo, são mais seletivas ao cromo do que os carvões. CONCLUSÕES O estudo do ph demonstrou que este é um fator muito importante no processo de adsorção, uma vez que a variação do mesmo mostrou uma grande variação na quantidade de cromo adsorvida. Concluiu-se também que o melhor valor de ph para adsorção está entre 4 e 4,5, no intervalo testado. Os resultados obtidos para a caracterização da superfície do adsorvente pelos métodos de adsorção de N 2 a 77K e o método de Boehm sugerem que o carvão utilizado neste trabalho é um material microporoso, com grande área superficial e com presença de grupos ácidos, os grupos carboxílicos, lactônicos e fenólicos. Os ensaios realizados em coluna, com o objetivo de demonstrar a melhor condição de operação para o processo de adsorção do cromo, mostraram que a vazão também influencia a remoção do metal. Para as vazões testadas, concluiu-se que a melhor vazão de operação para a adsorção do Cr(III) no carvão em estudo foi a de 2 ml/min. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES pelo suporte financeiro. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. http://www.qca.ibilce.unesp.br/prevencao/bmcisq1004.html. 2. BAILEY, S. E., OLIN, T. J., MARKBRICA, R., DEAN ADRIAN, D. A review of potentially low-cost sorbents for heavy metals. Pergamon, USA. 1998. 3. BARROS, M. A. S. D., ZOLA, A. S., ARROYO, P. A., SOUZA-AGUIAR, TAVARES, C. R. G. Binary ion exchange of metal íons in Y and X zeolites. Brazilian Journal of Chemical Engineering, Vol. 20, No. 04, pp 413-421, 2003. 4. BARROS, M. A. S. D. Avaliação do mecanismo de troca iônica de cromo em sistemas zeolíticos. Tese de Doutorado, UEM, Maringá, 2003. 5. BAUTISTA-TOLEDO, I., RIVERA-UTRILLA, J., FERRO-GARCIA, M. A., MORENO-CASTILLA, C. Influence of the oxigen surface complexes of actived carbons on the adsorption of chromium ions from aqueous solutions: effect of sodium chloride and humic acid. Departamento de Química Inorgánica, Faculdad de Ciencias, Universidade de Granada, Granada, Spain, 1993. 6. CHERN, Jia-MING, CHIEN, Yi-Wen. Adsorption of nitrophenol onto activated carbon: isotherms and breakthrough curves. Water Research 36 (2002) 647-655. 7. GEANKOPLIS, C. J. Transport process and unit operations. 3 rd ed, PTR Prentice Hall, USA, 1993. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7

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