ÁREA DE FORMAÇÃO: POUPAR E INVESTIR NOÇÕES BÁSICAS SOBRE APLICAÇÃO DE POUPANÇA

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ÁREA DE FORMAÇÃO: POUPAR E INVESTIR NOÇÕES BÁSICAS SOBRE APLICAÇÃO DE

Índice A importância da poupança Remuneração e risco Principais tipos de riscos Princípios básicos da aplicação da poupança Produtos financeiros para aplicação de poupança 2

A importância da poupança Poupar significa prescindir de consumir no presente para ter recursos disponíveis no futuro. A poupança permite: Aumentar a capacidade de enfrentar situações imprevistas (por exemplo, a entrada numa situação de desemprego ou um aumento inesperado das despesas em resultado de uma situação de doença ou acidente). Satisfazer necessidades de consumo no futuro (por exemplo, a compra de casa, a compra de um carro ou a poupança para a reforma). Uma gestão equilibrada do orçamento familiar inclui destinar, sempre que possível, uma parte dos rendimentos à poupança. 3

Remuneração e risco A poupança pode ser aplicada em produtos financeiros. A escolha dos produtos financeiros para aplicação de poupança deve considerar: Os objetivos de poupança e as preferências individuais. As características dos produtos financeiros, nomeadamente a expetativa de remuneração e os riscos associados. A aplicação de poupança num produto financeiro tem associada uma expetativa de remuneração, a que em geral chamamos juro. A remuneração da poupança deve compensar a evolução dos preços, a inflação, para que a poupança não perca valor ao longo do tempo. Se a remuneração do produto de poupança for superior à inflação, a poupança está a ganhar valor. 4

Remuneração e risco Os produtos financeiros para aplicação de poupança têm alguns riscos associados. O risco é a incerteza quanto à concretização do valor de remuneração. A remuneração pode ser superior ou inferior à expetativa inicial, ou pode mesmo ser negativa. A avaliação dos vários tipos de riscos é importante na escolha dos produtos financeiros de aplicação da poupança. Os produtos em que a expetativa de remuneração é mais elevada têm normalmente associada uma maior incerteza, ou seja, a remuneração está exposta a mais riscos. 5

Principais tipos de riscos Os principais tipos de riscos associados a aplicações em produtos financeiros são o risco de liquidez, o risco de remuneração, o risco de capital, o risco de crédito e o risco cambial. O risco de liquidez é o risco de precisar do dinheiro aplicado antes do fim do prazo contratado e não lhe poder mexer (por exemplo, os depósitos a prazo não mobilizáveis antecipadamente) ou de incorrer em custos para o fazer. O risco de remuneração é o risco de a remuneração não ser a esperada ou de a remuneração ser nula (por exemplo, nos depósitos com taxa de juro variável dependente da Euribor ou nas obrigações que pagam uma remuneração cupão variável, não se conhece no momento da aplicação o valor exato da remuneração a receber). 6

Principais tipos de riscos O risco de capital é o risco de perder parte ou toda a poupança aplicada no produto financeiro. O risco de capital não existe nos depósitos, mas existe, por exemplo em produtos financeiros como as ações e os fundos de investimento, que não garantem o capital aplicado. O risco de crédito é o risco de falência ou insolvência da entidade junto da qual a poupança foi aplicada. Nos depósitos, o risco de crédito está coberto pelo Fundo de Garantia de Depósitos até 100 mil euros por depositante e por instituição de crédito. O risco cambial é o risco de perda de dinheiro no fim de uma aplicação em moeda estrangeira, pela conversão para moeda nacional. 7

Princípios básicos da aplicação de poupança Na escolha dos produtos financeiros, além da avaliação dos vários tipos de riscos, é importante ter em conta um conjunto de princípios básicos: Conhecer previamente as caraterísticas específicas dos produtos financeiros e avaliar os riscos de cada um. Acompanhar o comportamento do produto ao longo do tempo e compará-lo com produtos financeiros alternativos disponíveis no mercado. Diversificar a aplicação da poupança em produtos financeiros com prazos e riscos diferentes. Não assumir riscos que comprometam a poupança do agregado familiar. Escolher produtos financeiros adequados aos objetivos da poupança. Por exemplo, se a poupança tem como objetivo fazer face a imprevistos, não deve ser aplicada num produto com prazo longo e que não permita a mobilização antecipada do dinheiro. 8

Produtos financeiros para aplicação de poupança Há vários produtos financeiros para aplicação da poupança, como os depósitos a prazo, as ações, obrigações, fundos de investimento e planos de poupança e os certificados de aforro ou do tesouro. Os depósitos a prazo são a forma mais tradicional de aplicação de poupança. Um depósito a prazo consiste na entrega de dinheiro a uma instituição de crédito que fica obrigada a devolver esse dinheiro e a pagar uma remuneração (os juros) no fim de um determinado prazo. Os depósitos a prazo podem ser simples ou indexados, consoante a maior ou menor complexidade da sua forma de remuneração. Os depósitos a prazo estão sujeitos à supervisão do Banco de Portugal. 9

Produtos financeiros para aplicação de poupança As ações são frações do capital social de uma sociedade anónima. As obrigações são títulos de dívida emitidos por uma entidade, como uma empresa, uma instituição de crédito ou até o próprio Estado. A aplicação de poupança em obrigações representa um empréstimo à entidade que as emite. Os fundos de investimento são patrimónios autónomos que resultam da agregação de poupanças de diversas entidades (pessoas individuais ou coletivas) e são geridos pelas Sociedades Gestoras de Fundos de Investimento. Por sua vez, estes patrimónios autónomos são aplicados em produtos financeiros. Estes produtos têm geralmente associados maiores riscos que os depósitos a prazo, nomeadamente em termos de risco de remuneração, risco de capital e risco de crédito. As ações, obrigações e fundos de investimento estão sujeitos à supervisão da Comissão de Valores de Mercados Mobiliários (CMVM). 10

Produtos financeiros para aplicação de poupança Os planos de poupança são produtos de longo prazo e podem estar associados a seguros ou a fundos de investimento. Alguns destes produtos têm finalidades específicas como poupar para fazer face a despesas com educação (Planos de Poupança Educação) ou para a reforma (Planos de Poupança Reforma). Os planos de poupança associados a seguros são supervisionados pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF). Os planos de poupança associados a fundos de investimento são supervisionados pela CMVM. Os certificados de aforro e os certificados do tesouro representam dívida pública emitida pelo Estado português. A aplicação de poupança neste produtos é um empréstimo ao Estado português, que pagará juros e devolverá o dinheiro aplicado no final do prazo contratado. 11