ESTUDO DESCRITIVO DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA DOS ALUNOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

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Transcrição:

ESTUDO DESCRITIVO DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA DOS ALUNOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR Wagner Roberto Golo 1, Ivan Fernandes Souza 2, Sergio Augusto Rodrigues 2 1 Tecnólogo em Informática para Negócios pela Faculdade de Tecnologia de Botucatu. 2 Prof. Dr. da Faculdade de Tecnologia de Botucatu 1 INTRODUÇÃO No sistema capitalista, a educação financeira é de suma importância, pois influenciará de forma direta no sucesso ou fracasso do indivíduo. Nos últimos anos, o consumo vem aumentando, gerando um desejo na população de consumir uma quantidade de bens e serviços maior que sua disponibilidade financeira. Mediante a isto, a educação financeira passa ser uma preocupação mundial, visto que esse problema também atinge países desenvolvidos. A resposta política foi tomar ações de âmbito nacional, introduzindo medidas proativas, onde muitos países têm agora programas nacionais de educação financeira. De acordo com Savoia, Saito e Santana (2007) países como os EUA, Canadá, Reino Unido, Nova Zelândia e alguns países da Europa já perceberam a relevância do tema, desenvolvendo programas de treinamento e ferramentas de conscientização. A evolução econômica verificada no Brasil nos últimos anos, aliada a adoção de uma política social de inclusão, contribui para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), como também, para melhorias da composição e distribuição de renda. As pesquisas nacionais demonstram que a educação financeira dos brasileiros é baixa por vários motivos, tais como: vulnerabilidade as fraude, falta de planejamento em aposentadorias e gastos em longo prazo, riscos e instrumentos de proteção, além das dificuldades de decisão na tomada de empréstimos ou investimentos. Segundo Gitman (2010) finanças é arte e a ciência de administrar o dinheiro, na qual às instituições, os órgãos governamentais, as empresas e as pessoas utilizam do processo de finanças para transferir dinheiro entre si. Nos últimos anos, dados da confederação nacional do comercio, indicam que mais brasileiros tornam-se inadimplentes e endividados, motivados principalmente pela facilidade de crédito (RESENDE, 2010). Neste contexto, Domingos (2013) destaca que o tema educação financeira deve ser tratado como comportamental, sendo que cálculos, planilhas e matemática financeira são importantes, mas é essencial a mudança de hábitos e costumes do indivíduo.

Para Sousa e Torralvo (2008), muito se tem escrito e pouca coisa se tem dito sobre finanças pessoais e, na prática ainda menos. Quem não é instruído financeiramente tende a ter dificuldade para administrar seus próprios recursos, sendo que em geral as pessoas possuem um conhecimento genérico a respeito de investimento, taxas, juros, entre outras modalidades no mundo das finanças. No entanto, este pouco conhecimento não é suficiente para analisar os melhores investimentos e muito menos avaliar uma compra. A falta de discernimento em gerir as finanças e a falta de educação financeira cominada com o desperdício maior e desnecessário dos recursos, acaba influenciando outras áreas da vida social, como discussões na família, comportamentos agressivos e pessimistas e brigas. Esse trabalho tem como objetivo analisar a educação financeira dos alunos de uma faculdade, por meio de um levantamento da percepção e conhecimento a respeito do tema, comparando as respostas dos alunos dos primeiros ciclos com as respostas dos terceiros e quartos ciclos dos cursos que possuem disciplinas relacionadas a financias. 2 MATERIAL E MÉTODOS O estudo observacional por meio de um levantamento amostral foi realizado com 174 alunos escolhidos aleatoriamente da população de alunos do primeiro e quarto ciclo dos cursos superiores de Tecnologia em Produção Industrial, Logística e Agronegócios e do primeiro e terceiro ciclo no curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Faculdade de Tecnologia de Botucatu. O tamanho da amostra foi estabelecido de forma proporcional ao número de alunos dos primeiros e terceiro ou quarto ciclos dos respectivos cursos. Desta forma, foram entrevistados 115 alunos dos primeiros ciclos e 59 alunos do terceiro e quartos ciclos. Para efeito de comparações dos grupos, a amostra não necessita ser balanceada, ou seja, não há necessidade de amostras de tamanhos iguais nos grupos a serem comparados, pois as comparações são realizadas por meio dos percentuais, os quais são obtidos em relação ao número de entrevistados em cada grupo. No entanto, o trabalho em questão apresenta apenas uma comparação descritiva dos resultados, sendo necessário, em trabalhos futuros, verificar se as diferenças observadas são estatisticamente significativas. Primeiramente foram analisados os projetos pedagógicos dos cursos da faculdade e com base na distribuição das aulas por eixo dos cursos de Tecnologia, evidenciaram-se os cursos que deveriam participar da pesquisa, considerando a existência de disciplinas

relacionadas de alguma forma com a gestão financeira, mais precisamente de Administração e Economia. Para o levantamento dos dados foi utilizado um questionário adaptado de Barros (2010) e Braido (2014), com 24 questões relacionadas a gestão financeira. Foi utilizado o método de autopreenchimento, com uma explicação e detalhamento dos objetivos da pesquisa na abordagem inicial. Atendendo ao código de ética de pesquisa de opinião, todos os entrevistados assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Após a coleta dos dados, os mesmos foram processados por meio de técnica estatística descritiva, com tabelas de frequência e gráfico (MORETTIN; BUSSAB, 2011). 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Analisando os alunos de uma forma geral, observa-se que a maioria (60,3%) encontra-se na faixa etária de 18 a 23 anos, são do sexo masculino (69%) e são solteiros (73,6%). Com relação a moradia, observa-se que 29,3% moram com mais duas pessoas e 70,1% dos estudantes estão inseridos no mercado de trabalho. Já quanto ao rendimento mensal, nota-se um equilíbrio em todas as faixas, com os que declararam rendimentos superiores a R$ 2001 representando 21,3% e 21,8% declarando renda de até R$ 500. Tabela 1. Perfil dos entrevistados considerando dois grupos de alunos Primeiros ciclos Terceiro e quarto ciclos Características Qde % Qde % Entre 18 e 23 anos 81 70,4 24 40,7 Faixa etária Sexo Estado Civil Ativ. Remunerada Renda mensal líquida Entre 24 e 29 anos 13 11,3 24 40,7 Entre 30 e 35 anos 12 10,4 9 15,2 36 ou mais 9 7,9 2 3,4 Feminino 39 33,9 15 25,4 Masculino 76 66,1 44 74,6 Solteiro 88 76,6 40 67,8 Casado/U.Estável 25 21,7 16 27,1 Separado/Divorciado 2 1,7 3 5,1 Sim 75 65,2 47 79,6 Não 40 34,8 12 20,4 Até R$ 500 27 23,5 11 18,6 De R$ 501 a R$ 1.000 22 19,1 9 15,3 De R$ 1.001 a R$1.500 28 24,4 11 18,6 De R$1.501 a R$2.000 19 16,5 10 16,8 Acima de R$2.001 19 16,5 18 30,7

Observando o perfil dos entrevistados considerando separadamente os dois grupos, ou seja, alunos do primeiro ciclo (grupo 1) e os alunos do terceiro e quarto ciclos (grupo 2), algumas diferenças em relação as características levantadas (faixa etária, sexo, estado civil, atividade remunerada e renda mensal) são observadas entre os dois grupos (Tabela 1). Percebe-se, que no grupo de alunos do terceiro e quarto ciclos (grupo 2) há percentuais mais elevados de alunos com idade superior a 23 anos, do sexo masculino, casados, que exercem atividades remuneradas e que apresentam uma renda acima de R$ 2001. Este perfil observado nos alunos deste grupo pode ser um fator que justifica as possíveis diferenças na educação financeira entre os mesmos. Com base na Tabela 2, verifica-se que os alunos do primeiro ciclo costumam manter um controle menor dos gastos mensais quando comparado com os terceiro e quartos ciclos, 17,4% do primeiro contra 6,8% do terceiro e quarto ciclo. No entanto, o que chama a atenção é alta porcentagem dos que costumam manter o controle mensal. Tabela 2. Controle dos gastos mensais e percentual da renda comprometida: alunos do primeiro ciclo e o grupo formado por alunos do terceiro e quarto ciclos Primeiros ciclos Terceiro e quarto ciclos Características Qde % Qde % Controle sobre os gastos mensais Percentual da renda líquida mensal comprometida com prestações/obrigações Sim 95 82,6 55 93,2 Não 20 17,4 4 6,8 De 1% a 30% 52 45,2 27 45,8 De 31% a 60% 36 31,3 20 33,9 De 61% a 90% 19 16,5 9 15,2 De 91% a 100% 8 7 3 5,1 Nota-se também uma igualdade quando o assunto é percentual de renda comprometida, ou seja, 45,2% do primeiro ciclo e 45,8% do terceiro e quarto afirmam possuir menos que 30% da renda comprometida. No entanto, o que chama a atenção é alta porcentagem de endividamento, sendo que 54,8% do primeiro ciclo e 54,2% do terceiro/quarto ciclos afirmam possuir mais que 30% da renda comprometida com obrigações mensais (Tabela 2). Percebe-se, observando a Tabela 3, que há uma falta de percepção dos alunos a respeito de endividamento, pois 73% dos alunos do primeiro ciclo e 67% dos alunos do terceiro e quartos ciclos não se consideram endividados. No entanto, como destacado anteriormente, mais da metade dos alunos declararam apresentar mais de 30% de sua renda comprometida.

Esta contradição se deve a uma visão errada do que é endividamento, pois fica claro que os alunos estão atrelando o endividamento somente ao não pagamento das obrigações mensais e não ao percentual da renda comprometida mensalmente. Destaca-se também que ambos os ciclos afirmam possuírem um bom controle dos prazos e das obrigações, ou seja, 74,8% do primeiro ciclo e 66,1% do terceiro e quarto ciclos afirmaram pagar suas prestações em dia. Em relação aos investimentos atuais, percebe-se que há uma maior quantidade de alunos com investimento em poupança, renda fixa e outras modalidades entre os que estão cursando o terceiro e quartos ciclos, ou seja, 55,9% do terceiro e quarto ciclo e 47% dos alunos do primeiro ciclo possuir algum tipo de investimento. Tabela 3. Controle dos gastos mensais e percentual da renda comprometida: alunos do primeiro ciclo e o grupo formado por alunos do terceiro e quarto ciclos Primeiros ciclos Terceiro e quarto ciclos Características Qde % Qde % Considera-se endividado? Como costuma pagar as prestações ou obrigações mensais Possui investimentos Como realiza o acompanhamento dos gastos mensais Tempo que matéria o atual padrão de vida na perda dos rendimentos Sim 31 27 19 32,2 Não 84 73 40 67,8 Adiantando 22 19,1 15 25,4 Em dia 86 74,8 39 66,1 Atrasado 7 6,1 5 8,5 Sim 54 47 33 55,9 Não 61 53 26 44,1 Não Realiza 26 22,6 10 16,9 Anotações 38 33 15 25,4 Planilha 23 20 14 23,7 Extratos 18 15,7 17 28,8 Outros 8 7 3 5,2 Nenhum 45 39,1 22 37,3 De 1 a 3 meses 51 44,4 19 32,2 De 4 a 6 meses 19 16,5 18 30,5 Destaca-se ainda, com base na Tabela 3, que os alunos do primeiro ciclo acompanham menos os gastos mensais que os alunos do terceiro e quarto ciclo, ou seja, 22,6% dos alunos do primeiro ciclo e 16,9% dos alunos do terceiro e quarto ciclos não realizam o acompanhamento de seus gastos. Já no caso de perda dos rendimentos, 39,1% dos alunos do primeiro ciclo e 37,3% do terceiro e quarto ciclos declararam não conseguir manter o padrão de vida caso perdesse a sua renda mensal.

4 CONCLUSÕES Notou-se que não há grandes divergências entre a educação financeira dos alunos do primeiro ciclo em relação aos do terceiro e quarto ciclos, pois, 82,6% do primeiro ciclo e 93,2% do terceiro e quarto ciclos afirmaram acompanhar os seus gastos mensais. O que chamou a atenção é 54,8% do primeiro ciclo e 54,2% do terceiro e quarto ciclos possuem mais que 30% da renda comprometida, no entanto, 73% do primeiro ciclo e 67,8% do terceiro e quarto ciclos não se consideram endividados. Em geral ambos os ciclos afirmaram pagar suas obrigações em dia ou até mesmo adiantado. Mais da metade dos alunos afirmaram fazer investimentos, por outro lado, metade aproximadamente não possui dinheiro guardado. Conclui-se que apesar de ambos os ciclos afirmarem acompanhar os gastos mensais e pagar as obrigações em dia, o tema é relevante devido a importância da educação financeira na vida das pessoas, evidenciando a necessidade de ações para melhoria do conhecimento da população sobre esse assunto. 5 REFERÊNCIAS BARROS, C. A. R.. Educação financeira e endividamento. 28 f. Monografia - Escola Superior de Administração, Direito e Economia (ESADE), Porto Alegre/RS, 2010. Disponível em: <http://www.fadergs.edu.br/fadergs/user/file/carlos%20a_r_barros.pdf >. Acesso em: 15 mai. 2015. BRAIDO, G. M. Planejamento financeiro pessoal dos alunos de cursos de gestão de uma instituição de ensino superior do Rio Grande do Sul. In: XVII Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais, 2014, São Paulo. Anais do XVII SIMPOI. São Paulo: SIMPOI, 2014. p.1-16. Disponível em: <http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2014/artigos/e2014_t00052_pcn45288.pdf>. Acesso em: 15 maio 2015. DOMINGOS, R. O que é educação financeira?, 2013, Disponível em: <http://www.dsop.com.br/blog/o-que-e-educacao-financeira>. Acesso em: 17 Mar. 2015. GITMAN, L. J., Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. 775 p. MORETTIN, P. A.; BUSSAB, W. O. Estatística básica. 7 Ed. São Paulo: Saraiva, 2011. RESENDE, T. Cresce número de famílias endividadas e inadimplentes no país. 2010. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u737511.shtml>. Acesso em 27 Mar. 2015. SAVOIA, J. R. F.; SAITO, A. T.; SANTANA, F. A. Paradigmas da educação financeira no Brasil. Revista de Administração Pública, v. 41, n. 6, p. 1121-1141, 2007. SOUZA, A. F.; TORRALVO, C. F. Aprenda a administrar o próprio dinheiro: coloque em pratica o planejamento financeiro pessoal e viva com mais liberdade. São Paulo: Saraiva, 2008.