Dimensionamento e análise da deformação de um grupo de estacas

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Manual de engenharia No. 18 Atualização: 04/2016 Dimensionamento e análise da deformação de um grupo de estacas Programa: Grupo de Estacas Arquivo: Demo_manual_18.gsp O objetivo deste capítulo é explicar como utilizar o programa GEO5 Grupo de Estacas para analisar a rotação angular e o deslocamento de uma placa de capeamento de estacas, determinar as forças internas atuantes ao longo da cada estaca e dimensionar a secção transversal das estacas. Definição do problema A definição geral do problema é descrita no capítulo 12. Fundações por estacas introdução. Todas as análises da capacidade de suporte vertical de um grupo de estacas devem ser executadas, de acordo com o problema 17. Análise da capacidade de suporte vertical e assentamento de um grupo de estacas. O carregamento resultante, que compreende N, M y, H x, atua no centro da superfície superior da placa de capeamento das estacas. O dimensionamento das estacas deve ser realizado de acordo com a Norma EN 1992-1-1 (EC 2), considerando os valores standard para os coeficientes parciais. Esquema de definição do problema grupo de estacas 1

Análise Para resolver este problema, vamos utilizar o programa GEO5 Grupo de Estacas. Para simplificar o problema e acelerar a configuração dos parâmetros gerais, vamos utilizar os dados introduzidos para o problema 17. Análise da capacidade de suporte vertical e assentamento de um grupo de estacas (ex.: através da importação de dados). Vamos analisar o grupo de estacas através do Método de Mola, que permite a modelação individual de estacas como se fossem vigas assentes em solo elástico. Cada estaca é dividida internamente em dez secções, para as quais são computados os valores de molas horizontais e verticais. A laje base (placa de capeamento) é considerada como infinitamente rígida. A análise é realizada considerando a deformação variável do Método dos Elementos Finitos. Definição do procedimento Vamos alterar o tipo de análise, na janela Configurações, para a opção Método de Mola. Vamos considerar a ligação entre as estacas e a base da laje como rígida (fixa). Assume-se que para esta condição de fronteira, o momento fletor será transferido na cabeça das estacas. Para a capacidade da estaca na base, selecionamos a opção estacas flutuantes calcular rigidez das molas a partir dos parâmetros do solo. Nota: O programa permite várias opções para as condições de fronteira, para a capacidade vertical das estacas. Para a capacidade das extremidades das estacas, ou para estacas fixas no bedrock, a rigidez vertical das molas não é definida a base das estacas é modelada como uma junta ou uma junta deslizante. Para estacas flutuantes, é necessário definir a dimensão das molas verticais, tanto na superfície como na base da estaca. O programa permite definir a dimensão das molas, mas é mais razoável selecionar a opção computar tamanho das molas. Neste caso, o programa computa a dimensão das molas a partir das propriedades de deformação dos solos para o carregamento definido (mais detalhes em Ajuda F1). Janela Configurações Método de Mola 2

O módulo de reação horizontal do subsolo caracteriza o comportamento das estacas na direção horizontal. Nesta análise, vamos considerar o módulo k h (incluindo os parâmetros que afetam o seu valor) como idêntico ao utilizado na análise de uma estaca isolada (ver capítulo 13. Análise da capacidade de suporte horizontal de uma estaca isolada). Na primeira parte deste capítulo, vamos realizar a análise considerando um módulo de reação do subsolo constante e, na segunda parte, vamos comparar as diferenças entre os resultados obtidos através de outros métodos (linear de acordo com Bowles, de acordo com CSN 73 1004 e de acordo com Vesic). Na janela Material, vamos definir as características de cada estaca do grupo, isto é, o peso volúmico da estrutura, o tipo de concreto utilizado e a armadura longitudinal utilizada para o dimensionamento do furo da estaca. Janela Material Seguidamente, vamos definir o carregamento. A carga de projeto é aplicada para o dimensionamento das estacas e para a determinação das curvas das forças internas, enquanto que a carga de serviço é utilizada para o cálculo de deformações. 3

Caixa de diálogo Editar carga carga de projeto Caixa de diálogo Editar carga carga de serviço Na janela Mola vertical, vamos selecionar a carga típica, que é utilizada para calcular a rigidez de molas verticais. Para o nosso caso, vamos selecionar a opção Load No. 2 - Service Janela Molas verticais carga típica 4

Nota: Para o caso da opção da carga típica, deve ser aplicada a carga de serviço (característica), que caracteriza melhor o comportamento da estrutura (mais detalhes na Ajuda F1). O procedimento para a computação das molas verticais é o seguinte: a) A carga calculada é distribuída pelas estacas. b) A dimensão das molas verticais na superfície da estaca e na base é determinada para cada estaca, dependendo da carga e dos parâmetros do solo. O efeito da carga na rigidez calculada é significante por exemplo, a rigidez da mola na base é sempre nula para uma estaca tracionada. Assim, pode ser vantajoso realizar a análise várias vezes, para várias cargas típicas. 5

Análise: Método de Mola Na janela Análise, vamos realizar a análise do grupo de estacas, de acordo com as configurações iniciais (módulo de reação horizontal do subsolo constante) e vamos visualizar os resultados com os diagramas das forças internas. Janela Análise Método de Mola (módulo de reação do subsolo constante) Nota: A rigidez das estacas do grupo é automaticamente alterada de acordo com a sua localização. As estacas exteriores e as interiores de um grupo de estacas têm a rigidez horizontal e transversal reduzidas em comparação com as estacas isoladas. As molas na base das estacas não são reduzidas (mais detalhes na Ajuda F1). Os resultados da análise para as configurações iniciais (para a deformação máxima) são: Assentamento máximo: 19.2 mm Desloc. horizontal máx. da placa de capeamento: 2.3 mm 3 Rotação máxima da placa de capeamento: 8.5 10 6

Dimensionamento Seguidamente, passamos à janela Dimensionamento e, de forma semelhante ao capítulo 13. Análise da capacidade de suporte horizontal de uma estaca isolada, vamos dimensionar a armadura principal das estacas. Vamos considerar um rácio de armadura idêntico em todas as estacas do grupo 16 barras Ø 16 mm e um recobrimento de concreto mínimo de 60 mm, para uma classe de exposição XC1. O rácio de armadura para um grupo de estacas sob um carregamento comum, é considerado, para este caso, de acordo com CSN EN 1536:1999 (de forma idêntica ao capítulo 17). No programa, esta opção é definida como uma estaca (mais detalhes na Ajuda F1). Janela Dimensionamento resultados para todas as estacas do grupo a partir da envoltória das combinações de cargas É possível observar a utilização da secção transversal de todas as estacas do grupo, para flexão e condição do rácio de armadura mínima, para a envoltória global das combinações de cargas: Cap. de suporte da estaca em concreto armado (flexão): 21,9 % SATISFAZ Cap. de suporte da estaca em concreto armado (corte): 16,5 % SATISFAZ Rácio de armadura: 87.2 % SATISFAZ 7 ( 0.410 min 0.357 % )

Resultados da análise O procedimento para as outras análises disponíveis no programa é análogo ao procedimento aplicado nos problemas anteriores. É sempre necessário alterar o método de cálculo do módulo de reação do subsolo na janela Configurações e realizar a análise do grupo de estacas nas janelas Análise e Dimensionamento. Os resultados obtidos estão presentes nas tabelas seguintes. Módulo de reação do subsolo MN m k h 3 CONSTANTE LINEAR (Bowles) de acordo com CSN 73 1004 Força de compressão (máximo, mínimo) kn -1783.88-538.47-1800.17-533.10-1794.75-534.91 Momento fletor máximo knm Força de cisalhamento máxima kn 191.82 77.50 224.41 77.50 213.56 77.50 de acordo com VESIC -1805.52-531.35 235.11 77.50 Sumário de resultados (forças internas) Verificação do grupo de estacas (método de mola) Módulo de reação do subsolo MN m k h 3 Assentamento máximo mm Deslocamento máximo mm Rotação máxima da laje Cap. suporte da estaca % CONSTANTE 19.2 2.3 8,5 3 10 21.9 LINEAR (Bowles) de acordo com CSN 73 1004 de acordo com VESIC 19.5 3.1 19.4 2.9 19.6 4.3 1,4 1,2 1,5 2 10 23.2 2 10 22.8 2 10 23.7 Sumário de resultados deslocamentos e dimensionamento do grupo de estacas 8

Conclusão Os valores para o assentamento máximo do grupo de estacas, deslocamentos e rotação da laje estão dentro dos limites permitidos. A partir dos resultados da análise, é possível verificar que os valores das forças internas ao longo de cada estaca e as deformações máximas na cabeça das estacas variam ligeiramente, mas a influência do método selecionado para o cálculo do módulo de reação do subsolo significativa. k h não é A armadura proposta para as estacas é satisfatória. A condição principal para o rácio de armadura das estacas também é verificada. 9