ACIDENTE DO TRABALHO - Aspectos Previdenciários e Trabalhistas. Matéria atualizada com base na legislação vigente em: 23/08/2011.



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Transcrição:

ACIDENTE DO TRABALHO - Aspectos Previdenciários e Trabalhistas Matéria atualizada com base na legislação vigente em: 23/08/2011. Sumário: 1 - Introdução 2 - Acidente do Trabalho 2.1 - Doença Profissional ou Doença do Trabalho 2.1.1 - Exclusão 2.1.2 - Caracterização - Nexo Técnico Previdenciário 2.1.2.1. Contestação e Recurso 2.2 - Situações Equiparadas 2.2.1 - Acidente de Trajeto 3 - Dia do Acidente 4 - Comunicação do Acidente de Trabalho 4.1 - Falta de Comunicação 4.2 - Tipos de CAT 4.3 - Cadastramento da CAT 4.4 - Preenchimento - Destinação 4.4.1 - Formulário 4.4.2 - Responsáveis pelo Preenchimento e Encaminhamento 4.4.3 - Reabertura de Acidente 4.4.4 - Óbito 5 - Benefícios Previdenciários 5.1 - Carência 5.2 - Renda Mensal Inicial 5.2.1 - Salário-de-Benefício 5.3 - Abono Anual 6 - Contrato de Trabalho - Efeitos 6.1 - Contagem do Tempo de Serviço 6.2 - Férias 6.3-13º Salário 6.4 - Suspensão - Aposentadoria por Invalidez 6.5 - Depósito do FGTS 6.6 - Estabilidade 7 - Obrigações da Empresa 7.1 - Financiamento do Risco de Acidente de Trabalho 7.1.1 - Acréscimos do RAT 7.2 - Medidas de Proteção à Segurança e Saúde do Trabalhador - Responsabilidade 7.2.1 - Fiscalização 7.2.2 - Negligência do Empregador - Ação Regressiva 7.3 - Responsabilidade Civil e Criminal 7.3.1 - Indenização 1 - INTRODUÇÃO Nesse comentário, analisaremos as regras para a manutenção e reconhecimento dos benefícios em decorrência do acidente de trabalho e outras obrigações correlatas, na forma da IN/INSS nº 45/2010, bem como, analisaremos os aspectos trabalhistas do afastamento do segurado empregado quando da ocorrência do acidente de trabalho. O acidente do trabalho foi instituído pela Lei nº 3.724, de 15/01/19, passando por várias alterações e foi incorporado à Lei nº 8.213, de 24/07/91 - Plano de Benefícios da Previdência Social (Arts. 19 a 23) e atualmente é regulamentado pelo Decreto nº 3.048, de 06/05/99 - Regulamento da Previdência Social - RPS (Arts. 336 a 346).

2 - ACIDENTE DO TRABALHO O acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (Art. 19 da Lei nº 8.213/91). Será devido o benefício de auxílio-doença decorrente de acidente do trabalho ao segurado empregado, exceto o doméstico, trabalhador avulso e segurado especial (Art. 346, 1º, da IN/INSS nº 45/2010). 2.1 - DOENÇA PROFISSIONAL OU DOENÇA DO TRABALHO A legislação previdenciária tem considerado como acidente do trabalho, os seguintes casos (Art. 20 da Lei nº 8.213/91 e art. 347 da IN/INSS nº 45/2010): I. Doença Profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação do Anexo II do RPS; II. Doença do Trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada acima. NOTA ITC: Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista no Anexo II do RPS, resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deverá considerá-la acidente do trabalho (Art. 20, 2º, da Lei nº 8.213/91). 2.1.1 - Exclusão Não são consideradas como doença do trabalho (Art. 347, 1º, da IN/INSS nº 45/2010): a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produz incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. 2.1.2 - Caracterização - Nexo Técnico Previdenciário A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID, conforme disposto no art. 21A da Lei nº 8.213/91, com redação dada pela Lei nº 11.430/2006. Segundo o 2º do art. 346 da IN/INSS nº 45/2010, para o empregado, o nexo técnico entre o trabalho e o agravo só será estabelecido se a previsão de afastamento for superior a 15 (quinze) dias consecutivos. A Instrução Normativa/INSS nº 31, de 10/09/2008, determina os procedimentos e as rotinas referentes ao Nexo Técnico Previdenciário, determinando a existência de três espécies, a saber: I - nexo técnico profissional ou do trabalho, fundamentado nas associações entre patologias e exposições constantes das listas A e B do Anexo II do RPS;

II - nexo técnico por doença equiparada a acidente de trabalho ou nexo técnico individual, decorrente de acidentes de trabalho típicos ou de trajeto, bem como de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele relacionado diretamente, nos termos do 2º do art. 20 da Lei nº 8.213/91; III - nexo técnico epidemiológico previdenciário, aplicável quando houver significância estatística da associação entre o código da Classificação Internacional de Doenças - CID, e o da Classificação Nacional de Atividade Econômica - CNAE, na parte inserida pelo Decreto nº 6.042/2007, na lista B do Anexo II do RPS. NOTA ITC: Para a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo, que caracteriza o acidente do trabalho, a perícia médica do INSS, se necessário, poderá ouvir testemunhas, efetuar pesquisa ou realizar vistoria do local de trabalho ou solicitar o Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP diretamente ao empregador para o esclarecimento dos fatos (Art. 350 da IN/INSS nº 45/2010). 2.1.2.1. Contestação e Recurso A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto acima quando demonstrada a inexistência do nexo. A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência Social. A empresa poderá interpor recurso ao Conselho de Recursos da Previdência Social - CRPS até 30 (trinta) dias após a data em que tomar conhecimento da concessão do benefício em espécie acidentária por nexo técnico previdenciário em face das situações apresentadas nos itens I e II, citados no subitem 2.1.2, conforme art. 126 da Lei nº 8.213/91, quando dispuser de dados e informações que demonstrem que os agravos não possuem nexo técnico com o trabalho exercido pelo trabalhador. Esse recurso interposto contra o estabelecimento de nexo técnico não terá efeito suspensivo. A empresa poderá requerer ao INSS, até 15 (quinze) dias após a data para a entrega da GFIP, a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, ao caso concreto, quando dispuser de dados e informações que demonstrem que os agravos não possuem nexo técnico com o trabalho exercido pelo trabalhador, sob pena de não conhecimento da alegação em instância administrativa, caso não protocolize o requerimento tempestivamente, quando se tratar de casos citados no item III do subitem 2.1.2. Da decisão do requerimento cabe recurso com efeito suspensivo, por parte da empresa ou, conforme o caso, do segurado, ao CRPS. Caracterizada a impossibilidade de atendimento ao disposto acima, motivada pelo não conhecimento tempestivo do diagnóstico do agravo, o requerimento poderá ser apresentado no prazo de 15 (quinze) dias da data em que a empresa tomar ciência da decisão da perícia médica do INSS, que passará a ser disponibilizada no site do Ministério da Previdência Social (www.mpas.gov.br). Juntamente com o requerimento, a empresa formulará as alegações que entender necessárias e apresentará as provas que possuir demonstrando a inexistência de nexo causal entre o trabalho e o agravo. 2.2 - SITUAÇÕES EQUIPARADAS Equiparam-se também ao acidente do trabalho, as seguintes situações (Art. 21 da Lei nº 8.213/91): I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. 2.2.1 - Acidente de Trajeto O acidente de trajeto é um acidente de trabalho, que é aquele que ocorre no percurso do local de residência para o de trabalho, desse para aquele, ou de um para outro local de trabalho habitual, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. Não se caracteriza como acidente de trabalho o acidente de trajeto sofrido pelo segurado que, por interesse pessoal, tiver interrompido ou alterado o percurso habitual (Art. 348, 5º, da IN/INSS nº 45/2010). 3 - DIA DO ACIDENTE Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para esse efeito o que ocorrer primeiro (Art. 348, 3º, da IN/INSS nº 45/2010). 4 - COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social (Art. 22 da Lei nº 8.213/91). A CAT - Comunicação do Acidente de Trabalho entregue fora do prazo legal, contudo, anteriormente ao início de qualquer procedimento administrativo ou de medida de fiscalização, exclui a aplicação da multa.

Da comunicação citada receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria. NOTA ITC: Quando houver registro policial da ocorrência do acidente, será exigida a apresentação do respectivo boletim ( 6º do art. 348 da IN/INSS nº 45/2010). 4.1 - FALTA DE COMUNICAÇÃO Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo previsto no item 4, supra. Consideram-se autoridades públicas reconhecidas para tal finalidade os magistrados em geral, os membros do Ministério Público e dos Serviços Jurídicos da União e dos estados, os comandantes de unidades militares do Exército, da Marinha, da Aeronáutica e das Forças Auxiliares (Corpo de Bombeiros e Polícia Militar), prefeitos, delegados de polícia, diretores de hospitais e de asilos oficiais e servidores da administração direta e indireta federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, quando investidos de função (Art. 359, 2º, da IN/INSS nº 45/2010). 4.2 - TIPOS DE CAT Na forma do art. 355 da IN/INSS nº 45/2010, a CAT deve se referir às seguintes ocorrências: I - CAT inicial: acidente do trabalho típico, trajeto, doença profissional, do trabalho ou óbito imediato; II - CAT de reabertura: afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou de doença profissional ou do trabalho; ou III - CAT de comunicação de óbito: falecimento decorrente de acidente ou doença profissional ou do trabalho, após o registro da CAT inicial. 4.3 - CADASTRAMENTO DA CAT A CAT poderá ser registrada em uma Agência da Previdência Social - APS ou pela Internet, no sítio eletrônico www.previdencia.gov.br, conforme art. 356 da IN/INSS nº 45/2010. A CAT registrada pela Internet é válida para todos os fins perante o INSS. O download do sistema CAT on line pode ser feito pelo link a seguir http://www.dataprev.gov.br/servicos/cat/cat.shtm. No ato do cadastramento da CAT por meio da Internet, o emissor deverá transcrever as informações constantes no atestado médico para o respectivo campo da CAT, sendo obrigatória a apresentação do atestado médico original por ocasião do requerimento de benefício e da avaliação médico-pericial. A CAT registrada por meio da Internet deverá ser impressa, constar assinatura e carimbo de identificação do emitente e médico assistente, a qual será apresentada pelo segurado ao médico perito do INSS por ocasião da avaliação médico-pericial. 4.4 - PREENCHIMENTO - DESTINAÇÃO A CAT deverá ser preenchida com todos os dados informados nos seus respectivos campos, em 4 (quatro) vias, com a seguinte destinação: I - primeira via: ao INSS; II - segunda via: ao segurado ou dependente;

III - terceira via: ao sindicato dos trabalhadores; e IV - quarta via: à empresa. Compete ao emitente da CAT a responsabilidade pelo envio das vias dessa Comunicação às pessoas e às entidades indicadas. Para fins de cadastramento da CAT, caso o campo atestado médico do formulário desta não esteja preenchido e assinado pelo médico assistente, deverá ser apresentado atestado médico original, desde que nele conste a devida descrição do atendimento realizado ao acidentado do trabalho, inclusive o diagnóstico com o CID, e o período provável para o tratamento, contendo assinatura, o número do Conselho Regional de Medicina, data e carimbo do profissional médico, seja particular, de convênio ou do SUS. 4.4.1 - Formulário 1- Emitente Comunicação de acidente de trabalho - CAT 2- Tipo de CAT 4- Tipo 5- CNAE 6 - Endereço - Rua/Av. Complemento Bairro CEP 7 - Município 8 - UF 9 - Telefone Selecione

Selecione R$ Selecione Bairro CEP 22 - Município 23 - UF 24 - Telefone Selecione 25 - Nome da Ocupação 26 - CBO (consulte CBO) 27 - Filiação à Previdência Social 28 - Aposentado 29 - Áreas 30 - Data de Acidente 31 - Hora do Acidente 32 - Após quantas horas de trabalho? 33 - Tipo 34 - Houve afastamento? 35 - Último dia trabalhado 36 - Local do acidente 37 - Especificação do local do acidente 38 - CGC / CNPJ 39 - UF Selecione

40 - Município do local do acidente 41 - Parte do corpo 42 - Agente causador 43 - Descrição da situação geradora do acidente ou doença 44 - Houve registro policial? 45 - Houve morte? 46 Nome 47 - Endereço - Rua / Av / nº / comp. Bairro CEP 48 - Município 49 - UF Telefone Selecione 50 Nome 51 - Endereço - Rua / Av / nº / comp. Bairro CEP 52 - Município 53 - UF Telefone Selecione Local e Data Assinatura e carimbo

54 - Unidade de Atendimento médico 55 - Data 56 - Hora 57 - Houve internação 58 - Provável Duração do tratamento (dias) 59 - Deverá o acidentado afastar-se do trabalho durante o tratamento? 60 - Descrição e natureza da lesão 61 - Diagnóstico provável 62 - CID-10 63 Observações Local e Data Assinatura e carimbo do médico com CRM

64 - Recebida em 65 - Código da unidade 66 - Número do CAT Notas: Assinatura do servidor 1 - A inexatidão das declarações desta comunicação implicará nas sanções previstas nos artigos. 171 e 299 do Código Penal. 2 - A comunicação de acidente do trabalho deverá ser feita até o 1 dia útil após o acidente, sob pena de multa, na forma prevista no art. 22 da Lei nº 8.213/91. As orientações para o preenchimento do formulário CAT poderão ser observadas no site do Ministério da Previdência Social, no link a seguir http://www.previdencia.gov.br/forms/formularios/form002_instrucoes.html. O formulário da CAT poderá ser substituído por impresso da própria empresa, desde que contenha todos os campos do modelo oficial do INSS. 4.4.2 - Responsáveis pelo Preenchimento e Encaminhamento São responsáveis pelo preenchimento e encaminhamento da CAT, na forma do art. 358 da IN/INSS nº 45/2010: I - no caso de segurado empregado, a empresa empregadora; II - para o segurado especial, o próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindical da categoria, o médico assistente ou qualquer autoridade pública; III - no caso do trabalhador avulso, a empresa tomadora de serviço e, na falta dela, o sindicato da categoria ou o órgão gestor de mão-de-obra; e IV - no caso de segurado desempregado, nas situações em que a doença profissional ou do trabalho manifestou-se ou foi diagnosticada após a demissão, as pessoas ou as entidades informadas no subitem 4.1. No caso do segurado empregado e trabalhador avulso exercerem atividades concomitantes e vierem a sofrer acidente de trajeto entre uma e outra empresa na qual trabalhe, será obrigatória a emissão da CAT pelas duas empresas. É considerado como agravamento do acidente aquele sofrido pelo acidentado quando estiver sob a responsabilidade da Reabilitação Profissional, neste caso, caberá ao técnico da Reabilitação Profissional comunicar à perícia médica o ocorrido. 4.4.3 - Reabertura de Acidente Na CAT de reabertura de acidente do trabalho, deverão constar as mesmas informações da época do acidente, exceto quanto ao afastamento, último dia trabalhado, atestado médico e data da emissão, que serão relativos à data da reabertura.

Não serão consideradas CAT de reabertura para as situações de simples assistência médica ou de afastamento com menos de 15 (quinze) dias consecutivos. 4.4.4 - Óbito O óbito decorrente de acidente ou de doença profissional ou do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial ou de reabertura, será comunicado ao INSS, por CAT de comunicação de óbito, constando a data do óbito e os dados relativos ao acidente inicial. 5 - BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS Aos acidentados no trabalho ou aos seus dependentes são assegurados os seguintes benefícios, calculados, concedidos, mantidos e reajustados na forma do regime previdenciário: Auxílio-doença (B-91): concedido quando o segurado ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (Art. 59 da Lei nº 8.213/91); Aposentadoria por invalidez (B-92): concedido quando o segurado for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência (Art. 42 da Lei nº 8.213/91); Pensão por morte (B-93): concedido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data do óbito ou da decisão judicial, no caso de morte presumida (Art. 74 da Lei nº 8.213/91); e Auxílio-acidente (B-94): concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia (Art. 86 da Lei nº 8.213/91). 5.1 - CARÊNCIA A concessão dos benefícios citados independem de carência em face à ocorrência do acidente de trabalho, na forma do art. 26 da Lei nº 8.213/91. 5.2 - RENDA MENSAL INICIAL A renda mensal inicial - RMI dos benefícios assegurados na ocorrência de acidente de trabalho, conforme o caso, será: Auxílio-doença (B-91): RMI = 91% (noventa e um por cento) do salário-de-benefício; Aposentadoria por invalidez (B-92): RMI = 100% (cem por cento) do salário-debenefício; Pensão por morte (B-93): RMI = 100% (cem por cento) do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento; Auxílio-acidente (B-94): RMI = 50% (cinqüenta por cento) do salário-de-benefício. 5.2.1 - Salário-de-Benefício O salário-de-benefício - SB consiste para o auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e auxílio-acidente na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, atualizados monetariamente, correspondentes a 80% de todo o período contributivo, para os segurados filiados a partir de 29/11/99, conforme art. 29 da Lei nº 8.213/91.

Para os segurados filiados ao RGPS até 28/11/99, o SB consiste para o auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e auxílio-acidente na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição, atualizados monetariamente, correspondentes a 80% de todo o período contributivo, desde Julho/1994. O valor do SB não será inferior ao de um salário mínimo, nem superior ao limite máximo do salário-de-contribuição na data de início do benefício. Não será considerado, no cálculo do SB, o aumento dos salários-de-contribuição que exceder o limite legal, inclusive o voluntariamente concedido nos 36 (trinta e seis) meses imediatamente anteriores ao início do benefício, salvo se homologado pela Justiça do Trabalho, resultante de promoção regulada por normas gerais da empresa, admitida pela legislação do trabalho, de sentença normativa ou de reajustamento salarial obtido pela categoria respectiva. Se no Período Básico de Cálculo - PBC o segurado tiver recebido benefício por incapacidade, considerar-se-á como salário-de-contribuição, no período, o SB que serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e nas mesmas bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao salário mínimo nem superior ao limite máximo do saláriode-contribuição. 5.3 - ABONO ANUAL Será devido abono anual (13º salário ou gratificação natalina) ao segurado e ao dependente que, durante o ano, recebeu auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria e pensão por morte (Art. 40 da Lei nº 8.213/91). Este abono será calculado da mesma forma que a gratificação natalina dos trabalhadores, tendo por base o valor da renda mensal do benefício do mês de dezembro. 6 - CONTRATO DE TRABALHO - EFEITOS - GARANTIAS O empregado quando do afastamento por motivo de acidente do trabalho tem seu contrato de trabalho interrompido, ou seja, é considerado em licença não remunerada, na forma do art. 476 da CLT, contudo, a empresa ainda tem obrigações para com esse trabalhador. A empresa deve pagar salários ao empregado nos primeiros 15 (quinze) dias de afastamento (Arts. 43 e 60 da Lei nº 8.213/91), após esta data, o trabalhador será encaminhado para a perícia médica do INSS, para fins de percebimento de benefício por incapacidade. O empregado terá, ainda, assegurado, por ocasião de sua volta, todas as vantagens que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na empresa (Art. 471 da CLT). 6.1 - CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇO A legislação trabalhista dispõe que o período em que o empregado estiver afastado por motivo de acidente do trabalho será computado na contagem do tempo de serviço, para efeito de indenização e estabilidade (Parágrafo único do artigo 4º da CLT). 6.2 - FÉRIAS As férias do empregado são determinadas após cada período aquisitivo de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho. E, a duração das férias será determinada pela proporção de faltas não justificadas ocorridas no período aquisitivo (artigo 130, da CLT). Dispõe a CLT, em seu artigo 133, inciso IV, que o empregado perderá o direito, as férias se no curso do período aquisitivo, tiver percebido benefício previdenciário por auxílio-doença ou acidente do trabalho por mais de 6 (seis) meses, mesmo descontínuos. Todavia, o Enunciado

nº 46 do TST determina que as faltas ou ausências decorrentes de acidente do trabalho não são consideradas para os efeitos de duração de férias e cálculo da gratificação natalina. Há divergência na interpretação se o trabalhador acidentado teria ou não direito a férias, contudo, orientamos aos empregadores terem cautela ao deliberarem por não dar férias aos empregados acidentados. 6.3-13º SALÁRIO O 13º salário ou a gratificação natalina corresponde a 1/12 da remuneração integral devida ao empregado em dezembro, por mês de serviço do ano correspondente, sendo a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho considerada como mês integral, na forma da Lei nº 4.090/62 e da Lei nº 4.749/65. Tendo em vista as disposições legais vigentes e a Súmula nº 46 do TST, para o cálculo do 13º salário, no caso de afastamento por acidente do trabalho, devem ser observados os seguintes critérios: haverá o cômputo dos avos será pelos meses e fração igual ou superior a 15 dias efetivamente trabalhados, incluído todo o período de licença relativo à percepção do benefício previdenciário por acidente de trabalho. O segurado em benefício receberá do INSS um abono anual, calculado nos mesmos moldes da gratificação natalina, com base no valor da renda mensal do benefício no mês de dezembro. Dessa forma, caberá à empresa pagar ao empregado afastado em acidente de trabalho a diferença entre o valor integral do 13º salário e o valor recebido pelo segurado do INSS. 6.4 - SUSPENSÃO Se o empregado for aposentado por invalidez, a legislação laboral é clara ao determinar que o contrato de trabalho do empregado fica suspenso, independentemente se o afastamento é ou não decorrente de acidente de trabalho (Art. 475 da CLT). Nesse caso, o empregador não terá encargos trabalhistas e sociais com esse afastamento e não haverá a contagem do tempo de serviço para efeitos de indenização. 6.5 - DEPÓSITO DO FGTS Durante o período de interrupção do contrato de trabalho ocasionado por acidente do trabalho o empregador deve depositar mensal o FGTS na conta vinculada do empregado, na importância correspondente a 8% ou 2% da remuneração paga ou devida ao empregado ou ao aprendiz, na forma do 5º do art. 15 da Lei nº 8.036/90, com redação dada pela Lei nº 9.711/98. Segundo o parágrafo único do art. 28 do Decreto nº 99.684/90, a base de cálculo do FGTS deve ser revista sempre que ocorrer aumento geral na empresa ou na categoria profissional a que pertencer o trabalhador, enquanto durar o afastamento do empregado por acidente de trabalho. 6.6 - ESTABILIDADE O trabalhador que sofrer acidente do trabalho tem garantido, pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxíliodoença acidentário, de acordo com o artigo 118 da Lei nº 8.213/91. A empresa não poderá dispensar o empregado sem justa causa nesse período, todavia, não há impedimento legal para a ocorrência de outros motivos rescisórias, tais como, pedido de demissão, término de contrato de trabalho por prazo determinado, incluído o de experiência, dispensa por justa causa.

A empresa deverá observar as estipulações mais favoráveis em instrumento coletivo de trabalho, que pode estabelecer um prazo maior para a duração da garantia de emprego. Se o empregado acidentado não ficar afastado por mais de 15 (quinze) dias da empresa, não terá direito à estabilidade, pois esta decorre do fato de o segurado entrar em benefício previdenciário de auxílio-doença. 7 - OBRIGAÇÕES DA EMPRESA Além das obrigações citadas, as empresas e suas equiparadas devem manter um ambiente de trabalho sadio e seguro e para tanto precisam cumprir com as normas de segurança e saúde no trabalho, na forma do art. 157 e ss. da CLT, a fim de evitarem a ocorrência de acidente de trabalho. Ademais é direito do trabalhador, conforme art. 7º da CF/88, entre outros: XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; 7.1 - FINANCIAMENTO DO RISCO DE ACIDENTE DO TRABALHO A Lei nº 6.367/76 instituiu o custeio dos encargos previdenciários para financiamento da complementação das prestações por acidente do trabalho, a cargo exclusivo da empresa. A Lei nº 8.212, de 24/07/91 (Plano de Custeio da Seguridade Social), em seu art. 22, estabelece a contribuição previdenciária patronal para o financiamento do benefício de aposentadoria especial e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos: a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio; c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave. 7.1.1 - Acréscimos do RAT A Lei nº 9.732/98 determinou o acréscimo progressivo nas alíquotas do RAT para as empresas que possuem trabalhadores expostos a agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes, que comprovadamente sejam prejudiciais à saúde ou à integridade física, e que propiciem a concessão de aposentadoria especial, a partir da competência abril de 1999. Assim, exercendo o segurado atividade em condições especiais que possam ensejar aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de trabalho, de acordo com o Anexo IV do RPS, é devido pela empresa ou equiparada a contribuição adicional destinada ao financiamento dessas aposentadorias sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao empregado e trabalhador avulso, conforme o tempo exigido para cada aposentadoria especial, respectivamente:

a) 4%, 3% e 2%, para fatos geradores ocorridos no período de 1º de abril de 1999 a 31 de agosto de 1999; b) 8%, 6% e 4%, para fatos geradores ocorridos no período de 1º de setembro de 1999 a 29 de fevereiro de 2000; e c) 12%, 9% e 6%, para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de março de 2000. 7.2 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO À SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR - RESPONSABILIDADE A empresa é responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e individuais de proteção à segurança e saúde do trabalhador sujeito aos riscos ocupacionais por ela gerados, na forma do art. 338 do RPS, com redação dada pelo Decreto nº 4.032/2001. É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular. 7.2.1 - Fiscalização Os médicos peritos da previdência social terão acesso aos ambientes de trabalho e a outros locais onde se encontrem os documentos referentes ao controle médico de saúde ocupacional, e aqueles que digam respeito ao programa de prevenção de riscos ocupacionais, para verificar a eficácia das medidas adotadas pela empresa para a prevenção e controle das doenças ocupacionais. O INSS auditará a regularidade e a conformidade das demonstrações ambientais, incluindo-se as de monitoramento biológico, e dos controles internos da empresa relativos ao gerenciamento dos riscos ocupacionais, de modo a assegurar a veracidade das informações prestadas pela empresa e constantes do CNIS, bem como o cumprimento das obrigações relativas ao acidente de trabalho. Os médicos peritos da previdência social deverão, sempre que constatarem o descumprimento do disposto neste artigo, comunicar formalmente aos demais órgãos interessados na providência, inclusive para aplicação e cobrança da multa devida. O Ministério do Trabalho e Emprego fiscalizará e os sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento das normas de segurança e saúde no trabalho. 7.2.2 - Negligência do Empregador - Ação Regressiva Nos casos de negligência quanto às normas de segurança e saúde do trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva, a previdência social proporá ação regressiva contra os responsáveis (Art. 341 do RPS). O Ministério do Trabalho e Emprego, com base em informações fornecidas trimestralmente, a partir de 1º de março de 2011, pelo Ministério da Previdência Social relativas aos dados de acidentes e doenças do trabalho constantes das comunicações de acidente de trabalho registradas no período, encaminhará à Previdência Social os respectivos relatórios de análise de acidentes do trabalho com indícios de negligência quanto às normas de segurança e saúde do trabalho que possam contribuir para a proposição de ações judiciais regressivas. (Decreto nº 7.331, de 19/10/2010). 7.3 - RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL O empregador é responsável civil e criminalmente pela ocorrência de acidente de trabalho e o pagamento pela previdência social das prestações decorrentes do acidente não excluirá essa responsabilidade, conforme art. 927 e ss. do Código Civil e art. 342 do RPS. Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e saúde do trabalho (Art. 343 do RPS).

7.3.1 - Indenização A Constituição Federal assegura aos trabalhadores urbanos e rurais ou seus sucessores ação de reparação de danos contra a Empresa por responsabilidade civil (Art. 7º, inciso XXVIII). Assim, o empregador poderá ter de indenizar o trabalhador acidentado na hipótese de em uma ação de indenização por acidente de trabalho for condenada por responsabilidade civil, na forma do disposto acima e no artigo 927 e ss. do Código Civil. A indenização pode envolver indenização por dano moral e/ou indenização por dano material, tais como: danos emergentes (gastos efetuados com médicos, hospitais, remédios), lucros cessantes (aquilo que o trabalhador deixou de ganhar). Fonte: Editorial ITC Atenção! De acordo com o disposto no caput e inciso XIII do art. 7º, e nos arts. 24, 29 e 101 a 184, da Lei nº 9610/1998 (Direitos Autorais) e no artigo 184 do Decreto-Lei nº 2848/1940 (Código Penal), na redação dada pela Lei nº 10.695/2003, é expressamente proibida, por qualquer meio, a reprodução parcial e/ou total de matérias exclusivas do site: www.itcnet.com.br, exceto a impressão e a citação ou referência bibliográfica de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.