Orientações sobre a notificação de violência doméstica, sexual, tentativa de suicídio e de outras violências, no âmbito da Portaria GM/MS nº 1.271, de 06 de junho de 2014 e alterações na ficha de notificação de violências
VIOLÊNCIA: Conhecemos apenas a ponta do iceberg lesões graves e fatais. Existe ainda muita subnotificação
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA: Notificação: dar conhecimento. Compulsória: obriga a dar conhecimento de alguma coisa para alguém. O ato de Notificar constitui poderoso instrumento de proteção e medida que permite articular ações solidárias e reconstruir relações afetivas.
OBJETIVOS DA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA: Prevenção e erradicação da violência: conhecer a magnitude dos principais tipos de violência; Conhecer o perfil das vítimas e dos autores das agressões; Caracterizar as lesões de menor e maior gravidade; dimensionar a demanda por atendimento de urgência; revelar a violência doméstica, silenciada e camuflada nos lares; reduzir a mortalidade por violência; promover a cultura da paz; Provocar medidas protetivas às vítimas.
DEFINIÇÃO DE CASO Caso suspeito ou confirmado de violência doméstica/intrafamiliar, sexual, autoprovocada, tráfico de pessoas, trabalho escravo, trabalho infantil, intervenção legal e violências homofóbicas contra mulheres e homens em todas as idades. No caso de violência extrafamiliar/comunitária, somente serão objetos de notificação as violências contra crianças, adolescentes, mulheres, pessoas idosas, pessoa com deficiência, indígenas e população LGBT, ou seja:
Violência contra criança ambos os sexos, na faixa etária de 0 a 9 anos, independente do tipo ou natureza da violência; Violência contra adolescente ambos os sexos, na faixa etária de dez a dezenove anos, independente do tipo ou da natureza da violência; Crianças e Adolescentes: de acordo com o Art. 13 da Lei n 8.069/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. Deve-se encaminhar comunicação ou relatório do atendimento do caso suspeito ou confirmado da ocorrência de violência interpessoal ou autoprovocada aos Conselhos Tutelares e/ou autoridades competentes (Ministério Público, Juizado da Infância e Juventude do município). Violência contra a mulher todas as idades, doméstica ou extrafamiliar (criminalidade/delinquência), independente do tipo ou natureza da violência, de acordo com a Lei n 10.778/2003 e o Decreto-Lei n 5.099/2004. Violência contra a pessoa idosa ambos os sexos, doméstica ou extrafamiliar (criminalidade/delinquência), independente do tipo ou natureza da violência, de acordo com o Art. 19 da Lei n 10.741/2003 (Estatuto do Idoso). Violência contra indígenas - ambos os sexos, independente do tipo ou da natureza da violência. Populações indígenas encontram-se em situação de vulnerabilidade em função da assimetria nas relações de poder entre indígenas e não indígenas.
Violência contra pessoas com deficiência - ambos os sexos, independente do tipo ou da natureza da violência, em função da marcante assimetria nas relações de poder entre as pessoas com e sem deficiência. População LGBT: em função da vulnerabilidade deste grupo social às violências, e de acordo com a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (Portaria nº 2.836 de 01/12/2011). Atenção! Esta ficha não se aplica à violência extrafamiliar (criminalidade/delinquência) cujas vítimas sejam adultos (20 a 59 anos) do sexo masculino, como brigas entre gangues, brigas nos estádios de futebol e outras.
Violência: Natureza 1. Violência física, sevícia física, maus-tratos físicos, abuso físico 2. Violência sexual, abuso sexual 3. Violência psicológica, violência moral 4. Negligência/abandono 5. Violência financeira, violência econômica
Violência: Tipologia OMS estabelece uma tipologia de três grandes grupos, conforme quem comete o ato violento 1. Violência contra si mesmo (autoprovocada ou autoinfligida) 2. Violência interpessoal (intrafamiliar, doméstica e comunitária) 3. Violência coletiva (grupos políticos, organizações terroristas, milícias).
Violência: Outras formas 1. Tráfico de pessoas 2. Trabalho Infantil 3. Violência por intervenção legal 4. Tortura
Portaria nº 1271 de 06 de junho de 2014 Revogou a Portaria nº104/2011 e estabelece a notificação imediata (em menos de 24 horas) para violência sexual e tentativa de suicídio, em âmbito municipal Violência Sexual - agilizar o atendimento a vítima e seu acesso à contracepção de emergência e às medidas profiláticas de acordo com o preconizado na Norma Técnica Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes (Ministério da Saúde, 2011) em até 72 horas da agressão (mais precocemente possível). Tentativa de Suicídio - Tomada rápida de decisão, como o encaminhamento e vinculação do paciente aos serviços de atenção psicossocial, de modo a impedir que um caso de tentativa de suicídio se concretize.
DEVER DE NOTIFICAR Responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de: saúde, educação, assistência social, política para mulheres. Profissionais de saúde médicos, enfermeiros, psicólogos, assistente social, educador físico, fisioterapeuta, biólogos, odontólogos, biomédicos, farmacêuticos, médicos veterinários, técnicos de enfermagem, farmácia... - Profissionais de Assistência Social assistente social, psicólogos, agente social, educador social, artesão... - Profissionais da Educação: professores, diretores, coordenadores, psicólogo, assistente social,
Legislação: Criança e Adolescente 1990: ECA Art.245 - estabelece que: o setor saúde tem o dever de IDENTIFICAR e NOTIFICAR as situações de violência e buscar parceiros para proteger as vítimas e famílias.
Legislação: Mulher Portaria do M.S.2406/04: Obriga a notificação de violência contra a mulher pelos profissionais de saúde nos serviços públicos e privados.
Legislação: Idoso Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra idoso serão obrigatoriamente comunicados pelos profissionais de saúde aos órgãos de proteção.
CASO SUSPEITO OU CONFIRMADO DE VIOLÊNCIA Ambos os sexos em todos os ciclos de vida Violência Extrafamiliar (Comunitária) Doméstica (Intrafamiliar) Sexual Autoprovocada (Tentativa Suicídio) Negligência\ Tráfico de pessoas Trabalho Infantil Abandono Intervenção Legal Financeira\Patrimonial Situações previstas na legislação: Crianças Adolescentes Mulheres Pessoa Idosa Pessoas com deficiência População LGBT População Indígena Tortura
...onde não houver respeito pela vida e pela integridade física e moral do ser humano, onde as condições mínimas para uma existência digna não forem asseguradas, onde não houver limitação do poder, enfim, onde a liberdade e a autonomia, a igualdade (em direitos e dignidade) e os direitos fundamentais não forem reconhecidos e minimamente assegurados, não haverá espaço para a dignidade da pessoa humana e esta (a pessoa), por sua vez, poderá não passar de mero objeto de arbítrio e injustiças Dr Ingo Wolfang Sarlet (Juiz se Direito RS)
DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DOENÇAS E AGRAVOS NÃO TRANSMISSÍVEIS VIGILÂNCIA DE VIOLÊNCIA F: (017) 3216-9745 / 3216-9746 EMAIL: sms.ve.dant@riopreto.sp.gov.br