TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

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PODER JUDICIÁRIO. 33ª Câmara de Direito Privado TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Apelação nº

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MARIA LAURA TAVARES (Presidente sem voto), NOGUEIRA DIEFENTHALER E MARCELO BERTHE.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores TORRES DE CARVALHO (Presidente) e ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ.

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 1ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente sem voto), EGIDIO GIACOIA E VIVIANI NICOLAU.

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Registro:

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO n" /1-00, da Comarca de. SANTOS, em que é apelante APARECIDA DAS GRAÇAS GRATAO FACONTI

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MOREIRA DE CARVALHO (Presidente) e OSWALDO LUIZ PALU.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

CCM Nº (Nº CNJ: ) 2017/CÍVEL

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERBETTA FILHO (Presidente) e RAUL DE FELICE. São Paulo, 9 de fevereiro de 2017.

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Registro: ACÓRDÃO

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Vistos. 1018XXX lauda 1

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente), MORAIS PUCCI E CLAUDIO HAMILTON.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ADEMIR BENEDITO (VICE PRESIDENTE) (Presidente) e XAVIER DE AQUINO (DECANO).

Processo nº: 001/ (CNJ: )

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ÁLVARO TORRES JÚNIOR (Presidente) e ALBERTO GOSSON.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ (Presidente) e TORRES DE CARVALHO.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores LUIZ ANTONIO DE GODOY (Presidente), RUI CASCALDI E FRANCISCO LOUREIRO.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores MARY GRÜN (Presidente) e LUIZ ANTONIO COSTA. São Paulo, 24 de julho de 2018.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANDRADE NETO (Presidente) e MARIA LÚCIA PIZZOTTI.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores J.L. MÔNACO DA SILVA (Presidente), MOREIRA VIEGAS E EDSON LUIZ DE QUEIROZ.

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº , da Comarca de Botucatu, em que é apelante REINALDO

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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA MANUTENÇÃO DO COLABORADOR E DO APOSENTADO NO PLANO DE SAÚDE

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APELAÇÃO CÍVEL Nº SOROCABA. APELANTES e reciprocamente APELADOS:

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores BERETTA DA SILVEIRA (Presidente sem voto), VIVIANI NICOLAU E CARLOS ALBERTO DE SALLES.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

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Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ERBETTA FILHO (Presidente) e RAUL DE FELICE. São Paulo, 20 de abril de 2017.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO DOS SANTOS (Presidente), WALTER FONSECA E GIL COELHO.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS (Presidente) e NEVES AMORIM.

Superior Tribunal de Justiça

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente) e ARTUR MARQUES. São Paulo, 14 de agosto de 2017.

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 8785/2004 CLASSE II COMARCA DE SINOP APELANTE: BRASIL TELECOM S. A.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores LUCILA TOLEDO (Presidente) e MENDES PEREIRA. São Paulo, 30 de maio de 2019.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JAMES SIANO (Presidente), MOREIRA VIEGAS E EDSON LUIZ DE QUEIROZ.

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Voto nº Apelação n Comarca: Mauá Apelante/Apelado: F.A.D.P.L.; Crefisa S/A Crédito Financiamento e Investimento

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Registro: ACÓRDÃO

ACORDAM, em 7 a Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA OITAVA CÂMARA CÍVEL

Poder Judiciário da União TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores DIMAS RUBENS FONSECA (Presidente) e CESAR LUIZ DE ALMEIDA.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmo. Desembargadores SÁ DUARTE (Presidente sem voto), SÁ MOREIRA DE OLIVEIRA E EROS PICELI.

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 37ª Câmara de Direito Privado

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº

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II - AÇÃO RESCISÓRIA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 38ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO. Registro: ACÓRDÃO

ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO MARTÔNIO PONTES DE VASCONCELOS

ACÓRDÃO , da Comarca de Barueri, em que é agravante. MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO, é agravado MUNICÍPIO

ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº , da Comarca de São Paulo, em que é apelante é apelada.

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Transcrição:

Registro: 2016.0000264151 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Ação Rescisória nº 2104821-02.2015.8.26.0000, da Comarca de Taubaté, em que são autores PATRICIA KUNE PIRAGINE, MAURO SERGIO GEENEN PIRAGINE, ANANDA MELO PIRAGINE, MAGALLY BATISTUCCI KUNE e GABRIEL KUNE PIRAGINE, é réu UNIMED TAUBATÉ. ACORDAM, em 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Julgaram improcedente a ação rescisória. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores BERETTA DA SILVEIRA (Presidente) e DONEGÁ MORANDINI., 19 de abril de 2016. ALEXANDRE MARCONDES RELATOR Assinatura Eletrônica

AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2104821-02.2015.8.26.0000 Comarca: Taubaté Autores: PATRÍCIA KUNE PIRAGINE e OUTROS Ré: UNIMED DE TAUBATÉ COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO VOTO Nº 9.403 AÇÃO RESCISÓRIA. Contestação tempestiva. Inicial que preenche os requisitos legais. Inépcia não configurada. Preliminares afastadas. Plano de saúde. Migração. Rescisória fundada no artigo 485, V, do CPC. Alegação de violação do art. 15, III da Resolução nº 254 da ANS. Inocorrência. Sentença que interpreta corretamente a norma legal supostamente violada. Autores que pretendem na realidade o novo julgamento da causa. Inadmissibilidade. AÇÃO IMPROCEDENTE. Trata-se de AÇÃO RESCISÓRIA movida por PATRÍCIA KUNE PIRAGINE, MAURO SERGIO GEENEN PIRAGINI, ANANDA MELO PIRAGINE, GABRIEL KUNE PIRAGINE, PATRICIA KUNE PIRAGINE, ROBERTO NEGÃO KUNE e MAGALLY BATISTUCCI KUNE em face de UNIMED DE TAUBATÉ COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO, objetivando, em síntese, a rescisão da sentença reproduzida a fls. 31/38, que julgou improcedente ação de obrigação de fazer. Sustentam os autores, em síntese, que a sentença teria violado o disposto no artigo 15, III da Resolução nº 254 da ANS. Insistem, ainda, na garantia do direito de migrarem do plano extinto para AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2104821-02.2015.8.26.0000 TAUBATÉ VOTO Nº 9403-2/6

outro plano de saúde, com mensalidade igual à do plano anterior. A tutela antecipada foi indeferida (fls. 75/76). A ré contestou a ação, arguindo a inépcia da inicial. No mérito sustenta que ao comunicar a extinção do plano deu aos autores opção de contratar outro, sem carências. Insiste que os autores interpretam equivocadamente a Resolução nº 254 da ANS e confundem faixa de preço com mesma contraprestação. Tece comentários sobre a Lei nº 9.656/98 e as características dos contratos de plano de saúde, pedindo a improcedência da ação (fls. 89/127). Réplica às fls. 683/687 e 690/692. É o RELATÓRIO. De saída, oportuno enfatizar que a questão ora enfrentada não depende da produção de qualquer meio de prova, haja vista situar-se exclusivamente no campo do direito, de maneira que é aplicável à espécie, por expressa recomendação legal (art. 491 do CPC/1973), a regra de julgamento antecipado da lide (inciso I, do art. 330 do CPC/1973). Não há que se falar em revelia da ré, pois o AR positivo da carta de citação foi juntado aos autos em 27/10/2015 (fls. 87/88) e a contestação foi protocolada em 11/11/2015, dentro do prazo legal. Também sem fundamento a preliminar de inépcia arguida na contestação. A inicial preenche os requisitos dos arts. 282 e 488 do CPC/1973 e a alegação de inexistência de violação literal a disposição de lei acarreta a improcedência da ação rescisória e não sua extinção. No mérito, é caso de improcedência da ação. Os autores pretendem a rescisão da sentença de fls. AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2104821-02.2015.8.26.0000 TAUBATÉ VOTO Nº 9403-3/6

31/38 com fundamento no artigo 485, V, do CPC/1973. Alegam, para tanto, que de forma abusiva e unilateral a ré extinguiu contrato de plano de saúde destinado à classe médica, obrigando-os a migrar ou a contratar um novo plano de saúde, pagando mensalidades com valores significativamente mais elevados. Insistem que a sentença, ao julgar improcedente o pedido de migração dos autores para planos com as mesmas coberturas e condições estipuladas no plano ao qual estavam vinculados contrariou dispositivos legais do Código de Defesa do Consumidor, bem como a Resolução nº 254 da ANS. Requerem, portando, a rescisão da sentença, com a condenação da ré em migrar os autores para um plano compatível (abrangência nacional) com o plano de origem e com a mesma faixa de preço. Pois bem. Analisadas as questões levadas em juízo e a sentença combatida, é inviável a pretensão dos autores, não havendo que se falar em violação a literal dispositivo de lei capaz de autorizar a pretensão rescisória. Como já adiantado na decisão que indeferiu o pedido de antecipação da tutela, a norma regulamentar supostamente violada não dá ao beneficiário do plano de saúde extinto o direito a migrar para outro plano com o mesmo preço do plano de origem e a r. sentença está em linha com o que tem decidido esta C. Câmara (Apelação nº 4001095-14.2013.8.26.0625, Rel. Carlos Alberto de Salles, j. 18/11/2014). A r. sentença rescindenda interpretou corretamente a norma legal supostamente violada, sendo oportuno reproduzir trecho de sua fundamentação: O primeiro diz respeito à mantença do preço afirmada pelos autores, que entendem que deva corresponder ao AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2104821-02.2015.8.26.0000 TAUBATÉ VOTO Nº 9403-4/6

mesmo valor praticado anteriormente, enquanto que a ré sustenta que o que deve ser mantido é a faixa de preço, a qual não corresponde à igualdade da contraprestação. Vê-se, pois, que a aplicação do inciso III, do artigo 15 da Resolução normativa 254 da ANS é incontroversa, sendo que a discordância se faz naquilo que se relaciona à sua interpretação. Eis o seu teor: Art. 15 Para o exercício do direito previsto no artigo anterior, é necessário que o plano de destino atenda aos seguintes requisitos:... III sua faixa de preço seja igual ou inferior à faixa de preço em que se enquadra o valor do plano de origem, considerada a data da assinatura da proposta de migração na forma prevista no Anexo da RN nº 186, de 2009. Acerca da questão, tem-se que a interpretação mais consentânea é aquela que considera as faixas de preço não como um valor único, mas valores variáveis dentre um montante menor e outro montante maior. Como da própria ANS: Faixa de preço: Intervalo de preço em que se enquadra o valor comercial da mensalidade do plano para garantir a prestação continuada dos serviços contratados (fls. 34/35). Portanto, não há ofensa a literal disposição de lei e sim decisão fundada na melhor interpretação da norma legal, o que desautoriza a via rescisória. Neste sentido: Para ser julgado procedente, o pedido rescindendo deduzido em ação rescisória fulcrada no inc. V do art. 485 do CPC depende, necessariamente, da existência de violação, pelo v. acórdão rescindendo, a literal disposição de lei. A afronta deve ser direta contra a literalidade da norma jurídica e não deduzível a partir de interpretações possíveis, restritivas ou extensivas, ou mesmo integração analógica (STJ-2ª Seção, AR 720-EI, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 09/10/2002, DJU 17/02/2003). Para que a ação rescisória fundada no art. 485, V, do CPC prospere, é necessário que a interpretação dada pelo decisum rescindendo seja de tal modo aberrante que viole o dispositivo legal em sua literalidade. Se, ao contrário, o acórdão rescindendo elege uma dentre as interpretações cabíveis, ainda que não seja a melhora, a AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2104821-02.2015.8.26.0000 TAUBATÉ VOTO Nº 9403-5/6

ação rescisória não merece vingar, sob pena de tornar-se recurso ordinário com prazo de interposição de dois anos (RSTJ 93/416). O que pretendem os autores, na realidade, é a reanálise das questões apresentadas, segundo sua interpretação da norma legal supostamente violada, o que não se admite em sede de ação rescisória. Neste sentido: Ação rescisória. Suposta violação literal de lei pela decisão atacada (CPC art. 485, V). Inexistência. Acórdão que tratou com correção as questões levantadas. Tentativa da parte de utilizar o instrumento rescisório como meio para novo julgamento da causa. Inépcia decretada. Processo extinto sem resolução do mérito (Ação Rescisória nº 615.404.4/8-00, Relator Des. Neves Amorim). É incabível ação rescisória por violação de lei se, para apurar a pretensa violação, for indispensável reexaminar matéria probatória debatida nos autos (STJ-1ª Seção, AR 3.731-AgRg, Min. Teori Zavascki, j. 23.5.07, DJU 04.06.2007). Do exposto, JULGO IMPROCEDENTE a presente ação rescisória, condenando os autores ao pagamento das custas e despesas processuais, além de honorários advocatícios arbitrados, com base no artigo 20, 4º, do CPC/1973, em R$ 2.000,00 (dois mil reais). ALEXANDRE MARCONDES Relator AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2104821-02.2015.8.26.0000 TAUBATÉ VOTO Nº 9403-6/6