Teoria I Mrto. Gabriel Dias Garcia Revisao: Juliano pontes Rita Costa Este livro faz parte do material pedagógico do Conservatório Musical de Santana de Parnaíba e deverá ser utilizado sob orientações dos professores do conservatório. Sua venda e comercialização bem com a utilização de seus textos para fins diferentes aos do conservatório e proibido. Elaborado em 01/2018 verão 1.0 1
Aula 1: Introdução. Propriedades do Som. A música é a arte do SOM. Esse tem quatro propriedades: a) Altura é a propriedade do som ser mais grave ou mais agudo. b) Duração é tempo de produção do som. c) Intensidade é a propriedade do som ser mais fraco ou mais forte d) Timbre é a qualidade do som, que permite reconhecer a sua origem. Na escrita musical as propriedades do som são representadas da seguinte maneira: Altura a) Altura Posição das notas no pentagrama b) Duração Pelas figuras rítmicas c) Intensidade pelos sinais de dinâmicas d) Timbre pela indicação da voz ou do instrumento que deve executar a musica. Em alguns casos com notações especificas quando um instrumento pode desenvolver timbres diferentes, como por exemplos marcações de Pizzicato (Pizz), arco (arco) etc. Como falado anteriormente, a altura é representada pelas notas musicais. São sete notas com os nomes: Agudo Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Grave A série de notas é infinita e não há uma primeira nota, porém devemos sempre lembrar qual é mais grave e mais aguda que a outra. 2
Aula 2: Panorama Histórico da Musica A música é considerada uma das mais antigas e mais importantes manifestações artística da humanidade. Há registros arqueológicos que desde a época das cavernas, o homem já fazia música, inicialmente com artefatos como ossos e pedras e voz. Até então, a música raramente era escrita, sendo passada de geração em geração. Porém a escrita que conhecemos hoje (pentagrama) teve suas origem no inicio da Idade Media, com o crescimento e o fortalecimento da Igreja católica. Devido à utilização de músicas durante as missas, surgiu a necessidade de escreve-las, pois assim se perpetuava-as, assim como os textos da bíblia. A primeira forma de escrita dessa época, data do Sec. IV, com a escrita neumática. Onde se colocava sinais (conhecidos como neumas) sobre o texto a ser cantado. Importante lembrar que nessa época, a música era principalmente cantada e acompanhada por poucos instrumentos que dobravam as melodias. Escrita Neumática Esses neumas tinham a intenção de lembrar os cantores se a melodia deveria subir (ficar mais aguda) ou descer (ficar mais grave) Conforme foi aumentando tanto a quantidade quanto à complexidade das músicas, era comum se perder o tom (notas) no meio dos neumas, surgiu a ideia então de colocar linhas que serviriam de referencia para os tons. Então por volta do Sec. VII, mais precisamente na época do Papa Gregório, foi criada a escrita Gregoriana que definiu o que conhecemos hoje como Cantochão, ou Canto Gregoriano. Nesse modelo de escrita, eram usadas quatro linhas, sendo que uma delas era nomeada com um C que significa Dó. A partir daí, se podia deduzir onde e em que tom estavam cada 3
neuma, sendo que se considerava um tom pra cada linha/espaço, e de baixo para cima como grave para agudo. Importante esclarecer que o ritmo ou a duração de cada tom não era escrito, pois era definido pela prosódia ou de acordo com o ritmo natural do texto. Somente por volta do Séc. XII, mas precisamente em Paris, foi criada a Escola de Notre Drame sendo seu primeiro mestre Leonin e sequentemente seu discípulo Perotin. Nessa época começaram a se experimentar tocar melodias diferentes simultaneamente. Umas das primeiras experiências era a utilização de um órgão tocando uma nota pedal (ou um bordão) enquanto os cantores cantavam os mesmos cantos. Surge então um novo gênero: o Organun. Esse nome vem justamente da utilização do órgão. Conforme os organun iam ganhando complexidade com a escrita polifônica 1 surgiu a necessidade de definir o tempo de duração de cada nota. Podemos ver o inicio dessa nova escrita com Philip d Vitti e Guilhaume du Machaut. Essa nova escrita e estética musical passou a se chamar Ars Nova, em contrapartida do que vinham sendo realizado que era chamado de Ars Antigua. Segue um exemplo da escrtita a Ars Nova, que se assemelha muito com o que vemos ate hoje: 1 Mais de uma melodia tocando simutaneamente 4
Aula 3: Leitura no pentagrama. Clave de Sol, Dó e Fá Pentagrama Na escrita musical, o som é representado pelas NOTAS, a figurad e cada nota é definida de acordo com a sua duração. (Aula 4) As notas são escritas no PENTAGRAMA, que é um conjunto de 5 linhas horizontais e 4 espaços entre elas: A posição da nota no pentagrama indica a altura do som, sendo da primeira linha ate a 5 linha o som vai se tornando de grave para agudo. Na escrita, utilizamos tanto as linhas quanto os espaços para definir as notas. Mais Agudo Mais Grave Existe a possibilidade também de escrever notas mais agudas ou mais graves quando não há linhas e espaços suficientes. Para isso utilizando as linhas e espaços suplementares: Claves Para que possamos saber qual o nome de cada nota no pentagrama, é necessário nomear uma linha, para isso utilizamos a Clave. Na escrita musical nos utilizamos 3 claves, são elas: 5
Cada clave nomeia a linha em que esta: a clave de sol nomeia a linha de sol, a de fá nomeia fá e de dó nomeia dó. A origem dessas claves vem de antes da nomeação atual (dó, re, mi, etc.). Naquela época se usava letras do alfabeto como A, B, C etc. que erao da seguinte maneira: A - La B Si C dó D - Ré E - Mi F - Fá G - Sol As claves eram, então, representadas pelas letras correspondentes: Clave de Sol - G Clave de Dó - C Clave de Fá F Com o decorrer do tempo, os copistas foram deformando essas letras ate elas adquirirem a forma atual. Colocando a clave em uma linha definida do pentagrama, pode obter por dedução as demais notas, conforme exemplo: Importante é observar que as notas são absolutas, independente do instrumento. Com isso o dó da Clave de dó é sempre o Dó Central, o sol da clave de sol é o primeiro acima do dó central e o fá da clave de fá é o primeiro abaixo. 6
Aula 3: Exercício 7
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Aula 4: Figuras rítmicas A figura rítmica indica a duração do som. As partes da nota se chamam: As figuras mais usadas atualmente são as seguintes: Diferentemente das notas, as figuras são relativas quanto sua duração, geralmente na proporção de 1/2, mas é possível também em algumas exceções a proporção de 1/3. Na proporção de 1/2, começando da semibreve que tem a maior duração, cada uma dessas figuras vale duas da seguinte, assim: Além das figuras que indicam a duração das notas, existem outras figuras que indicam a duração da pausa, ou silencio, que também seguem a regra das figuras das notas 9
Além das figuras apresentadas, existem outras figuras maiores e menores que essas. São elas: Essas figuras seguem a mesma regra de proporção, no caso uma breve tem o valor de duas semibreves e assim por diante. Para essas figuras existe tambem a figura de pausa com o mesmo valor. Essas figuras raramente são usadas, porém elas ainda fazem parte da escrita musical atual. As figuars com haste, elas podem ser ligadas para facilitar a grafia, no caso ligamos os colchetes conforme exemplo: 10
Aula 5: Exercício: 11
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Aula 6: Compasso simples. Formula de compasso O Compasso é a divisão rítmica da música da musica em pequenas partes de duração igual ou variável. Os compassos são separados por uma linha vertical chamada barra de compasso ou travessão. Existem diferentes tipos de compassos. Eles são classificados pelo numero de pulsos/tempos dentro deles: 2 tempos compasso binário 3 tempos compasso ternário 4 tempos compasso quaternário 5 tempos compasso quinario 7 tempos compasso setenário De acordo com suma maior ou menor acentuação na execução musical, os tempos são chamados de fortes ou fracos. O primeiro tempo de cada compasso é tradicionalmente considerado forte, os demais são considerados meio-fortes ou fracos. Num compasso binário, temos o primeiro tempo forte e o segundo fraco: +. +. +. +. Num compasso ternário, temos o primeiro tempo forte e o segundo e o terceiro fracos: +.. +.. +.. Num compasso quaternário, temos o primeiro tempo forte, o terceiro meio-forte e o segundo e o quarto fracos: +. -. +. -. Para saber qual é o tipo do compasso, utilizamos a formula de compasso. 13
A formula de compasso são dois números que indicam a unidade de tempo e o numero de tempos do compasso. É escrita no pentagrama em seguida à clave. O numero inferior da formula, tanto em compassos simples quanto compostos, representa as seguintes notas: 1 Semibreve 2 Mínima 4 Semínima 8 Colcheia 16 Semicolcheia 32 Fusa 64 Semifusa O numero superior é a quantidade da figura representada pelo numero superior. Nos compassos simples, o numero de cima é que define o tipo do compasso. No compasso binário, temos por exemplo a formula 2/4: Significa que para cada compasso temos duas (2) unidades de tempo no valor de uma semínima (4). Por ter duas unidades de tempo, sendo uma forte e uma fraca, caracteriza-se como binário. Temos vários gêneros musicais que são característicos pelo compasso binario, como a Marcha, samba etc. No compasso ternário, temos por exemplo a formula 3/4: Significa que para cada compasso temos tres (3) unidades de tempo no valor de uma semínima (4). Igual ao compasso binário, só que esse tem o primeiro forte e o segundo e o terceiro fraco. 14
Gêneros musicais que são característicos pelo compasso ternário são as danças como as valsas, minuetos, etc. No compasso quaternário, temos por exemplo a formula 4/4: Significa que para cada compasso temos quatro (4) unidades de tempo no valor de uma semínima (4). Diferente dos outros compassos nesse temos o primeiro tempo forte, o terceiro meio-forte e o segundo e o quarto fracos. É nessa formula de compasso que são a maioria dos gêneros, desde sinfonias clássicas desde musicas de rock, pode ser considerado o gênero mais comum para a escrita musical. ATENÇÃO: Existe uma infinidade de formulas de compassos com varias quantidades de tempos diferentes assim como a figura da unidade pode variar também. Nem sempre será uma seminima (4) como unidade, pode haver qualquer uma (1, 2, 4, 8, etc). Exemplo: 2/2 Compasso binário com a unidade de tempo sendo a mínima. 3/2 - Compasso ternário com a unidade de tempo sendo a mínima. 4/1 Compasso quaternário com a unidade de tempo sendo a semibreve. 5/2 - Compasso quinário com a unidade de tempo sendo a mínima. etc... Existe também uma outra classe de compassos que são os Compassos Compostos, a diferença deles é que a subdivisão de cada compasso ao invés de ser de 1/2 como no simples, será de 1/3 no composto. 15
Aula 7: Pozzolli Esse exercício deverá ser cantado com a silaba tá. É recomendado que se utilize um metrônomo com pulsação a 60 bpm. 16
Aula 8: Ligaduras, Ponto de Aumento e Compasso Composto Como vimos anteriormente, geralmente dividimos ou aumentamos as notas na proporção 1/2, porém existe uma forma de alterar o tempo das notas fora dessa proporção. Existem 2 formas: A Ligadura ou o Ponto de Aumento. A Ligadura é uma linha curva que une duas notas na mesma altura, somando suas durações: Como vimos no exemplo acima, as figuras podem ser iguais ou diferente. Por exemplo: num compasso 4/4 somando uma mínima e uma semínima, esta nota terá a duração de 3 tempos. As principais regras são a seguinte: Só a primeira nota, ou seja, aquela de onde parte a ligadura é emitida. A seguinte (ou seguintes) constitui uma prolongação da primeira. As ligaduras independem das barras de compassos, ou seja, elas podem ultrapassar quantos compassos forem necessários. Somente são ligaduras notas na mesma altura, por exemplo, um dó so pode ligar com outro dó na mesma altura. Outra forma de alterar a duração é com o Ponto de Aumento. O ponto de aumento é um ponto colocado logo após a nota, ele equivale ao acréscimo da metade do valor da nota. Se temos, por exemplo, num compasso 4/4 uma mínima pontuada ela equivale a uma nota de duração de 3 tempos ou como se fosse uma mínima e uma semínima ligadas. Essa regra vale para todas, mas atenção, o valor do ponto é sempre metade da nota em que esta. As principais regras são a seguinte: O valor do ponto é a metade da nota em que esta. Não é possível pontuar uma nota que ultrapasse o compasso, nesse caso usar a ligadura. O ponto sempre vem depois da nota. 17
Outra coisa para se relevar é que as ligaduras não vale para as pausas, mas os ponto de aumento sim: É possível encontrar em raros casos um ponto de aumento duplo, ou seja dois ponto após a nota. Nesse caso ele aumenta ¾ do seu valor. Em outras palavra, o primeiro ponto aumenta metade da nota e o segundo aumenta a metade do primeiro ponto: Quando temos uma nota sem o ponto de aumento, é um valor simples, que se subdivide em proporção 1/2 (subdivisão binaria). Ex: uma semínima que se subdivide em 2 colcheias. Já a nota pontuada é um valor composto, que se subdivide m proporção 1/3.(subdivisão ternaria). Ex: uma semínima pontuada que se subdivide em 3 colcheias. É desse conceito que temos o compasso composto. Isso ocorre quando, por exemplo num compasso binário (onde temos 2 tempo), sua subdivisão é em 3. No exemplo acima, cada tempo tem o valor de uma semínima pontuada e vemos 6 colcheias que são agrupadas de 3 em 3. Como não existe um numero que represente uma semínima pontuada, colocamos a sua primeira divisão no lugar da unidade e sua quantidade em cima. IMPORTANTE: A unidade no compasso composto NÃO é o numero de baixo, para saber a unidade, é necessário reconhecer que é um compasso composto. É possível reconhecer pela escrita musical e/ou pelo gênero. 18
Aqui vemos a diferença entre o compasso composto (6/8) e um compasso simples (3/4). Ambos tem a colcheia como subdivisão, porém uma tem a semínima pontuada como unidade (binário dividido em 3) e a outra tem a semínima como unidade (ternário subdividido em 2): Exemplos de compassos simples e composto: Binários Simples Composto 2/4 6/8 2/2 6/4 2/8 6/2 Quaternários Simples Composto 4/4 12/8 4/2 12/4 4/8 12/16 Ternários Simples Composto 3/4 9/8 3/2 9/4 3/8 9/16 Compassos quinários e setenários são sempre considerados composto, porém sua subdivisão é diferente. Um compasso quinário, por exemplo, 5/4, tem 5 unidades de tempo de semínima, e sua acentuação natural pode variar: 2 + 3 ou 3 +2: + - + - Vemos aqui também um exemplo de compasso setenário (7/4) que pode variar sua subdivisão: 2 + 2 + 3, 2 + 3 + 2, 3 + 2 + 2, 4 + 3 ou 3 + 4: + - + - 19
Aula 9: Acentuação rítmica Tempo, Contratempo, Sincopa e Anacruse. Assim como vimos anteriormente, cada compasso tem sua acentuação e sua subdivisão. Num compasso 4/4 por exemplo, nos temos 4 tempos de semínima. Se subdividirmos essas semínimas teremos 8 cocheiras. As colcheias ou qualquer outra nota que vier a coincidir nos tempos do compasso são chamadas de Tempo, e as colcheias ou qualquer outra nota que aparece fora do tempo é chamada de contratempo. Num trecho musical onde a acentuação da nota cai fora do tempo, também é chamada de contratempo. Tempo Contratempo Quando tocamos um trecho seguido de vários contratempos, é natural deslocar a acentuação do compasso para o tempo fraco (subdivisão) assim caracteriza o contratempo: > > > > Quando num trecho musical, utilizamos as ligaduras, pode ocorrer alteração na acentuação também quando ligadura de fraseado: > > > > > > O contratempo também pode ser representado com a colocação de um acento ( > ) na nota: 20
A sincopa existe quando o tempo fraco ou a parte fraca de tempo se prolonga para o tempo forte ou parte forte seguinte. O acento que deveria surgir nesses últimos, não aparece, é suprimido. A sincopa é indicado pela ligadura ou pela nota pontuada. Sincopa - quando ligamos a colcheia que esta no contratempo do segundo tempo com a semínima do terceiro tempo. A acentuação será deslocada para a colcheia no contratempo: Quando tempos um trecho ou uma frase musical que começa no tempo forte do compasso, temos o que chamamos de tético. Quando não começa no tempo forte do compasso temos a anacruse. 21
Aula 10: Aplicação rítmica às notas nas claves solfejo Cantar o ritmo com a silaba tá Falar o nome das notas no tempo. Com ajuda de um piano cantar as melodias Cantar as melodias sem o piano, somente é tocada a primeira nota. 22
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Aula 11: Aula livre Tirar duvida: Parâmetros do som o O que é som? o Quais são as características do som? Panorama histórico o De onde surgiu a escrita musical? Pentagrama o O que é o pentagrama? o Como são escritas as notas? Notas musicais o Quais são as notas? o Como elas se comportam? Figuras das notas o Como definir a duração de cada nota? o Como saber quanto dura cada nota? Compassos o O que é compasso? o Como são as acentuações? Formula de compasso o Como definir a formula de compasso? o O que significa o numero superior e o inferior? Compasso simples e composto o Qual é a diferença entre compasso simples e composto? Ligaduras e pontuação. o Para que serve a ligadura? o O que o ponto de aumento? Acentuação rítmica o Quais são os tipos de acentuações? o Como saber qual é qual? Solfejo o Vamos treinar solfejo? 24
Aula 12 a 14 : Revisão - Exercícios gerais 25
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Aula 15: Avaliação Aula 16: Correção Bibliografia: LACERDA. Osvaldo Compêndio de teoria elementar da música. Ed. Ricordi LACERDA. Osvaldo Exercícios de teoria elementar da música. Ed. Ricordi POZZOLI Guia teórico-prático para o ensino do ditato musical. Ed. Rocirdi MED. Bohumil Teoria da música. Ed. Musimed 33