Recurso jurisdicional da decisão proferida no processo de oposição à execução fiscal com o n.º 228/14.6BEPRT

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Concluiu as suas alegações da seguinte forma:

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ECLI:PT:TRE:2006:

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Transcrição:

Acórdãos STA Processo: 01449/16 Data do Acordão: 08 03 2017 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: FRANCISCO ROTHES Descritores: Sumário: Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO FISCAL LITISPENDÊNCIA EXECUÇÃO FISCAL APENSAÇÃO Nº Convencional: JSTA000P21561 Nº do Documento: SA22017030801449 Data de Entrada: 20 12 2016 Recorrente: A... Recorrido 1: FAZENDA PÚBLICA Votação: UNANIMIDADE Aditamento: I A litispendência que, materializando se na repetição de uma causa pendente, constitui excepção dilatória, que tem por objectivo evitar que o tribunal contradiga ou reproduza uma decisão anterior só ocorrerá se, cumulativamente, nas acções em confronto, intervierem as mesmas partes, sob a mesma qualidade jurídica, pretendendo obter, nessas acções, o mesmo efeito jurídico e esse efeito jurídico tiver por causa o mesmo facto jurídico. II Não pode considerar se verificada essa tripla identidade nem o risco de repetição ou contradição a que a excepção da litispendência visa obstar se nas duas oposições em causa se pede a extinção de diferentes execuções fiscais. III Se as petições iniciais que deram origem a essas duas oposições foram apresentadas ao abrigo do disposto no n.º 2 do art. 279.º do CPC uma para cada execução fiscal, depois de ter sido recusada judicialmente a apresentação de uma única oposição relativamente a execuções fiscais que não estavam apensadas, não pode agora o tribunal, com o fundamento de que tais execuções fiscais (afinal) estão apensadas, recusar a prossecução daquela que se refere à execução fiscal apensada. IV Nesse caso, deverá o tribunal proceder à apensação das oposições ou, caso esta se não mostre viável, terá de fazer prosseguir a oposição para apreciação do pedido de extinção dessa execução fiscal. Texto Integral Texto Integral: Recurso jurisdicional da decisão proferida no processo de oposição à execução fiscal com o n.º 228/14.6BEPRT 1. RELATÓRIO 1.1 A (a seguir Oponente ou Recorrente) recorre para o Supremo Tribunal Administrativo da decisão do Juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto que, julgando verificada a excepção da litispendência, absolveu a Fazenda Pública (adiante Recorrida) da instância na oposição por aquele deduzida à http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ea0ac588ec2788f0802580df00502dfa?opendocument&expandsection=1#_section1 1/12

execução fiscal instaurada sob o n.º 3360200001032836. 1.2 O recurso foi admitido, para subir imediatamente, nos próprios autos e com efeito meramente devolutivo e o Recorrente apresentou as alegações, com conclusões do seguinte teor: «1. O recorrente, no processo n.º 342/06.1BEMDL, apresentou uma só petição de oposição à execução fiscal, invocando que os processos de execução fiscal estavam todos apensados. 2 Essa cumulação de processos foi julgada ilegal, por decisão transitada em julgado, no processo n.º 1163/13 (processo de origem TAF do Porto 342/06.1BEMDL) proferida pelo Supremo Tribunal Administrativo. 3 A Fazenda Pública foi absolvida da instância, dando a possibilidade ao ora recorrente de propor novas oposições, uma para cada processo de execução fiscal. 4 Foi com base na decisão proferida no processo 342/06.1BEMDL que o oponente apresentou a presente oposição. 5 Vem, agora, o Tribunal a quo decidir em sentido contrário, entendendo que há excepção de litispendência por os processos de execução estarem apensados. 6 Foram violadas as normas constantes dos artigos 580.º e 581.º do CPC. Nestes termos, deve o presente recurso ser julgado procedente, revogando se a decisão proferida e ordenando se o prosseguimento dos autos». 1.3 A Recorrida não contra alegou. 1.4 Recebidos os autos neste Supremo Tribunal Administrativo, foi dada vista ao Ministério Público e o Procurador Geral Adjunto emitiu parecer no sentido de que seja concedido provimento ao recurso, revogada a decisão recorrida e devolvidos os autos à 1.ª instância, para aí, se nada mais obstar, ser ordenada a apensação dos presentes autos ao processo que aí corre termos sob o n.º 233/14.2BEPRT, com a seguinte fundamentação: «1. Vem o presente recurso interposto da decisão de fls. 104 e seguintes, que deu como verificada a excepção dilatória de litispendência e absolveu a Fazenda Pública da instância. Alega o Recorrente que ao apresentar a presente oposição se limitou a dar cumprimento ao acórdão do STA proferido no processo n.º 1163/13 e que considerou que devia ser apresentada uma oposição em relação a cada um dos processos de execução fiscal. Entende, assim, que ao decidir em sentido contrário o tribunal a quo violou o disposto nos artigos 580.º e 581.º do Código de Processo Civil. 2. Resulta a matéria de facto assente na sentença recorrida que correm termos no Serviço de Finanças do Porto 3 pelo menos dois processos de execução fiscal com os n.ºs 3360200001032836 e 3360199301034111. O processo n.º 3360200001032836 foi apenso ao proc. n.º http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ea0ac588ec2788f0802580df00502dfa?opendocument&expandsection=1#_section1 2/12

3360199301034111 em 30/09/2011. Em 24/10/2013, na sequência da prolação do acórdão do STA de 04/09/2013, proferido no recurso n.º 1163/13, e que tinha confirmado a verificação de excepção dilatória julgada em 1.ª instância, por ter sido apresentada uma única oposição em relação a várias execuções que não se encontravam apensas, o aqui Recorrente apresentou uma oposição à execução fiscal n.º 3360199301034111, que deu lugar no TAF do Porto ao processo n.º 233/14.2BEPRT, e uma oposição à execução fiscal n.º 3360200001032836, que deu lugar aos presentes autos n.º 228/14.6BPRT. Para se decidir pela verificação da excepção de litispendência e absolver a FP da instância, considerou o tribunal a quo se verificava a tripla identidade de sujeitos, pedido e causa de pedir nas duas oposições e que se impunha a absolvição da instância a fim de evitar ser colocado perante a possibilidade de se contradizer ou de reproduzir a decisão que vier a ser proferida na oposição n.º 233/14.2BEPRT. 3. Perante os elementos constantes dos autos, parece ser óbvio que o Recorrente está a ser vítima de uma situação para a qual nada contribuiu. De todas as formas afigura se nos que a solução dada à questão pelo tribunal a quo não é a que responde melhor à regulação dos interesses processuais em confronto. Desde logo e como alega o Recorrente, este limitou se a dar cumprimento ao acórdão do STA, apresentando para cada uma das execuções, desde que não apensas, uma oposição. Ora, na matéria de facto vertida no processo onde foi proferido o acórdão do STA ficou assente que o processo n.º 3360200001032836 corria autonomamente do processo n.º 3360199301034111, este sim com outros processos apensos. Por outro lado, pese embora o Serviço de Finanças tenha informado que o processo n.º 3360200001032836 tenha sido apenso ao processo n.º 3360199301034111 em 30/09/2011, não consta da decisão recorrida nem dos autos que tal facto tenha sido comunicado ao executado e aqui Recorrente. E neste particular tal comunicação impunha se, tanto mais que a informação anterior e que serviu de fundamento à prolação do acórdão do STA era exactamente de que corriam autónomos. Doutro modo cairíamos numa espécie de processo kafkiano, com total descredibilização da administração da justiça. Por outro lado não se pode concluir que estamos perante duas acções iguais, ainda que se possam invocar idênticos fundamentos. Desde logo porque o objecto de cada um dos processos de execução fiscal é distinto. Os vícios que o oponente assaca ao processo n.º 3360200001032836 visam extinguir a sua responsabilidade pelo pagamento de obrigações tributárias que não são as mesmas do processo n.º 3360199301034111. Por outro lado na oposição deduzida contra http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ea0ac588ec2788f0802580df00502dfa?opendocument&expandsection=1#_section1 3/12

este último processo o Recorrente não contava que nele estivessem a ser cobradas as obrigações tributárias que deram origem à instauração do processo n.º 3360200001032836, pelo que os vícios que invocou sempre assumem contornos diversos. Ainda que o pedido nas duas acções seja genericamente o mesmo extinção da execução os vícios que sejam invocados assumem necessariamente contornos diversos e visam extinguir obrigações tributárias distintas. Ora, verificando o tribunal a quo que o Recorrente se tinha limitado a dar cumprimento ao acórdão do STA proferido em anterior processo e que no momento em que foram apresentadas as duas acções de oposição os processos de execução fiscal já se encontravam apensos, nada obsta a que faça igualmente a apensação das acções, passando igualmente a correr como se fora apenas um processo. Tendo sido notificada a FP no processo n.º 233/14.2BEPRT para deduzir [contestação à] oposição, devem então os presentes autos ser apensos àquele processo e repetir se a notificação da FP a fim de regularizar a instância. Não vislumbramos, assim, qualquer impedimento processual a que se proceda a essa apensação de acções». 1.5 Colhido os vistos dos Conselheiros adjuntos, cumpre apreciar e decidir. * * * 2. FUNDAMENTOS 2.1 DE FACTO 2.1.1 O Juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto deu como assente a seguinte factualidade, a fim de apreciar a excepção de que conheceu: «A) Em 30/09/2011, o processo de execução fiscal n.º 3360200001032836, instaurado contra o aqui Oponente, foi apensado ao processo de execução fiscal n.º 3360199301034111 cfr. fls. 98 a 101 do processo físico. B) A presente oposição deu entrada no Serviço de Finanças do Porto 3 em 24/10/2013 cfr. fls. 1 e 2 do processo físico. C) Em 24/10/2013, deu entrada no Serviço de Finanças do Porto 3 uma oposição ao processo de execução fiscal n.º 3360199301034111 e apensos, dando lugar à instauração neste Tribunal do processo n.º 233/14.2BEPRT cfr. fls. 29 e 50 a 68 do processo físico, cujo teor se dá por reproduzido. D) Em 01/12/2014, a Fazenda Pública apresentou contestação no âmbito da oposição mencionada na alínea antecedente cfr. fls. 78 a 88 do processo físico». 2.1.2 Com interesse para a decisão, há ainda que ter em conta o seguinte circunstancialismo processual, a que o ora Recorrente aludiu na petição inicial de oposição e que é do conhecimento oficioso deste Supremo Tribunal Administrativo (A limitação dos poderes de cognição do Supremo Tribunal Administrativo a matéria de http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ea0ac588ec2788f0802580df00502dfa?opendocument&expandsection=1#_section1 4/12

direito não obsta a que este tome em consideração os factos «de que tem conhecimento por virtude do exercício das suas funções» [cfr. art. 5.º, n.º 2, alínea c), do CPC].): E) Em 4 de Setembro de 2013 este Supremo Tribunal Administrativo proferiu decisão (pelo Relator, ao abrigo do disposto no art. 705.º do CPC, na versão aplicável, a que hoje corresponde o art. 656.º do mesmo Código) no processo com o n.º 1163/13 (a que correspondia, na 1.ª instância, o n.º 342/06.1BEMDL), pela qual, negando provimento ao recurso interposto por A., manteve a decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, de absolvição da Fazenda Pública da instância, que considerou não ser possível a dedução de uma única oposição contra processos de execução fiscal que não se encontravam apensados entre si, designadamente os processos com o n.º 3360200001032836 e com o n.º 3360199301034111 e apensos (cfr. cópia da decisão do Supremo Tribunal Administrativo, de fls. 21 a 26); F) A referida decisão judicial deste Supremo Tribunal Administrativo assentou na factualidade que o Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto deu como provada, designadamente e com base em informação prestada pela Fazenda Pública, que «Os processos executivos referidos em A) [«os processos n.º 3360199301031740 e aps., 3360200001032836, 3360199301034111 e apensos, 3360200301011138»] não se encontram apensados entre si»; G) Na parte final da referida decisão, o Supremo Tribunal Administrativo salientou que «o direito de defesa do Oponente não ficará comprometido, pois que sempre poderá valer se da faculdade que lhe concede o art. 289.º, n.º 2, do CPC» (cfr. cópia da decisão, maxime fls. 26). 2.2 DE FACTO E DE DIREITO * 2.2.1 A QUESTÃO A APRECIAR E DECIDIR O Juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, considerando que se verificava a litispendência entre o presente processo de oposição à execução fiscal (com o n.º 228/14.6BEPRT) e aquele que foi autuado sob o n.º 233/14.2BEPRT, absolveu a Fazenda Pública da instância. Segundo a tese do Juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, «a presente oposição e a oposição n.º 233/14.2BEPRT foram intentadas na mesma data, sendo que a Ré/Fazenda Pública apenas foi notificada para contestar esta última acção», motivo por que, «para efeitos de apreciação de uma eventual litispendência, é de considerar que a presente acção foi proposta em segundo lugar». Apreciando a litispendência sob a óptica da tripla identidade de sujeitos, de causas de pedir e de pedidos que a caracteriza, http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ea0ac588ec2788f0802580df00502dfa?opendocument&expandsection=1#_section1 5/12

considerou o Juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto: i) em relação ao primeiro, que «é evidente» a identidade de sujeitos processuais; ii) que se verifica também a identidade de causas de pedir, pois «os fundamentos aduzidos em ambas as acções em ordem à extinção das execuções fiscais são exactamente os mesmos, conforme se extrai do teor das respectivas petições iniciais, que apresentam uma absoluta similitude, excepto no que concerne à identificação dos processos executivos objecto de oposição»; iii) quanto à identidade de pedidos, o Juiz o Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto concluiu também pela sua verificação, porque, «[ ] conforme ficou provado, o processo de execução fiscal n.º 3360200001032836, cuja extinção vem peticionada nos presentes autos, encontra se apenso, desde 30/09/2011, ao processo de execução fiscal n.º 3360199301034111, cuja extinção (assim como dos respectivos apensos) é pedida na oposição n.º 233/14.2BEPRT. Ou seja, o efeito jurídico pretendido com a presente oposição pode ser alcançado com a procedência da oposição n.º 233/14.2BEPRT, na medida em que a execução fiscal n.º 3360200001032836 está apensa à execução fiscal n.º 3360199301034111, pelo que se impõe concluir pela coincidência dos resultados jurídicos pretendidos, o mesmo é dizer, pela identidade dos pedidos». O Oponente não se conforma com tal decisão e explica porquê: a decisão recorrida faz tábua rasa do facto de a apresentação da petição inicial ter sido determinada pela anterior decisão judicial (decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto confirmada pelo Supremo Tribunal Administrativo), que, perante a dedução de uma única oposição contra diversas execuções fiscais, julgou ilegal a cumulação, absolveu a Fazenda Pública da instância e alertou para a faculdade de propor novas oposições, uma por cada execução fiscal não apensada. Invoca a violação pela decisão recorrida do disposto nos arts. 580.º e 581.º do CPC, preceitos legais que regulam a litispendência e entende que «deve ser cumprida a decisão proferida no processo 342/06.1BEMDL». O Procurador Geral Adjunto, para além de referir que não se verifica a litispendência, por o pedido formulado em cada um dos processos, apesar de ser genericamente o mesmo a extinção da execução não o é substancialmente, porque se refere a execuções fiscais distintas, salienta também que o Recorrente «está a ser vítima de uma situação para a qual nada contribuiu» e que a actuação da Administração tributária (AT), no que respeita às informações prestadas em tribunal quanto à apensação das execuções fiscais, poderia levar a que caíssemos «numa espécie de processo kafkiano, com total descredibilização da administração da justiça». Sugere, pois, como modo de ultrapassar esta anómala situação criada pelas divergentes informações prestadas sobre a apensação das http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ea0ac588ec2788f0802580df00502dfa?opendocument&expandsection=1#_section1 6/12

execuções fiscais, que se apense o presente processo de oposição à execução fiscal ao processo de oposição à execução fiscal com o n.º 233/14.2BEPRT, onde deverá ser renovada a notificação da Fazenda Pública para contestar, a fim de regularizar a instância. Do que vimos de dizer, resulta que a questão a dirimir nos presentes autos é a de saber se o Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto fez correcto julgamento ao julgar verificada a litispendência e ao absolver a Fazenda Pública da instância. Na apreciação e decisão da questão haverá ainda que ter presente a circunstância deveras anómala de a Fazenda Pública ter prestado neste processo de oposição à execução fiscal (com o n.º 228/14.6BEPRT na 1.ª instância) e naquele que correu termos sob o n.º 342/06.1BEMDL informações de sentido contraditório quanto ao facto de os processos de execução fiscal com os n.ºs 3360200001032836 e 3360199301034111 se encontrarem apensados, informações que ditaram o destino dos processos. Note se que no presente processo foi prestada informação de que o processo de execução fiscal n.º 3360200001032836 (cuja extinção vem peticionada nos presentes autos), se encontra apensado, desde 30 de Setembro de 2011, ao processo de execução fiscal n.º 3360199301034111, enquanto no processo 342/06.1BEMDL foi prestada informação de que os mesmos processos não se encontravam apensados, informação que a AT, naquele processo e até à data em que foi proferida decisão pelo Supremo Tribunal Administrativo, em 4 de Setembro de 2013, não comunicou em juízo que estivesse errada, tivesse sido corrigida ou alterada. 2.2.2 DA LISTISPENDÊNCIA E DA APENSAÇÃO DA PRESENTE OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO FISCAL À OPOSIÇÃO COM O N.º 233/14.2BEPRT 2.2.2.1 CONSIDERANDOS PRÉVIOS Antes do mais, há que ter presente que a função jurisdicional confiada aos tribunais visa «a administração da justiça em nome do Povo» (cfr. art. 202.º, n.º 1, da Constituição da República Portuguesa). Quando as partes se dirigem ao tribunal para dirimir uma questão, não pode perder se de vista que o que procuram é, sempre, a justiça. Justiça não como uma abstracção resultante da aplicação formal das normas legais, mas como uma solução equilibrada de um concreto problema carecido de tutela jurisdicional e em que os interesses em confronto sejam compostos através de uma decisão materialmente adequada ao caso (A Justiça é o sentido inerente e essencial do Direito; é a sua referência axiológica mais alta e valiosa; é, com efeito, o ideal que lhe confere razão de ser, pelo que o Direito só se efectiva como realmente válido quando alcança a Justiça (cfr. ANTÓNIO BRAZ TEIXEIRA, Sentido http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ea0ac588ec2788f0802580df00502dfa?opendocument&expandsection=1#_section1 7/12

e Valor do Direito Introdução à Filosofia Jurídica, Imprensa Nacional Casa da Moeda, Estudos Gerais Série Universitária, 1990, pág. 185).). Assim, na interpretação e aplicação da lei, deverá sempre ter se em conta que, se formos conduzidos a um resultado que fere manifestamente o sentido de justiça, por certo haverá algum erro nessa tarefa hermenêutica e na aplicação da lei ao caso concreto. Isto para dizer que bem se compreende a indignação manifestada pelo Recorrente, que, depois de ver a primeira oposição que deduziu não prosseguir com o fundamento de que as execuções fiscais não estavam apensadas, vê agora também não prosseguir a presente oposição com o fundamento de que as execuções fiscais estão apensadas. Seja como for, e como procuraremos demonstrar, a solução a que chegou o Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto não se nos afigura adequada nem sob o ponto de vista formal uma vez que, como procuraremos demonstrar, a situação sub judice não é de litispendência e, muito menos, sob o ponto de vista material, como também procuraremos demonstrar, mas se nos afigura evidente (o Procurador Geral Adjunto alerta mesmo para que, a aceitar se a decisão recorrida, «cairíamos numa espécie de processo kafkiano, com total descredibilização da administração da justiça»). 2.2.2.2 DA LISTISPENDÊNCIA A Recorrente discorda da sentença na parte em que nesta se considerou verificada a excepção de litispendência. Vejamos: A litispendência, materializando se na repetição de uma causa pendente, constitui excepção dilatória, que tem por objectivo evitar que o tribunal contradiga ou reproduza uma decisão anterior [cfr. arts. 577.º, alínea i), e 580.º, n.ºs 1 e 2, do CPC)]. Para a verificação da litispendência há, pois, que aferir da identidade das causas, com vista a determinar se uma é, ou não, a repetição da outra. «Para sabermos se há ou não repetição da acção, deve atender se não só ao critério formal (assente na tríplice identidade dos elementos que definem a acção) fixado e desenvolvido no art. 498.º [hoje, art. 581.º], mas também à directriz substancial traçada no n.º 2 do artigo 497.º [hoje, art. 580.º], onde se afirma que a excepção da litispendência (tal como a do caso julgado) tem por fim evitar que o tribunal seja colocado na alternativa de contradizer ou de reproduzir uma decisão anterior» (ANTUNES VARELA, J. MIGUEL BEZERRA e SAMPAIO E NORA, Manual de Processo Civil, 2.ª edição, Coimbra Editora, pág. 302.). A lei estabelece os parâmetros para determinar a existência dessa identidade. Assim, o art. 581.º do CPC, sob a epígrafe «Requisitos da litispendência e do caso julgado», estabelece, no seu n.º 1, que a causa se repete «quando se propõe uma acção idêntica a outra quanto aos sujeitos, ao pedido e à causa de pedir», esclarecendo, no n.º 2, que «Há identidade de sujeitos http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ea0ac588ec2788f0802580df00502dfa?opendocument&expandsection=1#_section1 8/12

quando as partes são as mesmas sob o ponto de vista da sua qualidade jurídica», no n.º 3, que «Há identidade de pedido quando numa e noutra causa se pretende obter o mesmo efeito jurídico», e, no n.º 4, que «Há identidade de causa de pedir quando a pretensão deduzida nas duas acções procede do mesmo facto jurídico. Nas acções reais a causa de pedir é o facto jurídico de que deriva o direito real; nas acções constitutivas e de anulação é o facto concreto ou a nulidade específica que se invoca para obter o efeito pretendido». O que significa que a litispendência só ocorrerá se, cumulativamente, nas acções em apreciação intervierem as mesmas partes, sob a mesma qualidade jurídica, pretendendo obter o mesmo efeito jurídico e esse efeito jurídico tiver por causa o mesmo facto jurídico. Disso bem deu conta o Juiz do Tribunal a quo, que considerou verificada essa tripla identidade. Mas, como bem salienta o Procurador Geral Adjunto neste Supremo Tribunal Administrativo, se relativamente aos dois primeiros termos dessa identidade não se suscitam dúvidas, já relativamente ao terceiro, contrariamente ao que decidiu o Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, não podemos dá lo como verificado. Vejamos: Considerou o Juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto que, porque a execução fiscal com o n.º 3360200001032836 e apensos à qual o aqui Recorrente deduziu a presente oposição, à qual foi atribuído o n.º 228/14.6BEPRT está apensada à execução fiscal com o n.º 3360199301034111 à qual o aqui Recorrente deduziu a oposição que corre termos sob o n.º 233/14.2BEPRT, então deve considerar se que o pedido formulado nesta última oposição, para além da extinção da execução fiscal com o n.º 3360199301034111, engloba também a extinção da execução fiscal com o n.º 3360200001032836. Salvo o devido respeito, não se pode considerar que o pedido formulado na presente oposição esteja incluído no pedido formulado no processo 233/14.2BEPRT. É que, o pedido formulado nesse processo foi o de que a execução fiscal contra a qual foi deduzida fosse julgada extinta e essa execução fiscal é a que tem o n.º 3360199301034111 e não a que tem o n.º 3360200001032836. E o facto desconhecido do Oponente de a esse processo de execução fiscal estar apensado este não releva, pois, como é manifesto em face da alegação aduzida em cada uma das oposições à execução fiscal (a presente e a que corre sob o n.º 233/14.2BEPRT), a intenção expressamente manifestada pelo Oponente foi a de deduzir uma oposição contra cada um dos referidos processos de execução fiscal, como aliás lhe fora sugerido pelo Supremo Tribunal Administrativo na decisão por que confirmou a decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, que, com o fundamento que as duas execuções fiscais em causa não estavam apensadas, absolveu a Fazenda http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ea0ac588ec2788f0802580df00502dfa?opendocument&expandsection=1#_section1 9/12

Pública na oposição à execução fiscal que o ora Recorrente deduziu oportunamente contra ambas as execuções fiscais. E não será o facto de, afinal e contrariamente ao informado pelo órgão da execução fiscal na anterior oposição à execução fiscal, as execuções estarem apensadas que permitirá ao Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto considerar que a oposição à execução fiscal n.º 233/14.2BEPRT e o pedido aí formulado têm um âmbito (compreendendo a execução fiscal n.º 3360200001032836) que nem o Oponente pretendeu conferir lhe nem o texto da petição inicial permite reconhecer lhe. Assim, a situação sub judice não passa o teste formal da litispendência, pois não se verifica a requerida identidade de pedidos. E também não passa o teste material da litispendência, pois não há dúvida de que as decisões a proferir num e noutro processo, na medida em que cada uma delas se referirá apenas ao processo de execução fiscal ao qual foi deduzida oposição (independentemente de estarem ou não apensados), nunca colocarão o Tribunal a quo na situação ou de se contradizer ou de se repetir, sendo a essa situação que pretende obviar a excepção de litispendência. Assim, a decisão recorrida não poderá manter se, devendo ser revogada e os autos regressarem ao Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, a fim de aí prosseguirem nos termos que a seguir detalharemos. 2.2.2.3 DA APENSAÇÃO DA OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO FISCAL Dando como adquirido que a execução fiscal n.º 3360200001032836, à qual foi deduzida a presente oposição, se encontra apensada à execução fiscal com o n.º 3360199301034111 e que contra esta foi deduzida a oposição à execução fiscal que corre termos sob o n.º 233/14.2BEPRT, a prossecução de duas oposições, uma para cada execução fiscal, constitui, não uma nulidade, mas, quando muito, uma irregularidade (Neste sentido, JORGE LOPES DE SOUSA, Código de Procedimento e de Processo Tributário anotado e comentado, Áreas Editora, 6.ª edição, III volume, anotação 12 ao art. 206.º, pág. 543, que afirma: «se for apresentada mais que uma oposição na sequência de uma citação relativa a mais que uma execução, não se estará perante um obstáculo à sua admissão, pois não se está perante um fundamento de rejeição (art. 209.º do CPPT). Assim, essa eventual apresentação de mais que uma oposição quando podia ser apresentada uma única, será uma mera irregularidade que, por não ter influência na decisão do processo, não constitui nulidade processual [art. 201.º [actualmente, art. 195.º], n.º 1, do CPC, subsidiariamente aplicável, por força do art. 2.º, alínea e), do CPPT].».), cuja sanação deverá, na medida do possível, ser levada a cabo pelo juiz, tendo em conta, designadamente, os princípios da economia e da proporcionalidade que devem nortear a actividade processual, que é mero instrumento na concretização do Direito. Como resulta do que deixámos já dito, à data em que deduziu as oposições, o Oponente não tinha motivo para supor que as http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ea0ac588ec2788f0802580df00502dfa?opendocument&expandsection=1#_section1 10/12

execuções fiscais estivessem apensadas. Pelo contrário, tudo o levava a crer que as execuções fiscais não estavam apensadas: foi com esse fundamento, de que as execuções fiscais não estavam apensadas, que o Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto absolveu a Fazenda Pública da instância na oposição única que inicialmente deduziu contra ambas as execuções fiscais, decisão que foi confirmada por este Supremo Tribunal Administrativo. Se, afinal, as execuções fiscais estão apensadas, contra elas deverá prosseguir uma única oposição e não duas. Tendo em conta que o ora Recorrente, pelos motivos acima enunciados, apresentou duas oposições, uma para cada uma das execuções fiscais, a solução avançada pelo Procurador Geral Adjunto junto deste Supremo Tribunal Administrativo afigura se nos adequada: deverão as oposições ser apensadas. Mais concretamente, deverá a presente oposição ser apensada à oposição que corre termos pelo Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto sob o n.º 233/14.2BEPRT, uma vez que foi à execução fiscal cuja extinção aí é pedida que foi apensada a execução fiscal a que foi deduzida a presente oposição, não se impondo, pois, averiguar da precedência à luz do n.º 2 do art. 267.º do CPC. Poderá suceder que, entretanto, tenha já sido proferida decisão final na oposição n.º 233/14.2BEPRT ou que essa decisão venha a ser proferida até que se possa concretizar a apensação. Nessa eventualidade, a nosso ver, não restará outra solução ao Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto que não seja a de fazer prosseguir a presente oposição, para conhecer do pedido de extinção da execução fiscal com o n.º 3360200001032836. Assim, dando provimento ao presente recurso, decidiremos no sentido da revogação da decisão recorrida e de que os autos regressem ao Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto que, se a tanto nada mais obstar, deverá ordenar a apensação da presente oposição à execução fiscal à oposição à execução fiscal que corre termos por esse tribunal sob o n.º 233/14.2BEPRT e, na eventualidade dessa oposição se não mostrar viável, fazer prosseguir a presente oposição, a fim de conhecer do pedido de extinção da execução fiscal com o n.º 3360200001032836 nela formulado. Finalmente, em eventual condenação em custas, não poderá olvidar se que quem deu causa aos autos foi a AT, que ao ter prestado no processo com o n.º 342/06.1BEMDL informação não correspondente à realidade ou, pelo menos, ao não ter informado oportunamente o tribunal de eventual alteração da factualidade subjacente a essa informação, deu origem a toda esta anómala situação processual. 2.2.3 CONCLUSÕES Preparando a decisão, formulamos as seguintes conclusões: http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ea0ac588ec2788f0802580df00502dfa?opendocument&expandsection=1#_section1 11/12

I A litispendência que, materializando se na repetição de uma causa pendente, constitui excepção dilatória, que tem por objectivo evitar que o tribunal contradiga ou reproduza uma decisão anterior só ocorrerá se, cumulativamente, nas acções em confronto, intervierem as mesmas partes, sob a mesma qualidade jurídica, pretendendo obter, nessas acções, o mesmo efeito jurídico e esse efeito jurídico tiver por causa o mesmo facto jurídico. II Não pode considerar se verificada essa tripla identidade nem o risco de repetição ou contradição a que a excepção da litispendência visa obstar se nas duas oposições em causa se pede a extinção de diferentes execuções fiscais. III Se as petições iniciais que deram origem a essas duas oposições foram apresentadas ao abrigo do disposto no n.º 2 do art. 279.º do CPC uma para cada execução fiscal, depois de ter sido recusada judicialmente a apresentação de uma única oposição relativamente a execuções fiscais que não estavam apensadas, não pode agora o tribunal, com o fundamento de que tais execuções fiscais (afinal) estão apensadas, recusar a prossecução daquela que se refere à execução fiscal apensada. IV Nesse caso, deverá o tribunal proceder à apensação das oposições ou, caso esta se não mostre viável, terá de fazer prosseguir a oposição para apreciação do pedido de extinção dessa execução fiscal. * * * 3. DECISÃO Face ao exposto, os juízes desta Secção do Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo acordam, em conferência, em conceder provimento ao recurso, revogar a decisão recorrida e ordenar que os autos regressem ao Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, a fim de aí prosseguirem nos termos acima referidos. Sem custas. * Lisboa, 8 de Março de 2017. Francisco Rothes (relator) Aragão Seia Isabel Marques da Silva. http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb1e680256f8e003ea931/ea0ac588ec2788f0802580df00502dfa?opendocument&expandsection=1#_section1 12/12