Termo de Referencia. IIª Etapa de Agenda e Planejamento da Gestão Territorial e Ambiental da Terra Indígena Apyterewa, povo Aweté Parakanã



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Transcrição:

Termo de Referencia IIª Etapa de Agenda e Planejamento da Gestão Territorial e Ambiental da Terra Indígena Apyterewa, povo Aweté Parakanã Contratação de Especialista 2 Planejamento de Proteção Territorial de Terras Indígenas e Áreas Protegidas 1. Contexto: A Terra Indígena Apyterewa (TI APY), habitada pelo povo Aweté- Parakana, com cerca de 500 pessoas, possui 773.470 ha situados na região sul/sudeste do Pará, na bacia do rio Xingu, cujo território abarca as terras dos Municípios de Altamira e São Felix do Xingu. Apesar do reconhecimento oficial, a Terra Indígena Apyterewa está em processo de identificação e extrusão dos ocupantes não- índio, iniciado em 2011, como uma das pré- condições para o processo de licençiamento ambiental da Usina Hidrelétrica Belo Monte. A áreas de esbulho dos ocupantes não- índios é de cerca de 75% da Terra Indígena Apyterewa. Atualmente os Parakana se dividem em 5 núcleos habitacionais/residenciais: Kwaraya- Pya; Xahy- Tata; Xingu, Apyterwa; Paranoupiuna, situadas ao longo do rio Xingu, ou igarapés tributários, com a aldeia Paranoupiuna, localizada as margens do Igarapé Bom Jardim. Em 2011, a TI APY foi inserida nos planos de trabalho entre TNC e FUNAI para sua inserção na rede de experiências piloto de implementação de políticas públicas de gestão territorial e ambiental de terras indígenas Termo de Cooperação Técnica TNC/FUNAI 01//2011 e 01/2012. Nas últimas décadas, face às intensas mudanças assistidas na realidade socioambiental das TIs e do contexto territorial no seu entorno foram desenvolvidas e experimentadas uma série de ferramentas para o planejamento e gestão das Terras Indígenas, incluindo ações de planejamento, zoneamento e gestão territorial no entorno de terras indígenas. Fruto do protagonismo do movimento indígena e experiências de gestão territorial e ambiental de povos indígenas, o governo federal baixou o Decreto 7.747, de 05/06/2012 instituindo as diretrizes e objetivos da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI). Nesta política, foram definidas ferramentas de gestão participativa e monitoramento ambiental e territorial, bem como o estabelecimento de arranjos institucionais de Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) de terras indígenas. Eis algumas de suas diretrizes e objetivos: 1

reconhecimento, valorização e desenvolvimento da gestão ambiental como instrumento de proteção dos territórios e das condições ambientais necessárias à produção física, cultural e ao bem- estar dos povos e comunidades indígenas; promover o etnozoneamento de terras indígenas como instrumento de planejamento e gestão territorial e ambiental, com participação dos povos indígenas. O processo de construção de PGTAs pode ser dividido, mesmo que preliminarmente, em três etapas principais: 1ª ETAPA: Sensibilização/Mobilização dos povos indígenas e parceiros 2ª ETAPA: Diagnóstico Territorial Participativo (Etnomapeamento) 3ª ETAPA: Etnozoneamento e Pactuação do Plano de Gestão Ambiental e Territorial Ações: A partir de 2012, iniciam- se as mobilizações para a sensibilização dos Awaeté- Parakanã sobre a PNGATI e da proposta de elaboração e implementação de Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) da TI APY. Foram realizadas reuniões informativas com as lideranças indígenas. No contexto do processo de construção do Etnomapeamento, os Awaeté- Parakana, com apoio da Frente de Proteção Etnoambiental Médio Xingu, iniciaram discussões e processos visando compreender o que seria o Plano Aweté- Parakana para a gestão territorial e ambiental da TI APY. Com base nos princípios e ferramentas da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas/PNGATI, iniciamos o dialogo e planejamento da gestão territorial da TI APY em parceria com os atores governamentais e não- governamentais. O Plano Awaeté- Parakanã, ou simplesmente PGTA, passou a ser uma linguagem ou ferramenta estratégica para o fortalecimento das práticas e sistemas tradicionais, aliado aos novos mecanismos e instrumentos de ordenamento e gestão territorial no enfrentamento de inúmeros desafios e ameaças territoriais e ambientais: (a) integridade física e cultural da terra indígena (grandes projetos de infraestrutura, mineração, agronegócio e desmatamento no entorno da TI); (b) mudanças nos sistemas econômicos (inserção na economia de mercado, produção em escala, novos hábitos de consumo); (c) mudanças no padrão de ocupação e uso do território (diminuição da mobilidade, concentração populacional devido a acesso a serviços, aumento da população); (d) garantir a integridade da TI APY, como o controle e acesso territorial; alterações no meio ambiente e na qualidade e disponibilidade dos recursos naturais; (e) mudanças nos sistemas sociais, políticos, culturais e processos decisórios (relação com o Estado e parceiros da sociedade civil e mercado). 2

Após os trabalhos e diálogo elaborados durante a fase de etnomapeamento, acordamos (Assembleia Geral Awaeté- Parakanã, FUNAI e TNC) uma agenda de eventos e tempos para a execução da fase de Etnozoneamento e e Planejamento da Agenda de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) dos Aweté- Parakana da TI APY. Lembrando que outros atores com capacidade ou mesmo obrigação de trabalhar com os Aweté- Parakanã serão convidados a participar do processo, como por exemplo empresas que estão implementando o Plano Básico Ambiental da UHE Belo Monte. Para a execução desse projeto, seguem os termos técnicos necessários a contratação de consultor(es) especializados. 1. Objetivos da contratação de consultoria especializada: Apoiar os Awaté- Parakã, a TNC e FUNAI na execução de agenda de eventos participativos e formativos no tema da Proteção Territorial visando à elaboração de planejamento da agenda da gestão territorial e ambiental da Terra Indígena Apyterewa. Para tanto, a TNC, em cooperação técnica com a FUNAI, e no âmbito do Núcleo Técnico do PGTA TI APY, e sobre a premissa do protagonismo das organizações indígenas, irão coordenar as atividades e eventos (oficinas, seminários, reuniões, assembleias, intercâmbios) de planejamento território utilizando a ferramenta do etnozoneamento e outras ferramentas de planejamento territorial participativo. Essas atividades serão realizadas com base nos resultados do processo de etnomapeamento dos usos e representações territoriais Awaeté- Parakanã, levando- se em conta suas prioridades, características étnicas, políticas e econômicas, bem como das políticas públicas e ferramentas de financiamento da gestão territorial e ambiental de terras indígenas, como a PNGATI e congêneres. Neste processo serão priorizadas ações, projetos e atividades voltados para o equacionamento de problemas, desafios e potencialidades identificadas e debatidas na etapa etnomapeamento. Além de identificar, mapear e apresentar os arranjos institucionais e de fontes de financiamento (governamental e não- governamental) existente para assessorar e apoiar os povos indígenas no planejamento na promoção de acordos (internos e externos) voltados para a garantia da qualidade de vida indígena e garantindo- se o usufruto exclusivo do seu território, bem como dos recursos naturais necessários a reprodução física e cultural dos Awaeté- Parakanã. Acordos Territoriais e Ambientais Com base nas discussões sobre o território e gestão ambiental da TI APY, no contexto do etnozoneamento e planejamento participativo, serão promovidos acordos: (i) internos à organização social e política Awaeté- Parakanã da TI Apyterewa, e; 3

(ii) externos, evolvendo a promoção de acordos com o Estado (nos níveis federal, estadual e municipais), atores de instituições da sociedade civil, e mercado em sua, com atores sociais que tenham compromissos potenciais de implementação de políticas públicas com os Awaeté- Parakanã. No quadro anexo, apresentamos as etapas e atividades do processo de planejamento participativo com objetivo de identificar as ações e acordos prioritárias e projetos estratégicos Awaeté- Parakanã voltados ao enfrentamento das ameaças e o desenvolvimento de potencialidades e defesa contra ameaças identificadas na etapa de diagnóstico territorial e da ferramenta do Etnomapeamento. 2. Premissas dessa consultoria: O processo de negociação interna no âmbito do Plano Awaeté- Parakana de Gestão Territorial e Ambiental é de responsabilidade das organizações e comunidades indígenas. Por decisão e autonomia indígena outras organizações/instituições podem ser convidadas a apoiar o processo. 3. Atividades Básicas: a. Oficinas, Seminários, Reuniões e Assembleias; b. Confecção e Entrega de Produtos Preliminares; c. Avaliação e Sistematização de Produtos; d. Oficina/Assembleia/Reunião de validação do Plano de Gestão Territorial e Ambiental; 2 ATIVIDADES TÉCNICAS E ETAPAS A CONSTAR DO PLANO DE TRABALHO Para a realização desse processo de etnozoneamento e elaboração do Plano de Gestão Territorial e Ambiental Mebengokré Aweté Parakanã (Terra Indígena Trincheira Bacajá) os Aweté- Parakanã, a FUNAI e TNC vêm planejando e monitorando a realização de eventos distribuídas em 04 Fases de Execução. As ações terão os seguintes momentos (ver Quadro 1): Fase I PLANEJAMENTO E PACTUAÇÃO DO PROCESSO E AGENDA DA ELABORAÇÃO DO ETNOZONEAMENTO E PGTA Fase II - PREPARAÇÃO INDÍGENA, INDIGENISTA E PARCEIROS PARA FACILITAR A ELABORAÇÃO DO PLANO AWETÉ- PARAKANÃ Fase III ELABORAÇÃO DO PLANO AWETÉ- PARAKANÃ DE GESTÃO TERRITORIAL (ETNOZONEAMENTO E PLANO) Fase IV - OFICINA FINAL E ASSEMBLEIA DOS CACIQUES PARA APRESENTAÇÃO E VALIDAÇÃO DO PLANO AWETÉ- PARAKANÃ E SEU ARRANJO DE IMPLEMENTAÇÃO. 4

Para a Fase III, será contratado um consultor especialista em temas de proteção territorial, cujo processo de execução será supervisionado pela TNC, em cooperação técnica com a FUNAI. As atividades desenvolvidas pelo consultor, conforme cronograma de atividades (anexo I) será de natureza coletiva e específica. Procurando evitar a fragmentação do trabalho como um todo, as atividades e metodologias serão constantemente discutidas entre a equipe de consultores, técnicos da CGGAM/GATI (TNC e FUNAI) e povos indígenas. Além de serem realizadas de forma articulada com os parceiros do núcleo técnico do PGTA, podendo sofrer adequações conforme o andamento dos trabalhos. Das Atividades e Produtos dos Consultores Especialistas 2 Especialista em planejamento, execução, monitoramento e avaliação da agenda de proteção territorial indígena. Será o responsável pela temática da proteção territorial de terra indígena para subsidiar o planejamento territorial. Seu papel será apresentar aos Aweté- Parakanã e parceiros as políticas públicas (ferramentas, fontes e mecanismos) existentes para Terras Indígenas e outras Áreas de Proteção. Sendo fundamental o conhecimento empírico no campo da proteção territorial indígena e indigenista. O objetivo é informar qualificadamente os Aweté- Parakanã e indigenistas sobre essa temática com o fito de embasar as discussões (consensos, acordos, diferenças) na estruturação do componente de proteção territorial do Plano Aweté Parakanã. ATIVIDADES: a) Planejar todas as atividades de campo, eventos formativos e articulação interinstitucional com os atores do núcleo técnico do PGTA; b) Participar das atividades preparatórias indígenas e indigenistas de oficina ou demais eventos de formação e planejamento do tema Manejo Sustentável dos Recursos Naturais; c) Participar e moderar todas as atividades coletivas acima descritas e das mobilizações e oficinas na TI TB relativas ao tema do Manejo Sustentável dos Recursos Naturais; d) Produzir relatório sistematizando a oficina, reuniões técnicas e/ou assembleia indígena e sob a supervisão do Núcleo Técnico do PGTA; e) Informar às instituições responsáveis pelo etnozoneamento e PGTA, para as devidas providências, qualquer desvio de atividade dos especialistas que por ventura venha a prejudicar os trabalhos do etnozoneamento e PGTA. f) Ser capaz de apresentar conteúdos da PNGATI de forma inteligível para os povos indígenas. Potencializando o uso de representação gráfica. g) Deverá se articular com especialistas no tema e nas práticas indígenas e indigenistas da proteção territorial. O Núcleo Técnico irá providenciar a participação de convidados de governo ou sociedade civil para participar das oficinas. PRODUTOS 5

Produto 1 - Documento contendo: (i) Plano de Trabalho com roteiro metodológico da consultoria para as oficinas reparatórias nas aldeias e para os seminários dos eixos de etnozoneamento do território e ii) sistematização resumida de informações de fontes básicas sobre proteção territorial apresentando os conceitos de manejo, uso, conservação e preservação com base nos resultados do etnomapeamento; e devendo fazer uso de outras fontes relevantes para pensar o proteção territorial para subsidiar a oficinas e/ou seminário. Produto 2 Documento contendo o relato da Oficina preparatória com os parceiros nas aldeias apresentando as demandas e iniciativas identificadas no etnomapeamento que podem compor o eixo Proteção Territorial do Programa de Gestão Territorial e Ambiental para subsidiar o seminário; Produto 3 - Documento sistematizando a realização e encaminhamentos do 2º Evento Seminário sobre planejamento eixo de proteção territorial do PGTA da TI com a matriz de ações estratégicas de proteção dos recursos naturais e socioculturais visando garantir o usufruto exclusivo do Povo Aweté- Parakanã da TI TB, incluindo propostas estratégicas de monitoramento territorial participativo e articulação com as agencias e atores responsáveis pelas políticas públicas fiscalização de terras indígenas; PRAZOS PARA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS DE CONSULTORIA O Contratado terá um prazo máximo de 280 dias para entregar o conjunto dos produtos previstos neste Termo de Referência. VALOR DOS SERVIÇOS: Os interessados deverão apresentar Proposta Técnica e Financeira, descrevendo os valores, em reais, compatíveis com os preços de mercado. Os insumos necessários à realização das atividades e produtos serão providenciados pela TNC. Os pagamentos dos serviços executados serão efetuados conforme a seguinte lógica, podendo ser adequados conforme o plano de trabalho a ser apresentado pelo Consultor: Primeiro pagamento: no momento da assinatura do contrato; Segundo pagamento: mediante apresentação e aprovação pela TNC do produto1; Terceiro pagamento: mediante apresentação e aprovação pela TNC do produto 2 6

SELEÇÃO E CRITÉRIOS PARA APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS Envio de proposta A proposta técnica- financeira deve conter: a. Metodologia detalhada a ser aplicada na execução das atividades; b. Cronograma preliminar de execução das atividades e entrega de produtos (este item, assim como a acima, deverão ser revistos, adequados e ratificados durante a Fase de Sensibilização e Mobilização, no caso da proposta vencedora); c. Descritivo da qualificação técnica da equipe; d. Proposta financeira. Os critérios de seleção de propostas seguirão análise de qualidade técnica da proposta, qualificação do profissional envolvido e preço. A proposta técnico- financeira deve ser enviada para a TNC até o dia 22/05/2015, por meio digital no endereço eletrônico ebarnes@tnc.org. Contatos Institucionais e Coordenação da Consultoria: Dúvidas e esclarecimentos podem ser efetuados por meio do contato com Eduardo Barnes, Coordenador de PGTA do Programa de Conservação Indígena da da TNC Brasil. ABAIXO QUADRO 1 (FLUXOGRAMA FASES/PROCESSOS) 7

8

QUARDO II CRONOGAMA DE FASES/ATIVIDADES FASES ATIVIDADES TEMPO (DIAS) 1 BI 2 BI 3 BI 4 BI 5 BI 6 BI FASE 1: PLANEJAMENTO E PACTUAÇÃO DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO E AGENDA DO ETNOZONEAMENTO E PGTA - (NOVEMBRO/DEZEMBRO) OFICINAS DE CONCLUSÃO ETNOMAPEAMENTO E ALTAMIRA (I) REUNIÕES ENTRE TNC, FUNAI E PARCERIOS; (II) REUNIÃO CACIQUES AWETÉ-PARAKANÃ X FASE 2: PREPARAÇÃO INDÍGENA, INDIGENISTA E PARCEIROS - OFICINAS DE FORMAÇÃO E PREPAÇÃO DOS PARCEIROS, CONSULTORES* E INDÍGENAS (I) MINI-OFICINAS DE NIVELAMENTO DE CONCEITOS E PREPARAÇÃO DE INDÍGENAS NA ENTREGA DOS ETNOMAPAS NAS 9 ALDEIAS; X X (II) INTERCÂBMIO DA REDE GATI AMAZONIA ORIENTAL TEMA: PGTA WAIAPI; (III) PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES, 9

ETAPAS E PROCESSO DE PLANEJAMENTO TERRITORIAL AWETÉ-PARAKANÃ EQUIPE TÉCNICA: X 1 ESPECIALISTA EM PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO (PARA A OFICINA DE PLANEJAMENTO DE TODO O PROCESSO ( 1 ESPECIALISTA EM NÚCLEO TÉCNICO DE PGTA (MARINA VILLARINHO) 10

FASE 3: ELABORAÇAO OFICINAS SOBRE A ETAPA DE ETNOZONEAMENTO E PGTA NAS ALDEIAS, UTILIZANDO AS 2 GRANDES REGIÕES (BAIXO BACAJÁ E ALTO BACAJÁ) OFICINAS DE ELABORAÇÃO PGTA; (I) (II) -EIXO PROTEÇÃO TERRITORIAL; EIXO MANEJO SUSTENTÁVEL DE RECURSOS NATURAIS X X X EQUIPE CONSULTORES - ESPECIALISTA 1 MODERAÇÃO E PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO ESPECIALISTA 2 PROTEÇÃO TERRITORIAL ESPECIALISTA3 - EM MANEJO DE RECUROS NATURAIS SUSTENTÁVEL FASE 4 ARRANJO E PACTUAÇÃO DO PGTA PRELIMINAR OFICINAS SOBRE (I) ARRANJO INTERNO E CAPACIDADES AWETÉ- PARAKANÃ E ARRANJO INTERINSTITUCIONAL DE PARCERIAS (II) REUNIÃO DOS CACIQUES E X 11

APRESENTAÇÃO E VALIDAÇÃO DOS EIXOS DO PGTA E ARRANJO DE IMPLEMENTAÇÃO DO PGTA. PRODUTO FINAL - PROPOSTA PRELIMINAR DO PLANO MEBEMGOKRÉ AWETÉ PARAKANÃ E IDENTIFICAÇÃO DOS SUAS AÇÕES/PROJETOS PRIORITÁRIOS X EQUIPE CONSULTORES - ESPECIALISTA 1 MODERAÇÃO E PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO 12