OS DESAFIOS DA SEPA. José António da Silveira Godinho. Banco de Portugal. Conferência da APB sobre o Sistema de Pagamentos Lisboa, 4 de dezembro 2013

Documentos relacionados
SEPA Área Única de Pagamentos em Euros. Seminário com Confederações e Associações Empresariais 3 de março de 2015

Cronologia de acontecimentos significativos em 2013

Comparação entre Sistema de Débitos Diretos nacional e Débitos Diretos SEPA Core

ERP AIRC. Adesão ao Formato SEPA - Transferências a Crédito. Apresentado por: AIRC

PROJETO DE LEI N.º 837/XII/4ª. Determina as taxas de juro aplicáveis aos mutuários de crédito num contexto de taxa de referência negativa

O REGULAMENTO 260/2012

Comparação com o Sistema de Débitos Diretos nacional

NOTA INFORMATIVA SINGLE EURO PAYMENTS AREA. 1. O que é a SEPA?

FUNDO DE COMPENSAÇÃO DO TRABALHO (FCT) MECANISMO EQUIVALENTE (ME) FUNDO DE GARANTIA DA COMPENSAÇÃO DO TRABALHO (FGCT)

Artigo 1.º. Alterações. Os artigos 1.º, 2.º, 3.º, 4.º, 5.º e 6.º passam a ter a seguinte redação: «Artigo 1.º [...]

newsletter Nº 87 ABRIL / 2014

Decreto-Lei n.º 125/2008, de 21 de Julho

A Importância da Informação Contabilística e do Relato Financeiro

DECRETO-LEI N.º 51/2007, DE 7 DE MARÇO, ALTERADO PELO DECRETO-LEI N.º 88/2008,

Índice. Introdução 3. Como devem ser efetuadas as cobranças das despesas relativas a transferências? 6. O que são transferências?

10 de Setembro 2013 Contencioso de Cobrança

Iniciativas Legislativas

SEPA - Single Euro Payments Area

JC May Joint Committee Orientações sobre tratamento de reclamações para os setores dos valores mobiliários (ESMA) e bancário (EBA)

Aspetos legais e regulatórios na área de post-trading - Perspetivas de mudança

Cronologia de acontecimentos

Grupo Parlamentar PROJECTO DE LEI N.º 549/X REGRAS RELATIVAS À TRANSPARÊNCIA NA PUBLICIDADE E CONTRATOS DE CRÉDITO. Exposição de Motivos

AVISO N.º 09/2015. Artigo 1.º (Objecto)

Plano Nacional de Migração para a SEPA. Novembro de 2012

DECRETO N.º 287/XII. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

PLANO NACIONAL DE MIGRAÇÃO PARA A SEPA

Dores de SEPA? SEPA Lite é o remédio. e-mandatos facilmente enviando s ou SMS certificados

Restituição de cauções aos consumidores de electricidade e de gás natural Outubro de 2007

CONSUMIDORES SOMOS TODOS NÓS

Preçário SONAE FINANCIAL SERVICES, SA INSTITUIÇÕES DE MOEDA ELECTRÓNICA

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS GABINETE DO MINISTRO. Art. 1" (Período de dupla circulação monetária)

Governação Novo Código e Exigências da Função Auditoria

Newsletter de Dezembro de 2014 DIREITO BANCÁRIO,FINANCEIRO & MERCADO DE CAPITAIS

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU MODALIDADE A DISTÂNCIA CRONOGRAMA ACADÊMICO 2011 MBA EM ADMINISTRAÇÃO E MARKETING TURMAS 2011

A NOVA DIRETIVA EUROPEIA SOBRE CRÉDITO HIPOTECÁRIO

Acresce Imposto Preçário Atual Novo Preçário DEPÓSITOS À ORDEM Encargos de manutenção (1) Contas com SMDO Trimestral entre 50,01 e 500,00

NEWSLETTER I SISTEMA FINANCEIRO E MERCADO DE CAPITAIS

ORIENTAÇÕES NO ÂMBITO DA ELABORAÇÃO DA DECLARAÇÃO AMBIENTAL E RESPETIVAS

REGULAMENTO SOBRE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PELO REVISOR OFICIAL DE CONTAS E PELO AUDITOR EXTERNO DOS CTT-CORREIOS DE PORTUGAL, S.A. I.

- Reforma do Tesouro Público

Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: CAPÍTULO I. Disposições gerais. Artigo 1.

Proposta de DIRETIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

Decreto-Lei n. o 221/

DOCUMENTO DE CONSULTA REGULAMENTO DO BCE RELATIVO ÀS TAXAS DE SUPERVISÃO PERGUNTAS E RESPOSTAS

CUMPRIMENTO DOS PRINCIPIOS DE BOM GOVERNO DAS EMPRESAS DO SEE

A criação da União Bancária Europeia e o sistema bancário português

Abertura. Pagamentos de Retalho em Portugal. Por dia, foram efetuados quase 6 milhões de pagamentos, no valor de 1,2 mil milhões de euros

Proposta de DECISÃO DO CONSELHO

DECISÃO. i) 2 x 10 MHz na faixa de frequências dos 800 MHz ( MHz);

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES TRABALHOS DA COMISSÃO

Princípios de Bom Governo

O Desenvolvimento do Corporate Governance em Portugal

Nova visão: Business Continuity Plan e gestão do risco operacional. Alexandre Canadas BP2S Location Manager Lisboa, 20 de Maio de 2008

RELATÓRIO & CONTAS Liquidação

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Decreto-Lei nº 58/2013, de 8 de maio

FAQ FISCALIDADE VERDE CONTRIBUIÇÃO SOBRE OS SACOS DE PLÁSTICO LEVES

A iniciativa i i Licenciamento i Zero

A Direção-Geral do Território disponibiliza aos seus clientes diversas modalidades de pagamento:

POLÍTICA DE REVISÕES DAS ESTATÍSTICAS DO BANCO DE PORTUGAL

PROJETO DE LEI N.º 529/XII/3.ª

QUESTÕES MAIS FREQUENTES. Ref

Reclamações. Qualquer reclamação pode ainda ser dirigida ao Departamento de Supervisão Bancária do Banco de Portugal: Banco de Portugal

Agências de Viagens e Turismo. guia para empresários e empreendedores

BANCOS INTERMEDIÁRIOS CORRETORES DE CÂMBIO

Nota de Informação Preçários das instituições de crédito passam a ter novas regras

Seguros e Pensões em Portugal: Situação atual e perspetivas futuras

Deliberação n.º 939/2014, de 20 de março (DR, 2.ª série, n.º 75, de 16 de abril de 2014)

ANEXO I 1. REGIME DE NOTIFICAÇÃO/AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇOS AÉREOS INTERNACIONAIS NÃO REGULARES

Instalações Eléctricas de Serviço Particular

newsletter Nº 86 MARÇO / 2014

Regulamento de Manutenção e Inspecção de Ascensores, Monta-Cargas, Escadas Mecânicas e Tapetes Rolantes

CONSELHO DE MINISTROS

PRIORIDADES DA POLÍTICA DE CONCORRÊNCIA PARA O ANO DE de dezembro de

Guião A. Descrição das actividades

Orientações sobre a utilização do Identificador de Entidade Jurídica (Legal Entity Identifier LEI)

ECB-PUBLIC PARECER DO BANCO CENTRAL EUROPEU. de 24 de março de sobre o regime do mediador de crédito (CON/2015/12)

RESOLUÇÃO CFC Nº 1.036/05

ECONOMIA DIGITAL E DIREITO

O Sistema de Pagamentos Português Vítor Bento. Conferência sobre o Sistema de Pagamentos Lisboa, 4 de Dezembro de 2013

CÓDIGOS REGIME DE ACESSO E EXERCÍCIO DA ATIVIDADE DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COM VEÍCULOS PRONTO-SOCORRO TERMOS DE DISPONIBILIZAÇÃO E DE UTILIZAÇÃO

SePA: ÁReA ÚnicA de PAGAMenTOS em euros UM MeRcAdO integrado de PAGAMenTOS de ReTALHO

Decisão sobre a revisão do cálculo da taxa de custo de capital dos CTT Correios de Portugal, S.A. para o exercício de 2011

REGULAMENTO DE CREDITAÇÃO DE FORMAÇÃO ACADÉMICA, OUTRA FORMAÇÃO E DE EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

Preçário BNP PARIBAS WEALTH MANAGEMENT SUCURSAL EM PORTUGAL BANCOS. Consulte o FOLHETO DE COMISSÕES E DESPESAS Consulte o FOLHETO DE TAXAS DE JURO

(Atos não legislativos) REGULAMENTOS

Preçário BANIF - BANCO DE INVESTIMENTO, SA BANCOS. Consulte o FOLHETO DE COMISSÕES E DESPESAS Consulte o FOLHETO DE TAXAS DE JURO

Instituto de Cooperação Científica e Tecnológica Internacional

Newsletter DIREITO BANCÁRIO & FINANCEIRO

PROGRAMA DIREITO DA ECONOMIA

GR-Heráclio: Segurança em nuvem «Nuvens» governamentais e notificação de incidentes 2012/S Anúncio de concurso.

AVISO Nº 01/2009 de 24 de Março

RESOLUÇÃO Nº 4.433, DE 23 DE JULHO DE Brasil. CAPÍTULO I DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO

MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DO EMPREGO

Eventos Internacional

Transcrição:

OS DESAFIOS DA SEPA José António da Silveira Godinho Banco de Portugal Conferência da APB sobre o Sistema de Pagamentos Lisboa, 4 de dezembro 2013

Banks would be forced to fall back on inefficient physical transfers of money. Businesses would resort to barter and IOUs; the level of economic activity across the country could drop like a rock. During the cold war, as a precaution against nuclear attack, the Federal Reserve had built a large number of redundancies into the communication and computer facilities on which the money system relies. We have all sorts of safeguards so that, for example, the data of one Federal Reserve bank are backed up at another Federal Reserve bank hundreds of miles away or in some remote location. ( ) On the afternoon of September 11, 2001, I was flying back to Washington on Swissair Flight 128, returning home from a routine international bankers meeting in Switzerland. I'd been moving about the cabin when the chief of the security detail that escorted me on trips abroad, Bob Agnew, stopped me in the aisle. Bob is an ex- Secret Service man, friendly but not especially talkative. At that moment, he was looking grim. "Mr. Chairman," he said quietly, "the captain needs to see you up front. Two planes have flown into the World Trade Center." I must have had a quizzical look on my face because he added, "I'm not joking." In the cockpit, the captain appeared quite nervous. He told us there had been a terrible attack against our country several airliners had been hijacked and two flown into the World Trade Center and one into the Pentagon. Another plane was missing. That was all the information he had, he said in his slightly accented English. ( ) The possible economic crises were all too evident. The worst, which I thought highly unlikely, would be a collapse of the financial system The Federal Reserve is in charge of the electronic payment systems that transfer more than $4 trillion a day in money and securities between banks all over the country and much of the rest of the world. We'd always thought that if you wanted to cripple the U.S. economy, you'd take out the payment systems.

AGENDA 1. SEPA: um projeto europeu 1.1. Objetivos e história 1.2. Governação da SEPA: o papel das autoridades e do mercado 2. A SEPA em Portugal: desafios atuais e futuros 2.1. Atribuições do Banco de Portugal no domínio dos Sistemas de Pagamentos 2.2. Regulamento (UE) n.º 260/2012: um trigger crucial 2.3. Decreto-Lei 141/2013: aspetos derrogatórios e sancionatórios 2.4. Migração para a SEPA: ponto de situação em Portugal e na Europa 3. Próximas fases 3

SEPA um projeto europeu

SEPA: um projeto europeu Cobertura geográfica A SEPA é uma iniciativa que abrange um total de 33 países: 28 Países da União Europeia inclui 17 na Zona Euro 3 Países do Espaço Económico Europeu Islândia, Noruega e Liechtenstein Mónaco Suíça 5

Objetivos e história A criação da SEPA vem no seguimento da introdução do Euro como Moeda Única, visando que os pagamentos escriturais passem a reger-se por um conjunto harmonizado de regras e procedimentos para a sua execução, independentemente de se tratar de transações nacionais ou transfronteiras. O Regulamento (CE) n.º 2560/2001, de 19 de dezembro foi o primeiro diploma que começou a dar corpo ao conceito de criar uma Área Única de Pagamentos em Euros SEPA Single Euro Payments Area 6

Governação SEPA: o papel das autoridades e do mercado Criação do SEPA Council (2010) Deu sequência às conclusões do Ecofin de 2 de dezembro de 2009 [ ] STRESSES the need for further improving the governance of the SEPA project and ENCOURAGES the Commission and the ECB, in close cooperation with all actors concerned by the SEPA project, especially users with high payment volumes such as public authorities, corporates and other large entities, to establish, as soon as possible and before mid-2010, a SEPA governance and monitoring structure at EU level bringing together the supply and demand sides on an equal footing under a neutral Chair. A Comissão Europeia e o BCE estabeleceram este acordo em março de 2010 A primeira reunião teve lugar em Bruxelas, a 7 de junho de 2010 7

Governação SEPA: o papel das autoridades e do mercado 8 Composição do SEPA Council Co-presidido pela Comissão Europeia e pelo BCE Representantes dos bancos e instituições de pagamento European Payments Council European Banking Federation European Association of Co-operative Banks European Savings Banks Group Organizações de consumidores (BEUC) Retalhistas (Eurocommerce e ERRT) Grandes empresas (EACT e BusinessEurope) PME (UEAPME) Administrações Públicas Nacionais 4 Bancos Centrais Nacionais (em rotatividade)

Governação SEPA: o papel das autoridades e do mercado Modelo de governance da SEPA em revisão descontinuando o SEPA Council Perspetiva de criação do Euro Retail Payments Board (ERPB) A ser presidido pelo BCE Participação da Comissão Europeia Prestadores de Serviços de Pagamento Utilizadores de Serviços de Pagamento Deverá ser formalizado no 1.º trimestre de 2014 Estrutura deverá funcionar em 2 níveis: estratégico e técnico Manutenção, em paralelo, do SEPA High Level Group 9

A SEPA em Portugal desafios atuais e futuros

Sistema de pagamentos português Tendência para a crescente utilização dos instrumentos eletrónicos em detrimento dos instrumentos baseados em papel: Percentagem de utilização (excluindo numerário) Instrumentos 2000 2012 Cheques 33% 5% Cartões 50% 68% Transferências a Crédito 5% 12% Débitos Diretos 12% 14% Fonte: Banco de Portugal 11 No seu conjunto, estes 3 instrumentos passaram de 67% para 94% de todas as transações escriturais realizadas em Portugal no período 2000-2012

Banco de Portugal Atuação nos Sistemas de Pagamentos Plano Nacional de Migração para a SEPA Realização de 10 seminários regionais Newsletter SEPA.pt Carta aos Credores de Débitos Diretos Desdobrável SEPA 12

Banco de Portugal Atuação nos Sistemas de Pagamentos Atribuições do Banco de Portugal no domínio dos sistemas de pagamentos Desempenha 4 funções i. Regulador ii. iii. iv. Autoridade de superintendência Operador e fornecedor de serviços de liquidação em moeda de banco central Catalisador e promotor da eficiência e do desenvolvimento dos sistemas de pagamentos As funções associadas à SEPA são essencialmente as de Regulador e Catalisador 13

Banco de Portugal Atuação nos Sistemas de Pagamentos Legislação enquadradora 14 Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (art. 127.º, n.º 2) As atribuições fundamentais cometidas ao SEBC são (...) a promoção do bom funcionamento dos sistemas de pagamentos. Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais e do Banco Central Europeu (art. 3.º, n.º 1): "De acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 127.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, as atribuições básicas fundamentais cometidas ao SEBC são (...) a promoção do bom funcionamento dos sistemas de pagamentos. (art. 22.º): "O BCE e os bancos centrais nacionais podem conceder facilidades e o BCE pode adotar regulamentos, a fim de assegurar a eficiência e a solidez dos sistemas de compensação e de pagamentos no interior da União e com países terceiros. Lei Orgânica do Banco de Portugal (art. 14.º) Compete ao Banco regular, fiscalizar e promover o bom funcionamento dos sistemas de pagamentos, designadamente no âmbito da sua participação no SEBC

Banco de Portugal Atuação nos Sistemas de Pagamentos 15 Órgãos consultivos do Banco de Portugal no âmbito dos sistemas de Pagamentos Comissão Interbancária para os Sistemas de Pagamentos (CISP) Criada em 1997 Presidida pelo Banco de Portugal Envolvimento dos Bancos, do IGCP e da SIBS Estrutura de Grupos de Trabalho Interbancários procura de soluções cooperativas Aprofundamento de boas práticas Fórum para os Sistemas de Pagamentos Criado em 2009 Presidido pelo Banco de Portugal Envolvimento dos Bancos, da SIBS, de Organismos da Administração Pública, do Setor Empresarial e de Associações de Defesa do Consumidor Inclui uma Secção Especializada sobre a SEPA

Regulamento (UE) n.º 260/2012 Este Regulamento constituiu um trigger crucial no processo de implementação da SEPA: Clarificou aspetos essenciais Estabelece os requisitos técnicos e de negócio aplicáveis às transações de transferência a crédito e de débito direto em euros Define a data-limite a observar para o processo de migração 1 de fevereiro de 2014 Possibilita a adoção de um conjunto de derrogações pelos Estados-Membros 16

Decreto-Lei n.º 141/2013 Através deste Decreto-Lei, o Estado Português adotou as seguintes derrogações, que permitem que até 1 de fevereiro de 2016: i. Possa continuar a ser usado o NIB nas transações nacionais pelos consumidores, sem que os prestadores de serviços de pagamento possam cobrar encargos pela eventual conversão em IBAN; ii. iii. Seja dispensada a obrigatoriedade de utilização da norma ISO 20022 XML na comunicação entre os utilizadores e os prestadores de serviços de pagamento para transações em lote; Seja utilizado o BIC em operações nacionais, se necessário. Estas opções variam entre Estados-Membros, consoante as características de cada um. 17

Derrogações (1/2)

Após notificação oficial, a CE atualizará esta tabela Derrogações (2/2)

Decreto-Lei n.º 141/2013 O Decreto-Lei n.º 141/2013, de 18 de outubro define ainda: Atribuição ao Banco de Portugal da função de autoridade responsável pelo cumprimento do Regulamento (n.º 1 do art. 7.º) Quadro sancionatório aplicável: Artigo 8.º Das infrações praticadas por prestadores e operadores de serviços de pagamento 1 - São puníveis com coima de 1 000,00 EUR a 3 500,00 EUR e de 3 000,00 EUR a 44 000,00 EUR, consoante seja aplicada a pessoa singular ou a ente coletivo, as seguintes infrações: [alíneas a) a w)] 2 - A negligência é punível, sendo os limites mínimos e máximos das coimas reduzidos para metade. 3 - A tentativa é punível com a coima aplicável à contraordenação consumada, especialmente atenuada. 4 - Compete ao Banco de Portugal a averiguação das contraordenações previstas no presente artigo, bem como a instrução dos respetivos processos e a aplicação das correspondentes sanções. 5 - Ao apuramento da responsabilidade pelas contraordenações a que se refere o presente artigo e ao respetivo processamento são subsidiariamente aplicáveis as disposições previstas no título XI do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de dezembro. 20

Decreto-Lei n.º 141/2013 O Decreto-Lei n.º 141/2013, de 18 de outubro define ainda: Quadro sancionatório aplicável (cont): Artigo 10.º Das infrações praticadas por utilizadores de serviços de pagamento 1 - São puníveis com coima de 1 000,00 EUR a 3 500,00 EUR e de 3 000,00 EUR a 44 000,00 EUR, consoante seja aplicada a pessoa singular ou a ente coletivo, as seguintes infrações ao Regulamento, praticadas por um utilizador de serviços de pagamentos que não seja consumidor, nos termos do ponto 24) do artigo 2.º do Regulamento: [alíneas a) a b)] ( ) Artigo 2.º do Regulamento (UE) n.º 260/2012 ( ) 24) «Consumidor»: uma pessoa singular que age sem objetivos comerciais, de negócio ou profissionais em contratos de serviços de pagamento; 21

Migração para a SEPA: ponto de situação em Portugal e na Europa 100% 90% Indicadores de migração Transferências a Crédito SEPA 80% 70% 60% 60% 73% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12 Jan-13 Fev-13 Mar-13 Abr-13 Mai-13 Jun-13 Jul-13 Ago-13 Set-13 Out-13 Nov-13 Dez-13 Jan-14 OBJETIVOS ÁREA EURO SISTEMA BANCÁRIO 22

Migração para a SEPA: ponto de situação em Portugal e na Europa Indicadores de migração Débitos Diretos SEPA 100% 90% 80% 70% 60% 50% 8% 7% 6% 5% 4% 3% 2% 1% 0% 11,5% 1,30% 40% Ago-12 Set-12 Out-12 30% 20% 10% 0% Ago-12 Set-12 Out-12 Nov-12 Dez-12 Jan-13 Fev-13 Mar-13 Abr-13 Mai-13 Jun-13 Jul-13 Ago-13 Set-13 Out-13 Nov-13 Nov-12 Dez-13 Dez-12 Jan-14 Jan-13 Fev-13 Mar-13 Abr-13 Mai-13 Jun-13 Jul-13 Ago-13 Set-13 Out-13 OBJETIVOS ÁREA EURO SISTEMA BANCÁRIO 23

Migração para a SEPA: ponto de situação em Portugal e na Europa Riscos de migração tardia Alertas Os potenciais impactos de uma migração concluída tardiamente têm sido evidenciados em vários momentos pelas autoridades: Conclusões do Ecofin de 14 de maio de 2013 «( ) 3. REGRETS that the current SEPA migration in Member States, with few exceptions, is far from being complete (as identified by a recent report of the European Central Bank). RECOGNISES that of all SEPA participants SMEs, small public administrations and local authorities are the least aware about SEPA migration and the least prepared for actual migration; and NOTES that some stakeholders seem to be planning for a late SEPA migration and therefore may be exposed to undue operational risks impacting smooth handling of payments.» 24

Migração para a SEPA: ponto de situação em Portugal e na Europa Riscos de migração tardia Alertas Referências no 2nd SEPA Migration Report do BCE (publicado em 24 de outubro de 2013) «( ) many stakeholders have decided to migrate only in the last quarter of 2013, or even later. This approach gives rise to operational risks and limits the possibilities of tackling any setbacks or unexpected developments during the changeover. ( ) Payment orders that do not comply with the legal requirements laid down in the SEPA migration end-date regulation will not be allowed to be processed by PSPs after 1 February 2014. The Eurosystem emphasises in line with the stance taken by the EU Council and the European Commission that there is no alternative to meeting the legal requirements as set out in the SEPA migration end-date regulation. Migration will require considerable effort and strong cooperation among stakeholders.» 25

Próximas fases

Próximas fases Após a conclusão do processo de migração, coloca-se um conjunto de desafios: A criação da SEPA configura um ponto de partida para um mercado plenamente harmonizado de pagamentos de retalho na Europa Criam-se condições de desenvolvimento de novas soluções de pagamento, quer através da utilização de telemóveis, quer resultantes da expansão do comércio eletrónico Evolução na área dos cartões de pagamento Componente regulamentar Revisão da Diretiva de Serviços de Pagamento Regulamentação de IF no mercado de cartões O processo de criação da SEPA, pelos seus impactos e pela multiplicidade de stakeholders envolvidos, demonstra a importância dos sistemas de pagamentos nas economias modernas: as soluções têm que ser simples, eficientes e seguras para garantir a confiança do público.

OS DESAFIOS DA SEPA José António da Silveira Godinho Banco de Portugal Conferência da APB sobre o Sistema de Pagamentos Lisboa, 4 de dezembro 2013