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Transcrição:

Mercados informação regulamentar Brasil Condições Legais de Acesso ao Mercado Março 2010

Índice 1. Regime Geral de Importação 3 2. Regime de Investimento Estrangeiro 6 3. Quadro Legal 7 2

1. Regime Geral de Importação O mercado brasileiro caracterizou-se, até ao início dos anos 90, por um forte proteccionismo e intervenção estatal. O programa de reformas de 1990 consagrou uma progressiva liberalização das trocas comerciais e a integração da economia brasileira a nível internacional. No entanto, este país continua a apresentar uma forte (e complexa) carga fiscal incidente sobre a importação da maioria dos produtos. A exportação da generalidade das mercadorias para o mercado brasileiro não está sujeita, como regra, a restrições (licenciamento). Existem, no entanto, algumas excepções para as quais é necessária a observância de determinados requisitos e a autorização prévia das autoridades competentes. A lista de produtos sujeitos a autorização abrange as importações de bens alimentares, de bebidas, de produtos farmacêuticos e veterinários, de cosméticos e de produtos agrícolas, incluindo sementes e fertilizantes. A entrada de determinado tipo de bens, como armas, drogas e produtos agro-químicos está dependente de autorizações especiais por razões de segurança, saúde pública ou de protecção da indústria nacional. Os procedimentos de importação estão informatizados através do Sistema Integrado de Comércio Externo, denominado SISCOMEX que, por via do estabelecimento de um fluxo único das várias informações, promove a integração das actividades de registo, acompanhamento e controlo das operações de importação/exportação. O SISCOMEX surge, assim, como um instrumento que visa agilizar e facilitar a tramitação administrativa na área do comércio externo. Todas as mercadorias importadas no mercado brasileiro estão sujeitas a Despacho Aduaneiro, processado pelas entidades alfandegárias com base nas informações constantes na Declaração de Importação. O licenciamento dos bens pode ser automático (para produtos que não carecem de licença de importação ou autorizações especiais, nomeadamente as operações efectuadas ao abrigo do regime aduaneiro de drawback) ou não automático (abrange todas as mercadorias para as quais é obrigatória a emissão de uma Licença Prévia de Importação - LI, como sejam, certos produtos alimentares, agropecuários, brinquedos, equipamentos electrónicos e têxteis, entre outros). Os exportadores de animais vivos, produtos de origem animal, carnes e produtos derivados, leite e produtos lácteos, como queijos, devem dirigir-se, em Portugal, à Direcção-Geral de Veterinária (DGV), por forma a que esta entidade obtenha no Departamento de Inspecção de Produtos de Origem Animal, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento brasileiro (MAPA), a homologação prévia das empresas e rótulos das mercadorias em questão. 3

No que respeita à exportação de vinhos, desde Novembro de 2009 que os exportadores já não necessitam de se cadastrar, previamente, junto do MAPA, nem de proceder ao registo das respectivas marcas. Em termos de rotulagem, os vinhos estão sujeitos, porém, ao cumprimento de regulamentação específica que pode ser consultada nas seguintes páginas web: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.970.htm; www6.senado.gov.br/legislacao/listapublicacoes.action?id=133753 e www6.senado.gov.br/legislacao/listapublicacoes.action?id=132506. Por sua vez, a exportação de produtos agrotóxicos implica que estes sejam objecto de registo no Brasil, junto da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home/!ut/p/c5/04_sb8k8xllm9msszpy8xbz9cp0os3hnd0c PE3MfAwMDMydnA093Uz8z00B_AwN_Q_1wkA48Kowg8gY4gKOBvp9Hfm6qfkF2dpqjo6IiAJYj_8M!/dl3/ d3/l2dbisevz0fbis9nqseh/, do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) www.ibama.gov.br/ e do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) www.agricultura.gov.br De referir, ainda, que desde Janeiro de 2010 que os produtos orgânicos deverão ter aposto na embalagem o Selo brasileiro de conformidade orgânica. Os interessados poderão aceder a mais informação sobre esta matéria através da consulta dos seguintes Sites / links: www.agricultura.gov.br/, www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.831.htm e www.planalto.gov.br/ccivil/_ato2007-2010/2007/decreto/d6323.htm (legislação) e www.planetaorganico.com.br/qcertif.htm (certificação). O Brasil adoptou, em 1 de Janeiro de 1995, a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), baseada no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH). Com a entrada em vigor da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, o Brasil passou a aplicar, na maioria dos produtos importados de países terceiros, o mesmo nível de direitos alfandegários que os restantes parceiros. As mercadorias comunitárias estão sujeitas aos impostos constantes na TEC. Os dois blocos estão em negociações com vista à eliminação das barreiras tarifárias, no âmbito do Acordo Inter-Regional de Cooperação entre a UE e o Mercosul, assinado em Dezembro de 1995, sem que no entanto haja data prevista para a conclusão das mesmas. O Imposto de Importação (II) é calculado numa base ad valorem sobre o valor CIF das mercadorias e pode ser consultado no Site Market Access Database, da responsabilidade da União Europeia http://mkaccdb.eu.int (clicar em Applied Tariffs Database). Para além das imposições alfandegárias, há, também, lugar ao pagamento dos seguintes encargos: 4

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em geral, é calculado numa base "ad valorem", embora para certos produtos (por exemplo, da indústria vitivinícola e cervejeira) seja calculado por um valor fixo por unidade; Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) as taxas deste tributo, similar ao IVA, variam consoante o Estado de destino das mercadorias (em São Paulo, por exemplo, a taxa normal é de 18%, com excepção de alguns produtos previstos em lei própria); Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Património do Servidor Público (PIS/PASEP) taxa de 1,65%; Contribuição para o Financiamento da Segurança Social (COFINS) taxa de 7,60%. A aplicação destes impostos é feita em cascata, ou seja, de forma cumulativa: Valor CIF x II (Imposto de Importação) = A A x IPI (Imposto sobre Produtos Industriais) = B B + PIS + COFINS (determinados pela tabela oficial da Receita Federal) = C C + taxa do SISCOMEX (sistema informático de comércio exterior, que é de R$ 40, mais R$ 10 por cada adição, ou seja, por cada produto com classificação pautal diferente) = D D / ICMS (Imposto sobre a Circulação de Bens e Serviços, calculado por dentro, i.e., no caso do ICMS ser 18% - taxa normal, em vez de multiplicar por 18%, divide por 0,82; já se o ICMS for 12%, divide por 0,88) = Resultado dos principais impostos aduaneiros A este resultado há ainda que adicionar taxas aduaneiras (que em média oscilam até 6%), tais como: FRMM Frete para Renovação da Marinha Mercante, que é 25% do valor do frete internacional; Taxa de capatazia; Taxa de armazenagem; Desconsolidação; Desembaraço; Serviços do despachante; Liberação do bill of lading. Os interessados podem aceder ao Simulador do Tratamento Tributário e Administrativo das Importações (Receita Federal) para identificar o exacto valor das taxas de importação e eventuais exigências administrativas na entrada de produtos http://www4.receita.fazenda.gov.br/simulador/ 5

2. Regime de Investimento Estrangeiro No Brasil, o investimento externo é regulado pelas Lei n.º 4.131, de 3 de Setembro de 1962, alterada pela Lei n.º 4.390, de 29 de Agosto de 1964, ambas regulamentadas pelo Decreto n.º 55.762, de 17 de Fevereiro de 1965 (objecto de modificações posteriores). Com as alterações introduzidas na Constituição em 1995 foi eliminada a distinção entre capital nacional e estrangeiro. Os investidores apenas necessitam de registar a transacção no Banco Central do Brasil (BCB), o qual emite um certificado reflectindo o investimento em moeda estrangeira e o correspondente em Reais. A maioria das áreas de actividade está aberta à iniciativa privada, com excepção dos seguintes sectores que apresentam restrições: serviços de saúde; indústria pesqueira; de produção de álcool enquanto combustível alternativo; indústria de energia atómica; serviços de correios e telégrafos e de transporte aéreo e na administração (participação maioritária) de meios de comunicação social (jornais, revistas e outras publicações, televisão e rádio). A participação de capital estrangeiro em instituições financeiras e de seguros encontra-se limitada a posições minoritárias, restrição legal que pode ser objecto de alteração casuística, se o interesse nacional assim o justificar. Todos os investimentos estrangeiros estão sujeitos a registo no Banco Central do Brasil e toda a informação prestada integra o Sistema de Informações do Banco Central (SISBACEN). Desde Setembro de 2000 o BCB apenas admite registos efectuados on-line, no endereço www.bcb.gov.br. O capital estrangeiro deve, assim, ser registado no BCB, através do Sistema de Registo Declaratório Electrónico de Investimento Externo Directo (Módulo RDE-IED). O registo do investimento será efectuado em declarações prestadas pelo representante da empresa brasileira receptora e/ou pelo representante do investidor externo, através do Módulo RDE-IED, no prazo de 30 dias após o evento que lhe deu origem. O retorno do capital investido pode concretizar-se a qualquer momento, sem necessidade de autorização prévia, sendo que os montantes superiores ao registado são considerados ganhos de capital em benefício do investidor estrangeiro e, portanto, sujeitos a uma taxa de 15% de Imposto de Renda retido na fonte e à aprovação do Banco Central. Os incentivos do Governo Federal abrangem o investimento nas zonas menos desenvolvidas das regiões Norte e Nordeste e nas actividades orientadas para a exportação e outros projectos enquadrados nos programas especiais de desenvolvimento sectorial. As atribuições são efectuadas, geralmente, sob a forma de isenções fiscais ou de benefícios ao nível das condições de financiamento. 6

A nível estadual e local existem, também, programas e instrumentos de apoio vocacionados para atrair e incentivar o investimento estrangeiro, como por exemplo: isenções fiscais no pagamento de impostos indirectos; concessão de financiamento às novas empresas; participação do Estado no capital da empresa promotora do investimento; doacção de terrenos; etc. Por forma a promover e a reforçar o desenvolvimento das relações de investimento entre os dois países, foi assinado entre Portugal e o Brasil o Acordo sobre a Promoção e a Protecção Recíproca de Investimentos, que aguarda a troca de instrumentos de ratificação para a respectiva entrada em vigor. Finalmente, foi celebrada entre ambos os países a Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento, em vigor desde 5 de Outubro de 2001. 3. Quadro Legal Regime de Importação Portaria n.º 35, de 24 de Novembro de 2006 Consolida as Portarias SECEX (Secretaria de Comércio Externo) Importações. Decreto n.º 660, de 25 de Setembro de 1992 Cria o Sistema Integrado de Comércio Externo (SISCOMEX) Registo, acompanhamento e controlo das diferentes etapas das operações de comércio externo. Lei n.º 8 078, de 12 de Setembro de 1990 Dispõe sobre a protecção do consumidor. Lei n.º 4.886, de 9 de Dezembro de 1965 (alterada pela Lei n.º 8.420, de Maio de 1992) Regula a actividade de representação ou agência comercial. Regime de Investimento Estrangeiro Resolução Normativa n.º 84, de 10 de Fevereiro de 2009 Disciplina a concessão de autorização para fins de obtenção de visto permanente para o investidor estrangeiro. Lei n.º 11.079, de 30 de Dezembro de 2004 (com alterações posteriores) Institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito da administração pública. Circular n.º 2.997, de 15 de Agosto de 2000 Estabelece o Registo Declaratório Electrónico obrigatório para as operações de investimento estrangeiro. 7

Lei n.º 8.955, de 15 de Dezembro de 1994 Regula a actividade de Franchising. Decreto n.º 365, de 16 de Dezembro de 1991 Dispõe sobre o registo dos reinvestimentos de lucros decorrentes de investimentos de capitais estrangeiros, efectuados na forma da Lei n.º 4.131, de 3 de Setembro, de 1962. Lei n.º 6.404, de 15 de Dezembro de 1976 (com alterações posteriores) Regulamenta as Sociedades Anónimas. Decreto n.º 55.762, de 17 de Fevereiro de 1965 (com alterações posteriores) Regulamenta a Lei n.º 4.131, de 3 de Setembro de 1962, que disciplina a aplicação do capital estrangeiro e as remessas de valores para o exterior. Lei n.º 4.131, de 3 de Setembro de 1962 (alterada pela Lei n.º 4.390, de 29 de Agosto de 1964) Disciplina a aplicação do capital estrangeiro e as remessas de valores para o exterior. Lei n.º 556, de 25 de Junho de 1850 Aprova o Código Comercial Brasileiro, cuja primeira parte foi revogada pelo novo Código Civil aprovado pela Lei n.º 10.406, de 11 de Janeiro de 2002. A legislação brasileira pode ser consultada nas páginas web do Senado Federal (SICON Sistema de informação do Congresso Nacional) www.senado.gov.br/sicon/preparapesquisalegislacao.action e da Presidência da República Federativa do Brasil http://www.presidencia.gov.br/legislacao Acordos Relevantes Decreto n.º 18/2006, de 21 de Junho Aprova o Acordo de Cooperação no Domínio do Turismo entre Portugal e o Brasil (em vigor desde 1 de Novembro de 2008). Resolução da Assembleia da República n.º 33/2001, de 27 de Abril Aprova a Convenção para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento entre Portugal e o Brasil. Decreto n.º 24/94, de 10 de Agosto Aprova o Acordo sobre a Promoção e a Protecção Recíprocas de Investimentos entre Portugal e o Brasil. Para mais informação sobre mercados internacionais, consulte o Site da aicep Portugal Global http://www.portugalglobal.pt/pt/internacionalizar/sobremercadosexternos/paginas/sobremercadosexternos.aspx ou a Livraria Digital http://www.portugalglobal.pt/pt/biblioteca/paginas/homepage.aspx Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 aicep@portugalglobal.pt www.portugalglobal.pt Capital Social 110 milhões de Euros Matrícula CRC Porto Nº 1 NIPC 506 320 120 8