Características morfogênicas e estruturais de três gramíneas forrageiras submetidas a diferentes níveis de sombreamento

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Transcrição:

V. 10, n. 4, p. 52-58, out - dez, 2014. UFCG - Universidade Federal de Campina Grande. Centro de Saúde e Tecnologia Rural CSTR. Campus de Patos PB. www.cstr.ufcg.edu.br Revista ACSA: http://www.cstr.ufcg.edu.br/acsa/ Revista ACSA OJS: http://150.165.111.246/ojs-patos/index.php/acsa AGROPECUÁRIA CIENTÍFICA NO SEMIÁRIDO ISSN 1808-6845 Artigo Cientifico Características morfogênicas e estruturais de três gramíneas forrageiras submetidas a diferentes níveis de sombreamento Marcus Ubiratan Almeida Vieira 1 Edson Marcos Viana Porto 2 Dorismar David Alves 3 Valdeir Dias Gonçalves 4 Julia Massako Matsui 5 Carollayne Gonçalves Magalhães 6 *Autor para correspondência Recebido para publicação em 05/01/2014. Aprovado em 06/q2/2014. 1 Tecnólogo em Agronegócio. Graduado da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Paracatu- MG, Brasil, e-mail: marcus.ubiratan@hotmail.com 2 Engenheiro Agrônomo. Professor Mestre da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Janaúba-MG, Brasil, e-mail: edson.porto@unimontes.br. 3 Zootecnista. Professor Doutor da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Janaúba- MG, Brasil, e-mail: dorismar.alves@unimontes.br. 4 Engenheiro Agrônomo. Professor Mestre da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Janaúba-MG, Brasil, e-mail: valdeir.goncalves@unimontes.br. 5 Tecnólogo em Agronegócio. Graduado da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Paracatu- MG, Brasil, e-mail: juliamatsui@hotmail.com. 6 Graduando em Tecnologia em Agronegócio da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Paracatu-MG, Brasil, e-mail: carollaynemagalhaes@yahoo.com.br. RESUMO O experimento foi conduzido no Campo Experimental da Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES, campus Paracatu-MG, localizado na região Noroeste de Minas Gerais. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados (DBC) em esquema fatorial 3 x 4 (três cultivares de gramíneas forrageiras (Marandu, Mombaça e Tanzânia) e quatro níveis de sombreamento (0, 30, 50, 70%), com três repetições, totalizando 36 unidades, obtidos com a utilização de telas de polipropileno (sombrite). Após o corte de uniformização (10 cm do nível do solo), foram realizados dois períodos avaliativos em um espaço temporal médio de 30 dias. Para efeito das análises estatísticas, foram utilizados os valores médios relativos a março, abril e maio/2012. A TapF, filocrono, CFF, TAlPC, ACPC, DVF, TSen e NFV não foram influenciadas pelo sombreamento, exceto a taxa de alongamento foliar que respondeu positivamente a redução da radiação solar incidente. A TAlF, CFF e NFV apresentaram diferença significativa entre cultivares. Palavras chave: gramíneas; sombreamento; tolerância.. Morphogenetic and structural characteristics of three grasses under different levels of shading ABSTRACT The experiment was conducted at the Experimental State University of Montes Claros - UNIMONTES campus Paracatu-MG, located in the northwestern region of Minas Gerais. The experimental design was a randomized block design (RBD) in factorial 3 x 4 (three cultivars of forage grasses (marandu, Mombasa and Tanzania) and four shading levels (0, 30, 50, 70%), with three replications, totaling 36 units, obtained with the use of polypropylene mesh (shading). Upon uniformity cut (10 cm from ground level), there were two evaluation periods on a timeline average of 30 days. for purposes of statistical analyzes, we used the mean value of the March, April and May/2012. a LAR, phyllochron, CFF, TAlPC, ACPC, DVF, tsen and NFV were not affected by shading, except the leaf elongation rate responded positively to the reduction of radiation solar incident. The TAlF, CFF and NFV showed significant differences among cultivars. Keywords: grasses; shading; tolerance.

INTRODUÇÃO O frequente aumento da produção de carne e leite no Brasil, tradicionalmente se deu devido à expansão de áreas e não ao aumento da produtividade. Manejo inadequado, superlotações e espécies pouco adaptadas à região estão tornando as pastagens cada vez mais improdutivas, levando-as a redução progressiva da produtividade. Atualmente a diminuição da produtividade é um dos principais entraves dos sistemas pastoris causadas pela diminuição da fertilidade dos solos, valor nutritivo das forrageiras as quais são submetidos os animais e até mesmo a escolha das espécies a serem implantadas (SILVA et al., 2007). Diante deste problema, diversas alternativas baseadas na sustentabilidade deste agroecossistema podem ser utilizadas para uma prevenção ou correção desse quadro de degradação, e dentre elas podemos citar aqueles baseados na interação do componente florestal com a pastagem conhecidos como sistemas silvipastoris. Garcia e Couto (1997) definem sistemas silvipastoris como a integração intencional entre árvores, culturas forrageiras e animais herbívoros numa mesma área. A implantação de sistemas silvipastoris tem sido apontada como uma alternativa sustentável, pois através da interação dos componentes propicia aos produtores a diversificação de produção (madeira e alimento), controle da erosão, fertilidade do solo e valor nutritivo das forrageiras, proporcionando bem-estar aos animais, além de trazer benefícios ao meio ambiente com a captação de gás carbônico (CO 2 ). A região, solo, clima, tecnologia adotada pelo produtor, manejo e o sombreamento imposto pelas árvores são fatores que se deve levar em consideração na escolha das espécies forrageiras. Espécies forrageiras resistentes às condições edafoclimáticas da região e tolerantes ao sombreamento são condições essenciais ao sucesso desses tipos de sistemas.. De acordo com Souto e Aronovich (1992), o sombreamento é, sobretudo, um fator relevante na qualidade e rendimento das forrageiras nas áreas onde serão implantadas, pois a competição pela luz é frequente. A morfologia de uma espécie em uma dada situação é o resultado do processo conhecido como morfogênese (NABINGER e PONTES, 2001). Gomide (1997) conceitua morfogênese como sendo o estudo da origem e do desenvolvimento dos diferentes órgãos de um organismo, este processo pode ser entendido como uma sucessão de eventos determinantes da produção, expansão e forma do vegetal no espaço. A luz influencia diretamente nos processos fisiológicos e metabólicos da gramínea, assim como na anatomia foliar. A intensidade luminosa, além da importância na fotossíntese, tem grande influência sobre a estrutura geral de folhas, caules e raízes. Plântulas desenvolvidas em baixa irradiância fotossintética, em contraste com aquelas desenvolvidas em pleno sol, possuem entrenós maiores, caules finos, folhas mais delgadas e sistema radicular menos desenvolvido (CASTRO et al., 1998). A elaboração de estudos sobre as condições de luminosidade proporcionada pelas árvores sobre as pastagens ainda são escassos. O estudo de espécies tolerantes ao sombreamento é necessário, devendo-se levar em consideração as circunstâncias de cada região, solo e produtor. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Campo Experimental da Universidade Estadual de Montes Claros UNIMONTES, campus Paracatu-MG. O campo está localizado na região noroeste de Minas Gerais, a - 17º13 20 latitude sul, -46º52 29 longitude oeste, com 687 m de altitude. Segundo a classificação climática de Köppen, a região de Paracatu é do tipo Aw clima tropical úmido de savana, com inverno seco e verão chuvoso. A precipitação pluvial observada durante o período experimental comparados a média dos últimos 6 anos, pode ser observado na Figura 1. Figura 1 - Totais mensais de precipitação durante o período experimental comparado com a média dos últimos 6 anos.

A área utilizada para o ensaio apresentava os seguintes resultados analíticos na camada de 0-20 cm de profundidade: Al 3+ = 0,0; Ca 2+ = 5,4 e Mg 2+ = 1,3 Cmolc/dm 3 ; K + = 224 e P = 12 mg/dm 3 ; e ph (água) = 6,1; matéria orgânica = 2,8 dag/kg e porcentagem de saturação por bases (V) = 77. Em função da análise química realizada previamente não foi necessário realizar a correção da acidez e adução para implantação das gramíneas. O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados (DBC), em um esquema fatorial (3x4) correspondendo a três gramíneas forrageiras tropicais (Brachiaria brizantha cv. Marandu, Panicum Maximum cv. Mombaça e Panicum Maximum cv. Tanzânia) que foram submetidas a quatro níveis de sombreamento artificial (0, 30, 50 e 70%), obtidos com a utilização de telas de polipropileno (sombrite) com, respectivamente, 70%, 50% e 30% de transmissão luminosa, sendo que o nível 0% foi mantido em ambiente externo a pleno sol, totalizando assim 36 unidades experimentais. Os níveis de luminosidade foram obtidos por meio de estruturas de sombreamento artificial dispostas no campo sobre as parcelas experimentais. Estas estruturas foram construídas com estacas de madeira, a uma altura de 1,5 m acima do solo, para facilitar a movimentação sob a cobertura e circulação de ar. Nos quadrantes leste e oeste, as telas foram dispostas 1,0 m acima do solo, para evitar a penetração do sol pela manhã e à tarde. Cada parcela apresentava uma área de 4 m 2 (2,0 x 2,0 m) para cada espécie forrageira e o espaçamento entre elas foi de 2,0 m e 3,0 m entre blocos. Após o corte de uniformização, dia 12/03/2012, foi iniciado o período experimental que estendeu-se até 11/05/2012, totalizando 60 dias. Durante o período avaliativo foram feitos dois cortes, a 10 cm acima do solo, estes eram feitos em um intervalo médio de 30 dias, respeitando-se a fisiologia das espécies avaliadas. Foi realizada uma adubação estratégica de manutenção, aplicando-se em cobertura, 200 kg/ha de N na forma de ureia, parcelada em três aplicações durante o período experimental. As características morfogênicas e estruturais foram mensuradas duas vezes por semana utilizando-se régua milimetrada, durante todo período experimental, em três perfilhos marcados aleatoriamente por unidade experimental, totalizando 144 perfilhos. Estes perfilhos foram identificados com fios plásticos com coloração branca, preta e vermelha. A coleta de dados teve início após o corte de uniformização, se estendendo durante o período de rebrotação das espécies até o primeiro corte avaliativo. As folhas expandidas foram medidas da sua ponta até a lígula. Já as folhas em expansão, foram aferidas da sua ponta até a lígula da última folha expandida. Para a mensuração da senescência das lâminas foliares foi utilizada a diferença entre o comprimento senescente final (amarelamento e enegrecimento) e o comprimento senescente inicial. O tamanho do pseudocolmo foi considerado como sendo à distância do solo até a última lígula completamente expandida. A partir da coleta dos dados em campo, foi possível avaliar: 1) Taxa de aparecimento foliar (TApF), em folhas/perfilho/dia: relação entre o número de folhas surgidas por perfilho e o número de dias do período de avaliação; 2) Filocrono: inverso da taxa de aparecimento de folhas (dias/folha/perfilho). Representa a média do intervalo de tempo para o aparecimento de duas folhas sucessivas em cada perfilho. 3) Taxa de alongamento foliar (TAlF), em cm/perfilho/dia: diferença entre o comprimento final e o comprimento inicial das folhas em expansão, dividida pelo número de dias entre as medições. 4) Taxa de alongamento do pseudocolmo (TAlPC), em cm/perfilho/dia: Relação entre a diferença do comprimento do pseudocolmo, final e inicial, e o número de dias do período de avaliação. 5) Comprimento final da folha (CFF), em cm/perfilho: Comprimento médio das lâminas foliares de todas folhas expandidas. 6) Número de folhas vivas por perfilho (NVF), em folhas/perfilho: Média do número de folhas em expansão e expandidas por perfilho durante o período de avaliação. 7) Duração de vida das folhas (DVF), em dias: Estimada pela equação proposta por Lemaire e Chapman (1996), DVF = NFV x Filocrono. 8) Acúmulo de pseudocolmo por perfilho (ACPC), em cm/perfilho: Calculado a partir da diferença entre a altura da lígula da última folha expandida no último dia de avaliação e a altura da lígula da primeira folha marcada no início da avaliação. 9) Taxa de senescência foliar (TSen), em cm perfilho/dia: relação entre o somatório dos comprimentos senescidos das lâminas foliares presentes no perfilho e o número de dias do período avaliativo. Os resultados foram submetidos à análise de variância, com utilização do Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas SAEG (UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, 2000), e as médias foram comparadas pelo teste de Newman Keuls, a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Observa-se (Tabela 1) que não houve interação significativa entre os níveis de sombreamento e as cultivares avaliadas.

Tabela 1 Resumo da análise de variância dos resultados do comprimento final da folha (CFF), número de folhas vivas (NFV), acúmulo de pseudocolmo (ACPC), taxa de aparecimento foliar (TApF), filocrono (FILO), duração de vida da folha (DVF), taxa de alongamento foliar (TAlF), taxa de alongamento pseudocolmo (TAlPC) e taxa de senescência foliar (TSen) dos cultivares estudados durante o período avaliativo. **F V GL Nível de significância CFF NFV ACPC TApF FILO DVF TALF TALPS TSEN Sombra 3 P>0,50 P>0,50 0,0889 P>0,50 P>0,50 P>0,50 0,0285 P>0,50 P>0,50 Cultivar 2 0,0000 0,0355 P>0,50 P>0,50 0,2964 0,0712 0,0000 P>0,50 0,2498 Bloco 2 0,0945 P>0,50 0,1471 0,0012 P>0,50 P>0,50 P>0,50 0,1483 0,1393 ***S xc 6 0,1973 0,3551 P>0,50 0,2086 0,1726 0,19943 P>0,50 P>0,50 P>0,50 Resíduo 22 - - - - - - - - - *Grau de liberdade, **Fonte de Variação, ***Sombra x Cultivar Contrastando o resultado encontrado neste estudo, Gomide e Gomide (2000) avaliando a morfogênese de cultivares de Panicum maximum observaram diferenças entre os cultivares e entre perfilhos quanto às taxas de aparecimento, ressaltando que esta variável morfogênica pode ser influenciada pela espécie e fatores de meio (temperatura, água, luz). Podemos observar uma média de 0,0849 folhas/perfilho/dia e 11,76 dias/folha/perfilho, respectivamente, para a TApF e filocrono dos cultivares do gênero Panicum e Brachiaria estudados (Tabela 2). Na Tabela 2 observamos os valores médios das variáveis morfogênicas dos cultivares de Brachiaria e Panicum. Tabela 2 Taxa de aparecimento foliar (TApF), Filocrono (FILO), Taxa de alongamento foliar (TAlF), Taxa de alongamento do pseudocolmo (TAlPC), Duração de vida das folhas (DVF) e Taxa de senescência foliar (TSen) dos cultivares de Brachiaria e Panicum. Variáveis Cultivares Tanzânia Mombaça Marandu TApF (folhas/perfilho/dia) 0,0899a 0,0849a 0,0799a FILO (dias/folha/perfilho) 10,58a 12,24a 12,47a TAlF (cm/perfilho/dia) 2,36a 2,36a 1,36b TAlPC (cm/perfilho/dia) 0,28a 0,24a 0,30a DVF (dia) 49,24a 57,09a 65,18a TSen (cm/perfilho/dia) 0,31a 0,27a 0,24a Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha não diferem entre si (P>0,05) pelo teste de Newman Keuls. Marcelino et al., (2006) avaliando a influência de intensidades e frequências de desfolhação em capim- Marandu, encontraram valores superiores para a TApF em comparação aos descritos no presente trabalho para o capim-marandu (0,0799 folhas/dia/perfilho). Os autores encontraram valores médios de 0,099 e 0,086 folhas/dia/perfilho, respectivamente, para as intensidades de pastejo de 10 e 20 cm. Já corroborando com os valores encontrados no presente estudo para o capim-marandu, Zeferino (2006) trabalhando com a espécie supracitada em lotação contínua relatou um valor de 0,071 folhas/perfilho/dia. Na Tabela 2, também podemos observar que houve diferença significativa entre os cultivares para TAlF entre os cultivares avaliados. Os genótipos de Panicum maximum apresentaram maiores valores médios de TAlF quando comparados a Brachiaria brizantha cv. Marandu. Martuscello (2004) relata que plantas colhidas com menor número de folhas/perfilho apresentam maiores valores para a TAlF, talvez como forma de recuperar mais rapidamente seu aparato fotossintético. Está estratégia pode ser verificada com os cultivares Tanzânia e Mombaça que apresentaram menor número de folhas/perfilho (4,64 e 4,73 folhas/perfilho, respectivamente) e maiores valores para TAlF (Tabela 3), o inverso pode ser observado para o capim-marandu (5,16 folhas/perfilho). Observa-se (Tabela 2) que o cultivar Brachiaria brizantha cv. Marandu apresentou em média uma taxa de alongamento foliar de 1 cm/dia inferior aos cultivares de Panicum maximum, indicando a superioridade dos cultivares do gênero Panicum nas condições impostas pelo experimento. Ressalta-se que a TAlF é uma variável de grande importância na análise de fluxo de tecidos das plantas e correlaciona-se positivamente com o rendimento forrageiro (Horst et al., 1978). Não foi verificado diferença significativa entre os cultivares estudados para a TAlPC, a DVF e a TSen. A TAlPC é importante por ser responsável por grande parte do crescimento da planta. É importante ressaltar que acúmulo de pseudocolmo elevado não é interessante do ponto de vista prático, visto que a elevação do ACPC influi no aumento de tecidos de baixa degradabilidade, podendo afetar o desempenho animal a pasto.

TAlF (cm) Características morfogênicas e estruturais de três gramíneas forrageiras submetidas a diferentes níveis de sombreamento A duração de vida da folha apresentou média de 57,16 dias para todos os cultivares do gênero Panicum e Brachiaria (Tabela 2). Paciullo et al., (2008) avaliando em diferentes estações do ano, as características morfogênicas e estruturais e a produção de matéria seca de Brachiaria decumbens, sob três níveis de sombreamento (0, 18 e 50%), relataram valores médios para o tempo de vida da folha no outono de 73,5 dias, valor superior ao encontrado para todos os cultivares estudados no presente trabalho, onde o período avaliativo compreendeu entre os meses de março a maio/2012. Zeferino (2006) verificou para o capim-marandu folhas mais longeva para o outono/inverno (155 dias/folha) em comparação com o verão/outono (62 dias/folha). Considerando o período avaliativo do presente trabalho (durante o outono/2012), verifica-se valor médio do capim-marandu (65,18 dias/folha) para o DVF, inferior ao reportado pelo autor. Para a taxa de senescência foliar, embora não tenha ocorrido diferença significativa entre os cultivares, observa-se valor médio de 0,27 cm/perfilho/dia. A senescência foliar caracteriza-se pela redução dos níveis de clorofila e proteínas do pasto. Esse processo pode ser acelerado por estresses: temperaturas elevadas, redução ou ausência de radiação, excesso de água, déficit hídrico e de nutrientes minerais (CALBO, 1989). A ausência de resultados insignificativos encontrados neste estudo para a TSen pode estar correlacionado com o intervalo de corte utilizado. Alexandrino et al., (2003) descrevem que o aumento do período de descanso tende a incrementar a taxa de senescência foliar. Na Figura 2 podemos observar o efeito quadrático da taxa de alongamento foliar em relação aos níveis de sombreamento (0, 30, 50 e 70%). Os cultivares estudados apresentaram um maior valor de TAlF (2,24 cm/perfilho/dia) no nível de sombreamento de 68,05% de radiação solar incidente sobre o dossel forrageiro, representando uma diferença de 39,13% a mais quando comparada aos tratamentos à pleno sol (0% de interceptação da radiação solar). 2,30 2,20 2,10 2,00 1,90 ŷ=1,612+0,018*(x)-0,00013*(x)^2 R 2 = 0,99 1,80 1,70 1,60 0 10 20 30 40 50 60 70 Niveis de sombreamento (%) Figura 2 - Médias mensais de temperatura do período experimental comparada com a média dos últimos 20 anos (1987 a 2007). Os resultados estão de acordo com os obtidos por Paciullo et al., (2008), que reportaram maiores valores para a TAlF à sombra intensa (50%) em Brachiaria decumbens. Os autores supracitados descrevem que sob o sombreamento de 50%, as taxas de alongamento foliar foram 13, 117 e 118% maiores que aquelas obtidas a pleno sol, no verão, outono e primavera, respectivamente, o que evidencia uma mudança no padrão de alocação de fotoassimilados pelas plantas, que resultou em maior área foliar para captação de luz em ambiente com reduzida luminosidade. Corroborando o resultado encontrado neste estudo. O comprimento final da folha (Tabela 3) variou significativamente com os cultivares em estudo. O cultivar Mombaça apresentou maior valor CFF (23,24 cm), não diferindo estatisticamente do cultivar Tanzânia (21,52 cm). O menor valor encontrado foi para o capim-marandu (16,18 cm). O acréscimo do CFF em relação aos cultivares seguiu a mesma tendência da TAlF, com valores maiores para os cultivares Mombaça e Tanzânia, 23,24 e 21,52 cm/perfilho, respectivamente.

Tabela 3 Comprimento final da folha (CFF), Número de folhas vivas (NFV) e Acúmulo de pseudocolmo (ACPC) dos cultivares do gênero Panicum maximum e Brachiaria durante o período avaliativo. Variáveis Cultivares Tanzânia Mombaça Marandu CFF (cm) 21,52a 23,24a 16,18b NFV 4,64b 4,73b 5,16a ACPC (cm) 4,54a 3,88a 4,57a Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha não diferem entre si (P>0,05) pelo teste de Newman Keuls. Em estudo realizado por Peternelli (2003), com Brachiaria brizantha cv. Marandu, o valor médio para CFF foi de 78,5 cm; 82,4 cm e 62,6 cm, no 1º, 2º e 3º períodos de avaliação (30 dias cada período), respectivamente. Valores estes superiores aos relatados neste estudo, contudo os resultados alcançados para os cultivares avaliados no presente trabalho. O acréscimo da área foliar por planta em gramíneas submetidas ao sombreamento é encontrado na literatura (PACIULLO et al., 2007), talvez o fato dos valores médios do presente estudo terem sido elaborados a partir dos dados coletados em dois cortes avaliativos, pode ter influenciado na ausência de efeito do sombreamento para a CFF. Podemos observar na Tabela 3 que os cultivares apresentaram diferenças significativas quanto ao NFV. O capim-marandu, obteve maior valor médio, em comparação aos cultivares do gênero P. maximum. O NFV é constante conforme o genótipo, influências do meio e manejo. Gomide (1997) ressalta que a estabilização do número de folhas vivas por perfilho e de perfilhos por planta constitui-se em índice prático para orientar o manejo das forrageiras, com isso maximizar a eficiência de colheita sob sistema de corte ou pastejo rotacionado, prevenindo perdas de folhas por senescência. Gonçalves (2002), avaliando as características morfogênicas e padrões de desfolhação em pastos de capim-marandu submetidos a regimes de lotação contínua, encontrou valores próximos, no entanto, inferiores aos registrados neste estudo, reportando 4,5 folhas vivas por perfilho. Paciullo et al., (2008) trabalhando com Brachiaria decumbens Stapf. sob três níveis de sombreamento (0, 18 e 50%), em distintas épocas do anos, verificaram que o NFV não variou com o grau de sombreamento nem com a interação grau de sombreamento com estação do ano, resultado semelhante com o encontrado no presente estudo. Para o ACPC foi registrado valor médio de 4,47 cm/perfilho para os cultivares avaliados durante o período avaliativo (Tabela 3). Esse resultado segue a mesma tendência observada pela ausência de diferença entre o TAlPC dos cultivares (Tabela 2). CONCLUSÃO Diante das condições em que o estudo foi desenvolvido, o nível de sombreamento de 70%, proporciona acréscimo na taxa de alongamento foliar. Os cultivares do gênero Panicum maximum apresentam maior comprimento final da folha e maior taxa de alongamento foliar em relação ao capim-marandu. O capim-marandu apresenta maior número de folhas vivas por perfilho em comparação ao Tanzânia e Mombaça. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEXANDRINO, E. et al. Produção de massa seca e vigor de rebrotação da Brachiaria brizantha cv. Marandu submetida a diferentes doses de nitrogênio e frequências de cortes. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v. 40, p. 141-147, 2003. CALBO, A. G.et al. Comparação de modelos e estrategias para análise de crescimento. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, Londrina, v. 1, p.1-7, Abr. 1989. CASTRO, E. M. de; et al. Aspectos da Anatomia Foliar de Mudas de Guarea guidonea (L.) Sleumer, sob Diferentes Níveis de Sombreamento. Daphne, Belo Horizonte; v. 8, n. 4, p. 31-35. 1998. GARCIA, R.; COUTO, L. Silvipastoral systems: emergent technology of sustainability. In: Gomide, J. A., ed. Simpósio internacional sobre produção animal em pastejo, Viçosa. Viçosa: Depto. Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa, 1997. GOMIDE, C.A.M., GOMIDE, J.A. Morfogênese de cultivares de Panicum maximum Jacq. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 29, n 2, p.341-348. 2000. GOMIDE, J. A. Morfogênese e análise de crescimento de gramíneas tropicais. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE PRODUÇÃO ANIMAL EM PASTEJO. 1997. Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa. Anais... Viçosa, MG, Brasil. Suprema Gráfica e Editora LTDA. 1997. 471 p. GONÇALVES, A. C. Características morfogênicas e padrões de desfolhação em pastos de capim-marandu submetidos a regimes de lotação contínua. 2002. 140 p. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002. HORST, G. L.; NELSON, C. J.; ASAY, K. H. Relationship of leaf elongation to forage yield of tall fescue genotypes. Crop Science, Madison, v.18, p.715-719, 1978.

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