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Transcrição:

Horizontes Antropológicos 45 2016 Economia e Cultura CICALO, André. Urban encounters: affirmative action and black identities in Brazil. New York: Palgrave Macmillan, 2012. 229 p. Electronic version URL: http://horizontes.revues.org/1265 ISSN: 1806-9983 Publisher Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Printed version Date of publication: 29 février 2016 Number of pages: 423-426 ISSN: 0104-7183 Electronic reference, «CICALO, André. Urban encounters: affirmative action and black identities in Brazil. New York: Palgrave Macmillan, 2012. 229 p.», Horizontes Antropológicos [Online], 45 2016, posto online no dia 08 Março 2016, consultado o 05 Outubro 2016. URL : http:// horizontes.revues.org/1265 The text is a facsimile of the print edition. PPGAS

Urban encounters: affirmative action and black identities in Brazil 423 CICALO, André. Urban encounters: affirmative action and black identities in Brazil. New York: Palgrave Macmillan, 2012. 229 p. * Universidade de São Paulo Brasil O debate sobre as cotas raciais nas universidades públicas parece ter deixado de suscitar tanta emoção entre aqueles que as defendem e aqueles que as criticam após o veredito do Supremo Tribunal Federal que reiterou a constitucionalidade de tais políticas em 2012. Contudo, em 2003, quando a Universidade Estadual do Rio de Janeiro pioneiramente adotou tais medidas, os ânimos acirrados de intelectuais e políticos tenderam a obliterar as vozes dos atores diretamente envolvidos em tais políticas, os próprios estudantes cotistas. Manifestos contra as cotas alarmavam o país sobre a possibilidade de uma racialização da sociedade brasileira ao se adotar um modelo de identificação e categorização racial típico dos Estados Unidos. Ainda que muitos antropólogos tenham se manifestado sobre a questão, o debate tendeu a se realizar em um nível abstrato e normativo sobre os riscos e a utilidade das políticas de ação afirmativa. Passados mais de dez anos, o que poderia ser dito por um estudo etnográfico sobre tais políticas alicerçado nas experiências e nas interpretações dos próprios estudantes cotistas? Essa é uma das questões enfrentadas por André Cicalo no livro Urban encounters: affi rmative actions and black identities in Brazil, resultado de sua pesquisa de doutorado em Antropologia Social pela Universidade de Manchester, Reino Unido. Cicalo realizou o trabalho de campo entre os calouros do curso de Direito da UERJ em 2007 e 2008, acompanhando as interações cotidianas dos estudantes no interior das salas de aula, nos deslocamentos diários de trem da Zona Norte à universidade e na descoberta de espaços culturais na cidade do Rio de Janeiro. * Doutorando em Antropologia Social. Contato: nicolaudelabandera@gmail.com. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-71832016000100019

424 A posição social dos estudantes beneficiados pelas cotas no curso de Direito da UERJ foi descrita pelo autor como próxima do perfil dos batalhadores retratados pelo sociólogo Jessé Souza (2010), ou seja, membros da classe trabalhadora brasileira que não se deixam confundir nem com as parcelas mais pobres da população nem com a classe média estabelecida. Tal como os batalhadores descritos por Souza (2010), o ethos do esforço, do trabalho duro e da perseverança para realizar os sonhos pessoais e familiares é um fio que perpassa as narrativas dos estudantes sobre suas famílias. A maioria dos estudantes trabalhou em empregos precários após a conclusão do ensino médio para poupar o dinheiro necessário para pagar os melhores cursinhos pré-vestibulares. Em função disso, eles são mais velhos que seus colegas não cotistas. As famílias dos estudantes não apoiaram a princípio a determinação desses jovens para entrar na universidade pública. Contudo, quando aprovados, muitos parentes passam a oferecer suporte, emocional e financeiro, para que os jovens possam seguir adiante com seus sonhos. Eles se tornam um motivo de orgulho e exemplo para outros membros da família. Cicalo demonstra como as igrejas neopentecostais exerceram um papel importante na trajetória dos estudantes cotistas da UERJ. Segundo o autor, há uma interação positiva entre preceitos morais idealizados, sonhos de ascensão social e fé. Essa fé é encontrada na igreja ainda que a família pareça ser cética sobre o sucesso dos sonhos acadêmicos dos estudantes. Como Flávia disse, quando ninguém na minha família acreditava em mim e eu quis desistir, o pessoal da igreja me deu a maior força e suporte. (p. 48, tradução minha). A teologia da prosperidade fornece ainda certos recursos simbólicos e morais para uma racionalização das finanças das famílias, que concentram os gastos nos itens mais importantes no longo prazo, tais como o investimento na casa e na educação dos filhos. A igreja também é associada pelos estudantes como um espaço de lazer e uma oportunidade educacional e cultural na ausência de outros equipamentos culturais nos bairros pobres onde eles cresceram. No terceiro capítulo, Raça entre as fileiras da sala de aula, encontramos uma fina descrição da distribuição dos diferentes grupos de estudantes no interior da sala de aula do curso de Direito. A amizade como um tema da antropologia tradicionalmente foi analisada como um espaço para a expressão da individualidade e da escolha, por vezes sendo idealizada em oposição

Urban encounters: affirmative action and black identities in Brazil 425 ao parentesco, que seria visto como o universo das relações obrigatórias. Contudo, como demonstrado pelos novos estudos do parentesco, há sempre a possibilidade de se tornar (ou deixar de ser) parente, e a escolha de quem será seu melhor amigo nem sempre é realizada de forma espontânea e livre de obrigações sociais. Cicalo contribui para o estudo da amizade ao analisar quem senta nas primeiras fileiras e quem senta no fundão da sala de aula no primeiro ano do curso de Direito da UERJ. A maioria dos estudantes cotistas senta nas primeiras fileiras, sendo vistos como os cones ou os nerds, aqueles que são muito esforçados e que fazem tudo certinho (p. 57), enquanto os estudantes mais ricos provenientes das melhores escolas particulares sentam no fundão, no grupo autodesignado como a barbárie, que não prestam tanta atenção às aulas e acabam atrapalhando os demais. Os grupos de amigos acabam se diferenciando conforme essas mesmas linhas de divisão, sendo influenciados pelas formas de pertencimento anteriores dos estudantes, tais como a origem de classe, as experiências escolares anteriores e o local de residência. Há uma censura cultural em relação às discussões sobre raça entre os calouros. Questões raciais permanecem implícitas ou silenciadas. Em um seminário sobre direito e cultura, por exemplo, os estudantes da barbárie apresentaram um trabalho sobre o hip-hop, sem mencionar a palavra negro e discutir a questão racial. Segundo Cicalo, isso se deve às relações desiguais de poder: enquanto os estudantes ricos não falam sobre raça ou classe como uma forma de cortesia ao não expressar a situação vulnerável de seus colegas, escondendo o próprio privilégio, os estudantes cotistas evitam falar sobre raça como uma forma de realizar o desejo de passar despercebido em sala de aula. O autor questiona com seu estudo um dos principais argumentos utilizados pelos críticos das ações afirmativas: a possibilidade de as cotas raciais reificarem as categorias e identidades raciais. Os estudantes cotistas do curso de Direito da UERJ utilizam as cotas de maneira estratégica. Nesse sentido, o autor demonstra como os estudantes evitam o uso do sistema de cotas raciais, utilizando-as apenas quando todas as outras formas de acesso se fecham. Alguns estudantes que se classificam como morenos ou negros utilizaram as cotas para estudantes de escola pública, não recorrendo às cotas raciais. Dessa forma, o autor afirma que um modelo bipolar e outro múltiplo de identificação racial não seriam utilizados alternativamente, como os críticos das

426 cotas temem, mas simultaneamente por meio de um processo complexo de articulação. Um dos pontos altos do livro de Cicalo é a descrição do encontro de Flávia, uma estudante cotista, com as atividades culturais organizadas pelo movimento negro. Os estudantes cotistas do curso de Direito não eram politizados no primeiro ano e se sentiam fora de lugar nas discussões promovidas pelos militantes dos movimentos negros da universidade. Flávia, por exemplo, sentiu-se fora de lugar na exibição de um filme no cineclube Afro-Carioca por causa da falta de confiança para falar em público, não ser tão articulada como os militantes, e não ser capaz de usar um visual despojado (roupas, cabelo, postura corporal) que afirma a identidade negra. Contudo, com o passar do tempo, o contato contínuo dos estudantes cotistas não politizados com os militantes negros no interior da universidade reduziu a distância de autoconfiança entre eles. A contribuição de Cicalo ao debate quente sobre as cotas reside na nuance da descrição da vida cotidiana multifacetada e íntima dos estudantes cotistas. O autor demonstra que no lugar do ressentimento temido por alguns intelectuais, as políticas de ação afirmativa produziram um ambiente diverso que favorece os encontros urbanos entre diferentes grupos sociais, revelando certas contradições e tensões raciais e sociais da sociedade brasileira. Referência SOUZA, J. Os batalhadores brasileiros: nova classe média ou nova classe trabalhadora? Belo Horizonte: UFMG, 2010.