METALÚRGICAS DO RIO GRANDE DO SUL DESAFIOS PARA IGUALDADE DE GÊNERO

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Transcrição:

METALÚRGICAS DO RIO GRANDE DO SUL DESAFIOS PARA IGUALDADE DE GÊNERO No dia 08 de março comemoramos o Dia Internacional da Mulher, data que marca a luta por igualdade de direitos e oportunidades na sociedade. A origem da data deita raízes na luta socialista: em oito de março de 1917 milhares de mulheres saíram às ruas de Petrogrado reivindicando por pão e o retorno de seus maridos da guerra, essa revolta foi o estopim da Revolução Russa. Mais de um século depois, os desafios para as mulheres para alcançarem a igualdade persistem, ainda que muitas conquistas tenham sido obtidas através de luta e organização. Esse trabalho visa analisar algumas características relacionadas com a mulher metalúrgica do Rio Grande do Sul e suas principais mudanças na última década a fim de subsidiar a categoria em suas conquistas. 1. Metalúrgicas aumentam a participação no mercado de trabalho Entre os anos de 2006 a 2017 houve um crescimento importante na participação das mulheres no setor metalúrgico no Rio Grande do Sul, passando de 27.502 para 37.508, o que corresponde um crescimento de 36,65%. Em relação aos homens, a variação no mesmo período foi inferior, de 7,37%, passando de 139.749 trabalhadores para 150.050. Com isso, as mulheres passaram de uma taxa de participação de 16,4% para 22,5% (GRÁFICO 1). GRÁFICO 1 Evolução do número de trabalhadoras(es) e participação de mulheres na categoria metalúrgica no Rio Grande do Sul por sexo (2006-2017*) Fonte: RAIS-CAGED Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) Elaboração: Dieese. *Estimativa

A taxa de participação feminina, no entanto, foi ainda maior, em 2013 as mulheres chegaram a compreender 30,6% da categoria. A crise econômica, entretanto atingiu principalmente as mulheres, em que se observa uma queda na categoria na ordem de 26,6%, no período de 2013 a 2017, em relação aos homens, a diminuição foi de 25%. Dentre os segmentos do setor metalúrgico, as mulheres estão concentradas principalmente no Eletroeletrônico onde se encontra 35,8% da categoria e Siderurgia e Metalurgia Básica, que concentra 22% do total da categoria. Entre os anos de 2006 a 2017, as mulheres aumentaram a participação em grande parte dos segmentos, em que se destaca Aeroespacial e de Defesa, onde se observa um aumento de 7,6% na participação feminina e Outros Materiais de Transporte que apresentou um aumento de 7% na participação das mulheres. Por outro lado, o segmento Eletroeletrônico, manteve a participação estável e Naval apresentou uma queda de -1,9%, reflexo da crise que atingiu o setor (Tabela 1). TABELA 1 Participação de Mulheres e Homens por segmento do setor Metalúrgico, Rio Grande do Sul 2006-2017 Segmentos 2006 2017* Homens Mulheres Homens Mulheres Aeroespacial e Defesa 87,3% 12,7% 78,7% 21,3% 7,6% Automotivo 88,9% 11,1% 82,7% 17,3% 5,6% Bens de Capital Mecânico 89,1% 10,9% 85,0% 15,0% 3,7% Eletroeletrônico 64,0% 36,0% 64,2% 35,8% -0,2% Naval 84,5% 15,5% 86,6% 13,4% -1,9% Outros materiais transportes 90,3% 9,7% 82,6% 17,4% 7,0% Siderurgia e metalurgia básica 83,4% 16,6% 78,0% 22,0% 4,6% Total Geral 83,6% 16,4% 80,0% 20,0% 3,1% Fonte: RAIS-CAGED Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). *Estimativa Variação % Participação Mulheres 2. Remuneração feminina permanece inferior à masculina O maior ingresso feminino na categoria metalúrgica não representou aumento na igualdade entre os gêneros em termos de remuneração, já que as mulheres permanecem com remunerações inferiores aos seus colegas homens. Essa característica ocorreu em todos os segmentos e se aprofundou entre os anos de 2006 a 2016. Em média, a remuneração feminina foi 27,1% inferior à masculina em 2016, já um 2006 a diferença era de 25,9%. A maior diferença salarial ocorreu no segmento onde 2

elas são maioria, o Eletroeletrônico, em que a remuneração feminina foi 38,2% inferior à masculina, outro destaque negativo foi o segmento Aeroespacial e de Defesa, em que as diferenças de remuneração chegam a 37% (TABELA 3). TABELA 3 Remuneração média por sexo e segmentos, setor metalúrgico Rio Grande do Sul, 2006-2016 2006 2016 Segmentos Diferença Homens Mulheres Diferença Homens Mulheres mulheres/homens Aeroespacial e Defesa R$ 3.411,86 R$ 2.503,41-26,6% R$ 4.250,38 R$ 2.677,16-37,0% Automotivo R$ 3.255,59 R$ 2.630,53-19,2% R$ 3.475,51 R$ 2.584,38-25,6% Bens de Capital Mecânico R$ 2.745,59 R$ 2.165,10-21,1% R$ 2.983,33 R$ 2.333,97-21,8% Eletroeletrônico R$ 3.349,73 R$ 2.013,24-39,9% R$ 3.297,34 R$ 2.037,96-38,2% Naval R$ 3.043,77 R$ 2.759,51-9,3% R$ 3.838,27 R$ 2.829,46-26,3% Outros materiais transportes R$ 1.838,92 R$ 1.845,22 0,3% R$ 2.525,42 R$ 2.229,52-11,7% Siderurgia e metalurgia básica R$ 2.447,57 R$ 1.905,36-22,2% R$ 2.672,99 R$ 2.056,20-23,1% Total Geral R$ 2.841,77 R$ 2.104,44-25,9% R$ 3.066,92 R$ 2.234,46-27,1% Em R$ de dez de 2016 deflacionado pelo INPC As desigualdades de remuneração permanecem em todas as faixas de escolaridade, mas se aprofundam principalmente nos níveis superiores. A diferença de remuneração entre homens e mulheres em 2016 foi no mínimo de 27,4% entre as(os) trabalhadoras (es) sem nenhum nível de escolaridade, cuja remuneração se encontra muito próxima ao piso da categoria, a um máximo de 44,3% nos níveis de escolaridade superiores. Essas diferenças também se aprofundaram no período de 2006 a 2016, na maioria das faixas de escolaridade, o destaque também é entre faixas superiores, cuja diferença de remuneração em 2016 era de 41%, uma variação de 3,3 p.p.. Os dados indicam, portanto, que o retorno em termos de maior escolaridade para as mulheres é inferior ao dos homens (GRÁFICO 2). 3

GRÁFICO 2 Diferença de remuneração entre homens e mulheres por faixa de escolaridade, Categoria Metalúrgica do Rio Grande do Sul, 2006-2016 Em R$ de dez de 2016 deflacionado pelo INPC 3. Apesar das menores remunerações mulheres possuem maior escolaridade A categoria metalúrgica do Rio Grande do Sul está concentrada principalmente nas faixas de escolaridade de nível médio e superior. A participação feminina nas faixas de escolaridade mais altas é superior a masculina, apesar do menor retorno em termos de remuneração. Em 2016, do total de mulheres metalúrgicas 73,37% possuía pelo menos o Ensino Médio, dentre as quais, 46,17% se encontravam na faixa de nível Médio Completo, as mulheres com pelo menos o nível Superior Incompleto concentrou 27,20% da categoria feminina. Dentre os homens, 65,8% possuíam pelo menos o Ensino Médio Completo no mesmo ano, dentre os quais 49,5% estavam concentrados na faixa de escolaridade de Ensino Médio Completo, e 16,3% possuíam Ensino Superior Incompleto ou Completo (Tabela 3). No outro extremo, os homens com até o Ensino Fundamental Completo representam 24,6% da categoria masculina, enquanto as mulheres concentram 18,74%. 4

TABELA 3 Participação da categoria metalúrgica por faixa de escolaridade, Rio Grande do Sul, 2000-2016 2006 2016 Variação % Faixa de Escolaridade Participação Participação Participação Participação Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Analfabeto 0,15% 0,1% 0,1% 0,08% -0,03% 0,00% Fundamental Incompleto 19,65% 12,7% 11,3% 8,33% -6,96% -3,86% Fundamental Completo 20,78% 15,2% 13,1% 10,33% -6,34% -4,22% Médio Incompleto 11,76% 9,1% 9,6% 7,89% -1,90% -1,14% Médio Completo 34,97% 39,5% 49,5% 46,17% 10,77% 4,76% Superior Incompleto 6,71% 12,8% 7,9% 11,41% 1,08% -1,27% Superior Completo ou mais 5,99% 10,5% 8,4% 15,79% 2,31% 4,74% Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% - - No período de 2006 a 2016 houve um aumento da escolaridade tanto entre os homens quanto entre as mulheres. Ambos saíram principalmente das faixas de Ensino Fundamental Incompleto e Completo e aumentaram a participação na faixa de Ensino Médio Completo e Superior Completo ou mais. Enquanto os homens aumentaram principalmente a participação no nível de escolaridade médio em 10,77%, ultrapassando suas colegas nessa faixa de escolaridade, as mulheres aumentaram a participação no ensino médio em 4,76% e no nível superior completo ou mais em 4,74%. 4. Saldo do emprego feminino permanece negativo em 2017 Enquanto no total da categoria metalúrgica do Estado, houve um crescimento de 319 postos de trabalho no período de janeiro a dezembro de 2017, entre as mulheres o saldo foi negativo em 201 postos de trabalho, no caso dos homens, houve um aumento de 520 postos de trabalho. O único segmento que puxou o saldo positivo foi o automotivo, que gerou no total 1.808 postos de trabalho, dentre os quais 1520 foram ocupados por homens e 288 por mulheres. Os demais segmentos permaneceram demitindo, com exceção da geração de 11 novas vagas dentre as mulheres no setor eletroeletrônico, e de 13 novas vagas também para as mulheres em siderurgia e metalurgia básica (TABELA 4). 5

TABELA 4 Saldo Admitidos e Desligados por sexo, Setor Metalúrgico Rio Grande do Sul, jan-dez 2017 Segmentos Saldo Mulheres Saldo Homens Saldo Total Aeroespacial e Defesa - 8-82 - 90 Automotivo 288 1.520 1.808 Bens de Capital Mecânico - 149-51 - 200 Eletroeletrônico 11-265 - 254 Naval - 189-1.464-1.653 Siderurgia e metalurgia bás 13-125 - 112 Total Geral - 201 520 319 Os desafios para alcançar a igualdade de gênero portanto, persistem. As mulheres metalúrgicas, apesar de terem aumentado a participação na categoria, permanecem com remunerações inferiores, mesmo mais escolarizadas. Além disso, a crise econômica que atinge fortemente o mercado de trabalho, aprofunda as desigualdades de gênero, haja vista a diminuição de postos de trabalho principalmente entre as mulheres desde 2013. 6